quarta-feira, 27 de julho de 2016

Lição 5 — Como o evangelho transforma a comunidade



Para 23 a 30 de julho de 2016

“Trabalho comunitário” pode trazer muitas coisas à mente: alimentar os pobres, ajudar os doentes e idosos, “fazer” muitas coisas por aqueles que nos rodeiam e por nossas comunidades (*promover a inclusão social dos desempregados e/ou sem qualificação profissional, etc... etc...). Tudo bem. Mas quando “o Senhor, em Sua grande misericórdia, enviou uma mui(sic) preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos Pastores Waggoner e Jones” na época de 1888,1 a sua ênfase básica estava em ganhar almas no preparo para a segunda vinda de Cristo, naquela geração.
Especificamente, como disse Ellen White, era “por de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo”.2 Era o que chamamos de alto clamor da mensagem do terceiro anjo. Ela reconheceu que a mensagem de Jones e Waggoner era o seu “início”.3
O que ocupava pesadamente sua mente naquele momento do Alto Clamor era dar a mensagem ao mundo. A mensagem em si estava embutida em “evangelismo”. Não poderia ser interrompida uma vez iniciada, a não ser que “os irmãos” tivessem êxito em paralisá-la. Ela lamentou que no final daquela época, a oposição humana à mensagem resultou em ser ela, “em grande medida, conservada afastada do mundo4.
Sua principal decepção não foi que mais verbas não tivessem entrado para o “evangelismo público”, mas que os nossos ministros e o povo não tinham compreendido a mensagem em si. O que ocupava a sua mente naquele tempo do alto clamor não era o que chamamos de “evangelismo público”, em que um ou alguns indivíduos proclamam a mensagem e muitos vinham ouvi-la (isso surgiu depois), mas o evangelismo pessoal por parte de membros da Igreja que viessem a compreender a mensagem. Ela antecipou um método um-para-um de proclamá-la como altamente eficiente, a ponto de haver êxito em terminar a comissão evangélica mundial naquela única geração. Ela viu que essa era a intenção do Céu para nós. Este era o derradeiro “testemunho à comunidade”
Hoje, algo é necessário que interrompa o processo de decadência moral e espiritual que está em operação em todo o mundo. O avanço insidioso da corrupção e degradação induz muitos a se perguntar por que o Senhor não faz algo para intervir. Se o tecido moral continuar a apodrecer por muito mais tempo, questiona-se se o povo de uma futura geração será capaz até mesmo de compreender a mensagem do evangelho suficientemente para aceitá-la ou rejeitá-la de forma inteligente. O que estamos vendo são os efeitos físicos assustadores de álcool, drogas e abuso de nicotina, e os efeitos traumáticos de ataques terroristas, o divórcio e imoralidade, espiritual e emocionalmente.
Jesus disse: “Vós sois o sal da terra” (Mat. 5:13). Nos tempos bíblicos, os métodos que empregamos hoje para a conservação de alimentos eram desconhecidos. A comida se estragava rapidamente se não fosse consumida. Para os antigos, o sal era um conservante amplamente utilizado. A ideia de Jesus é que a Sua igreja na Terra deve ser o elemento adicional para a sociedade que irá dificultar o seu processo de decomposição. O Seu povo tem o desígnio a exercer uma influência profunda e de longo alcance para o bem sobre as nações em que vive.
Na medida em que o amor próprio permaneça ativo em nossos corações há impurezas misturadas com o nosso “sal”. O amor próprio pode tornar insípida a igreja remanescente, sem valor como preservativo no mundo. Podemos continuar a encher o armazém do mundo, ocupando parte do lugar designado para a Igreja remanescente, e parecer “sal da terra” genuíno, enquanto o nosso testemunho é prejudicado ou anulado, e nossa, influência positiva e direta no mundo em grande parte anulada.
O “sal” da Igreja remanescente é o princípio da cruz. Claramente entendido, aceito sinceramente, vivido completamente em abnegação, o ministério cristão, proclamado positiva e poderosamente ao nosso mundo moderno como Igreja remanescente, esta verdade da cruz será o único conservante numa sociedade em degeneração.
O sonho de Ellen White era que a mensagem fosse proclamada em “cada igreja”, e então se projetaria ao mundo além, onde milhões encontrariam a preciosa verdade no ensino da cruz que nunca tinham ouvido antes.
O triste fato é que multidões de cristãos (*evangélicos) sinceros nunca entenderam a cruz de Cristo! A razão é que a sua crença comum na imortalidade natural tem sido um denso nevoeiro que esconde de sua vista a verdade do que aconteceu na cruz. Os adventistas do sétimo dia têm ensinado a não imortalidade da alma por quase dois séculos, mas a sua confusão sobre os dois concertos impediu-os, também, de ver com clareza o que aconteceu na cruz.a Portanto, a proclamação da cruz de Cristo tornou-se a essência da mensagem do alto clamor de 1888 que “nós” tínhamos aguardado por décadas, e ainda assim nunca soubemos do que se tratava.
Jesus proclamou essa mesma verdade, que é o “evangelismo” na mensagem de 1888. Foi na Festa dos Tabernáculos em Jerusalém pouco antes de Sua crucificação: “No último e mais importante dia do festival, Jesus Se levantou e disse em voz alta [foi isso um precursor do “alto clamor” que antecipamos?], “Quem tem sede, venha a Mim e beba como diz a Escritura [Cantares de Salomão 4:15]”. Quem crê em Mim, rios de água vivificante brotará do seu coração” (João 7: 37, 38, Good News Bible).
Esta é uma declaração profunda do método de “evangelismo” que Jesus amava. Ele não está colocando pressão sobre nós para fazer isto ou aquilo; Ele não está fazendo sentir-nos culpados por não realizar mais “evangelismo”. Ele está garantindo que, se realmente acredito nEle, o evangelismo mais puro estará fluindo para fora de nossos corações a partir de uma fonte transbordante. Claro, ninguém pode realmente “crer” se não entender a mensagem. Portanto, a proclamação e ensino das verdades “mui preciosas” são altamente essenciais.
Esta é a ideia que Ellen White e Jones e Waggoner viam na mensagem de 1888. O amor pela mensagem que é despertado em alguém quando pela primeira vez a descobre, nunca morre. Você anseia de alguma forma compartilhá-la com toda alma que encontra. É uma repetição do que motivou os primeiros cristãos. Os jovens captam a visão prontamente uma vez entendam a mensagem com clareza.
Ellen White nos disse que iríamos nos surpreender com os “meios simples” que Deus vai utilizar na proclamação final da mensagem do terceiro anjo: esta mensagem de 1888 era isso. Apanhou todos de surpresa em 1888, incluindo a própria Ellen White. Quando a própria mensagem em sua força pura é diluída com os conceitos de Babilônia que a comprometem, não vai ser proclamada como o Céu pretendeu, a “toda Igreja adventista do sétimo dia” e, em seguida, ao mundo (mas será, ainda, na providência de Deus!) O refulgir final da glória do evangelho vai iluminar o mundo, e pela primeira vez desde o Pentecostes as palavras “evangelismo” e “testemunho” irão finalmente adquirir o seu real sentido.
Extraído dos Escritos de Roberto Wieland


