quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Lição 5 - Obediência: fruto do reavivamento, por Todd Guthrie



Para 27 de julho a 3 de agosto de 2013

“Pois somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efé. 2:10).
Só por receber a justiça de Cristo, por se identificar com Ele, como Ele Se identificou conosco, podemos ver a obediência manifestada; qualquer obediência que experimentamos é a Sua obediência vivida em nós.
A mensagem de 1888 da justiça de Cristo é a mensagem que deve absorver todas as outras, é a mensagem do alto clamor, que é “a mensagem que Deus manda proclamar ao mundo” (*Testemunho para Ministros, pág. 92)
Como um povo nós não experimentaremos o arrependimento, avivamento, e reforma que precisamos sem ela.
 “Esta mensagem devia pôr de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava o povo para receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus” (*idem, págs. 91 e 92).
 “Muitos perderam Jesus de vista. Deviam ter tido o olhar fixo em Sua divina pessoa, em Seus méritos e em Seu imutável amor pela família humana. Todo o poder foi entregue em Suas mãos, para que Ele pudesse dar ricos dons aos homens, transmitindo o inestimável dom de Sua justiça ao impotente ser humano. Esta é a mensagem que Deus manda proclamar ao mundo. É a mensagem angélica que deve ser proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em grande medida” (idem, pág. 92, 1895).
A mensagem da justiça de Cristo há de soar desde uma até a outra extremidade da Terra, a fim de preparar o caminho ao Senhor. Esta é a glória de Deus com que será encerrada a obra (sic.) do terceiro anjo” (  6T 19 (1900).
            “A última mensagem de graça a ser dada ao mundo é uma revelação do caráter do amor divino. Os filhos de Deus devem manifestar Sua glória. Revelarão em sua vida e caráter o que a graça de Deus por eles tem feito” (Parábolas de Jesus, págs. 415, 416, edição de 1900).
Como Pedro, nós somos naturalmente auto dependentes. Por isso estamos com medo e negamos o nosso Salvador. Quanto mais cedo nós podermos perceber que não podemos reunir nosso próprio Ágape (amor altruísta), mais rapidamente Cristo pode dar-nos a Si mesmo e Seu amor Ágape vivido através de nós.
Como Estevão, temos que ver o quanto Cristo realizou pela raça humana — Ele está em pé à mão direita de Deus, uma posição de favor, nos representando! — Antes de podermos ser tão despreocupados com o poder do mundo (*como Cristo devemos demonstrar) que estamos dispostos a dar nossa vida.
Como Paulo, precisamos pessoal e corporativamente experimentar uma visão, uma mudança de paradigma, onde também ouvimos do Senhor como nós, como um povo temos lutado contra Ele, mesmo quando pensávamos que estávamos defendendo os marcos históricos.1 Temos de rever a nossa história de 1888 sob esta luz.
Somente com fidelidade a esta visão (como Paulo diante de Agripa) seremos capazes de chamar os outros ao arrependimento. (*Jesus disse a Paulo que o enviava aos gentios “para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados, e herança entre os que são santificados pela fé em Mim. Por isso, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial,Atos 26: 17 a 19).
Como Jesus, devemos olhar para Deus por direção a cada momento para ver e tratar toda a humanidade a partir de Sua perspectiva.
