terça-feira, 31 de maio de 2016

Lição 10 — Jesus em Jerusalém, por Paulo Penno



Para 28 de maio a 4 de Junho de 2016

Agora vamos nos unir a Jesus em Sua última viagem fatídica a Jerusalém para ser desassociado pela verdadeira Igreja de sua época (lembre-se, até o véu do Templo ser rasgado, era ainda o Templo do verdadeiro povo de Deus). É um sentimento terrível ser desassociado pela verdadeira Igreja. O que mais feriu a Jesus não foi a dor física da crucificação, mas a terrível sensação de ser “abandonado” por Seu Pai e por Seu povo.
Quando chegarmos à história da cruz, veremos como Ele Se desempenhou ao longo do caminho pela fé, desde o “abandono” à alegria da expiação (*em inglês: at-one-ment, comunhão em uma mente, isto é, com a mente de Deus). Se você já se sentiu “abandonado”, pode refazer os seus passos para a luminosidade do sorriso do Pai, onde também a percebe pela fé.
Pense como nessa jornada final o coração de Cristo está pesado com sérios pensamentos! Nossas mentes buscam. Recordemos que alguns vão sobreviver ao grande tempo de tribulação “sem um mediador”1 após o santuário celeste ser fechado. Se assim for, eles estão no mundo hoje em silêncio carregando a cruz com Jesus, (*atenção, porque são) pessoas humildes que você e eu podemos facilmente passar por alto. O Evangelho de Mateus é um prelúdio da vida que temos em 2016 AD. Não deseje os cargos superiores; mas seja fiel agora.

A ENTRADA REAL DO MESSIAS (MAT. 21:1-11)
Sua estratégia de relações públicas foi profissional; Ele não queria morrer na obscuridade. Queria que a cruz fosse levantada tão alto para que todos vissem o que estava acontecendo. Só então Ele poderia “atrair todos a Si” (João 12:32). Não (*foi por) engrandecimento próprio, mas a salvação de almas era o peso de Sua alma.
Falamos veentemente dos grandes dias do “alto clamor”, a ser seguido pela nossa “chuva serôdia”. Os planos de relações públicas de Deus serão perfeitos quando a missão de Cristo encontrar o seu cumprimento final antes que se encerre o tempo de graça. Mas, assim como os discípulos ficaram muito decepcionados em como o “Domingo de Ramos” levou à crucificação, poderá ser surpreendido com o verdadeiro “clamor” que “ilumina a Terra com glória” (*Apoc. 18;1), que pode ser uma experiência de auto-rebaixamento para todos os que verdadeiramente são do povo de Deus.
Ellen White aponta ao derramamento inicial da “chuva serôdia”, como a vinda da mensagem da justiça de Cristo de 1888; nossos queridos irmãos tinham esperado que se dariam grandes despertamentos emocionais na forma de tempestades espirituais. Foram pegos de surpresa — pois acabou sendo estudos bíblicos humildes e serenos sobre Romanos e Gálatas por dois jovens “mensageiros” pouco considerados e com “credenciais celestes”(*a) não reconhecidas. Mas os dois deixaram as janelas de “nova luz” abertas, que para homens idosos se tornaram amargamente indesejáveis.(*b)
Em profundo discernimento, Ellen White percebeu o que estava acontecendo. A semana do Calvário estava sendo reprisada. Mais de uma centena de vezes nos próximos anos ela comparou a recepção da “mui preciosa mensagem” (*sic, Test. Para Ministros, pág. 91) como sendo uma repetição de como os judeus receberam o seu Messias. A última semana da vida de Jesus que estamos estudando esta semana torna-se, portanto, uma “verdade presente” vital.