Notas do autor:
1) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, págs. 1336, 1337; Ttambém está em Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 91, 92;
2) Ibidem;
3) "The Perils and Privileges of the Last Days", [“Os Perigos e Privilégios dos Últimos Dias”], Review and Herald, de 22 de Nov. de 1892
4) Mensagens Escolhidas, Livro UM, pág. 235.


Nota do tradutor:
a)     O “NOVO CONCERTO” É O CONCERTO ETERNO. Neste blog você irá encontrar (na coluna da direita), no ano de 2010, nos meses de agosto e setembro, a tradução de todos os capítulos de “O Concerto Eterno”, escrito por Ellet J. Waggoner, um dos dois mensageiros de 1888.
Este livro, O Concerto Eterno, de Ellet J. Waggoner, é citado por Jean R. Zurcher, em Tocados por Nossos Sentimentos, à pág. 73 (Na tradução de Cesar L. Pagani, IEST Publicações, está no meio da pág. 68) uma recomendação do Pr. Albert V. Olson, então vice-presidente da Conferência Geral, que disse: “Estou profundamente convencido de que algo deve ser feito para colocar um dilúvio de luz nos lares de nosso povo. Não conheço um livro melhor para fazer isso, além da Bíblia, do que O Concerto Eterno do irmão Waggoner” (originalmente citado em na sua obra Through Crisis to Victory, Da Crise à Vitória, pág. 231, do Pr. Albert V. Olson).
Também Waggoner tem muito mais a dizer sobre os concertos, atingindo o cerne da questão em seus comentários à carta aos Gálatas no livro “The Glad Tidings” (Boas Novas).

