terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Lição 5—Os Sete Selos, por Paul E. Penno



Para 26 de jan. a 2 de ferv. de 2019

De acordo com O Grande Conflito,1 os sete selos são historicistas, virtualmente o que nós, como povo, mantemos por 160 anos. A nova luz de que precisamos desesperadamente não são cálculos de tempo alimentados por computador, mas a mensagem da justiça de Cristo que nos permitirá desenvolver um caráter semelhante ao de Cristo. A verdadeira motivação necessária não é aquela que é inspirada por novos períodos de tempo sensacionais, mas por uma apreciação mais profunda do que custou ao Filho de Deus nos redimir pela Sua cruz e Seu ministério no santuário. É isso que complementa a visão adventista das profecias e as torna relevantes e inspiradoras.
Os sete selos são uma dessas “grandes linhas de profecia”2, que é historicamente paralelo às sete igrejas e às sete trombetas. Os selos são uma revelação de Cristo através de mensageiros celestiais desde o tempo dos apóstolos até a segunda vinda de Jesus.
Cristo está nos dizendo através dos selos que o evangelho imaculado da igreja primitiva seria uma grande bênção na vida daqueles que o receberam e que o evangelho seria rejeitado ao longo do tempo pelo chamado Cristianismo, resultando em terríveis aflições e perseguição para aqueles que a proclamaram. Levaria esses longos vinte séculos para recuperar o evangelho apostólico e exceder com clareza sua proclamação ao mundo. Exatamente como isso seria realizado é um desvelar de Jesus Cristo a partir de 1844 e seu desdobramento posterior na mensagem de 1888.
Os “quatro seres viventes” apreciam o custo do Filho de Deus em dar a vida pelos habitantes da Terra. Eles O amam tanto que prendem a atenção de João (Apo. 6:1) na comissão de “mensageiros-anjos de Deus para a Terra, trazendo pessoas ao arrependimento, vida e vitória; protegem os justos e mantêm sob controle os ímpios”.3
A Igreja cristã primitiva sob a liderança dos apóstolos de Jesus foi movida com amor divino para proclamar Cristo crucificado e ressuscitado dos mortos. O “cavalo branco” é a era efesiana da Igreja antes de perder o seu primeiro amor (Apo. 2: 4).
Segue-se no tempo o cavalo vermelho flamejante, representando o encontro do evangelho com violência e derramamento de sangue. E, então, as condições de fome do “cavalo negro” durante a idade das trevas (1.260 anos), quando era tão difícil encontrar a pureza do evangelho quanto em tempos econômicos tão ruins, leva um dia para comprar um pouco de trigo e cevada (Apo. 6:5, 6). O cavalo amarelo significa morte e destruição para os fiéis mártires.
O quinto selo encontra o sangue dos mártires clamando por justiça divina. Agora segue terremotos e fogos celestiais no sexto selo chamando a atenção para o cumprimento da profecia bíblica nos séculos XVIII e XIX.
Ellen White escreve:
“Especialmente devem Daniel e o Apocalipse merecer a atenção como nunca dantes na história de nossa obra. ... Quando nós, como um povo, compreendermos o que este livro [Apocalipse] para nós significa, ver-se-á entre nós grande reavivamento.”4
Aqui está nossa chuva serôdia e alto clamor que prepara um povo, finalmente, na longa e sórdida história da Terra, para uma compreensão mais clara do evangelho, a fim de proclamá-lo a toda nação, tribo, língua e povo.
A mensagem do terceiro anjo foi proclamada nos quatro cantos da Terra por mais de um século. Mas até agora, eles não prepararam um povo para a vinda de Jesus. Os três anjos precisam de ajuda. Eles não podem fazer tudo sozinhos. Carecem do derramamento do Espírito Santo em proporções de chuva serôdia, assim como os apóstolos no dia de Pentecostes, apenas em maior grau. É por isso que João “viu outro anjo descer do céu, que tinha grande poder; e a terra foi iluminada com a Sua glória” (Apo. 18:1).
Como essas profecias da formação dos selos estão relacionadas à mensagem de 1888 da justiça de Cristo? A mensagem de 1888 foi enviada pelo Senhor para validar o entendimento das profecias que nossos pioneiros perceberam. Tivesse a mensagem de 1888 sido aceita, nosso entendimento profético teria sido completado e o “grande reavivamento” prometido teria preparado aquela geração para a vinda do Senhor.

