quarta-feira, 11 de maio de 2016

Lição 7, Senhor de judeus e gentios, por Paulo Penno




Para 7 a 14 de maio de 2016


Milhões de adventistas do sétimo dia ao redor do mundo estão estudando sobre como um rapaz desconhecido e os discípulos alimentaram mais de 5.000 judeus e 4.000 gentios com “pão”. Você diria, pensei que fosse Jesus quem alimentou as multidões com “pão”. Sim, mas Ele não poderia ter feito isso sem a ajuda deles.
A criação ex nihilo terminou no sétimo dia no Princípio. Se Jesus não pudesse transformar pedras em pão para aliviar Sua fome no deserto, tampouco poderia criar pão a partir do nada para alimentar os milhares.
 As regras do grande conflito exigem que a Sua fé seja recompensada pela resposta e cooperação daqueles que acreditam nEle. O Seu ministério de Ágape terá sucesso por inspirar o serviço desinteressado de pecadores anteriormente egocêntricos que se tornaram discípulos. Assim, a acusação de Satanás de que é impossível que pecadores separados de Deus revelem compaixão e amor para com o próximo, como exigido pela lei de Deus, se comprovada falsa. A graça muda os corações humanos.
 Jesus disse aos discípulos: “dai-lhes vós [os judeus] de comer” (Mat. 14:16). André encontrou um menino desconhecido que estava disposto a dar o seu almoço constituído por cinco pães de cevada e dois peixes a Jesus (João 6: 8-9). Isso revelou uma negação louvável do eu por um menino faminto, não é mesmo? Foi ele motivado pelo amor de Cristo?
 Jesus aceitou o sacrifício do menino, agradeceu ao Pai pela dádiva tão singela em Suas mãos, orou pedindo Sua bênção sobre ela (João 6:11). Pense nisso, agradecer a Deus por uma fonte tão inadequada de alimentos necessários!
 Então Ele partiu o pão, deu-o a cada um dos discípulos e continuou dando o pão que se multiplicava em Suas mãos segundo eles iam distribuindo — não uma grande pilha de cada vez, só momento a momento, segundo a necessidade se tornava evidente. Assim, os mais de 5.000 judeus foram alimentados com pão.
 No caso dos “quatro mil” gentios (Mat. 15:38, 32), quando Ele expressou compaixão pelas pessoas que estavam tão famintas que poderiam até fraquejar em sua jornada rumo a suas casas, Ele primeiro perguntou aos discípulos: “Quantos pães vocês têm?” (Mat. 15:34). Aparentemente, eles conferiram entre si para dar a resposta à indagação,  “Sete, e uns poucos peixes”. Muito bem, agora Ele podia fazer algo: “Ele tomou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os e deu-os aos discípulos [Ele precisava deles para servirem como garçons!] E os discípulos os deram à multidão” (Mat. 15:36).1
 Como Filho de Deus, Jesus era cheio do Espírito Santo desde o Seu nascimento. Certamente Ele deve ter sido a personificação viva da mensagem dos três anjos. Como? Ele falou e viveu o evangelho eterno. Sua vida foi um constante apelo para que os indivíduos se arrependessem e saíssem do mundo e se separassem para Deus.
 Após trinta anos de trabalho comum na obscuridade, Jesus — o Filho do homem — foi levado pelo Espírito à experiência de conversão.2
 Jesus como o Representante portador dos pecados teve nosso pecado removido e a substituição foi o batismo do Espírito Santo — chuva serôdia. “Ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre Ele” (Mat. 3:16). Jesus foi ungido como o Apóstolo [enviado] de Deus para “iluminar a terra com a Sua glória” (Apo. 18:1). Ele deu testemunho do caráter amoroso de Deus, que procura e salva o perdido. Deus não condena o pecador mas, sim, o convence do pecado, da justiça e do juízo — um verdadeiro ministério de conforto para os “pobres”.
No Seu sermão inaugural na sinagoga sábado pela manhã, Jesus usou como texto de Isaías 61:1-3. “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas novas ... aos mansos ... a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do Senhor, para que Ele seja glorificado”. E a mensagem para os caminhos e atalhos, as ruas e becos da cidade, é enfaticamente o levar o evangelho aos pobres.
 Esta mensagem e obra de Jesus foi o quarto anjo combinado com a mensagem do terceiro anjo. Ele ensinou os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. Ele ministrou a remissão dos pecados e transmitiu o poder para uma vida restaurada a Deus. Cristo declara que “o pão que Eu darei é a Minha carne ... Eu darei pela vida do mundo”.3 Assim, “não temos nenhuma vida”, exceto a que é comprada por Sua “carne” e “sangue” (João 6:51, 53).
 Jesus deu “pão” às multidões judaicas, que incluíam o povo comum e os líderes da Igreja, chamando assim todos a um arrependimento corporativo. Mas os líderes rejeitaram a Jesus, o verdadeiro Pão.
 Ele deu o pão para todos, incluindo a multidão comum, indiferente, que O via como o Libertador longamente esperado e até formaram um movimento populista para coroá-Lo. Mesmo os Doze se empolgaram com isso no momento. Foi por esta razão que Jesus os enviou para seguirem num barco pelo lago, e ficou para trás para dispersar as multidões (Mat. 14:22).
 Jesus Cristo enviou o Espírito Santo para levantar o Grande Movimento do Segundo Advento. Jesus batizou esse movimento com o Espírito Santo. Individualmente, podemos experimentar o batismo do Espírito Santo e Sua plenitude contínua ao longo de toda a jornada. Mas também é verdade que para nós como um povo devemos juntos experimentar o batismo do Espírito Santo — a chuva serôdia.
 Isto é o que está previsto. “Eu vi outro anjo descer do céu, que tinha grande poder [o batismo do Espírito Santo], e a terra foi iluminada com a sua glória E ele clamou com alta voz [o alto clamor].” (Apo. 18:1).
 Outro anjo nos leva de volta a Apocalipse 14, àqueles três anjos que têm feito um trabalho maravilhoso desde 1831, quando Guilherme Miller apresentou o seu primeiro estudo bíblico sobre as profecias, 185 anos atrás.
 O Senhor Jesus nos enviou “Pão”, o início da chuva serôdia, em 1888 por meio de Seus mensageiros A. T. Jones e E. J. Waggoner.4 Jesus é “pão” para a “vida do mundo” (João 6:33) — judeus e gentios.5 A justificação, perdão dos pecados, é dada a todos, por iniciativa de Deus. Para todos os que comem/recebem este “Pão” Jesus reconcilia com Deus o coração endurecido pelo pecado; e não se pode ser reconciliado com Deus e não ser reconciliado com os Seus mandamentos. Assim, o “pão” é a justificação pela fé coerente com a ideia adventista singular da verdade da purificação do santuário.
Devemos “nós” recuperar em nossa história a ideia singular do “Pão” de 1888 e dá-lo ao mundo? Jesus precisa de “garçons” para que vença no grande conflito.