Ainda neste blog, se você, na barra de pesquisa (no canto superior esquerdo) digitar: “Concerto eterno” ou, “Os dois concertos”, encontrará também diferentes arquivos que ao longo de anos temos postado ali. Sobre os dois concertos você poderá localizar os seguintes arquivos nos meses e anos: fevereiro de 2011; novembro de 2011; dezembro de 2011; julho de 2013; outubro de 2013; julho de 2013; 2 arquivos em junho de 2014; etc... etc...

Quer entender os dois concertos? Só Ellen G. White tem a idéia correta. Neste blog você irá encontrar (na coluna da direita), no ano de 2013, no mês de julho o arquivo com o Título: “3º Trim. 2013 — Os dois concertos, continuação”, que disseca as págs. 367 a 373 de Patriarcas e Profetas, frase por frase, e identificamos ali cada detalhe.


O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White.
38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888.
Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido

Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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terça-feira, 19 de julho de 2016

Lição 4 – Justiça e Misericórdia no Antigo Testamento: 2ª Parte



Para 16 a 23 de julho de 2016

Quer falar sobre linguagem vívida, intensamente interessante? A Bíblia supera nisso todos os livros.
Ezequiel narra como Deus lhe mostrou Israel como num vale repleto de “ossos secos, branqueados pelo sol”, —um vasto panorama da morte espiritual. Então Ele dirigiu ao profeta uma pergunta simples: “Podem estes ossos viver?’ Eu disse, ‘Mestre Deus, só Você sabe isso’” (Eze. 37: 1-3, The Message). Era uma representação do estado espiritual da verdadeira Igreja de Deus então.
O foco principal da visão não é a “primeira ressurreição” física e a “nova terra”, apesar de que pode ser uma aplicação disso. Mas ninguém que está espiritualmente morto agora terá a chance de chegar à “primeira ressurreição”. É agora que devemos experimentar uma conversão viva.
De acordo com o que Cristo diz em Apo. 3:14-21 sobre a Sua verdadeira Igreja nestes últimos dias, “o vale de ossos secos,” é perturbador. Não é história antiga. Ezequiel poderia ter orado por aqueles “ossos secos” 24 horas por dia durante um século (reuniões de oração sem fim!), e nada teria acontecido. (Algumas igrejas jejuam e oram e ainda nada acontece para mudar sua morte espiritual).
Em Eze. 37:4-12, o Senhor disse ao profeta o que fazer: “Profetiza sobre estes ossos” — e ele o fez. Deus não estava a ponto de ressuscitá-los unilateralmente; Ele exigiu a ajuda do profeta. Mesmo o “fôlego” final que lhes entrou foi fruto de Ezequiel “profetizar” (vs. 10). Eles devem ter “o evangelho eterno”. Os “ossos secos” devem ser alimentados com a Palavra.
Está a sua igreja “morta”? As crianças morrem de fome? A juventude? Sim — ore; mas não se esqueça da lição de Ezequiel — nada vai funcionar a não ser o anúncio do “evangelho eterno”, “a mensagem do terceiro anjo, em verdade”, a palavra da cruz (Apo. 14:6-15). Isso fará com que os ossos “vivam”.
Em Ezequiel 47, uma nova profecia é dada que antecipa um templo já restabelecido em Jerusalém. Na visão, Ezequiel viu o templo de Deus em Jerusalém. A presença de Deus tinha retornado novamente ao Seu templo. Mas o templo parecia ter um vazamento: “[O homem] me trouxe de volta para a porta do templo; e havia água, fluindo por debaixo do limiar do templo, para o oriente, para a frente do templo voltado para o leste” (Eze. 47: 1, NJKV).
Em contraste com os rios destrutivos que correm do deserto para o Mar Morto, vemos que o rio fluindo do templo é retratado como o centro e fonte de saúde e prosperidade para a comunidade.
