Para 2 a 9 de julho de 2016
Nossa lição desta semana faz uma pergunta intrigante: “O que a
Igreja pode fazer para ajudar as pessoas a recuperarem um pouco do que foi
perdido após a trágica queda de nossos primeiros pais no Éden?”1
Muitas pessoas definem o que foi perdido no Éden em termos
egocêntricos. Adão e Eva tinham ocupações interessantes e não eram trabalhos
difíceis ou duros. Você podia comer uma refeição completa apenas por apanhar e
comer o que estava crescendo no jardim espontaneamente. Eles podiam brincar com
todos os animais, e tinham um ao outro por companhia. Pessoas que entendem algo
sobre Deus podem até incluir o fato de que Adão e Eva tinham acesso a Ele face
a face. Estavam unificados com o universo inteiro por estarem ligados com o
Criador de todas as coisas e em comunicação com Ele. Quando decidiram rebelar-se,
a desunião resultante os separou dessa preciosa unidade com Deus. Todo o plano
de salvação é o esforço de Deus para lidar com as consequências da escolha
deles em romper a união.
Em Sua oração registrada em João 17: 22,23 Jesus orou: "E
Eu dei-lhes a glória que a Mim Me deste, para que sejam um, como nós somos um:
Eu neles e Tu em Mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o
mundo conheça que Tu Me enviaste a Mim, e os tens amado a eles como Me tens
amado a Mim".
Que conceito fenomenal, que, em Cristo, somos amados assim como o
Pai ama o Filho. A Divindade consiste de três seres separados, mas atuando em
completa unidade, porque o amor que sentem um pelo outro é perfeito Ágape. Não
há egoísmo nesse amor, e é sugerido que, conquanto unificadamente iguais,
eles não exercem domínio um sobre o outro.
Os seres criados, especialmente os caídos, não podem se relacionar
com tal conceito de amor, porque o nosso conceito de amor é centrado em torno
de nós mesmos. Ao escolher um cônjuge, dizemos a nós mesmos que queremos o
“melhor” quando realmente queremos dizer o mais bonito, da melhor família, com
melhor potencial de ganhos, ou alguns outros critérios egocêntricos.
Quando falamos de unidade na igreja, definimos isso como a maioria
crendo do mesmo modo, mas a completa unidade é geralmente considerada impossível. A
fim de ser unificados como Cristo descreve em Sua oração, vai Deus nos mudar de
termos livre arbítrio para autômatos, anonimamente concordando com tudo o que
Ele diz? Não, Ágape não pode fazer isso, porque o amor só existe quando não
forçado. Ninguém pode forçar outro a realmente amá-lo. Ao exercer o domínio
pela força, uma pessoa pode amar falsamente, mas para sobrevivência, não por
amor genuíno.
A mensagem de 1888 ensina uma perspectiva única em sua ênfase
especial sobre o conceito de Ágape como amor incondicional. Jesus amava a
Pedro, mas quando avisou que Pedro O negaria, este deixou o orgulho dominar, o
que o levou a dizer, essencialmente a Jesus que Ele estava errado. Jesus o amou
mesmo assim. Judas, também por causa de seu orgulho, iria rejeitar o amor que
Jesus tinha por ele. Uma vez que “nEle foi colocada a iniquidade de nós todos”
(Isaías 53:6), Jesus levou os pecados de Judas à cruz e morreu sua segunda
morte, que é o salário do pecado. Ele provou “a
morte por todos” (Heb. 2:9).
Isso pode parecer bom demais para ser verdade, levando alguns a
perguntar: “‘Você está querendo ensinar salvação universal?’ . . . (*e
o mensageiro responde:) “—Queremos ensinar apenas o que a Palavra de Deus ensina — que
‘a graça de Deus se manifestou, trazendo
salvação a todos os homens’ (Tito 2:1)”. Deus operou a salvação por todos
os homens, e a todos a concedeu; mas a maioria a desprezou e jogou fora. O
juízo irá revelar o fato de que a salvação completa foi dada a cada pessoa, e
os perdidos deliberadamente lançaram fora a posse que, por direito de nascença,
lhes cabia”.2
Mas a pergunta intrigante da lição permanece: “O que a Igreja pode
fazer para ajudar as pessoas a recuperarem um pouco do que foi perdido após a
trágica queda de nossos primeiros pais no Éden?”1 O título de nossa lição é "Restauração do
Dominio", mas sobre o que Deus deu domínio aos seres humanos?