            “Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se Um morreu por todos, logo todos morreram: E [que] Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou. Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, contudo agora já não O conhecemos deste modo” (2ª Coríntios 5:14-16).
Esta é a fé de Jesus, que leva à obediência aos Seus mandamentos.
Do Pastor William W. Prescott2 temos a seguir trechos dos seus Sermões de Armadale:
"Aquele que diz que está nEle, também deve andar como Ele andou" (*1ªJoão 2:6). Não como os homens dizem que Ele andava, mas como Ele andou. E como nós sabemos como Ele andou? — Ao ler e estudar a Sua vida. É aí que encontramos como Cristo andou, e lá encontraremos como devemos andar. E vamos andar como Ele andou, não totalmente como uma obrigação, mas como um resultado. Se alguém diz que permanece em Cristo, e não anda como Ele andou, sua vida é contrária à sua profissão. Nós não nos apossamos de Cristo, tentando andar como Ele andou, nós não permanecemos em Cristo, tentando andar como Ele andou, mas nós primeiro entramos em Cristo, e então, como consequência, assim como o ramo irá produzir o fruto da videira, assim também o cristão, que realmente permanece em Cristo, traz o mesmo fruto que Ele portou, andar como Ele andou” (BEST Bible Eco and Signs of Times — de 2 de dezembro de 1895).
            “Deixe a escritura dizer como Ele andou: ‘Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai’ (*João 15:10). A vida de Deus permanece naquele que permanece em Cristo, e a Escritura se cumpre: ‘Neles habitarei, e entre eles andarei’ (2ª Cor. 6:16). Deus em Cristo, por Seu Espírito Santo habitando no homem, anda nele. Isso mostra como podemos andar como Cristo andou” (*Novamente, 1ªJoão 2:6). (Idem, 9 de dezembro de 1895).
 “O que Cristo fez como chefe desta nova família (*— a humanidade), nós fizemos nEle. Ele era o nosso representante, Ele Se fez carne, Ele tornou-Se nós. Ele não Se tornou apenas um homem, mas Ele Se fez carne, e todo aquele que deve nascer em Sua família é representado em Jesus Cristo, quando Ele viveu aqui na carne. Você vê, então, que tudo o que Cristo fez, todo aquele que se conecta com esta família é dado o crédito de como fazê-lo em Cristo. Cristo não era um representante fora dele, desligado dele, mas como Levi pagou dízimos em Abraão, (*Heb. 7: 9 e 10), todo aquele que deve nascer nesta família espiritual, faz o que Cristo fez” (idem, 6 de janeiro de 1896).
 “Escrever a lei no coração é simplesmente ter Cristo habiando em nós. Cristo era a lei viva, a lei da vida. O Espírito de Cristo é o Espírito daquela vida divino-humana que vivia em obediência aos mandamentos de Deus. Esse é o Espírito que Ele coloca sobre nós, Seu outro eu habitando em nós. A lei de Deus é ministrada pelo Espírito de Deus. Quando isso vem para o coração, é o próprio Cristo, que é ‘Cristo em vós, a esperança da glória’ (*Col. 1: 27). E quando Cristo entra em nossos corações, Ele é a lei viva, a lei de Deus, obrada em caráter. Cristo habitando em nossos corações, significa trazer o caráter de Deus em nossas vidas. Em guardar os mandamentos de Deus se manifesta o caráter de Jesus Cristo” (idem, 27 de Janeiro de 1896).