No entanto, para que o templo de Deus seja a fonte de saúde e prosperidade para uma comunidade, o rio que flui para fora tem que vir de uma fonte que dá vida saudável. Anos depois das profecias de Ezequiel, o profeta Zacarias declarou que “uma fonte [será ] aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para purificação do pecado e da imundícia” (Zac. 13: 1). Ellen White diz: “As águas dessa fonte possuem propriedades medicinais que hão de curar tanto as enfermidades físicas quanto as espirituais. Dessa fonte emana o poderoso rio visto na visão de Ezequiel”.1 a
Essa promessa de Zacarias terá o seu cumprimento final antes do fim, quando o povo de Deus vem para ver sua realidade que ainda em grande parte não se realizou. Em seguida, o complemento de Pentecostes se dará, tão certo como o dia se segue à noite — “a chuva serôdia”.
O Dia da Expiação está envolvido. Os resultados práticos da grande purificação do santuário celeste se realizarão quando a conclusão da profecia de Zacarias for cumprida: “Naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi (*a liderança da igreja) e para os habitantes de Jerusalém (*os membros da igreja) para remover o pecado e a impureza” (Zac. 13: 1).
Abençoada purificação! Ela só pode ser realizada no Dia da Expiação. Será o resultado prático da “expiação final”, uma reconciliação final de coração com Cristo. Somente a partir do Santíssimo do santuário pode o nosso grande Sumo Sacerdote realizar esta obra da justificação pela fé nos corações de Seu povo.
Essa “purificação” deve ser uma derradeira pela razão de que o arrependimento é, obviamente, final. Finalmente, os “habitantes de Jerusalém” (a igreja) foram habilitados a discernir as implicações de seu pecado. Vêem a cruz na sua realidade.
Este “luto” ou arrependimento será o oposto de uma preocupação egocêntrica de passar nos testes do juízo investigativo, porque o povo de Deus encontra a capacidade única de transcender a sua própria experiência egocêntrica exclusiva anterior. A Escritura diz: “e pranteá-Lo-ão sobre Ele, como quem pranteia pelo filho unigênito” (Zac. 12:10). Assim, a preocupação será centrada completamente em Cristo, e não com a sua própria segurança pessoal. Esta experiência concorda com a estranha profecia em “O Grande Conflito”, pág. 619, de que os remidos, após o fim do tempo de graça, não sofrem de preocupação por sua própria salvação, mas temem que, se “provem indignos, ... então o santo nome de Deus seria difamado”.b
Qual será o núcleo dessa experiência que Zacarias prevê? O sacrifício de Cristo oferecido no Calvário, onde a Expiação foi “completa”. Qual será o resultado da experiência de contemplar, assim, a Expiação? A limpeza “do pecado e da impureza” do povo de Deus, envolvendo uma nova apreciação do sacrifício de Cristo e uma relação nova e completamente única para com Ele — “como quem pranteia por seu filho único”.
É por isso que Ellen White tantas vezes declarou que “a mensagem do terceiro anjo, em verdade” é essencialmente “Jesus Cristo, e Este crucificado” (*1ª Cor. 2:2).
A nossa história denominacional está apenas a um passo do Calvário. Uma vez vejamos o nosso verdadeiro envolvimento na crucificação de Cristo, estamos preparados para reconhecer o nosso envolvimento no pecado de rejeitar a chuva serôdia e mensagem do alto clamor de 1888. Não podemos mais presunçosamente deixá-la para trás, dizendo: “Isto não me diz qualquer respeito, pois eu nem era nascido, então”, mais do que podemos varrer para baixo do tapete o nosso envolvimento com a cruz. Tão certo quanto a sombra do Calvário paira sobre os judeus como uma nação, assim certamente faz pairar a sombra de 1888 sobre nós como uma Igreja. Exatamente como os judeus”.c
Com olhos ungidos, podemos ver as inúmeras evidências em torno de nós de que estamos repetindo a história hoje, o mesmo orgulho espiritual e profissional, a mesma resistência da verdade e auto-humilhação. Tão certo como os líderes e as pessoas mais e mais examinam aqueles quatro volumes dos “Materiais de 1888 de Ellen G. White”, essa convicção assumirá mais firme posição na consciência adventista.d

--Paul E. Penno
Nota do autor:
1)       Testemunhos Para a Igreja, vol. 6, pág. 227


