sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Lição 13 – O Profeta Isaías—“Eis-me aqui, envia-me a mim”

Isaías foi grandemente abençoado com o fato de que tinha um chamado positivo, bem direto, para seu ministério profético. Ele não tinha razão para abrigar dúvidas quanto a se o Senhor o havia chamado.

Às vezes nós, nos tempos modernos, pomos em dúvida se o Senhor nos tem chamado. “Mestre, tens uma obra para mim?” é o título de um antigo hino que costumávamos cantar quando eu era criança. É um grande incentivo para um jovem ser-lhe dito, por um respeitável ancião que Deus o está chamando para algum lugar em Sua obra. Eu me recordo! Foi 75 anos atrás.

Mas o chamado do Senhor a Isaías não foi de um modo em que desejaria contar para todos, a ponto de fazerem uma festa em sua honra celebrando isso. “Viva! Isaías tem um trabalho de atuar na obra do Senhor!”

Não, o jovem profeta foi dominado por um senso de sua própria indignidade—e de modo bem penoso. Antes que pudesse apreciar o seu ministério profético tinha que reconhecer o seu ministério pastoral. Sua primeira preocupação foi com a língua—seus lábios eram “impuros.” Como poderia ministrar a palavra de Deus com lábios impuros?

Ele reconheceu que de si mesmo estava gerando algumas mensagens não-santificadas, inconscientemente mundanas, espalhando descrença e mundanismo entre o povo de Deus. “Lábios impuros”! Sentiu-se profundamente convencido do pecado básico do seu coração.

Quem dera a visão de Isaías pudesse ser compartilhada por todos nós hoje! Nenhum sermão devia ser pregado de um púlpito sagrado mediante “lábios impuros”. Nenhuma lição da Escola Sabatina devia ser ensinada por “lábios sujos”. Se confiarmos em nossa educação na faculdade ou no Seminário Teológico, muito provavelmente estaremos falando com “lábios impuros”—não que (*necessariamente) a educação em si tenha sido defeituosa, mas o fato é que o orgulho tem inconscientemente sido misturado com a nossa “educação”, que agora foi transformada num programa de obras. Desse modo nossa condição laodiceana de orgulho espiritual pode desenvolver-se. Sem o sabermos, isso ocorre inconscientemente, até que sejamos iluminados pelo Espírito Santo mediante o Seu dom do arrependimento.

Que ninguém julgue que se estivermos profundamente convencidos de nossa pecaminosidade interior, tal fato nos desqualifica para o serviço do Senhor; a experiência de Isaías no capítulo 6 nos incentiva a perceber que pelo menos somos estudantes do “seminário teológico” real de ensino do Espírito Santo: Sua convicção do pecado desce fundo até onde convencimento importa. Estas são boas novas!

A experiência de Isaías será a dos 144.000 de Apocalipse 14:1-5. Uma profunda convicção do pecado representa boas novas, porque significa que a vitória sobre o pecado está tendo lugar; aqueles que se apresentam perante o trono de Deus “sem culpa” foram grandes pecadores, convencidos pelo mesmo Espírito Santo que convenceu o jovem Isaías. Ele sentiu no íntimo o “ai de mim”! Esses 144.000 receberão a mesma convicção de pecado com gratidão de coração, e é por isso que encontraram o seu lugar de honra em Apocalipse 14!

Estas palavras, “Ai que mim! Estou perdido!” devem ser proferidas somente ao Senhor em profunda privacidade da oração secreta. Não devem ser pronunciadas apressadamente enquanto corremos para assistir à TV. E você não irá conseguir “pontos” se espera e espera sobre os joelhos até que essa convicção de pecado se torne dominante em sua consciência; o Senhor está operando em seu coração! O salmista declara, “esperei e esperei e esperei pelo Senhor, e Ele inclinou para mim e ouviu meu grito" (Salmo 40:1. No original hebraico não ocorre a expressão “com paciência”—o verbo é meramente repetido diferentes vezes). (*A Almeida fiel diz: “Esperei com paciência no SENHOR, e ele Se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor”).

Você não estará “esperando” como se fosse num consultório de um médico muito ocupado agora para vê-lo; você está esperando e esperando no “consultório” do Senhor, porque o seu coração carece de ser desviado de seu natural amor pelo eu e pelo mundo.

Como pecadores, precisamos aprender a “conhecer o Senhor”, e isso leva tempo. Não o façamos com impaciência.

É tempo bem gasto!
—Robert J. Wieland

Tradução de Azenilto Guimarães Brito.
Edição e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.



O Elias de Hoje também deve combater a Apostasia

Leia da lição de sexta-feira, 26 de setembro de 2008, o texto de Profetas e Reis, p. 320, onde a serva do Senhor diz que “As exortações do profeta [Elias] ... não foram em vão. Houve alguns que deram fervorosa atenção, e que voltaram de seus ídolos para o culto a Jeová.”

Jezabel era uma patrona zelosa da escola teológica de Baal. (Wm. Covert, “Jezebel,” The Advent Review and Sabbath Herald, de 15 de Out. de 1901, págs. 666, 667.) Israel tinha estado se movendo por sobre um século na esfera de influência religiosa de seus vizinhos ao norte—Sidon. Embora o baalismo e a promessa perpétua do concerto de Jeová fossem opostos, nos dias de Acabe a acomodação tinha se tornado completa, de tal modo que poucos podiam fazer a distinção. Jezabel era a princesa filha de Etbaal, rei de Sidon. Quando Acabe tomou-a por sua esposa não havia nenhum matiz de diferença entre a verdade e o erro, entre Jeová e Baal e nenhum protesto na terra contra esta apostasia, exceto o que lemos de Elias, pois muitos reis tinham estabelecido um precedente, a ponto de isto tornar-se prática comum.

Desde os dias do profeta Samuel, o Senhor tinha estabelecido as escolas dos profetas por toda a terra para educar as pessoas nos princípios verdadeiros da lei e do evangelho. Jezabel empreendeu uma política sistemática de exterminação dos seletos professores do Senhor e importou sacerdotes e profetas de Baal. Ela fez isto tão eficientemente que Elias pensou que ele era o único leal a Jeová que restara. Estes educadores e coadjutores, ao todo oitocentos e cinqüenta, eram sustentados pela rainha, e instalados por todo o reino. Suas atividades de re-educação solidificaram a predominância do baalismo em Israel e bem de perto sinalizou a extinção do conhecimento do Deus verdadeiro.

Em nossos dias a religião de Baal, ou do eu, não está morta de modo algum. "É tão fácil fazer um ídolo de falsas doutrinas e teorias como talhá-lo de madeira ou pedra. ... Embora numa forma diferente, idolatria existe no mundo cristão hoje tanto quanto existiu entre o antigo Israel nos dias de Elias. O deus de muitos professos sábios homens, de filósofos,... de muitas faculdades e universidades, mesmo de algumas instituições teológicas—pouco melhor é do que Baal, o deus-Sol da Fenícia. (Ellen G. White, O Grande Conflito, pág. 583).