A MALDIÇÃO DA FIGUEIRA (MAT. 21: 18-21)
Precisamos entender os bons incentivos das boas novas no relato da figueira que foi “amaldiçoada” (Mat. 21:19; Mar. 11:12-14, 20-26). A maior decepção de Cristo foi que a nação não respondeu. Ele censurou “as cidades onde se operou a maior parte dos seus prodígios o não se haverem arrependido” (Mat. 11:20). Ele comparou a nação à infrutífera “figueira plantada na Sua vinha ... Há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho” (Luc. 13:6-9).
A figueira estéril que Jesus amaldiçoou tornou-se um símbolo que representa não apenas a massa de judeus impenitentes a nível individual, como a nação como um todo que rejeitou a Cristo: “A maldição da figueira foi uma parábola viva. Aquela árvore estéril, ostentando sua pretensiosa folhagem ao próprio rosto de Cristo, era um símbolo da nação judaica. O Salvador desejava tornar claras aos Seus discípulos a causa e a certeza da condenação de Israel”.2
Apenas um dia depois de Jesus tê-la amaldiçoado, “secou”. Triste; mas perceba o aspecto positivo do que Jesus disse. Se Ele amaldiçoa uma árvore e ela morre em 24 horas, se você mediante fervorosa oração abençoar um problema ou frustração em sua vida por Ele, também vai “definhar”. Em outras palavras, suas orações por bênçãos serão respondidas tão dramaticamente quanto foi a oração de Jesus por uma maldição sobre aquela árvore. Mas, em seu grande regozijo, seja humilde ao contemplar quão pouco “fruto” sua árvore tem dado, e sejamos muito cuidadosos com o encontrar “somente folhas” que provocam “améns” da congregação, mas não têm substância duradoura.
Mas uma oração que, aparentemente, tem sido sem resposta não deve ser esquecida “Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão” (Heb. 10:35). Se não for por qualquer outra razão além dessa: o Pai lembra de sua oração, melhor do que você. Ela será respondida para o que é melhor quando menos espera.

PELA AUTORIDADE DE QUEM? (MAT. 21: 23-27)                   
Os líderes judeus perguntaram-Lhe com que autoridade Ele fazia aquelas coisas. Eles estavam tentando levá-Lo a dizer que era pela autoridade de Deus. Mas negavam que Deus O havia enviado. Jesus procurou vincular Sua autoridade com as das credenciais de João Batista. Ele perguntou aos líderes se o batismo de arrependimento de João era autorizado pelo Céu ou pelo homem.
Se eles respondessem, pela autoridade do homem, a população iria se voltar contra eles, porque todos criam que João era um profeta enviado pelo Céu. Se respondessem que João foi enviado pela autoridade do Céu, em seguida teriam que admitir que a autoridade de Cristo era do céu, porque João foi precursor do Cordeiro. Assim, os líderes simplesmente negaram conhecer a autoridade de João.
Devemos ter muito cuidado em saber como reconhecer a “Elias”/João Batista, quando o Senhor enviá-lo novamente. Cada um de nós, sem exceção, deve andar em temor e tremor para não cometermos o mesmo erro que os judeus cometeram nos dias de João Batista. Seu “Elias” veio e se foi e eles não tiveram ideia do que tinha acontecido! Consequentemente, perderam o seu Messias e O crucificaram.

JESUS CONFRONTA OS LÍDERES DA IGREJA (MAT. 21: 12-14)
Veja como Jesus “confrontou” os líderes de Seu tempo. Jesus foi ao Templo para ensinar e curar.
Somos levados a perguntar: “Há sempre momentos em que, também, devemos desafiar o sistema”? Esta pergunta não é um absurdo trivial. Apenas certifique-se de que você está certo antes de desafiar os líderes ordenados por Deus, mas lembre-se que o tempo pode vir quando a fidelidade a Jesus vai exigir um desafio à liderança. Mantenha o compasso com Ele! Seja, também, crucificado com Ele.