Notas do tradutor:
a)       O texto continua na pág. 228: “E junto do ribeiro, à sua margem, de uma e de outra banda, subirá toda sorte de árvore que dá fruto para se comer; não cairá a sua folha, nem perecerá o seu fruto. Nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário; e o seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio”. (Ezequiel 47: 8, 9, 12).
b)      O Grande Conflito, pág. 619, 1º parágrafo: “Embora o povo de Deus esteja rodeado de inimigos que se esforçam por destruí-lo, a angústia que sofrem não é, todavia, o medo da perseguição por causa da verdade; receiam não se terem arrependido de todo pecado, e que, devido a alguma falta, não se cumpra a promessa do Salvador: ‘Eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo’ (Apoc. 3:10). Se pudessem ter a segurança de seu perdão, não recuariam da tortura ou da morte; mas, se se mostrassem indignos, e perdessem a vida por causa dos seus defeitos de caráter, o santo nome de Deus seria então vituperado”.
c)       Por mais de 100 vezes Ellen G. White disse que a igreja de Deus nestes últimos vai judaizar os judeus. Isto é, vai repetir a atitude do povo de Israel de então. ("Just like the Jews.")
d)      O Irmão Severino Kull traduziu e está em fase final de impressão destes 4 volumes. Entre em contato com ele: Silverino Kull, silverinokull@gmail.com, coordenador do IAGE Campestre (“Instituto de Agricultura e Evangelismo”) iage.vidanocampo@gmail.comfones (021) 9 7351-6167, claro; (021) 9 9580-5688, vivo.

Notas: o vídeo, em inglês, desta lição está na internet em: https://www.youtube.com/watch?v=4jQgG_Huifo

O texto acima, do autor, também em inglês, você o encontra em http://1888mpm.org


Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. Ele foi jubilado em julho de 2016. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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terça-feira, 12 de julho de 2016