Os ensinos predominantes de justificação pela fé do ambiente religioso contemporâneo são confirmados pela serva do Senhor. "Os preconceitos e opiniões que prevaleceram em Minneapolis não estão mortos de modo algum; as sementes semeadas lá em alguns corações estão prontas para saltar à vida e produzir uma colheita semelhante. Os topos foram cortados, mas as raízes nunca foram desarraigadas, e eles ainda suportam seu ímpio fruto para envenenar o julgamento, perverte as percepções, e cegar o entendimento dos com quem você se liga, a respeito da mensagem e mensageiros. ... A infidelidade tem estado fazendo invasões em nossos campos; pois é moda afastar-se de Cristo, e dar-se lugar ao cepticismo. Para muitos o grito do coração tem sido, 'Nós não teremos este homem reinando sobre nos'. Baal, Baal, é a escolha. A religião de muitos entre nós será a religião do Israel apostata, porque amam o próprio caminho, e abandonam o do Senhor. A religião verdadeira, a única religião da Bíblia, que ensina perdão só pelos méritos de um Salvador crucificado e ressureto, que advoga justiça pela fé do Filho de Deus, foi desprezada, combatida, zombada, e rejeitada. ... Que tipo de futuro está perante nós se falharmos em vir à unidade da fé [de 1888]?” (Ellen G. White, carta B-24 "À Conferência Geral," escrita em 1889, e que você pode ver na série de 4 volumes, publicada pela Conferência Geral em 1998: Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 1, págs. 444, 445)

Destas palavras solenes torna-se aparente que a igreja de Laodicéia permitiu Jezabel ensinar baalismo a seus filhos. A mensagem de Elias agora vem para converter os corações dos pais aos filhos, e os corações dos filhos aos pais. "Quando Elias estava aqui em pessoa, seu trabalho maior era derrotar Jezabel e seu sistema de ensino, e em seu lugar reinstalar os profetas do Senhor em seu trabalho nas escolas dos profetas. Ele está agora a fazer o mesmo bom trabalho entre os laodiceanos. A Laodicéia Acabe diz—“Segue Jezebel, minha esposa". O Senhor diz, "Ouvi vós a mensagem de Elias, e segue-Me.

A matéria acima foi adaptada do que o pastor da igreja Adventista
da cidade de Hayward, na Califórnia, EUA,
Paul Peno, comentou da lição 11.3T.07,
"Acabe e Jezabel: Abuso de Autoridade"

Tradução e edição de João Soares da Silveira.



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Hoje convivemos em nossa igreja com a NOVA TEOLOGIA

Na década de 1950 algumas modificações na nossa teologia que fora recebida através dos nossos pioneiros por estudo, oração e revelação do Esp. de Profecia, foram alteradas, por influência de dois pastores evangélicos, para evitar que a denominação fosse considerada seita.
Entre elas estavam temas como algumas questões da marca da besta. A lição da Escola Sabatina de 1958, 2º trimestre, que se propôs tratar do livro de Apocalipse, capítulo por capítulo, simplesmente omitiu o capítulo 13. Do 12 pulou para o 14. Tal foi a mudança que nenhum adventista de então aceitaria a Nova Teologia. A solução foi não se estudar tal capítulo. (Se alguém tiver ou localizar uma destas lições do 2º Trim. de 1958, apreciaria se me fornecesse uma cópia completa daquele trimestre).
Outra modificação daquela década foi na cristologia adventista, notadamente no que concerne à natureza que Cristo assumiu na encarnação. O plano da redenção está firmado no caráter de um Deus altruísta, que Se deu completamente a nós, amplamente revelado nas Escrituras: João 3:16, Rom. 8: 32, etc. Dizer-se, como passou a ser ensinado pela Nova Teologia, que o CRISTO encarnado foi isento de qualquer das paixões que corrompem os homens, ainda que esta isenção fosse a simples sombra de um único grau de imunidade, seria: apresentar-se um DEUS egoísta; dar a Satanás razão a seus argumentos contra Deus, e nulificar por completo o plano da salvação. E Deus não deixou ao léu nem mesmo os mais incultos e humildes cristãos sinceros. Basta ouvir-se um pregador e esperar que mencione este assunto da maneira correta como advertido em 1ª João 4: 2 e 3 onde nos é dada a regra áurea para identificarmos os verdadeiros mensageiros de Deus: “Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo...” e o vs. 6, ú. p., diz, “Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro.” É muito simples, não acha? Mas lembre-se que o conceito de carne no Novo Testamento é a nossa natureza pecaminosa. Pesquise com uma concordância bíblica, e você verá que não há referência alguma a carne santa. A glória e majestade do Salvador é sua humilhação em descer ao nosso nível.
Esta é, também, uma prova de discipulado. Releia o texto, ore e medite.
Até a década dos anos 1950 nossa igreja cria como os pioneiros receberam nossas doutrinas por inspirada outorga divina, isto é, Cristo, na encarnação, assumiu a nossa natureza caída. Confira isto em diversas citações do Esp. de Profecia, como O Desejado de Todas as Nações, pág. 49, e em outras publicações como as antigas edições de Estudos Bíblicos, págs. 140 e 141, em português. Em inglês: “Bible Readings for the Home Circle”, edições como a de 1916 da Pacific Press, e a de 1944 da Soutthern Publishing House. A que tenho é da Review and Herald, Washington D,C, de 1951. (ver nestas edições em inglês as págs. 120 e 121).
No Brasil nossas edições desta obra aderiram a este erro mais de 3 décadas depois, na edição de 1995; nela o referido capítulo foi simplesmente omitido sem explicação alguma. Temos em mãos duas antigas edições da CPB, a primeira, de meu sogro, da qual não consta a data da edição, mas ele me afirmou que já a possui por mais de 50 anos, e a minha, a 4ª edição, de 1972. Em todas estas edições, você encontra, no capítulo “Vida Sem Pecado”, às págs. 140 e 141 o seguinte:

“Em Sua humanidade, Cristo participou de nossa natureza pecaminosa, caída. Senão, não seria então ‘em tudo semelhante aos irmãos,’ não seria como nós em tudo ... tentado, não venceria como nós temos de vencer, e não seria, portanto, o completo e perfeito Salvador que o homem necessita e deve ter para ser salvo.”

O texto de João, acima citado, ao falar de quem crê na tese oposta, o chama obreiro do anticristo, e na mesma página lemos:

“A idéia de que Cristo nasceu de uma mãe imaculada ou isenta de pecado, sem herdar tendências para pecar, e por isso não pecou, põe-nO à parte do domínio de um mundo caído, e do próprio lugar onde é necessário o auxílio.”
À pág. 212: “Pelo dogma da imaculada conceição da virgem Maria [a igreja de Roma] nega haver Deus em Cristo assumido a mesma carne do homem caído, exatamente como o fazia Babilônia antiga” (O nosso Salvador é “Deus Conosco. Os deuses de Babilônia não habitam com os homens, Daniel 2:11).

Voltando às págs. 140 e 141, “De Sua parte humana, Cristo herdou exatamente o que herda todo filho de Adão—uma natureza pecaminosa. Do lado divino, desde a própria concepção, foi gerado e nascido do Espírito. E tudo isso foi feito para colocar a humanidade num plano vantajoso, e demonstrar que, da mesma maneira todo que é ‘nascido do Espírito’ pode obter idênticas vitórias sobre o pecado, mesmo em sua pecaminosa carne. Assim cada um tem de vencer como Cristo venceu. Apoc. 3:21. Sem este nascimento, não pode haver vitória sobre a tentação, nem salvação do pecado. João 3: 3-7.”
Temos, traduzido impresso e gravado em CD, um sermão feito pessoalmente pela Sra. White com o título “Cristo Tentado Como Nós”, publicado por ela. Se desejar possuir este “kit”, entre em contato conosco. Este sermão nunca foi impresso pela nossa organização. Quem me afirmou isto, foi o maior teólogo adventista em Cristologia, segundo me recomendou um dos lideres da Divisão Sul Americana ao telefone, anos atrás. Por coincidência este teólogo, que me foi recomendado para me ensinar sobre cristologia foi meu colega de sala no velho IAE, hoje UNASP I. Quando ele aqui esteve em Belo Horizonte almoçamos juntos em minha casa. Na ocasião eu exibi a ele o original do pequeno livreto em inglês, e lhe fiz esta indagação e ele me respondeu com um categórico “—NÃO”, isto é, tal folheto não havia sido publicado pela organização. E ele completou: “—Mas isto é fácil de se confirmar, vou pesquisar no “Centro White’, e lhe informarei. Nenhuma depreciação ou afirmação de falsidade da publicação foi expressa por ele, embora não o tenha folheado. Entendi, deste incidente, que ele o conhecia detalhadamente, pela clara e incisiva resposta ante o simples olhar que lançou ao exemplar do original; (mas posso estar enganado quanto a esta minha percepção). Até hoje estou aguardando a pesquisa prometida.

Voltando à página 141: “Deus, em Cristo, condenou o pecado, ... vindo e vivendo na carne, na pecaminosa carne, sem todavia pecar. Em Cristo Ele demonstrou que é possível, por Sua Graça e poder, resistir à tentação, vencer o pecado e viver uma vida sem pecado na pecaminosa carne.” ‘Deus enviando a Seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne.’ Rom. 8:3.