            Paul E. Penno

Notas de rodapé    (as letras indicam notas do tradutor):
1) Ellen G. White, O Grande Conflito, pág. 425:  Os que estiverem vivendo sobre a Terra quando a intercessão de Cristo cessar no santuário celestial, deverão, sem mediador, estar em pé na presença do Deus santo (*entretanto não estaremos sem um Salvador). Suas vestes devem estar imaculadas, o caráter liberto de pecado, pelo sangue da aspersão. Mediante a graça de Deus e seu próprio esforço diligente, devem eles ser vencedores na batalha contra o mal. Enquanto o juízo investigativo prosseguir no Céu, enquanto os pecados dos crentes arrependidos estão sendo removidos do santuário, deve haver uma obra especial de purificação, ou de afastamento de pecado, entre o povo de Deus na Terra. Esta obra é mais claramente apresentada nas mensagens do capítulo 14 de Apocalipse.(*Acesse na internet o livreto do Pr. Milian Lauritz Andreasen” (1876-1962) que foi um teólogo, pastor e autor Adventista do Sétimo Dia.  Um dos teólogos mais importantes e influentes da igreja durante os anos 1930 e 1940. Promoveu o ensino popularmente conhecido como Teologia da Última Geração. Andreasen atuou como presidente da Grande Conferência de Nova Iorque (1909 - 1910), presidente do Seminário Teológico de Hutchinson (1910 - 1918), diretor da Atlantic Union College (1918 - 1922), reitor Washington Missionary College (hoje Universidade Adventista de Washington) (1922 - 1924), presidente da Conferência de Minnesota (1924 - 1931), presidente da Union College, Nebraska (1931 - 1938), e secretário de campo da Conferência Geral (1941 - 1950). Ele ensinou no Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia (agora localizado na Universidade Andrews) 1937-1949, e foi reconhecido como um estudioso líder denominacional na expiação e temas relacionados.
Andreasen tornou-se conhecido por seus protestos contra os líderes da Igreja Adventista durante os últimos anos de sua vida. Teve uma disputa com a igreja sobre a teologia da expiação e da humanidade de Cristo, que foi expressa em 1957 no livro Questões sobre Doutrina. “George Knight o classificou como ‘o livro mais divisivo’ na história do adventismo e um símbolo da tensão teológica adventista” (contra capa da edição da CPB, 2009). Andreasen argumentou que o livro estabeleceu uma mudança sinistra na Teologia Adventista do Sétimo dia. Andreasen pediu que o livro não fosse publicado, e argumentou extensivamente com os líderes da igreja para corrigir as idéias equivocadas. A igreja revogou suas credenciais ministeriais em 1961, mas reintegrou-o postumamente 10 dias após sua morte em 1962.  
“Temos feito publicações periódicas baratas do livreto “A Última Geração”  para trabalho missionário. Se você desejar centenas deles, ou mesmo mais, nos escreva).                          

a) "A mensagem atual . . . é uma mensagem procedente de Deus; ela traz as credenciais divinas, pois os seus frutos são para santidade." (EGW, RH, 3 de setembro de 1889).
"Esta mensagem, como tem sido apresentada [por Jones e Waggoner] deveria ir a toda igreja que alega crer na verdade, e conduzir o nosso povo a uma posição mais elevada. . . . Desejamos ver quem tem apresentado ao mundo as credenciais celestes." (ibidem, 18 de março de 1890).
Para hoje há também uma mensagem clara da verdade que tem credenciais celestes? "Em meio a gritos confusos, ... haverá um testemunho especial, uma mensagem especial de verdade apropriada para este tempo, cuja mensagem deve ser recebida, crida, e posta em prática. É a verdade, e não idéias fantasiosas, que é eficaz. A verdade eterna do Verbo permanecerá inalteráda, livre de todos os erros sedutores e interpretações espiritualistas, livre de todas imagens sedutoras caprichosamente desenhadas. Falsidades serão enfatizadas sobre a atenção do povo de Deus, mas a verdade estará vestida em suas belas vestes, puras, ... não contaminadas pelas falácias pelas quais Satanás procura, se possível,  enganar os próprios eleitos" (Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista, vol. 7, pág. 984; originalmente publicado na Review and Herald de 13 de outubro de 1904).
Estamos confiantes de que quando a confusão for resolvida, "um acordo" pentecostal voltará a prevalecer entre o povo de Deus, "não em uma plataforma de erro" (EGW, Testemunhos Especiais, Série B, n º 2. pág. 47. Artigo intitulado "Testemunhos para a Igreja, contendo cartas aos médicos"), mas na "mais preciosa" visão de 1888 que Ellen White endossou com tanto entusiasmo. (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 91, 92).

b) Escrevendo sobre a oposição que se levantou entre a liderança contra Waggoner e Jones, a serva do Senhor escreveu: “Ministros, não desonreis ao vosso Deus nem ofendais ao Seu Santo Espírito, fazendo comentários sobre os caminhos e as maneiras dos homens que Ele quis escolher. Deus conhece o caráter. Vê o temperamento dos homens que Ele escolheu. Ele sabe que ninguém a não ser homens sinceros, firmes, determinados, de sentimentos fortes, verão nesta obra sua vital importância, e darão tal firmeza e decisão a seus testemunhos que estes abrirão brecha nas barreiras de Satanás.
“É para o seu bem que Deus dá aos homens conselhos e reprovações. Envia Sua mensagem, dizendo-lhes o que é necessário para a época — 1897. Aceitastes a mensagem? Atendestes ao apelo? Ele vos deu a oportunidade de vir armados e equipados em auxílio do Senhor. E havendo feito tudo, disse-vos Ele que ficásseis firmes. Mas vós vos preparastes? Dissestes: ‘Eis-me aqui, envia-me a mim’? Isa. 6:8. Sentastes-vos quietos e nada fizestes. Deixastes que a Palavra do Senhor caísse desatendida por terra; e agora o Senhor tomou homens que eram meninos quando vós estáveis na parte mais avançada da frente da batalha, e lhes dá a mensagem e a obra que não tomastes sobre vós. Sereis para eles pedras de tropeço? Criticareis? Direis: ‘Estão saindo do seu lugar’? No entanto não preenchestes o lugar que eles agora são chamados a ocupar” (Testemunho para Ministros, págs. 412 e 413).