“E disse Deus:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os
peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, e sobre
toda a terra, e mais todos os répteis que rastejam sobre a terra” (Gên. 1:26). Não
nos foi dado “domínio” sobre outros seres humanos, apenas sobre a flora, a
fauna e a terra. Paulo confirmou isso quando disse “Não que tenhamos domínio sobre a vossa
fé, mas porque somos cooperadores de vosso gozo; porque pela fé estais em pé”
(2ª Cor. 1:24).
A parábola do semeador (Mat. 13:1-9) sugere que há diferentes
categorias de pessoas, mesmo na igreja. Muitos se contentam com a “religião de
multidão”, felizes ao ouvirem um sermão divertido uma ou duas vezes por mês,
mas não deixando nada ir mais fundo. Essas pessoas são representadas pela
semente que cai no chão e nunca realmente se enraíza. No “terreno pedregoso”,
pessoas inicialmente recebem a palavra com alegria, mas não se firmam em sua fé
quando as provações assaltam. Pessoas permanecem na igreja por muitas razões,
mas é preciso testar-nos quanto a qualquer tipo de orgulho, inclusive o orgulho
denominacional.
A igreja adormecida se contenta com a religiosidade de “multidões”
ou com a do “terreno pedregoso”, não podendo aprender o amor não-egoísta sem se
despertar para aceitar a mensagem a Laodiceia pela Testemunha Verdadeira
(Apocalipse 3). Precisamos concordar com a Sua avaliação da nossa condição cega
e tomar o Seu conselho de que precisamos de colírio para trocar a nossa justiça
própria por Seu caráter de vestes puras.
Sem esse reconhecimento e arrependimento, devemos entender que o
domínio pode ser uma coisa perigosa em pessoas que não são governadas por um
amor não-egoísta. Para a igreja ser capaz de mostrar corretamente ao mundo uma
restauração do domínio do Éden, precisa experimentar a unidade do Ágape de Deus
antes que lhe possa ser confiado o domínio. Quanto mais a igreja se une sob a
égide desse amor, mais ela mostra ao mundo que é a única base de unidade.
Qualquer pensamento de restaurar o domínio melhor se dirigiria a restaurar o
domínio sobre nós mesmos, que perdemos na Queda.
É a avaliação da Testemunha Verdadeira da Igreja de Laodiceia que diz:
“Rica sou e aumentada com bens, e não tenho necessidade de nada” (Apoc. 3:17, Versão King James).
Esta justiça própria e auto-percepção de pureza doutrinária é a causa de
sua “indiferença” e legalismo. Seu amor próprio é exposto na necessidade de Ágape
de Deus. Daí, o apelo de Cristo para que ela se arrependa. Em outras palavras,
trocar as suas ideias de justiça pela fé em Seu justo Divino amor abnegado demonstrado
na cruz. A mensagem de 1888 foi sempre de alegria e esperança resultantes do
arrependimento que a Noiva de Cristo deve ter, a fim de estar preparada para a
segunda vinda.
Ellen White nos desafia: "O Senhor pede uma renovação do reto testemunho dado em anos passados. Pede uma renovação da vida espiritual. As energias espirituais de Seu povo têm estado por muito tempo entorpecidas, mas deve haver uma ressurreição da morte aparente. Mediante oração e confissão do pecado, devemos abrir o caminho do Rei. Ao fazermos isso, o poder do Espírito nos sobrevirá. Necessitamos da energia pentecostal. Esta virá; pois o Senhor tem prometido enviar o Seu Espírito como o poder que tudo vence".3 Ore para que isso aconteça em breve.
—Arlene
Hill
Notas:
1) Lição da
Esc. Sabatina, edição dos professores, página 16, duas últimas linhas.
2) Ellet J.
Waggoner, The Glad Tidings
[Boas Novas] pp. 13, 14 (Glad Tidings ed.).
3) Ellen G.
White, Obreiros Evangélicos,
págs. 307, 308.
Nota adicional:
Esta lição,
em inglês, está na internet em: http://1888mpm.org
A irmã Arlene
Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade
de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja
adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a
Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em
maio de 2010, a
Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th
Street, Reno, Nevada, USA, Telefone 001 XX
(775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do
seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro
de 2015, na igreja adventista Valley
Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center,
Califórnia.
Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos
pelo tradutor.
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