Agora irmãos, o que devemos fazer ante esta apostasia, tão similar à ocorrida nos dias de Acabe, Jezabel e Elias, que se instalou em nossa teologia nestas últimas 5 décadas?

Apenas algumas sugestões:

1º) Devemos orar por nossos lideres;
2º) Sair da igreja e fundar outro movimento? NÃO !!! Não existe uma 8ª igreja em Apocalipse. Esta é a igreja de Deus, como o era ISRAEL no tempo de Elias, e o presidente da Associação Geral daquela época era o casal imperial apóstata. A noiva vai estar pronta antes que o Noivo CELESTIAL volte (Apoc. 19:7), não necessariamente a Organização, mas com certeza há de ser um significativo e grande grupo de membros, O CORPO DE CRISTO.
3º) Estar cientes de que, como Deus respondeu a Elias, nós não estamos sozinhos no entendimento e observação da nossa original verdade que nos foi revelada através dos pioneiros.. Creio que existem hoje muitas e muitas vezes “7.000 que não dobraram seus joelhos a Baal” em todos os níveis da nossa igreja, desde a Conferência Geral, uniões, associações, missões, instituições as mais diversas, pastores, anciãos e demais irmão leigos, etc.. que têm ciência desta apostasia e não a apóiam.
4º) Devemos estudar estes assuntos, com jejum e oração. Há diversas publicações de livros traduzidos para o português que nos esclarecem tais dúvidas. São protestos contra os erros como fez Elias. Não são críticas à organização e sim puramente asseveração do que vem ocorrendo nestes últimos 50 anos em nossa organização com o fim de que haja reforma. Temos que fazer distinção entre crítica e protesto, caso contrário nunca se poderia falar nada, nem mesmo dos maiores absurdos. Todos estes assuntos vêm sendo expostos pelos canais competentes à organização, na Conferência Geral, desde os anos 50, por estes e outros pastores e demais escritores, bem como este que vos escreve.
Estive pessoalmente nos escritórios da Conferência Geral, em Silver Spring, Maryland, e fiz ali minha protestação de profissão de fé ao departamental competente para ouví-la. Também no campo local, Associação Mineira Central, há tempos, com o presidente. Na minha congregação local, igreja central de Belo Horizonte, com todos os pastores que por ela passaram nestas últimas décadas, para manter a transparência, sempre declarei meu irrestrito endosso às doutrinas nas quais afirmei crer quando do meu voto batismal.
O atual pastor, com quem eu já havia falado da minha posição conservadora, em junho deste ano, por recomendação da comissão da igreja, foi à minha casa e me convidou para ser o diretor do Departamento do Ministério Pessoal. Eu disse a ele que entendia que EVANGELISMO É MENSAGEM, A mensagem de justificação pela fé "é a mensagem que Deus manda proclamar ao mundo" (Test. p/ Ministros, p. 92) e que eu aceitaria a incumbência se tivesse “carta branca” para imprimir no departamento evangelístico da igreja o espírito de PREGAÇÃO DA VERDADE DO EVANGELHO ETERNO, tal qual nossos pioneiros a receberam POR INSPIRADA OUTORGA DIVINA (ídem pág. 91). A comissão da igreja, em reunião de 8 de junho de 2008 elegeu outro irmão para o cargo.
Enfim, A VERDADE NÃO MUDA, cada nova revelação divina é uma confirmação da verdade anterior. Casei-me com uma linda jovem da minha igreja e fiz os juramentos de praxe; se a legislação do país, ou mesmo da igreja, passarem a permitir que eu a repudie, isto não invalidará o meu compromisso com ela perante Deus; eu continuarei a ser-lhe fiel. Igualmente um dia uni-me à igreja, a noiva de Cristo; professei crer nas suas verdades. Se eu aceitar qualquer mudança substancial de doutrinas, mormente na cristologia, etaria negando o meu Mestre. (Leia à pág. 96, da obra acima citada, sobre a "Advertência Contra Desprezar a Mensagem de Deus").

Prezado irmão, estude cuidadosamente a Bíblia e os seguintes livros com oração e jejum:

“No Deserto da Tentação”, de Ellen G. White, CPB, Tatuí, 2002.

“Caminho A Cristo”, de Ellen G. White, CPB, Tatuí,

“The Ellen G. White 1888 Materials", (Materiais de Ellen G. White sobre 1888). É uma compilação xerocopiada feita pelo Patrimônio dos Escritos de Ellen White de tudo que ela escreveu sobre 1888, editada no aniversário do centenário da assembléia de Mineápolis, (1998), que resultou em 4 volumes, com um total de 1821 páginas grandes, tamanho A4, xerocopiadas frente e verso. Foram duas edições, 200 coleções em outubro de 1987 e 200 em janeiro de 1988. Não creio que poderá, tão cedo, haver tradução deste material todo e impressão em português.

Pesquise também nos demais escritos do Espírito de Profecia.

“Cristo Nossa Justiça”, Escrita pelo Pr Arthur Grosvernor Daniells, Enciclopédia Adventista, págs. 373 e 374 da edição que tenho. Ele foi testemunha ocular do que ocorreu em Minneapolis. Ele assumiu a presidência da Conferência Geral em 1901. Este livro é uma visão pioneira da Justificação pela Fé, ele mostra a coerência dos escritos de Ellen G. White a respeito desse importante tema, antes e depois de 1888. Editado pela CPB, Tatuí, 1990, 150 páginas.

“Cartas às Igrejas”, do pr Millian Lauritz Andreassen, que, segundo a Enciclopédia Adventista (à pág. 43 da edição R&H, 1978) foi a maior autoridade que a igreja já teve na doutrina do Santuário. Há uma edição em português, feita por irmãos nossos, da Publicações Folhas de Outono, Caixa Postal 95023, CEP. 25240-971, Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias, Rj.

“Como Ser Realmente Feliz”, Editado por irmãos nossos: Caixa Postal 1047, CEP.: 85884-000. Este livro expõe todas as nossa doutrinas de modo como nossos pioneiros a receberam com estudo, jejum e oração através da revelação divina. Anualmente tem sido reeditada. Milhares deste volume já foram distribuídos. Em 2008 foram duas edições. Veja a propaganda do mesmo na coluna direita deste blog com uma oferta imperdível.

“Tocado por nossos Sentimentos”, do Pr. Jean R. Zurcher, Ph.D., recentemente falecido, que viveu como obreiro todos estas décadas, e “protestou”, junto à C.G., contra as mudanças acima descritas. Ele foi presidente da Comissão de Pesquisa Bíblica da Divisão Euro-Africana da IASD, bem como secretário da mesma divisão. Você não o encontrará na Enciclopédia Adventista pelo fato de ter ele falecido recentemente. Em futuras edições da referida enciclopédia temos certeza de que há de alí figurar. Espero. Seu livro é uma pesquisa histórica do conceito adventista sobre a natureza humana de Cristo. 308 páginas no original. Há uma tradução em português (endereço acima), impressa em caracteres menores, com 250 páginas. Veja uma oferta do mesmo, aqui, na margem direita do nosso Blog.

“Mineápolis, 1888”, do pastor W. Meyer. 102 páginas. Em português houve uma publicação também pelo grupo do endereço acima.

“The Word Was Made Flesh”, (O Verbo Feito Carne) pelo pastor Ralph Larson. Ele é um pastor adventista aposentado, tendo exercido cargos como secretário da Divisão Euro-Africana, professor de teologia em nossos seminários e escolas e departamental do Seminário Teológico Adventista do Oriente. Ele graduou-se e defendeu sua tese na Universidade de Andrews. Dele a última notícia que tive é que vive atualmente na cidade de Chery Valley, na Califórnia. Este seu livro é uma pesquisa e compilação exaustiva de 100 anos da Cristologia adventista, isto é, de 1852 a 1952. Transcreve tudo que se publicou dentro da igreja Adventista naqueles 100 anos sobre as naturezas humana e Divina de CRISTO.. Não Tenho notícia de que tenha sido traduzida para o português. Se alguém tiver qualquer informação a respeito me avise, eu gostaria de adquirir tal preciosidade. Para você adquirir esta obra em inglês escreva para The Cherrystone Press, P.O. Box 3180, Cherry Valley, Califórnia, 92223, USA. Vai lhe custar U.S.$ 11,95 (onze dólares e noventa e cinco centavos de dólar). Mas é melhor você solicitar instruções quanto ao custo da postagem.