Lição 3 — Justiça e Misericórdia no Antigo Testamento — parte 1, por Paulo Penno



Para 9 a 16 de julho de 2016,

É bom senso comum recordar. O Filho de Deus Se identifica com os pobres e oprimidos de todo o mundo, entendam ou não o evangelho. Podemos não ser capazes de mover todos os governos e parlamentos para fazerem a coisa certa, mas podemos proclamar a notícia sobre o Filho de Deus aos oprimidos do mundo. Faz sentido lembrar disso antes de gastarmos em coisas pessoais luxuosas.
Em Lev. 25:13-17 lemos que qualquer propriedade que fosse vendida desde o último ano do jubileu reverteria ao seu proprietário original, pois o Senhor queria que a Sua terra permanecesse com as tribos, clãs e famílias a que tinham sido atribuídas. Para que os pais cuidassem de suas famílias, tinham que possuir terra para cultivar, e a propriedade privada dava estabilidade à economia. O Senhor possuía a terra e somente a emprestava ao Seu povo. Ele queria que tivessem um senso de propriedade e responsabilidade em cuidar de Sua propriedade. As pessoas costumam cuidar bem do que eles próprios possuem.
Sempre que um pedaço de terra fosse vendida, a iminência do próximo Ano do Jubileu determinava o preço, pois isso estabelecia quanta produção o novo proprietário poderia obter do solo. Uma vez que o comprador sabia muito bem que a terra terminaria revertendo para o proprietário original, ele certamente não iria pagar mais pela terra do que seria capaz de dela obter. “A terra não se venderá em perpetuidade”, era a lei de Deus (vs. 23).
Estas leis tornavam impossível que especuladores imobiliários sem escrúpulos acumulassem vastas propriedades de terra e, assim, perturbassem a economia. Mesmo as famílias israelitas mais pobres recebiam sua terra de volta, e por trabalhar a terra, poderiam obter ganhos suficientes para satisfazer as suas necessidades, e, talvez, as necessidades de outros. O Ano do Jubileu concedia um novo começo para os escravos libertados e os proprietários de terras, e isso mantinha a pobreza e a desigualdade no mínimo. As pessoas não deviam oprimir umas às outras (vs. 17), mas lembrar-se que a terra era de Deus e eles eram apenas seus inquilinos (v. 23-24).
Se um judeu pobre tivesse que vender-se a si mesmo ou a sua propriedade a fim de permanecer vivo, ele não tinha que esperar até o Ano do Jubileu para recuperar tanto a sua propriedade quanto a sua liberdade (vs. 25). A qualquer momento, um parente que estivesse disposto e capaz de pagar o preço poderia redimir a ele ou a sua terra.
Se o ex-proprietário da terra fosse muito pobre para resgatar a sua propriedade, então um parente próximo poderia fazer isso por ele. Mas se o dono anterior de alguma forma tivesse adquirido o valor necessário, ele poderia resgatá-la por si mesmo. O preço iria depender, é claro, do número de anos (colheitas) até o Ano do Jubileu. Se o homem não tivesse nenhum parente disposto, nem o valor necessário, teria que esperar até o Ano do Jubileu para recuperar a sua propriedade.
O exemplo clássico da lei do resgatador é registrado no livro de Rute, onde Boaz redimiu tanto a Rute quanto a sua herança e, em seguida, se casou com ela. O “redentor” a poder resgatar a propriedade de Noemi (e agora de Rute) tinha que ser o “parente mais próximo” (cf. 2:20; 3: 9, 4: 1). Esta ideia inspirou os “mensageiros” de 1888.
Escreve A. T. Jones: “O homem perdeu a sua herança e está ele próprio também em cativeiro. E como ele mesmo não pode se redimir, nem a sua herança, o direito de resgate cai ao parente mais próximo que seja apto a isso, e Jesus Cristo é o único em todo o universo que é capaz.
 “Ele deve ... ser não só parente, mas o parente mais próximo. ... Portanto ... também Ele ... participou de carne e sangue na própria substância como a nossa, e assim se tornou o nosso parente mais próximo”.1
 “Boaz não poderia agir como Redentor até descobrir que aquele que estava mais próximo do que ele não podia cumprir o papel de resgatador. O resgatador deve ser não só um parente próximo, mas deve ser o mais próximo dentre os que estivessem perto. ... Este é exatamente o ponto a destacar no segundo capítulo de Hebreus [vs. 14-18]”.2
Uma vasta proporção de cristãos, tanto católicos quanto protestantes, pensa em Cristo como Alguém que pertence aos vitrais nas catedrais. O popular “dogma da Imaculada Conceição” nega as Escrituras; diz que a Virgem Maria no ventre de sua mãe experimentou uma quebra milagrosa do código genético que liga todos os seres humanos pelo nosso DNA comum à natureza caída e pecaminosa do nosso Adão caído, de modo que Maria nunca foi tentada sexualmente, e nem foi o seu Filho, Jesus. Com isso, num só golpe, são-nos negados o único Redentor que pode nos salvar do pecado e preparar um povo que aprende a “seguir o Cordeiro onde quer que vá,” e permanecer “irrepreensíveis diante do trono de Deus”. Isso é dito deles por ser verdade quanto a eles, graças a seu Redentor, o “parente mais próximo”.
O Senhor Jesus Cristo tomou sobre Si a carne humana pecaminosa e tornou-Se o nosso “parente mais próximo” (Heb. 2:5-18), para que pudesse dar-Se como o preço de resgate e nos libertar. Só Ele estava qualificado a fazer o que tinha que ser feito, e esteve disposto a fazê-lo. Não somente Ele nos redimiu, mas também nos deu uma parte da Sua herança, fazendo-nos dela partícipes.
É lamentável que o povo judeu não seguiu as leis dadas em Levítico 25. Por seu egoísmo e ganância trouxe a ruína para a terra e para o seu sistema econômico. Os profetas censuraram o rico por explorarem os pobres e roubarem as suas casas, terras, e até mesmo seus filhos (Isa. 3:14-15; 10:1-3; Amós 2: 6-7; 05:11). Os tribunais locais ignoravam os decretos de Deus; os juízes, enriqueciam por subornos, emitiam decisões que favoreciam os ricos e esmagavam os pobres. Mas Deus ouviu o clamor dos pobres e um dia trouxe julgamento terrível para o povo de Israel.
Deus está preocupado com a forma como usamos os recursos que nos concedeu e com a forma como tratamos uns aos outros no mercado. Ecologia e economia são a Sua preocupação, e Ele finalmente permite que o juízo advenha sobre aqueles que exploram os outros e os tratam de maneira menos do que humana (capítulos 1 e 2 de Amós). A Igreja de Jesus Cristo prosperou sob muitos tipos de sistemas políticos e econômicos e não é dependente de qualquer deles, mas a Igreja deve sempre defender os direitos dos pobres e oprimidos e usar todas as armas espirituais para derrotar os opressores.

--Paul E. Penno
Notas:                                                                                         
1) Alonzo T. Jones, O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã, págs.
30 e 31(edição Glad Tidings ed.).
2) A. T. Jones, “A Terceira Mensagem Angélica—nº 14, Boletim da Conferência Geral, Vol. 1 (1895), pág. 265
Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi jubilado em junho de 2016, tendo sido ordenado ao ministério há 42 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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