Paul E. Penno
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Notas finais:                                                 

1) Ellen G. White, O Grande Conflito, pág. 321;                                         

2) ibidem;                                                                                                      

3) Robert J. Wieland, O Evangelho em Reveração, pág 37                        

4) Ellen G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 112 e 113, ênfase acrescida
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Notas:                                                              

No vídeo deste tema desta semana você pode ver e ouvir o pastor Paul Penno https://youtu.be/ey5J9F-Cu4E

Esta lição em inglês está na internet no sitio: http://1888message.org/sst.htm
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Biografia do autor, Pastor Paulo Penno:
Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há 42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia.” (Este livro postamos, por inteiro, no nosso blog Ágape Edições (agape-edicoes.blogspot.com.br) em 1º de agosto de 2017). Ao longo dos anos o Pr. Paulo Penno, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
  
    Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Lição 4—Dígno é o Cordeiro, por Ann Walper



Para 19 a 26 de janeiro de 2019

Apocalipse capítulo 1 descreve o advogado representando o mundo caído. Nos capítulos 2 e 3, lemos as acusações. Em seguida, nos capítulos 4 e 5, somos conduzidos ao tribunal do universo e mostramos o juiz e o júri. O tribunal celestial permanecerá em sessão até que o tempo de graça seja encerrado, após todos os casos terem sido apresentados, todas as evidências terem sido ouvidas e todos os fatos terem sido investigados, então o julgamento será proferido para a execução da sentença—Aquele que for injusto permaneça injusto, e aquele que é imundo permanecerá imundo; aquele que é justo permanecerá assim, e aquele que é santo será santo por toda a eternidade (ver Apo. 22:11).
Talvez você tenha dúvidas sobre o resultado desses procedimentos celestiais. Os mensageiros de 1888 nos dão boas notícias. “Certamente todas as dúvidas quanto à aceitação para com Deus devem ser descartadas. Mas não é. O coração maligno da incredulidade ainda sugere dúvidas. ‘Creio em tudo isso, mas . . .’ Espere, pare aí mesmo, se você cresse não diria ‘mas’. . . . Agora a questão é: você se entregou a Ele? Se o fez, pode ter certeza de que Ele aceitou você. Se não é Dele, é somente por ter recusado entregar a Ele aquilo que Ele adquiriu. Você O está defraudando”.1
O povo de Deus não tem nada a temer desse processo judicial, porque nos foi prometido que o julgamento “fez justiça aos santos” (Dan. 7:22).
Enquanto o caos político, social e até ambiental está aumentando em todo o mundo, temos a certeza da estabilidade no centro do universo, onde o nosso Deus está entronizado e no comando de todas as coisas. Alto e elevado, nosso Deus é o ponto focal de tudo quanto existe. A mensagem do evangelho eterno chama todo o mundo a adorar o Criador que fez o céu e a terra e todas as coisas que existem (Apo. 14: 6,7). Este Ser divino é identificado como digno de “receber glória, honra e poder” (Apo. 4:11). Cristo nos ensinou a orar ao Pai porque Dele é o reino e o poder e a glória que permanecerão para sempre (ver Mat. 6:13). Nosso Deus está “muito acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro” (Efé. 1:21).
A descrição de Apocalipse da grandeza do trono de Deus, embora ofuscante para a nossa mente entenebrecida, falha em descrever completamente a sua maravilha. O templo de Salomão em Jerusalém era a estrutura mais magnífica do mundo, e os arquitetos modernos avaliaram o seu valor em mais de noventa bilhões de dólares. Ficamos admirados com tal estrutura, sem vontade de até mesmo colocar as solas de nossos sapatos sujos sobre o seu piso deslumbrante. Mas Aquele que está no majestoso edifício celestial está além da descrição em Sua glória e esplendor, inacessível na luz em que habita (1ª Tim. 6:16).
No santuário celestial não há lugar para frivolidade ou exaltação própria. Os que se fazem presente lá só podem cair sobre os seus rostos diante de Deus em total humildade. Isso deve nos dar orientação sobre como nos conduzimos na casa de Deus no sábado pela manhã. A hora do culto é sagrada e deve refletir o que acontece no santuário celestial na manhã de sábado. “Dizeres frívolos que se adequariam ao salão de dança” não têm lugar no culto cristão. Isso faz com que “os puros anjos ajuntem a sua luz ao redor deles, e as trevas envolvam os que estão naquela igreja. Os anjos estão saindo de cena. A tristeza está nos semblantes [dos anjos]. Eis que estão chorando”.2
Pouco pensamento se dedica ao santuário celestial na igreja hoje, mas “este verdadeiro sacerdócio, ministério e santuário de Cristo no céu é muito claro no Novo Testamento para ser negado por qualquer possibilidade. No entanto, diante de tudo isso, é uma coisa sobre que quase nunca se pensa, sendo quase desconhecido, e até mesmo dificilmente crido, no mundo cristão de hoje”.3