“A Mensagem, o Mistério e os Equívocos de 1888” do pastor Joe W. Gresham. Estive com ele a última vez na conferência Geral de Toronto no Canadá. Ele é um pastor adventista nos EUA de grande influência. Este livro foi preparado com o intento de responder a algumas intrigantes questões formuladas por numeroso contingente do moderno povo de Deus, com referência às coisas que se tornaram conhecidas em 1888. Todavia, uma vez que os assuntos são tão multifacetados, esta obra é simplesmente um apanhado geral das matérias envolvidas, apresentado com o veemente desejo e a fervente oração de que ela conduza o leitor a um mais profundo estudo de grandes verdades. Você pode copiar o inteiro teor deste livro (38 páginas) da internete, digitando o tíitulo do livro em português e/ou o nome do autor.

Tenha um feliz sábado, lhe deseja o irmão em Cristo,

João Soares da Silveira

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Lição 12 - Dotado para o Serviço: Filipe

Os Dons da Graça. Havia grande graça sobre a igreja sob a "primeira chuva" (Atos 4:33). No entanto, conflito surgiu dentro da igreja mesmo enquanto a chuva caiu do céu. Assim, é o conflito sempre mal? Não se algum bem vem dele como observamos na história da primitiva igreja. O conflito apela para esquadrinhar-se o coração e orações por graça, fé, e sabedoria.

O cargo de diácono foi estabelecido por causa de conflito étnico e divisão entre duas sub-culturas: a) cristãos judeus-hebraicos e b) cristãos gregos. Os judeus de culturas gregas queixaram-se porque suas viúvas foram negligenciadas, administrativamente, na primitiva igreja (Atos 6:1). As atitudes exibidas eram contrárias aos princípios do evangelho. Portanto, diáconos foram escolhidos para ajudar a aliviar os sintomas surgiram por causa de conflito.

Os diáconos foram escolhidos por causa de sua honestidade, sabedoria e por (*estarem) cheios do Espírito Santo, através do qual o amor de Deus foi derramado nos corações deles (Atos 6:3; cf. ROM. 5:5). Eles assim foram preparados para administrar os negócios da igreja.

Perseguição. O inimigo de Deus e da Sua igreja começou a persegui-la. Como resultado Estevão, o primeiro de sete diáconos chamado para aquela função, foi o primeiro mártir do evangelho. Após sua morte, a perseguição da igreja aumentou grandemente. Os membros de igreja foram dispersos por outras nações. Filipe fugiu para Samaria, onde ele pregou o evangelho. O diácono tornou-se um evangelista (*Atos 21:8)—uma conseqüência involuntária da perseguição.

O Evangelho. Filipe conhecia o evangelho. Tinha aplicado os princípios ao lidar com problemas dentro da igreja. Depois ele foi chamado a pregar o evangelho a uma raça mestiça—os Samaritanos (Atos 8:5-8). Filipe era um judeu grego, e, como tal, era mais tolerante que os judeus de Israel de língua aramaica, e assim foi aos Samaritanos e pregou o evangelho a eles.

Logo instruiu um médium espírita, o mago Simão, e o batizou (vs. 9-13). Finalmente Filipe foi usado por Deus para ensinar o evangelho e batizar o tesoureiro do reino da Etiópia (vs. 26-39) que viajava perto da cidade de Gaza (hoje a cidade administrada pelos palestinos perto do Mediterrâneo, distrito litorâneo, hoje chamado de Faixa de Gaza, junto à Península do Sinai) ligado com Jerusalém por uma importante rodovia que vai até o Egito. O eunuco etíope viajava por esta estrada (*vindo) de Jerusalém. A "Etiópia" aqui refere-se à antiga Núbia, a região de Aswan na parte sul do Egito até Khartoum, no Sudão. Note em Atos 8 a descrição do sermão de Filipe na pregação do evangelho, e o resultado:

Seu ministério público (8:4–8):.

1. A Pessoa da mensagem de Filipe: Filipe conta aos Samaritanos sobre Cristo (vs. 5).

2. O poder da mensagem da Filipe (*vs.6): (a) Os doentes são curados (*vs. 7, ú.p.), (b) os endemoniados são libertados (*vs. 7, p.p.), (c) as pessoas se regozijam (*Vs.8).

O ministério particular de Filipe no deserto perto de Gaza (8:26–40):

1. A mensagem de um anjo: Filipe é instruído ir ao deserto de Gaza (*vs.26).

2. Sua reunião com o oficial Etíope superintendente dos tesouros (*vs. 27 - 39).

A perplexidade do tesoureiro: Filipe acha este homem lendo o evangelho de Isaias (53:7–8), mas não pode entender. Filipe prega o evangelho de Cristo a ele (*vs.35). O tesoureiro confessa Jesus como o Filho de Deus (*vs.37 ú.p.); Filipe o batiza (*vs. 38).

3. O ministério do Filipe em Azotus (Ashdod): Depois que o tesoureiro foi batizado, o Espírito de Deus imediatamente tomou Filipe à cidade de Azotus, onde Filipe sumaria seu sermão do evangelho, e então viaja para o norte, a Cesarea (Atos 8:40), onde era seu lar. A última menção de Filipe é de um evangelista vivendo em Cesarea, aproximadamente 20 anos mais tarde, em cujo lar Paulo se hospedou por um curto tempo (Atos 21:8).

As lições Concernentes a Minneapolis. O conflito na igreja em Minneapolis não foi sobre dificuldades étnicas como na primitiva igreja em Jerusalém. Em vez disso, a divisão era teológica. Em Minneapolis, o conflito foi sobre a lei (*moral) em Gálatas (Mensagens Escolhidas, vol. I, pág. 234)1, o evangelho, especialmente justificação pela fé entendida como a fé de Jesus (Review and Herald, 1º de abril de 1890), e os dois concertos (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, volume II pág. 623).

Tivessem os dons da graça de Deus sido operantes na igreja em 1888, como o foi na igreja primitiva, o conflito teria sido ajustado rapidamente. A igreja teria trabalhado pelo conflito e teria se unido sob uma Cabeça. A "última chuva" teria sido derramada do alto, e teria feito seu trabalho nos corações dos membros de igreja, e ela teria sido preparada para dar o "alto clamor" que, por sua vez, a teria preparado para a perseguição que se seguiria.

Como com a primitiva igreja, os membros da (*igreja) remanescente teriam sido dispersos por toda parte em todo o mundo. A mensagem do evangelho eterno da justiça de Cristo no cenário do tempo do fim teria sido proclamada com dez vezes o poder de 18442, 3 e como resultado o povo de Deus teriam saído de Babilônia em multidões (Apoc. 18:1-4). Estes teriam se unido com o remanescente de Deus, dotados pela graça, e, conseqüentemente, estariam preparados para encontrar o Senhor no Seu retorno (*Apoc. 19: 7, ú.p.). Isso é o que talvez teria ocorrido. E acontecerá. Talvez nesta geração.

—Gerald L. Finneman

Geraldo L. Finneman é um pastor adventista, já tendo exercido seu ministério nos estados de Michigan, Pensilvânia e Califórnia na Divisão Norte Americana. Ele prepara materiais para encontros evangelísticos, incorporados com os conceitos das Boas-Novas da Mensagem de Justificação pela fé. Além de pastor da IASD ele, atualmente, é também o presidente do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888.

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

Nota do tradutor:

1) Ninguém negava que a lei devesse ser guardada, nem os irmãos gálatas, nem os irmãos em Mineápolis. A controvérsia era como deveria ela ser observada. Seria por esforços pessoais, como alguns pregavam e inquietavam os irmãos gálatas (Gal. 1: 6-9) ou seria pelo poder de Deus operando neles como Paulo lhes havia ensinado?

