quarta-feira, 27 de julho de 2016

Lição 5 — Como o evangelho transforma a comunidade



Para 23 a 30 de julho de 2016

“Trabalho comunitário” pode trazer muitas coisas à mente: alimentar os pobres, ajudar os doentes e idosos, “fazer” muitas coisas por aqueles que nos rodeiam e por nossas comunidades (*promover a inclusão social dos desempregados e/ou sem qualificação profissional, etc... etc...). Tudo bem. Mas quando “o Senhor, em Sua grande misericórdia, enviou uma mui(sic) preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos Pastores Waggoner e Jones” na época de 1888,1 a sua ênfase básica estava em ganhar almas no preparo para a segunda vinda de Cristo, naquela geração.
Especificamente, como disse Ellen White, era “por de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo”.2 Era o que chamamos de alto clamor da mensagem do terceiro anjo. Ela reconheceu que a mensagem de Jones e Waggoner era o seu “início”.3
O que ocupava pesadamente sua mente naquele momento do Alto Clamor era dar a mensagem ao mundo. A mensagem em si estava embutida em “evangelismo”. Não poderia ser interrompida uma vez iniciada, a não ser que “os irmãos” tivessem êxito em paralisá-la. Ela lamentou que no final daquela época, a oposição humana à mensagem resultou em ser ela, “em grande medida, conservada afastada do mundo4.
Sua principal decepção não foi que mais verbas não tivessem entrado para o “evangelismo público”, mas que os nossos ministros e o povo não tinham compreendido a mensagem em si. O que ocupava a sua mente naquele tempo do alto clamor não era o que chamamos de “evangelismo público”, em que um ou alguns indivíduos proclamam a mensagem e muitos vinham ouvi-la (isso surgiu depois), mas o evangelismo pessoal por parte de membros da Igreja que viessem a compreender a mensagem. Ela antecipou um método um-para-um de proclamá-la como altamente eficiente, a ponto de haver êxito em terminar a comissão evangélica mundial naquela única geração. Ela viu que essa era a intenção do Céu para nós. Este era o derradeiro “testemunho à comunidade”
Hoje, algo é necessário que interrompa o processo de decadência moral e espiritual que está em operação em todo o mundo. O avanço insidioso da corrupção e degradação induz muitos a se perguntar por que o Senhor não faz algo para intervir. Se o tecido moral continuar a apodrecer por muito mais tempo, questiona-se se o povo de uma futura geração será capaz até mesmo de compreender a mensagem do evangelho suficientemente para aceitá-la ou rejeitá-la de forma inteligente. O que estamos vendo são os efeitos físicos assustadores de álcool, drogas e abuso de nicotina, e os efeitos traumáticos de ataques terroristas, o divórcio e imoralidade, espiritual e emocionalmente.
Jesus disse: “Vós sois o sal da terra” (Mat. 5:13). Nos tempos bíblicos, os métodos que empregamos hoje para a conservação de alimentos eram desconhecidos. A comida se estragava rapidamente se não fosse consumida. Para os antigos, o sal era um conservante amplamente utilizado. A ideia de Jesus é que a Sua igreja na Terra deve ser o elemento adicional para a sociedade que irá dificultar o seu processo de decomposição. O Seu povo tem o desígnio a exercer uma influência profunda e de longo alcance para o bem sobre as nações em que vive.
Na medida em que o amor próprio permaneça ativo em nossos corações há impurezas misturadas com o nosso “sal”. O amor próprio pode tornar insípida a igreja remanescente, sem valor como preservativo no mundo. Podemos continuar a encher o armazém do mundo, ocupando parte do lugar designado para a Igreja remanescente, e parecer “sal da terra” genuíno, enquanto o nosso testemunho é prejudicado ou anulado, e nossa, influência positiva e direta no mundo em grande parte anulada.
O “sal” da Igreja remanescente é o princípio da cruz. Claramente entendido, aceito sinceramente, vivido completamente em abnegação, o ministério cristão, proclamado positiva e poderosamente ao nosso mundo moderno como Igreja remanescente, esta verdade da cruz será o único conservante numa sociedade em degeneração.
O sonho de Ellen White era que a mensagem fosse proclamada em “cada igreja”, e então se projetaria ao mundo além, onde milhões encontrariam a preciosa verdade no ensino da cruz que nunca tinham ouvido antes.
O triste fato é que multidões de cristãos (*evangélicos) sinceros nunca entenderam a cruz de Cristo! A razão é que a sua crença comum na imortalidade natural tem sido um denso nevoeiro que esconde de sua vista a verdade do que aconteceu na cruz. Os adventistas do sétimo dia têm ensinado a não imortalidade da alma por quase dois séculos, mas a sua confusão sobre os dois concertos impediu-os, também, de ver com clareza o que aconteceu na cruz.a Portanto, a proclamação da cruz de Cristo tornou-se a essência da mensagem do alto clamor de 1888 que “nós” tínhamos aguardado por décadas, e ainda assim nunca soubemos do que se tratava.
Jesus proclamou essa mesma verdade, que é o “evangelismo” na mensagem de 1888. Foi na Festa dos Tabernáculos em Jerusalém pouco antes de Sua crucificação: “No último e mais importante dia do festival, Jesus Se levantou e disse em voz alta [foi isso um precursor do “alto clamor” que antecipamos?], “Quem tem sede, venha a Mim e beba como diz a Escritura [Cantares de Salomão 4:15]”. Quem crê em Mim, rios de água vivificante brotará do seu coração” (João 7: 37, 38, Good News Bible).
Esta é uma declaração profunda do método de “evangelismo” que Jesus amava. Ele não está colocando pressão sobre nós para fazer isto ou aquilo; Ele não está fazendo sentir-nos culpados por não realizar mais “evangelismo”. Ele está garantindo que, se realmente acredito nEle, o evangelismo mais puro estará fluindo para fora de nossos corações a partir de uma fonte transbordante. Claro, ninguém pode realmente “crer” se não entender a mensagem. Portanto, a proclamação e ensino das verdades “mui preciosas” são altamente essenciais.
Esta é a ideia que Ellen White e Jones e Waggoner viam na mensagem de 1888. O amor pela mensagem que é despertado em alguém quando pela primeira vez a descobre, nunca morre. Você anseia de alguma forma compartilhá-la com toda alma que encontra. É uma repetição do que motivou os primeiros cristãos. Os jovens captam a visão prontamente uma vez entendam a mensagem com clareza.
Ellen White nos disse que iríamos nos surpreender com os “meios simples” que Deus vai utilizar na proclamação final da mensagem do terceiro anjo: esta mensagem de 1888 era isso. Apanhou todos de surpresa em 1888, incluindo a própria Ellen White. Quando a própria mensagem em sua força pura é diluída com os conceitos de Babilônia que a comprometem, não vai ser proclamada como o Céu pretendeu, a “toda Igreja adventista do sétimo dia” e, em seguida, ao mundo (mas será, ainda, na providência de Deus!) O refulgir final da glória do evangelho vai iluminar o mundo, e pela primeira vez desde o Pentecostes as palavras “evangelismo” e “testemunho” irão finalmente adquirir o seu real sentido.
Extraído dos Escritos de Roberto Wieland