No capítulo 5 nossa visão é transferida da magnificência do trono de Deus, que é demais para nós compreendermos, para um “Cordeiro como havendo sido morto” (Apo. 5: 6). Uma voz forte proclama: “Digno é o Cordeiro que foi morto!” (Apo. 5:12) A palavra grega para “morto” significa levado à morte com violência, massacrado. O apóstolo João usou a mesma palavra ao descrever o assassinato por Caim de seu irmão (1ª João 3:12), e Caim matou o seu irmão por causa da violência e do mal em seu próprio coração. Portanto, podemos concluir que este Cordeiro em pé diante do trono de Deus é uma vítima inocente. Nossa maldade massacrou o inocente Filho de Deus. Pare e pense da próxima vez que for tentado a pecar.
 “Quando o apóstolo olhou para a cidade, para o lugar onde milhares de anjos estavam reunidos diante do trono, viu no meio dela um Cordeiro, como havia sido morto. Nós chegamos à inumerável companhia de anjos, e Jesus, o Mediador, e ao sangue da aspersão. . . . Seu sangue é derramado, e é contado por nós, porque Ele se identifica conosco em nosso pecado e, quando nos apegamos a Ele pela fé, Ele entra em nossos corações, e Seu sangue está sempre fluindo para purificar o pecado”.4
Por que os vinte e quatro anciãos e a hoste angélica proclamam este Cordeiro como “digno”? Era Ele “digno” da justiça da lei quebrada à qual Se rendeu, e que exigia a vida do pecador? Era Ele “digno” da morte que recebeu? Era Ele “digno” da brutalidade de Sua crucificação e rejeição pelos homens que veio salvar? Do que Ele é digno? Ele é digno de “receber poder [autoridade], e riquezas [abundância], e sabedoria [em executar os Seus conselhos], força [poder para manter o pecado sob controle], e honra [preeminência de hierarquia], e glória [mais alto louvor] e bênção [louvor elaborado]” (Apo. 5:12).
Destes Ele é “digno”—mas por quê? Porque esteve disposto e capaz de “dar a vida pelos Seus amigos” (João 15:13). “Enquanto ainda éramos pecadores” e “[Seus] inimigos”, Cristo “morreu por nós”. O Cordeiro foi brutalmente morto para a salvação dos “ímpios” (Rom. 5:6-10). E agora Ele está diante do trono de Deus para pedir o Seu sangue derramado em nosso favor. Por favor, não interprete mal isso. Deus não é o ogro irado como o paganismo O proclama. Não! Deus é Aquele que deu o Cordeiro Sacrificial para efetuar a reconciliação entre pecadores e Seu caráter santo. “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo” (2ª Cor. 5:19). Foi Deus quem estabeleceu a Cristo para ser uma expiação por nós através da fé em Seu sangue (ver Rom. 3: 24,25). A Terceira Pessoa da Divindade também está envolvida em nossa salvação como os “sete Espíritos de Deus enviados a toda a Terra”, sete indicando a plenitude e integridade de Sua obra.
Sabendo que tanto nos foi dado para efetuar a conclusão do “mistério de Deus” (Apo. 10:7), que é “Cristo em vós, a esperança da glória” (Col. 1:27), por que continuar hesitando em acreditar nas boas novas? O que na Terra é tão atraente para desejarmos do que ver a Cristo e Seu Pai vindicados das acusações falsas e cruéis levantadas contra Eles por Satanás quando caiu no céu?
 “Eis que modo de amor o Pai nos concedeu, o de que fôssemos chamados filhos de Deus” (*1ª João 3: 1). Na tentativa de qualquer descrição desse amor, sentimos que somos como uma criança balbuciando suas primeiras palavras, em silêncio podemos adorar, pois o silêncio nesta questão é a única eloquência. Esse amor está além de toda linguagem para ser descrito. Deus na carne, Deus em Cristo e a Divindade na humanidade, Cristo rebaixando-Se em humildade sem paralelo, para que em Sua exaltação ao trono de Deus também pudesse exaltar aqueles que creem Nele, para se assentarem com Ele em Seu trono. Todos os que veem a Jesus com fé que as feridas e as cicatrizes que o pecado fez serão curados Nele, serão feitos sãos”.5
 “Está escrito que ‘nos dias da voz do sétimo anjo, quando ele começar a soar, o mistério de Deus deveria estar terminado’. Apo. 10:7 O mistério de Deus ‘é Cristo em vós, a esperança da glória’. Col. 1:26, 27”.6
“O tempo da vinda do Senhor e a restituição de todas as coisas está de fato às portas. E quando Jesus vier, será para levar o Seu povo para Si. É para apresentar a Si mesmo a Sua gloriosa igreja”, não tendo ruga, ou qualquer coisa assim’, mas ‘pura e sem defeito’. É ver-Se perfeitamente refletido em todos os Seus santos. . . .
 “Esta consumação é realizada na purificação do santuário, que é a conclusão do mistério de Deus, que é a eliminação final da transgressão, o cumprimento de um fim completo dos pecados, a reconciliação pela iniquidade, a introdução da justiça eterna, o selamento da visão e profecia e a unção do santíssimo”. [Veja Daniel 9:24].7
 “Os temas da redenção são temas importantes, e somente aqueles que são espiritualmente conscientes podem discernir sua profundidade e significado.”8