-Pr. Paulo Penno

Notas finais:

[1] “O alimento se multiplicava em Suas mãos; e as mãos dos discípulos, alcançando ao próprio Cristo, o Pão da Vida, nunca estavam vazias. A pequena quantidade foi suficiente para todos” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, págs. 369, 370 — original em inglês).
[2] “Após Cristo ter dado os necessários passos em arrependimento, conversão e fé em benefício da raça humana, Ele foi até João para ser batizado por ele no Jordão” (Ellen G. White, The General Conference Bulletin (Boletim da Conferência Geral) April 4, 1901, p. 36).
[3] A palavra grega signifca a raça humana inteira e todo o planeta. Mantemos que “pão” é a justificação da vida, que Jesus concedeu a todos, judeus e gentios. Com referência a “pão”, a pena inspirada escreve: “Ele desejou que O reconhecêssemos em Seus dons, para que possam ser, como Ele intenciou, uma bênção para nós. Devia cumprir este propósito a fim de que os milagres de Cristo fossem realizados. ... Nada devia se perder. ... Nem uma palavra que diga respeito a sua salvação eterna devia cair sem utilidade ao chão” O Desejado de Todas as Nações, pág. 368 — original em inglês).
[4] “A mensagem do Senhor mediante os irmãos [E. J.] Waggoner e [A. T.] Jones”, “a luz que é para iluminar toda a terra com sua glória foi resistida, e pela ação de nossos irmãos tem sido em grande medida afastada do mundo” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, Livro 1, págs. 234, 235).
[5] João 6:33-35 não é citado na lição com respeito à alimentação de judeus e gentios. Assim, pode-se procurar em vão pela ideia singular da mensagem de 1888. Deus concede a Jesus, o Pão da Vida, pela justificação do mundo.

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley  Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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