-Todd Guthrie


O irmão Todd Guthrie, é um médico adventista, membro da Mesa administrativa do Comitê de Estudos de Mensagem de 1888. Ele é ancião na sua igreja adventista local, e constantemente está envolvido em organizar e executar programas musicais para acontecimentos importantes da Igreja Adventista nos EUA e em outros países. Ele e sua família sempre aparecem no canal de televisão adventista Three Angels Broadcasting Network [Canal de Televisão Três Anjos] com música tanto vocal quanto instrumental.

Nota do tradutor:
1)           Não podemos nos esquecer que foram os adventistas históricos que rejeitaram a mensagem de 1888. Eles, realmente, pensavam que estavam defendendo os marcos históricos do adventismo.
“A indisposição de ceder a opiniões preconcebidas, e de aceitar esta verdade, estava à base de grande parte da oposição manifestada em Mineápolis contra a mensagem do Senhor através dos irmãos [E. J.] Waggoner e [A. T.] Jones. Promovendo aquela oposição, Satanás teve êxito em afastar do povo, em grande medida, o poder especial do Espírito Santo que Deus anelava comunicar-lhes. O inimigo impediu-os de obter a eficiência que poderiam ter tido em levar a verdade ao mundo, como os apóstolos a proclamaram depois do dia de Pentecoste. Sofreu resistência a luz que deve iluminar toda a Terra com a sua glória, e pela ação de nossos próprios irmãos tem sido, em grande medida, conservada afastada do mundo” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 234 e 235) 
2)           “Os Sermões pregados por William W. Prescott em Armadale, na Austrália, no outono de 1895, foram intitulados “A Lei em Cristo.” Eles foram publicados no Bible Echo nos dias 20 e 27 de Abril, 4, 11, 18, e 25 de Maio, e 1° de Junho de 1896. Cinco dias depois da publicação, Ellen White escreveu uma carta a Urias Smith, onde ela, pela primeira vez, se posicionou acerca da Lei em Gálatas. Nessa carta, ela usou muitos dos conceitos apresentados por Prescott. Também descreveu o sucesso obtido por Satanás em manter a mensagem “afastada de nosso povo” e “afastada do mundo” [Carta 96, 1896], o que podia ser visto no fato de o Comitê do Livro, em Battle Creek, haver rejeitado esse manuscrito dos sermões de Prescott, declarando que continha “erros fundamentais.” (W. W. Prescott, Gilbert Valentine, pág. 116). Em resposta à decisão desse Comitê, Ellen White declarou: “O Comitê do Livro tem seguido nos caminhos de Roma. Quando o material do Prof. Prescott foi condensado, e recusaram publicá-lo, eu disse a mim mesma: ‘Este comitê necessita do poder convertedor de Deus sobre seus próprios corações, para que possam compreender o seu dever.’ ... Eles não sabem o que devem condenar ou o que aprovar.”
“Como resultado do reavivamento da justificação pela fé entre os adventistas na Sessão da Associação Geral em Minneapolis, em 1888, houve rapidamente uma mudança no conteúdo do evangelismo público adventista. A discussão cessou, e surgiu uma abordagem centrada em Cristo. Ao invés de pregar apenas a lei, os adventistas agora pregavam uma mensagem que colocava Cristo no centro da lei. Obviamente, a mudança não foi universal de imediato, mas ocorreu uma tendência geral em direção ao foco em Cristo no conteúdo da mensagem.
“Um bom exemplo dessa tendência é a chegada de W. W. Prescott na Austrália em 1895. Ele chegou a Melbourne no final de 1895, na reunião campal de Armadale. Lembre-se de que as reuniões campais eram evangelísticas. Juntamente com Ellen White e outros, ele começou a pregar sermões em harmonia com a nova ênfase dos adventistas em Cristo.
“Os obreiros da igreja estavam surpresos, especialmente pelo preconceito contra os adventistas que havia se desenvolvido na comunidade. Thoughts on Daniel and Revelation [Considerações sobre Daniel e Apocalipse], de Urias Smith, foi distribuído de forma ampla por colportores, e seus pontos de vista arianos sobre a preexistência de Cristo fizeram com que muitos vissem os adventistas como uma seita herética e sub-cristã que negava a divindade de Cristo. Prescott respondeu à crítica pregando a doutrina cristã. “Seu tema do primeiro ao último foi Cristo”, relatou William C. White (*filho da irmã White). ‘Pregar Jesus como o professor Prescott tem feito’, acrescentou Arthur G. Daniells, ‘parece ter desarmado completamente as pessoas com preconceito.’ Ele sentiu que a imagem pública dos adventistas foi completamente revolucionada pelo professor.
“Evidentemente, essa nova ênfase no evangelho na década de 1890 ajudou a igreja a retomar seu crescimento, fazendo com que os adventistas aumentassem sua taxa de crescimento para próximo dos 25% na última década do século 19. Esse século terminou com uma ênfase muito forte no evangelismo público que incluiu uma abordagem muito mais centralizada na Graça e em Cristo ao compartilhar a mensagem” (extraído do site http://adventistas.org/pt/evangelismo/sobre-nos/historia-do-evangelismo-da-igreja-adventista/ cuja fonte usada foi o livro “Proclamação da Esperança”, de Russell Burrill.)
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