--Ann Walper

Notas finais                                   

1) E. J. Waggoner, Cristo e Sua Justiça, págs. 82, 83; edição Glad Tidings (1999).

2) Ellen G. White, Testemunhos para a igreja, vol. 1, pág. 506.

3) A. T. Jones, O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã, pág. 92;  edição Glad Tidings (2003).

4) E. J. Waggoner, "Cristo nossa Páscoa," The Present Truth, de 25 de out. de 1894.

5) Ellen G. White, "The Teacher of Truth the Only Safe Educator," (O professor da verdade, o único Educador Seguro); Review and Herald, de 17 de nov. de 1891.

6) A. T. Jones, “Nota Editorial” The Advent Review and Sabbath Herald, de 13 de dez. de 1898.

7) A. T. Jones, O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã, pág. 125 e 126; edição Glad Tidings.

8) Ellen G. White, Review and Herald, de 17 de nov. de 1891.

Notas:                                                            

No vídeo deste tema desta semana você pode ver e ouvir o pastor Paul Penno https://youtu.be/IQKVcZex5NI

Esta lição em inglês está na internet no sitio: http://1888message.org/sst.htm
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Biografia da autora:

A irmã Ana Walper é uma adventista dedicada à pesquisa bíblica e às atividades da igreja. Atualmente ela é diretora dos departamentos de liberdade religiosa; escola sabatina; saúde e temperança, e é coordenadora de uma das unidades evangelizadoras da escola sabatina. É também ativa instrutora bíblica. Profissionalmente é enfermeira padrão, e durante as férias escolares ela trabalha como enfermeira voluntária em acampamentos da juventude adventista nos estados de Tenneessee e Kentucky nos EUA. Ela é também escritora independente já por 16 anos em jornais de sua cidade sobre as boas novas de Cristo e Sua Justiça.