Notas do autor:

2) "Isto virá tão repentinamente como ocorreu em ‘44 e com dez vezes o poder". A. T. Jones, "A Terceira Mensagem Angélica”, sermão nº 7, Boletim da Conferência Geral de 1893, pág. 152.

3) "Eu vi que a última chuva vinha como o clamor da meia-noite, e com dez vezes o poder". E. G. White, Washington, NH, Coleção de Spaulding e Magan, setembro de 1852, pág. 4.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Lição 11 - Missão em Terra Pagã: Daniel e Companhia

As experiências de Daniel em Babilônia oferecem lições vitais para nós, ao encaramos os acontecimentos finais de história da terra, quando Babilônia espiritual tentará controlar toda humanidade. Daniel e seus três companheiros literalmente foram transportados à cidade de Babilônia, mas suas mentes nunca foram convertidas ao modo babilônico de pensar. Mantiveram a resolução de fazer o que é direito porque é direito, antes que se comprometerem para poupar suas vidas ou torna-las mais fáceis em cativeiro. A resolução é uma inabalável firmeza de propósito, uma dedicação sem reserva. Estes três jovens declararam que não importava o que lhes acontecesse, eles não corromperiam seu modo de pensar. Eles não adorariam outros deuses, nem partilhariam das maneiras babilônicas, nem mesmo nas "mínimas coisas.” Cada vez que nós nos comprometemos (*ou mesmo contemporizamos) enfraquecemos nossa resolução de lutar pela verdade “ainda que caiam os céus.”

Os desafios de viver num mundo pagão não mudaram desde os dias de Daniel, nem temos que ir a uma terra estrangeira para encará-los. Sociedade americana1 diariamente torna-se mais pagã ao o deus deste mundo ganha crescente poder sobre as mentes e vidas das pessoas. Aqui é onde a verdade da mensagem de 1888 de Cristo e Sua justiça entra em jogo—é a verdade em contraste com as idéias de Babilônia, a justificação e a natureza de Cristo. É a verdade concernente o caráter de Deus.

Muitos reivindicam que não crêem em justificação pelas obras, enquanto também mantêm que temos que fazer "algo" para receber o que Deus fez para nós. Citando um texto católico sobre justificação, A.T. Jones transcreve: "Estamos em ininterrupta necessidade da graça real para executar atos bons, tanto antes como depois de sermos justificados. Os bons atos devem ser praticados antes de sermos justificados, a fim de nos qualificar para ela. Os bons atos, no entanto, praticados pela ajuda da graça, antes da justificação, não são, estritamente falando, meritórios, mas servem para suavizar o caminho para a justificação, para mover a Deus". Tal noção é pagã. Adoração de Baal. Jones comenta, "Eles 'servem para mover a Deus'. Este é somente o espírito duro de ferro que o demônio assegurou estava no Senhor quando afirmou no céu—que Deus era tirano. … Mas isso é passado sob o título e sob a idéia de justificação pela fé! Não há nenhuma fé nele". (Boletim da Conferência Geral de 1893, p.262).

A teologia pagã popular reivindica que tudo que nós necessitamos fazer para ser convertidos espiritualmente é ter uma mudança de mente, aceitar uma nova consciência, um novo conhecimento de nosso real eu. Reivindica que disfunção social, ansiedade, desumanidade do homem para com o semelhante e abuso da natureza, tudo têm sua raiz no egoísmo, e (de acordo com esta teoria) são causados por uma falta de conhecimento sobre quem nós realmente somos. Suposta ignorância de si conduziu aos inumeráveis livros de autoajuda, no mercado que todos prometem fazer de nós "novas criaturas” seguindo seus métodos. A espiritualidade pagã pregada por Oprah Winfrey (*uma apresentadora de televisão norte-americana) e seu novo instrutor espiritual, Eckhart Tolle (*autor de Uma Nova Terra, Despertamento para os Propósitos da sua Vida), não é senão um exemplo desta antiga teoria de "consciência verdadeira" através do conhecimento de "nosso próprio interior" transmitido como cristianismo autêntico.

No entanto, converter a mente não é a solução ao problema de pecado. A Bíblia nos diz que "a mente carnal é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus" (*Rom 8:7). "Eis aí o ponto: se estava em inimizade, então talvez seja reconciliada, porque a coisa que o faria estar em inimizade seria a fonte do problema. E portanto, tire a fonte do problema, então a coisa que está em inimizade será reconciliada. Estamos em inimizade; mas quando Ele tira a inimizade, somos reconciliados com Deus. Nesta questão da mente carnal embora, nada existe no meio; é a própria coisa. Essa é a raiz. Então não pode estar sujeita à lei de Deus. A única coisa que pode ser feita com ele, é destruí-lo, desarraiga-lo, bani-lo, aniquila-lo. De quem é esta mente? É a mente do eu, e este é Satanás" (Boletim da Conferência Geral de 1893, p. 260; cf. Rom. 8:6-7, 12-14, 16-18; ênfase do original).

Um segundo ponto vital da mensagem de 1888, que foi enviada por Deus para corrigir o pensamento babilônico, era a verdade da natureza que Cristo assumiu na Sua encarnação. Que um Deus santo pudesse manifestar-Se em carne pecaminosa é tolice e anátema à mente carnal pagã. "Portanto esforço foi feito para escapar às conseqüências desta verdade gloriosa, que é o esvaziar de Si, por inventar uma teoria de que a natureza da virgem Maria era diferente da natureza do resto de humanidade". (O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã, p. 41-42; ênfase do original). O pecado original e seu corolário, a teoria da Imaculada Concepção de Maria, ambos estão na raiz da resistência à verdade de que Cristo, de fato, tomou sobre Sua natureza sem pecado nossa natureza pecaminosa, caída.

"Se Ele não era da mesma carne como são esses a quem Ele veio redimir, então não há nenhuma razão de Ele ter sido feito carne absolutamente. Mais que isto: desde que a única carne que há neste vasto mundo que Ele veio redimir, é somente a pobre, pecaminosa, perdia carne humana que toda humanidade tem; se esta não é a carne de que Ele foi feito, então Ele realmente nunca veio ao mundo que necessita ser redimido" (Ibidem). "Se Ele não vem mais perto de nós do que numa natureza pecaminosa, este é um longo caminho errado; porque eu necessito de Alguém que esteja mais perto de mim que isso. Necessito que Alguém que me ajude, que sabe algo sobre a natureza pecaminosa; porque esta é a natureza que eu tenho; e esta o Senhor tomou". "Sempre foi obra de Satanás fazer com que os homens pensem que Deus está tão longe quanto possível. Mas é o esforço perpétuo do Senhor fazer que os homens descubram que Ele está tão perto de cada um quanto possível. Assim está escrito: 'Ele não está longe de cada um de nós'” (*Atos 17:27). (Boletim da Conferência Geral de 1895, p. 311; veja também p. 303).

Cristo assumiu, tomou sobre Sua natureza inata, sem pecado, nossa natureza pecaminosa, mas nunca por um momento permitiu que Sua natureza pecaminosa rendesse à artimanha de Satanás. Ele nunca permitiu que Sua mente pura, que não estava em inimizade contra Deus, aceitasse a liderança e sugestões da mente de Satanás, que está em inimizade contra Deus. Jones enfaticamente declarou: "Ele foi feito na semelhança de carne pecaminosa; não na semelhança de mente pecaminosa. Não arraste Sua mente para isto". (idem, p. 327). E assim, "Em Jesus Cristo ao estar Ele na carne pecaminosa, Deus demonstrou perante o universo que Ele tanto pode tomar posse da carne pecaminosa (*habitar em nós) quanto manifestar a Sua própria presença, Seu poder, e Sua glória, em vez do pecado se manifestar" (idem, p. 303). Que gloriosa boa nova!