Notas do autor:
1) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, págs. 1336, 1337; Ttambém está em Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 91, 92;
2) Ibidem;
3) "The Perils and Privileges of the Last Days", [“Os Perigos e Privilégios dos Últimos Dias”], Review and Herald, de 22 de Nov. de 1892
4) Mensagens Escolhidas, Livro UM, pág. 235.


Nota do tradutor:
a)     O “NOVO CONCERTO” É O CONCERTO ETERNO. Neste blog você irá encontrar (na coluna da direita), no ano de 2010, nos meses de agosto e setembro, a tradução de todos os capítulos de “O Concerto Eterno”, escrito por Ellet J. Waggoner, um dos dois mensageiros de 1888.
Este livro, O Concerto Eterno, de Ellet J. Waggoner, é citado por Jean R. Zurcher, em Tocados por Nossos Sentimentos, à pág. 73 (Na tradução de Cesar L. Pagani, IEST Publicações, está no meio da pág. 68) uma recomendação do Pr. Albert V. Olson, então vice-presidente da Conferência Geral, que disse: “Estou profundamente convencido de que algo deve ser feito para colocar um dilúvio de luz nos lares de nosso povo. Não conheço um livro melhor para fazer isso, além da Bíblia, do que O Concerto Eterno do irmão Waggoner” (originalmente citado em na sua obra Through Crisis to Victory, Da Crise à Vitória, pág. 231, do Pr. Albert V. Olson).
Também Waggoner tem muito mais a dizer sobre os concertos, atingindo o cerne da questão em seus comentários à carta aos Gálatas no livro “The Glad Tidings” (Boas Novas).

Ainda neste blog, se você, na barra de pesquisa (no canto superior esquerdo) digitar: “Concerto eterno” ou, “Os dois concertos”, encontrará também diferentes arquivos que ao longo de anos temos postado ali. Sobre os dois concertos você poderá localizar os seguintes arquivos nos meses e anos: fevereiro de 2011; novembro de 2011; dezembro de 2011; julho de 2013; outubro de 2013; julho de 2013; 2 arquivos em junho de 2014; etc... etc...

Quer entender os dois concertos? Só Ellen G. White tem a idéia correta. Neste blog você irá encontrar (na coluna da direita), no ano de 2013, no mês de julho o arquivo com o Título: “3º Trim. 2013 — Os dois concertos, continuação”, que disseca as págs. 367 a 373 de Patriarcas e Profetas, frase por frase, e identificamos ali cada detalhe.


O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White.
38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888.
Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido

Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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