Atenção: Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Lição 3—A mensagem de Jesus às sete igrejas, por Robert J. Wieland



Para 12 a 19 de janeiro de 2019

  
Se você estiver viajando para um lugar distante, é aconselhável levar um mapa [ou GPS]. Você pode ler os nomes das cidades, rios ou montanhas que indicam onde está a qualquer momento. Desta forma, pode saber quando está chegando ao destino.
Quando, quase 2000 anos atrás, o apóstolo Paulo escreveu a sua primeira carta à Igreja em Tessalônica, escreveu como se acreditasse que a vinda do Senhor estava muito próxima, naquele tempo. Na verdade, ele escreveu como um profeta inspirado, tal como os profetas do Antigo Testamento, que também descreveram o Dia do Senhor como muito próximo em seu tempo. É como olhar para uma montanha distante numa manhã nítida e clara—parece muito perto, mas em geral a neblina pelo meio lhe diz que está a muitos quilômetros de distância.
Paulo corrigiu essa impressão errada escrevendo sua segunda carta aos tessalonicenses. Ele deixou claro que o Senhor não viria durante vida daqueles que estavam vivendo naquele tempo. O “mapa” indicava que muitas coisas devem vir antes que “aquele dia” possa chegar. Ao contar aos tessalonicenses o que deve acontecer antes de Jesus vir pela segunda vez, Paulo se refere às profecias de Daniel com respeito ao grande “afastamento” ou apostasia da Idade das Trevas.
A partir do tempo de Paulo, a jornada no “mapa” seria longa, e muitos eventos devem primeiro acontecer antes que o Senhor retorne. A “apostasia” ocorreu várias centenas de anos após a época dos apóstolos e continuou por toda a Idade das Trevas até o nosso “tempo do fim”.
O “mapa” profético também se desdobra diante de nós no livro do Apocalipse. A história da Igreja de Deus desde o tempo dos apóstolos até a vinda do Senhor é revelada na história das “sete igrejas” de Apocalipse 2 e 3. “Éfeso” é a Igreja primitiva dos apóstolos; “Esmirna” é a Igreja dos primeiros séculos que sofreu perseguição sangrenta nas mãos do Império Romano; “Pérgamo” é a Igreja que desfrutava de apoio e patronato entre os anos 300-500 dC do império “cristão”; “Tiatira” é a Igreja fiel ao Senhor na longa Idade das Trevas.
Em sua mensagem a Tiatira, Jesus dá o primeiro indício de que nossa jornada no “mapa” está se encaminhando para “o tempo do fim”. Ele diz: “Conserva o que tens até Eu vir . . “..
Eu vos darei a estrela da manhã” (Apo. 2:25, 28). A noite estava passando—a manhã viria logo!
“Sardes” é a Igreja do período da Reforma que encerrou a Idade das Trevas; “Filadélfia” é a Igreja na época em que aqueles que amavam a Bíblia começaram a perceber que estavam vivendo no “tempo do fim”. Testemunharam os primeiros “sinais” visíveis da vinda de Cristo. Para eles, Jesus disse: “Eis que cedo venho” (Apo. 3:11). O “mapa” está se desdobrando através dos séculos. Podemos “ver” que nossa longa jornada está chegando ao fim. Os eventos que Paulo mencionara aos tessalonicenses tinham ocorrido agora, e os cristãos em muitos países começaram a despertar como de um longo sono e a pensar na segunda vinda de Cristo. Essas pessoas eram chamadas de “adventistas”.
 “Laodiceia” é a última das sete igrejas e nos leva ao fim.
Apocalipse indica que “o anjo da Igreja de Laodiceia” por fim falhará e ultrapassará um ponto sem retorno? Se assim for, seria a primeira das sete Igrejas a fazê-lo. Sempre nas seis mensagens precedentes havia promessas “àquele que vencer”, e no final, cada um desses “anjos” passou a tocha da verdade para a geração seguinte, apesar de muitos fracassos e apostasias, e apesar do fato de que nenhuma em eras passadas compreendeu completamente a verdade como ainda estava para ser revelada.
O ensinamento de O Grande Conflito é claro que Deus sempre teve um remanescente ao longo da história que Lhe foi fiel. Esta é a importância de Apocalipse 12, onde lemos sobre a verdadeira Igreja como “a mulher [que] fugiu para o deserto”, onde foi alimentada. Assim, a identidade da verdadeira Igreja permaneceu intacta durante todas as eras passadas.