Por meio de livros, seminários, sermões de púlpito, e testemunho pessoal, a filosofia gnóstica2 pagã antiga está sendo fraudulentamente transmitida como cristianismo verdadeiro, mas nós não devemos ficar surpreendidos1. "O mais perto que nos aproximarmos da segunda vinda do Salvador mais plenamente o espiritualismo professará Cristo". (Boletim da Conferência Geral de 1893 p. 342; veja também O Grande Conflito, p. 588-589). O perigo não é que o espiritismo esteja tomando o mundo, mas que nós não reconheçamos que ele esteja entrando no nosso próprio pensamento. "Estamos exatamente onde todo o poder desta terra é aliado contra a mensagem que nós devemos dar ao mundo, e portanto nós necessitamos, assim como eles [os discípulos antes do Pentecostes], ser dotados do poder do alto". (Boletim da Conferência Geral de 1893, p. 148). Necessitamos desse "colírio" que só Cristo pode dar, de modo que nós corretamente possamos discernir o paganismo da verdadeira religião que Daniel e seus companheiros tiveram, uma abundante unção desse colírio espiritual, e eles o obtiveram por profundo estudo diário da palavra de Deus. Eles estavam preparados antes de encararem o desafio.

O transcurso do tempo não mudou a batalha entre Cristo e Satanás. A batalha hoje, assim como foi para Daniel e seus companheiros, é por nossa mente: "escolhei hoje a quem sirvais” (Josué 24:15) e "deixa esta mente que estava em Cristo Jesus" (Fil. 2:5, KJV) ser a sua mente, uma mente plenamente rendida à vontade de Deus, para que Ele manifeste Seu caráter em você.

—Ann Walper

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

Nota do tradutor:

1) O mesmo ocorre no Brasil.

2). Gnose, s. f. Ciência superior às crenças vulgares; gnosticismo; o saber, por excelência. Fr. gr. Gnosis (ciência, conhecimento). (Dicionário Caldas Aulete).

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O Caráter de Daniel.



Com respeito ao caráter de Daniel e seus três companheiros é bom examinarmos Daniel 1: 17-20. É interessante notar que o pano de fundo do que ocorre em Daniel Capítulo 1, foi uma questão de regime alimentar. Daniel e seus companheiros recusaram tocar no tipo de alimento que lhes era oferecido. Eles cresceram sob um conjunto inteiramente diferente de princípios, e não tocariam aqueles alimentos proibidos.

“Entre as iguarias que se serviam ao rei estavam a carne de porco e outros alimentos declarados impuros pela lei de Moisés e terminantemente proibidos aos hebreus como alimento. Aqui Daniel foi colocado perante difícil prova. Devia ele apegar-se aos ensinamentos de seus pais sobre comidas e bebidas, e desagradar o rei, com a provável perda não apenas de sua posição mas da própria vida; ou desconsiderar os mandamentos do Senhor e conservar o favor do rei, garantindo-se dessa forma vantagens intelectuais e as mais sedutoras perspectivas mundanas?

“Daniel não hesitou muito. Decidiu firmar-se em sua integridade, fosse qual fosse o resultado. Ele resolveu firmemente ‘não contaminar-se com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia". Dan. 1:8” (Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 30).

Daniel poderia ter encontrado uma desculpa plausível para pôr de lado seus estritos hábitos de temperança; mas para ele a aprovação de Deus era mais estimada do que o favor do mais poderoso potentado terrestre - mais estimada mesmo do que sua vida. Havendo por sua delicada conduta alcançado o favor de Aspenaz (*vs. 3), o funcionário que tinha a seu cargo os jovens hebreus, Daniel pediu que lhes fosse permitido não comer das iguarias do rei, nem beber do seu vinho. Aspenaz temia que se concordasse com este pedido viesse a cair no desagrado do rei, pondo sua vida em perigo. Como acontece com muitos hoje, ele supunha que um regime de abstenção tornaria esses jovens pálidos, de aparência doentia e deficientes em força muscular, ao passo que a alimentação luxuriante da mesa do rei os tornaria corados e belos, dando-lhes capacidade física superior” (idem, pág. 31).

Em resposta a seu pedido, tiveram permissão de se alimentarem de uma comida vegetariana, chamada, no verso 12, na Almeida, de “legumes”. Em inglês: na Versão Literal para os Jovens, de 1862 aparece “vegetais”; na Versão Básica de 1965, “grãos”; mas, na versão King James, e demais versões inglesas, temos o termo “pulse”, pulso (em português), ou pulsação. Figurativamente portanto, pode significar vida. No hebraico “Zero’im”, “coisas semeadas,” alimento derivado de plantas. Em verdade era comida viva, cereais brotados, germinados, como era tradicional entre o povo de Israel.

A obrigatoriedade de se constar nos rótulos de produtos industrializados, por causa da doença celíaca, o fato de terem glúten, ou não, é uma das muitas facetas negativas dos grãos secos, maduros, como alimento saudável. Neste estágio os grãos contêm excesso de ácidos. “Experimentos com ratos em uma dieta exclusivamente de cereais (*secos) demonstraram que eles sucumbem rapidamente sob este regime” (A Ciência da Nutrição, Herbert M. Shelton, Natural Hygiene Press, pág. 161).

E isto é o que a humanidade, como um todo, faz, em grande parte, hoje.

A base da alimentação do homem, como um todo, no mundo hodierno, continua sendo, em que pese os esforços nutricionais dos países mais desenvolvidos, os grãos secos e seus derivados, mormente os farináceos. Esta é a dieta quase que exclusiva em algumas regiões orientais. A bem da verdade os que se dizem “vegetarianos” hoje em dia deveriam, a rigor, cunhar um adjetivo relativo a cereais, pois isto é o que realmente consomem em maior parte.

Shelton cita o Dr. Emmet Densmore (grande médico higienista do início do século XX) como sendo o primeiro a levantar a voz contra o uso dos cereais. Ele aponta que “o homem é um animal frugívero, não adaptado ao uso de cereais, e o Dr.Emmet remontou às origens de muitos males causados pelo uso dos grãos, mesmo os integrais, como alimento. ... Os únicos animais dos quais pode ser dito serem comedores de grãos são os pássaros.” (idem pág. 159 e 160).

Deus dotou as aves granívoras de moela, um órgão composto de músculos muito fortes, e com a superfície interna revestida de uma espécie de epiderme quase cartilaginosa, e que funciona como um aparelho mastigador. Por sua vez ao o homem cozinhá-los os faz descer goela a baixo, sem a devida mastigação e insalivação.

“Mas mesmo as aves não alimentam seus filhotes com grãos, e sim, geralmente, com insetos e moluscos, enquanto os próprios adultos se alimentam com frutas e cereais” (idem, pág. 160). Ademais “as aves, no seu habitat natural, consomem a maior parte das sementes em seu estado verde, ou ‘leitoso’, quando são alcalinas e não acidas” (idem, pág. 164). Neste estado estes grãos são muito similares aos grãos germinados.

Quando usados em abundância, como alimento básico (staple food), os grãos germinados dão às células do corpo nutrição de alta qualidade, e ajudam a limpá-las dos dejetos tóxicos. Seu uso constante leva à benéfica ausência de fermentação intestinal, e afastam o fantasma das doenças degenerativas. O processo de germinação torna os nutrientes mais digeríveis, causando menos gases do que os grãos que lhe deram origem.

“Ao germinar, alguns nutrientes da semente, seja de um cereal (trigo, cevada ou aveia), das leguminosas (feijões) ou oleaginosa (linhaça, girassol, etc.) multiplicam-se. É o caso da vitamina C, que é praticamente inexistente no grão de trigo, mas que, uma vez germinado, aumenta 600% (seiscentos por cento) o seu teor. ... Os germinados são pobres em calorias, mas contêm quantidades apreciáveis de vitaminas A e C, e o complexo B, vitamina E, ferro, além de muitas enzimas e proteínas.” Conceição Trucom, cientista química (www.docelimao.com.br).