2) Ellen G. White em “O Desejado de Todas as Nações”, pág. 582 (3ª pág. do capítulo 64, intitulado “Um Povo Condenado”).

Notas:                                                                      
O video do Pr. Paulo Penno desta lição em inglês está na internet em: https://www.youtube.com/watch?v=HsgGRDspzgo  Também esta introspecção da lição da Escola Sabatina desta semana está na internet em: http://www.1888mpm.org

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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segunda-feira, 23 de maio de 2016

Lição 9 — Ídolos da alma (e outras lições de Jesus), por Arlene Hill



Para 21 a 28 de maio de 2016

Quando Adão e Eva se rebelaram contra a instrução de Deus de não comer da árvore, eles ergueram o primeiro ídolo. Decidiram fazer as coisas “a seu modo”, não o de Deus. A raça humana tem estado adorando o ídolo do eu desde então. A história do jovem rico capta a essência dessa adoração de ídolos, que é a base de todo o pecado. Vamos colocar sua história num contexto moderno para compreendê-la melhor. Vamos chamá-lo de “Rico”.
Rico estava buscando canais de TV e aconteceu num programa de saúde. Ele já sabia muito sobre o assunto, duvidava que esse médico da TV pudesse acrescentar-lhe qualquer coisa. O médico tinha doutoramento adicional em química nutricional e medicina homeopática. Ele está falando sobre plantas de trigo que foram geneticamente modificadas para amadurecer mais rápido. No entanto, isso também torna as plantas mais susceptíveis a pulverização com pesticidas.
Surpreendido e alarmado com o fato de que esse médico sabe algo que ele não sabe, Rico ordena que os funcionários em sua casa eliminem todos os alimentos que contenham trigo e pesticidas. Eles devem ler cuidadosamente os rótulos e abster-se de comprar qualquer coisa que não aprovaria. Ele lança um programa de pesquisa intensa para aprender tudo sobre os perigos que se escondem nos alimentos. Previsivelmente, os servos ficam confusos e algo proibido é introduzido despercebidamente. Rico fica enfurecido e os pune severamente. Então, um dos servos pergunta educadamente se eles poderiam sentar-se com Rico e escrever uma lista dos ingredientes agora proibidos. Horrorizado, ele exclama: “Você não sabe que ficar sentado é tão mau quanto fumar? Proíbo qualquer um dos meus servos de se assentar”.
A lista de alimentos e ingredientes proibidos fica mais longa e mais complicada. Aos poucos, a família torna-se, obviamente, desnutrida e constantemente doente. A enfermeira da escola finalmente os visitas e diz-lhes que, a menos que a sua saúde melhore em breve, ela vai entrar em contato com o Juizado de Menores e fazê-los perder a custódia dos filhos. Furioso com o fato de uma burocrata ignorante estar tentando lhe dizer alguma coisa, ele ordena a seus servos começarem imediatamente a ensinar os filhos em casa.
Rico se orgulha de seu conhecimento superior e é verdade que tem tomado decisões certas para a sua família, mas a ameaça de perder seus filhos o torna muito incomodado. Rico quer encontrar alguém que o aprecie e o admire por seu conhecimento e controle sobre a sua família. Um novo professor escreveu um livro e fez uma série de vídeos postados no YouTube, então Rico decide interrogá-lo. Quando se encontram, Rico lhe pergunta: “Sei que a lei nos obriga a considerar os nossos corpos o templo de Deus. Tenho guardado todas as leis de saúde conhecidas desde a minha juventude. O que mais devo fazer para que Deus me veja como piedoso de modo a levar-me e a minha família para o céu?”