Isso significa que as seis mensagens anteriores a Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes e Filadélfia não falharam em seu objetivo. Nenhuma delas tinha a intenção de preparar um povo para a trasladação, e nenhuma o fez; mas em cada era sucessiva cada “anjo” prestou atenção à sua mensagem e preservou a Igreja e sua verdade essencial para que “o anjo da Igreja de Laodiceia “ pudesse finalmente construir sobre ela. De maneira alguma um cristão verdadeiro pode dizer que o ministério de Cristo “que caminha no meio dos sete candelabros de ouro” (Apo. 2: 1) tem sido um fracasso, ou que acabará se tornando um fracasso. Dizê-lo lançaria desprezo a Sua cruz e Seu ministério sacerdotal.
Nenhuma das Igrejas precedentes foi convidada a compartilhar o trono de Cristo, mas o “anjo da Igreja de Laodiceia “ é assim convidado. Mas se o anjo falha e é vomitado, a promessa final deve falhar, e tal último fracasso colocaria em dúvida a “vitória” de todas as seis Igrejas anteriores. As mensagens para as sete Igrejas são uma unidade total, e o fracasso da última reprova todas elas.
Isto é prontamente visto pelo fato de que todos os crentes em Cristo das gerações anteriores que estão agora dormindo em seus túmulos devem permanecer ali presos até que Cristo retorne; e Ele não pode retornar até que o problema de Laodiceia seja resolvido. Assim, a verdade solene é que o sucesso final de todo o plano de salvação depende de sua hora final, e essa hora é a superação trazida à vista em Apo. 3:21.
Não é difícil entender como o inimigo de toda a justiça quer atacar e negar a possibilidade e a certeza dessa vitória final.
 Foi na história de 1888 que nosso Senhor “bateu” como um Amante Divino buscando a entrada na porta de Sua futura noiva. A citação direta de Jesus da Septuaginta é um comentário inspirado que diz: “A mensagem de Laodiceia deve ser entendida à luz de Cantares de Salomão”. Se Cristo não é onisciente (Ele diz que não sabe o tempo de Sua segunda vinda—Mar. 13:21), talvez não tenha conhecido o resultado do apelo de 1888. Não podemos apreciar Sua divina ansiedade de tomar para Si a Sua futura noiva? Não podemos sentir como Cristo, “o amante”, esperava contra a esperança de que ela iria responder?
Mas Ellen White disse depois: “O desapontamento de Cristo está além de descrição”.1 O Cântico de Salomão conta o que aconteceu melhor do que os nossos próprios historiadores disseram.
Note como Ellen White claramente relaciona a fraseologia do Cântico dos Cânticos com os resultados da mensagem de 1888:
“A vida cristã, que antes parecia-lhes [aos jovens] indesejável e cheia de incoerência, agora aparecia em sua verdadeira luz, em notável simetria e beleza. Aquele que fora para eles como uma raiz em terra seca, sem forma ou graciosidade, tornou-se o 'principal entre dez mil' [Cântico dos Cânticos 5:10] e Alguém inteiramente amável”.2
É uma história de amor, na verdade—a mais pungente já escrita. Ela respira a mesma esperança de reconciliação e reunião final que a mensagem de Laodiceia.
Por tal esperança vale a pena morrer e vale a pena viver. Se nossas pobres e pequenas almas forem finalmente salvas e chegarmos ao Céu para aproveitar nossas recompensas—isso não é de todo importante. O importante é que o amante profundamente desapontado e o Noivo receberão a Sua recompensa, que Ele finalmente receba como Sua Noiva uma Igreja que SEJA capaz de uma verdadeira apreciação Dele de todo o coração.
 
            Dos escritos de Roberto Wueland

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Notas finais:                                                      
1) Ellen G. White, Review and Herald, de 15 de dezembro de 1904.               

2) Idem 12 de fevereiro de 1889                                                                       
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Notas:                                                            
O video deste tema desta semana você pode ver e ouvir o pastor Paul Penno

Esta lição em inglês está na internet no sitio: http://1888message.org/sst.htm
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 Biografia do autor, Pr. Roberto Wieland:       
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. Autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, pediram à Associação Geral que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888. 38 anos depois, em 1988, a Associação Geral atendeu o pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888.
Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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