O melhor uso que se faz dos cereais é brotando-os, ao invés de cozinhá-los diretamente em seu estado seco. “O grão germinado é o momento inicial quando apenas uma pequena haste aparece; são as fases mais ricas em nutrientes no desenvolvimento vegetal. Eles são facilmente digeridos e assimilados e correspondem em suas características fisiológicas a um processo pré-digestivo pelo qual as proteínas são decompostas em aminoácidos, os carboidratos complexos em açúcares e as gorduras em ácidos graxos. Há também o aumento da presença de minerais, enzimas, fitormônios (*hormônios vegetais) e antibióticos naturais” (idem)

Os germinados e brotos servem para as mais diversas preparações culinárias. Podem ser consumidos crus, em sucos, saladas e sanduíches, misturados com outros legumes, refogados, adicionados a molhos, sopas e de outras formas que a criativa culinária moderna descobrir. Eu os como cozidos por 5 a 10 minutos no vapor, mas já fiz deles pão também, com adição mínima de farinha para produzir a liga. Juntamente com as dorcas da igreja central da cidade de Araçatuba, SP, no ano de 2004, fizemos diversos experimentos, por muitas semanas, cada vez reduzindo mais e mais a quantidade de farinha até atingirmos o mínimo ideal possível. Ainda tenho, em algum lugar, a receita que redigimos à época.

Os orientais os usavam. Provavelmente todos os povos ali aprenderam com os judeus. Assim Deus relembrou isto a Ezequiel, no capítulo 4, no cerco de Jerusalém. “Pegue os cereais e os coloque numa vasilha” (vs. 9). Não era panela a fim de cozinha-los, mas um vaso onde eram re-hidratados. Este era, em verdade, um costume judaico e que se difundiu por todo oriente. No passado, o alimento não cozido era o principal nas comunidades cristãs-essênias e muitos outros povos o utilizaram.

Que o regime de germinados, como alimento básico (“staple food”), não é deficiente, vê-se de dois aspectos: foi receitado por Deus, e o foi por 390 dias, mais de um ano, (final do vs. 9).1 É verdade, entretanto, que a quantidade de germinados prescrita por Deus (vinte siclos por dia, = oito oz. = 227 gramas2) denota um regime de escassez devido às condições da provação por que estavam passando, Jer. 4:16. Isto foi permitido e profetizado por diferentes vezes: 5:6; 14:13 e Lev. 26:26.

Passei a fazer uso de germinados, já há muitos anos, e tive visíveis resultados positivos, cancelando diversos males que me atormentavam. Mas a minha porção não é tão minguada quanto à de Ezequiel.

Onde comprá-los? Em sua cidade você sempre deve procurar, de preferência, produtores orgânicos cujo comércio é destinado à alimentação humana. Nunca se deve cultivar aquelas destinadas ao plantio, pois nestes casos as sementes são tratadas com produtos altamente tóxicos.

Coloca-se os cereais (integrais) de molho por 8 horas (a aveia, a soja e o grão-de-bico apenas 1 hora), e, depois os lave enxaguando-os numa peneira 3 ou 4 vezes ao dia. No segundo dia a maioria já brotou. Uma vez que os grãos ou semente (crus e saudáveis) são colocados na água (sem cloro), eles se re-hidratam, e “inicia-se o processo de liberação de todas as etapas para a germinação e o desabrochar das informações genéticas de perpetuação daquele vegetal. Interessante observar que o mais elevado ponto de vitalidade no ciclo de vida de uma planta ocorre quando ela está em pleno processo de germinação, daí seus grandes benefícios nutricionais.” Os conservantes que Deus colocou nos cereais secos para preservá-los até à semeadura (mesmo que séculos depois) são removidos. Os brotos tornam-se plantas vivas. “Zero’im”, no hebraico, “coisas vivas”, foi o que Daniel pediu ao chefe dos eunucos (Aspenaz, 3:1, ou Melzar, http://www.ellenwhitebooks.com) e não “legumes”, propriamente dito, como consta nas versões em português.

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“Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado.” (1ª Cor. 3.16-17).

Nas Sagradas Escrituras, transparece o constante interesse do Senhor quanto à saúde de Seus filhos. E Ele não Se esquiva de nos alertar quanto às terríveis conseqüências, que advirão sobre os que descuidam da saúde e do devido cuidado com seu corpo: “... Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” (Gálatas 6.7).

“Nenhum de vós tem visto a necessidade da reforma de saúde, mas quando as pragas de Deus estiverem ao vosso redor, então vereis os princípios da reforma de saúde e a estrita temperança em tudo – essa temperança unicamente é o fundamento de todas as graças que vêm de Deus, de todas as vitórias a serem ganhas” (Ellen G. White, Temperança, pág. 201).

“É o corpo um meio muito importante pelo qual a mente e a alma se desenvolvem para a edificação do caráter. Essa é a razão por que o adversário das almas dirige suas tentações no sentido do enfraquecimento e degradação das faculdades físicas. Seu sucesso neste ponto significa muitas vezes a entrega de todo ser ao mal. As tendências da natureza física, a menos que postas sob o domínio de um poder mais alto, seguramente obrarão ruína e morte. O corpo deve ser posto em sujeição às faculdades mais altas do ser. As paixões devem ser controladas pela vontade que, por sua vez, deve ela mesma estar sob o controle de Deus. O régio poder da razão, santificada pela graça divina, deve controlar a vida. Poder intelectual, vigor físico e longevidade dependem de leis imutáveis. Mediante a obediência a essas leis, pode o homem ser um conquistador de si mesmo, conquistador de suas próprias inclinações, conquistador de principados e potestades, dos "príncipes das trevas deste século", e das "hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais", Efés. 6:12, (Profetas e Reis, págs. 488 e 489).

Poucos meses depois da assembléia da Conferência Geral de 1888 Ellen White escreveu ainda, “este é o meio pelo qual Deus trabalhou por Daniel; e Ele não Se propõe a agir diferentemente agora. O homem deve cooperar com Deus em conduzir o plano da salvação” (RH, 2 de Abril de 1889). ... “Os jovens hebreus não supuseram que as bênçãos de Deus eram um substituto para os esforços requeridos deles, ... eles discerniram que através da graça de Deus o destino deles dependia da vontade e ação deles. ... Para tornar a graça de Deus nossa, devemos agir. ... A graça de Deus é dada para operar em nós a vontade e a ação, mas nunca como um substituto por nossos esforços. Nossas almas devem ser despertadas para cooperar. O Espírito Santo opera em nós, para que nós possamos agir. Esta é a lição prática que o Espírito Santo está lutando para nos ensinar” (O Instrutor da Juventude, 20 de Agosto de 1903) (apud, Comentário Bíblico Adventista, vol. 4, pág. 1167).

Há muitos entre os professos cristãos hoje que denunciariam Daniel como tendo sido demasiado minucioso, julgando-o estreito e fanático. Consideram de mínima conseqüência a questão de comer ou beber, para que se reclame uma posição assim decidida - posição que envolve o provável sacrifício de toda vantagem terrena. Mas os que assim arrazoam verificarão no dia do juízo que viraram as costas a expressas exigências de Deus, tendo colocado sua opinião como norma do que é direito ou errado. Descobrirão que o que lhes parecia sem importância não era assim considerado por Deus. Suas exigências devem ser obedecidas religiosamente. Os que aceitam qualquer dos Seus preceitos e a eles obedecem por ser-lhes assim conveniente, ao passo que rejeitam outros porque sua observância demandaria sacrifício, rebaixam a norma do direito, e por seu exemplo levam outros a levianamente considerar a santa lei de Deus. "Assim diz o Senhor" (Zac. 8:3) deve ser nossa regra em todas as coisas. ...

O caráter de Daniel é apresentado ao mundo como um silencioso exemplo do que a graça de Deus pode fazer de homens caídos por natureza e corrompidos pelo pecado. O registro de sua vida nobre, abnegada, é um encorajamento para a nossa comum humanidade. Daí podemos angariar força para nobremente resistir à tentação e, firmemente, na graça da mansidão, permanecer ao lado do direito sob a mais severa prova.

Deseja você também sintonizar seu aparelho de comunicação – sua mente – com o Céu, intensificando a intimidade com o Criador, ouvindo-Lhe, mais nítida e distintamente, a voz a nos falar à consciência, a fim de refletir mais perfeitamente Seu caráter de amor?