Rico inicialmente sentiu-se confuso com a resposta do Mestre: “Renuncie a todo o seu conhecimento e força de vontade de sua iniciativa e peça a Deus para dar-lhe a bênção da crença, e então será obediente”. Isso não poderia estar certo. Rico tinha trabalhado duro para obter esse conhecimento. Ele tinha vencido muitos argumentos que mostram às pessoas como elas estavam erradas. O seu ministério tornara-se uma espécie de evangelismo de saúde. Isso tinha que contar para alguma coisa. Qualquer um podia crer, o que era fácil de dizer. A prova está no fazer. Rico não percebe que tem o Evangelho às avessas.
Observe a sequência na síntese de E. J. Waggoner: “Assim, pois, os que são da fé são guardiões da lei; pois os que são da fé são abençoados, e aqueles que praticam os mandamentos são abençoados. Pela fé eles obedecem os mandamentos. Sendo o evangelho contrário à natureza humana, nós nos tornamos cumpridores da lei não por cumpri-la, mas por crer. Se trabalharmos para obter a justiça, estaríamos exercendo apenas a nossa própria natureza humana pecaminosa, e assim não chegaríamos para mais perto de justiça, mas para mais longe dela. ... Todos estão debaixo da maldição [da lei], e quem pensa em sair [de debaixo da maldição] por suas próprias obras, lá permanece. Uma vez que a ‘maldição’ consiste em não continuar em todas as coisas que estão escritas na lei, portanto, a ‘bênção’ significa perfeita conformidade com a lei” (E. J. Waggoner, The Glad Tidings, pp. 56, 57, Glad Tidings ed.)
Muitos de nós temos problemas com o conceito de que primeiro aceitamos a bênção de crer, que, por sua vez, faz com que naturalmente nos conformemos perfeitamente com a lei. Vemos nossos traços de caráter, os hábitos que tentamos deter, mas nada funciona. Alguns podem pensar que, mesmo que você seja capaz de ir para um ambiente completamente novo, o caráter que você herdou vai deixar a sua marca em você até a sepultura. Dizem que isso é apenas a maneira como sempre serei. Estou preso nisso, então por que tentar?
Para aqueles que tenham assim pensado, a mensagem de 1888 tem uma notícia maravilhosa. Jesus estava tentando transmitir isto a Nicodemos, quando Ele disse que é necessário nascer de novo. Jesus reescreveu nossa história condenada quando levou a raça humana nEle para a cruz. Não precisamos de ir a um ambiente completamente novo, precisamos acreditar e aceitar que somos criados de novo em Cristo, quando Ele nos redimiu na cruz.
“Alguém pode levianamente dizer: ‘Então, estamos bem em tudo quanto fazemos no que concerne à lei, uma vez que estamos redimidos’. É verdade que todos estão redimidos, mas nem todos aceitaram a redenção. Muitos dizem de Cristo, ‘não queremos que este homem reine sobre nós’ (*Lucas 19: 14), e lançam para longe a bênção de Deus para eles. ... Pare e pense no que isso significa. Permita que a força total do anúncio impressione a sua consciência.
“Cristo nos resgatou da maldição da lei” (*Gál. 3: 13) — de  nossa incapacidade em permanecer em todas as suas exigências justas. Não precisamos pecar mais! Ele cortou as cordas do pecado que nos prendiam de modo que temos apenas que aceitar a Sua salvação a fim de sermos livres de todo pecado que assedia” (Ibid., p. 61).
Parece bom demais para ser verdade, mas é verdade. Não temos senão que aceitá-la.

--Arlene Hill
Notes:

Notas:
O vídeo em inglês do Pr. Paulo Penno desta lição está na internet em:https://www.youtube.com/watch?v=V8Hy2hn6Dakå
Esta lição em inglês está no site http://1888mpm.org

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street, Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.

Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.
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quarta-feira, 18 de maio de 2016

Lição 8 — Pedro e a Rocha, por Roberto Wieland



Para 14 a 21 de maio de 2016

O imenso prestígio e poder transmitido pelo Templo em Jerusalém inspirava a devoção das multidões quando Jesus as defrontou dizendo: “Eis que a vossa casa vos ficará deserta” (Mat. 23:38), mas uma voz mansa e delicada na história bíblica de Jesus de Nazaré se destaca na consciência. Estes ensinamentos de Jesus chamam a nossa atenção reverente hoje. 
Ele esperou até muito perto do fim de Seus três e meio anos de ministério antes de desafiar Seus discípulos com a pergunta final: “Quem dizeis vós que Eu sou?” (Mateus 16:15). Era-lhes claro que Ele é o Messias esperado, mas quem é Ele?
Deus quer que todos tenhamos perfeita liberdade para decidir a respeito dEle. Lemos em Mateus 16:13 que Cristo perguntou aos discípulos: “Quem os homens dizem ser o Filho do homem?” Os discípulos responderam que as pessoas estavam divididas sobre Ele. Alguns diziam que Ele era João Batista que voltara dentre os mortos, ou o profeta Jeremias, ou outro dos profetas. João nos diz que algumas das pessoas alegavam: “Ele é um bom homem; outros diziam: não; mas ele engana o povo” (João 7:12). Parece bem como é hoje, não é? “Havia uma divisão entre o povo por causa dele” (João 7:43).
Mas quando Jesus perguntou aos discípulos: “Quem dizeis que eu sou?” eles ficaram em silêncio por um momento, e parecia que ninguém se atrevia a falar. Tinham muitas vezes se perguntado quem Ele era. Perceberam que nenhum outro homem era como Ele. O que os maravilhava não era tanto os milagres que Ele realizava, mas o amor perfeito expresso em tudo o que Ele dizia e fazia. Finalmente, Pedro falou para o grupo: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:16).
Jesus felicitou-o pela coragem de suas convicções, “Bendito és tu, Simão Barjonas, porque carne e sangue não revelou a ti, mas Meu Pai que está nos céus. E eu te digo que tu és Pedro [petros], e sobre esta pedra [petra; rocha sólida, verdade tão grande como o granito Pré-Cambriano] edificarei a Minha igreja; e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (v. 17, 18).
Petros é uma pequena pedra que se pode lançar ao redor; petra é a pedra fundamental, como é o próprio Cristo. Após o pobre e instável Pedro ter negado a Cristo por três vezes e, portanto, desqualificando-se a si próprio para ser um apóstolo, ele se arrependeu. Todo pensamento de sua importância foi renunciado: ele disse à igreja de seus dias que somente Cristo é “a Rocha” (1ª Pedro 2: 8, Petra). Sabia que não era nada mais do que um petros.

Tem a Igreja do Senhor Sempre Sido Um Corpo Organizado?
Os primórdios da igreja verdadeira podem ser atribuídos ao eterno (ou novo) concerto que o Senhor fez com Abraão há muito tempo: “Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que Eu te mostrarei. E Eu farei de ti uma grande nação, . . . e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gên 12:1-3). Assim, o Senhor começou a organizar o Seu povo para ser uma família visível, designada, uma  “nação”. O Seu propósito era que testemunhassem no mundo.
Os descendentes de Abraão foram eleitos para serem o antigo equivalente da igreja organizada de hoje. Deviam publicamente compartilhar e exemplificar a sua fé. Sua nacionalidade era para demonstrar que é possível para os seres humanos funcionarem numa unidade organizada, perfeitamente dedicada à orientação do Senhor.
Essa nação veio a ser conhecida como Israel. Sua história registra uma série de altos e baixos, com muitos episódios sombrios de fracasso corporativo. (Os “baixos” foram o resultado direto da velha ideia de pacto que tinham abraçado por conta própria) (*O velho concerto ded Exodo 19:8 e 24:7). Mas será que suas rebeldias terríveis cancelam a eleição original de Deus? A resposta tem de ser NÃO.
Apesar de terem sido severamente punidos por suas apostasias (especialmente a adoração a Baal), nem Israel nem Judá jamais se tornam Babilônia. Mesmo enquanto estavam cativos em Babilônia permaneceram Israel. A adoração a Baal era uma doença que afligia a corporação, mas não a transformou em Babilônia.