Assim, Ele poderá verter sobre nós a Sua sabedoria e Seu amor, instante a instante. Cuidemos, pois, fielmente do “templo do Espírito Santo”, pois nos foi assegurado que 'é sagrado'! "Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus" (1ª Cor. 10.31). Como podemos Lhe ser fiéis também quanto a esse fundamental aspecto da temperança?

—João Soares da Silveira


Os acréscimos em citações, marcados com asteriscos, são nossos.


Notas de roda-pé:

1) Não se espante o leitor ao deparar no vs. 12, no cerco de Jerusalém, com fezes humanas como combustível para cozer ao fogo. “No aperto do bloqueio não havia mais madeira para se queimar, e, ao o sítio continuar, mesmo as fezes de animais foram queimadas. Assim os homens foram forçados a usar, como combustível, dejetos humanos secos das privadas e latrinas de Jerusalém” (Comentário Bíblico Adventista, vol. 4, pág. 591).

No verso 13, “o sentido de ‘pão imundo’ é, provavelmente, que em cativeiro seria impossível para os judeus observarem todos os preceitos dados por Moisés concernentes à dieta” (ibidem).


2) Confira as medidas acima no Comentário Bíblico Adventista, vol. 4, pág. 591, tendo como parâmetro a tabela de peso constante do vol. 1, pág. 164. Nestas citações encontramos 20 siclos como sendo 227 gramas. “O siclo é uma medida de peso usada no antigo Egito e na Judéia que variava de 6 a 12 gramas” (Dicionário Caldas Aulete, pág. 1779). No caso da pág. 591 do Comentário , temos 11,35 gramas por ciclo.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Lição 10 - Mulheres em Missão

As regras levíticas dadas a Israel fazem uma inegável distinção entre machos e fêmeas. Geralmente, ofertas sacrificais deviam ser um macho primogênito e imaculado, embora uma significativa exceção era a oferta pacífica (Lev. 3:1, 6). Os dias a que uma mãe era exigido purificar-se, após o nascimento de uma filha eram duas vezes mais do que depois do nascimento de um menino (12:1-5). A conclusão de que dar à luz uma criança (*do sexo) feminino tornava a mãe mais impura é difícil de evitar. Fontes judias afirmam que o nascimento de uma criança (*do sexo) feminino desarranjava os órgãos e causava mais sofrimento que o nascimento de uma criança (*do sexo) masculino. Esta opinião, entretanto, não tem base [1]. Vários comentários simplesmente declaram que não há nenhuma razão para tal diferença [2].

Deus deve ter tido uma razão, embora nós não a possamos ver. Quando a raça humana foi vendida em pecado pelo primeiro Adão, todos nascimentos nessa linhagem "foram formados em iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe" (Salmo 51:5, KJV).

Talvez um melhor raciocínio é que o sistema sacrifical inteiro dado a Israel era para constantemente apontar adiante à vinda da Criança (*do sexo) masculino que seria o Salvador do mundo. Cada mulher Judia esperava que ela talvez fosse honrada para trazer o infante Cristo ao mundo. O destque feito à primeira criança nascida (*do sexo) masculino, foi projetado para ser um lembrete constante da bendita esperança especialmente dada à nação de Israel. O fato de que foi pervertido para deturpar o valor intrínseco do macho sobre a fêmea sugere que os seres humanos sucumbiram ao apelo de Satanás para o orgulho egoístico.

Uma vez que a Cruz cumpriu todos os sacrifícios típicos, o sistema sacrifical não era mais necessário para dirigir a atenção da humanidade a um acontecimento futuro. Não mais Deus perdoaria por paciência, mas por causa de um fato histórico ocorrido (*na cruz do Calvário). Esse acontecimento reescreveu a história da humanidade por colocar a raça inteira num novo Adão. Este Adão satisfez as exigências da lei, tanto pela Sua vida sem pecado, quanto por Seu pagamento da pena da segunda morte pelo pecado para a raça humana.

Depois da cruz, Paulo podia declarar "não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa" (Gal. 3:28, 29). Paulo está explicando que a história da humanidade foi reescrita. O estado favorecido de Israel não é mudado, nem as promessas feitas à humanidade, mas quem é israelita é reconsiderado como (*sendo) os que pertencem a Cristo. É significativo que Paulo mesmo redefine a linhagem dos que pertencem a Cristo com o uso das palavras "semente" e "herdeiros".

Foi este pano de fundo, do qual se tirou conclusão errônea, como preconceito divinamente sancionado, que Cristo objetou pela Sua interação com mulheres. Seu relacionamento com elas era, aliás, mais coerente com a história do Velho Testamento de interação de Deus com mulheres e homens. Raabe era uma prostituta como talvez o fosse a mulher junto ao poço (João 4). Sara recebeu a promessa de um filho de um anjo muito semelhantemente à experiência de Maria, a mãe de Cristo. As regras que Cristo "quebrou" desafiam as regras levíticas concernentes a mulheres cerimonialmente imundas. Ele na verdade elogia a mulher com a hemorragia por ter a coragem de quebrar o preconceito artificial para procurar cura.

Embora não mencionado na lição, a viúva com (*duas) pequenas moedas (*Marcos 12:42 e Lucas 21:2) é elogiada. Representa uma classe de pessoas em grande necessidade que são ignoradas pela sociedade. Podia ter sido intimidada pela insignificância comparativa de sua oferta, mas insistia em adorar com (*tal) oferta, embora fosse uma pequena contribuição.

Ao o Novo Testamento desdobrar os papéis de homens e mulheres na igreja primitiva, diferenças parecem tornar-se irrelevantes. Geralmente as contribuições das pessoas à "causa" diziam respeito à sua classe social em vida, se macho, fêmea, bem sucedido, pobres, educado ou analfabeto. Deus usou-os no ministério porque estavam dispostos a serem usados. Nenhuma importância particular deve ser atribuída a seu gênero. O que distingue é: Deus usa ao que está pronto para agir com satisfação.

Deus não revisa os hábitos da sociedade a menos que interfiram no relacionamento da humanidade com Ele. No Seu ministério enquanto na terra, Cristo não fez nenhuma tentativa "ativista" de mudar as normas da sociedade senão pelo Seu calmoexemplo. Sua interação com as pessoas era a exteriorização do princípio de que (*não) há "nem macho nem fêmea".

No terno ministério de Cristo à viúva de Nain nós vemos uma parábola da mensagem de Elias nos últimos dias. Ocupando somente seis versos em Lucas 7 (11-16), a história conta (*a) missão inteira de Cristo. Uma viúva é uma mulher cujo marido morreu. Seu filho morto era órfão. Quando Cristo tocou o féretro, Ele (*o) identificou com o fim inevitável da inteira raça humana. Porque Ele estava desejoso de fazer isso, mesmo a segunda morte, Ele estava habilitado a chamar o filho (*da viuva) dentre os mortos. Ao assim agir, Ele então o restaurou a sua mãe.

........................As conotações espirituais desta história são enormes. A mensagem de Elias irá "...converter os corações dos pais aos filhos” (Lucas 1:17), e "que este povo conheça que Tu és o SENHOR Deus, e que Tu fizeste voltar o seu coração" (I Reis 18:37). Cristo usou esta angustiosa mulher para demonstrar Sua mensagem de restauração total. Ele restaura filhos rebeldes instáveis a seu Pai celestial, e casa uma mulher sem marido com seu Noivo celestial. Tomando seu lugar como Sua noiva, ela não é mais segunda classe e impura, mas tendo se aprontado (*Apoc. 19:7), entra na alegria do seu Senhor.
—Arlene Hill

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Notas da autora:

[1] Comentário Bíblico Adventista, vol. 1, pág. 758

[2] e.g., Commentary on Leviticus, por Matthew Henry.

Arlene Hill, autora desta introspecção, é uma fiel adventista, professora da escola sabatina numa das igrejas adventistas da cidade de Reno, estado de Nevada, EUA. Profissionalmente foi advogada no estado da Califórnia, estando hoje aposentada.

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.