Quem é o “Israel” hoje?
No início do Seu ministério Cristo escolhe os discípulos e ordenou-lhes, exortando-os a proclamarem o evangelho ao mundo. “'Ele nomeou doze' .. . . O primeiro passo devia ser dado agora na organização da igreja que, depois da partida de Cristo, O devia representar na Terra“ (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pp. 290, 291). “Sobre esta Pedra [sua fé expressa em nEle] edificarei a Minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mat. 16:18). Ele os comissionou a serem uma “corporação” disciplinada e unida: “Como o Pai Me enviou, assim também Eu vos envio” (João 20:21-23). Eles não eram um grupamento desconjuntado de “almas fiéis”. O Espírito Santo continuou a organizar e conduzir os membros em relação à perfeita unidade e coesão.
Quando os judeus finalmente crucificaram a Cristo e rejeitaram os Seus apóstolos em 34 dC, o Senhor não abandonou Seu concerto original; Ele permitiu um “abalo” para testar o Seu professo povo. Dois grupos se tornaram distintos e separados. Os crentes entre eles permaneceram como a Sua verdadeira igreja, e os incrédulos foram sacudidos e lançados fora. Para os judeus incrédulos o Senhor tinha a dizer: “O reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê [produza] os seus frutos“ (Mat. 21:43). A “nação“ era a igreja continuando a ser o verdadeiro Israel.
Também em 34 dC, a nação física de Israel foi rejeitada, mas o verdadeiro Israel arrependeu-se no Pentecostes por causa da fé em Cristo, pois “se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa“ (Gál. 3:29). É assim que aqueles crentes contritos se tornaram o novo Israel, a igreja, a verdadeira “nação a produzir frutos”. A igreja não era um apêndice ou desdobramento de Israel; eram os verdadeiros descendentes de Abraão (Mat. 21:42-45, etc.).
É geralmente aceito entre nós que a moderna Igreja Adventista do Sétimo Dia tem repetido seriamente a história do antigo Israel. Ellen White disse muitas vezes que a nossa rejeição “em grande medida” da mensagem de 1888, mais de um século atrás, era uma repetição da rejeição de Cristo pelos judeus. (*Veja Mensagens Escolhidas, Livro 1, págs. 234 e 235).
Mas a nossa história de 1888 é diferente da dos apóstolos os apóstolos e os anciãos da igreja foram responsivo à liderança do Espírito Santo. O que “o Espírito Santo nos disse“ não fizemos! Mas agora chegou o momento em que devemos responder tão prontamente à Sua liderança como fizeram os apóstolos. O mesmo Espírito Santo que organizou os apóstolos ainda está vivo hoje.

O Que Mantém a Igreja Unida
Quando a igreja primitiva funcionava como em disciplinada coordenação como uma corporação sob a orientação do Espírito Santo, o Senhor respeitou sua organização. Por exemplo, quando Saulo de Tarso foi convertido, o Senhor o fez entrar em comunhão imediata com Sua igreja organizada.
A ideia é bela Boa Nova. Cristo é a “cabeça”, cada crente é automaticamente um membro importante no funcionamento do corpo. Nenhuma organização humana, seja política ou de outra natureza, pode desfrutar tal unidade perfeita, onde cada membro se vê como especialmente criado para preencher uma necessidade. Nada a alimenta como a associação “corpo de Cristo” vivo. Cada pessoa crente descobre nela a sua alegria eterna e seu verdadeiro sentido de auto-identidade e realização.
Bem mais de cem anos depois de Minneapolis e 1888, é chegado o tempo para cumprirmos a visão de Paulo de uma igreja perfeitamente coordenada onde cada membro se sente necessário. Por quase dois mil anos a imagem paulina de genuíno e duradouro “crescimento da igreja“ tem aguardado o seu pleno cumprimento:
 “Não devemos ser mais crianças atiradas de um lado para outro por todo vento de doutrina, ... mas, falando a verdade em amor [Ágape], cresçamos em tudo naquele que é a cabeça — Cristo — do qual todo o corpo, bem ajustado e consolidado por todas as juntas, segundo a operação eficaz pela qual cada segmento cumpre a sua parte, levando ao crescimento do corpo para a sua própria edificação em amor [Ágape]” (Efé. 4:14-6, NIV).
É natural que alguns temam que a igreja e as suas instituições sejam agora muito grandes e complicadas e que nunca será bem sucedida. Mas a Bíblia não dá nenhuma pista de que o crescimento do corpo faça com que a obra do Espírito Santo se torne difícil ou impossível. No geral, a ideia é que o que vai unificar a igreja é a verdade pura, promulgada incondicionalmente e sem reservas por sua liderança. O que aconteceu em 1888 deve ser repetido, mas desta vez num santificado sentido inverso. 
—From the writings of Robert J. Wieland

Notas:

O video do Pr. Paulo Penno desta lição em inglês está na internet em:

Também esta introspecção da lição da Escola Sabatina desta semana está na internet em: http://www.1888mpm.org   

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Estes e sua mensagem receberam mais de 374 recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.

Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor
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