quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Lição 13 — Todo o Resto é Comentário, por Paul E. Penno

Para a semana de 19-25 setembro, 2010

Os livros de Daniel e Apocalipse lançaram a fagulha que acendeu o Movimento do Segundo Advento de 1844. As profecias apontavam para um "remanescente" com a “mensagem do terceiro anjo” preparando o caminho do retorno do Senhor. O Senhor prometeu enviar a este povo a "chuva serôdia" e o "alto clamor", "um mestre de justiça" (Em Joel 2:23, na Almeida Fiel e KJV, as palavras “em justa medida a chuva temporã,” em hebraico é, "o professor de justiça"), com uma mensagem ditada pelo Espírito Santo que se juntaria ao terceiro anjo (Apoc. 18:1-3, Testemunhos Para a Igreja, vol. 6, pág. 19). Os livros de Romanos, Gálatas e Efésios sobre justiça amadurecem a fé do povo de Deus. Deus cumpriu Sua promessa de dar a última chuva (*a chuva serôdia), em 1888, sem o Seu povo implorar por ela. Apesar disto, àquela época, a mensagem da cruz, justificação, e o santuário, em harmonia com a lei de Deus, foram "desprezados." A "boa nova" é que elas são recuperáveis pelo dom do arrependimento que Jesus promete a Seu povo, Apoc. 3:19.

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A verdade pura do Evangelho muda vidas. O teste, conclusivo e objetivo do valor da doutrina correta, é que ela muda as mentes e os corações e o comportamento em relação uns com os outros. A justificação pela fé aplicada a algumas das mais difíceis questões “internas” enfrentadas pela Igreja, traz a unidade de crença e prática. Este é o tema de Paulo em Romanos, capítulos 14 a 16.

A igreja é uma mistura de culturas, classes sócio-econômicas, e raças. A "implantação de igrejas" por Paulo, é a iniciação de novas congregações, a partir de novos conversos do Império Romano do Oriente e os judeus étnicos. Alguns cristãos são "fortes", outros "fracos" sobre questões éticas (Rom. 15: 1). No entanto, todos eles foram unidos por causa de Cristo. Eles entraram no curso “vida centrada na cruz,” na "Universidade do Corpo de Cristo." Eles agora aprenderão o que significa viver a cruz diariamente com Jesus. Isto irá obrigá-los a cultivar muita "humildade."

A reforma da saúde foi dada ao povo de Deus como justificação pela fé. É o jejum adequado que Deus determinou para todos aqueles que creem que estão vivendo no Dia da Expiação. A autonegação, que é uma qualidade inerente, para comer uma dieta simples, é necessária para um povo que está antecipando a saída do Sumo Sacerdote do Lugar Santíssimo. 1

Comer alimentos foi problemático para muitos dos primeiros cristãos, pois a maior parte deles tinha sido oferecida aos ídolos antes de ser posta à venda no mercado, Rom. 14:2-4, 20-23; Atos 15:20; 1 Cor. 8:4. Então, muitas consciências sensíveis volveram-se para uma dieta vegetariana.

Alguém que crê que pode comer qualquer e todas as coisas que Deus criou para a alimentação, pode ter um espírito de zombaria para com aqueles cuja consciência não lhes permite consumirem todas as coisas. A liberdade religiosa em matéria de alimentação deve ser estendida a todos. Infelizmente, por uma boa causa, muitas pessoas, que abraçam uma dieta vegan, condenam aqueles que têm um regime de base ampla, e, portanto, separam-se do Espírito de Cristo. Qualquer obra de reforma que perdeu o espírito de amor pelos outros é um desfile infrutífero da vaidade humana.

A “preferência” do homem por um dia, Rom. 14: 5, não o torna o dia de descanso de Deus. O Sábado do sétimo dia Deus tem, claramente, o selo de Deus sobre ele, Gên. 2:3; Ex. 20:11; Eze. 20:12, 20. Assim, Paulo não está tratando da questão da observância do sábado do sétimo dia, Romanos 14: 5 e 6). A igreja romana tinha um contingente de cristãos judeus que ainda se agarrava aos dias dos sábados (*cerimoniais) de observância anual, que podiam cair em qualquer dia da semana. O cristão gentio não teria essa lealdade para observar estes dias.

O fato de que Paulo conecta a preferência e respeito por dias, com o "comer," é uma ligação com os dias do festival anual da observância judaica (vs. 6). Comer desempenhou um papel fundamental nos ritos de guardar os sábados cerimoniais (Levítico 23).

Este texto não resolve, realmente, o problema de se saber se os dias santos judaicos são sábados viáveis para os cristãos observarem hoje. Em outro lugar Paulo os declara — "sombras" do "corpo de Cristo" (Col. 2: 16, 17). Seria blasfêmia continuar (*a oferecer) sacrifícios de animais, quando o corpo de Cristo já havia sido crucificado por nós. Por que estabelecer observância de "sombra" quando temos a realidade? Nenhuma quantidade de observâncias rituais vai entronizar Cristo no coração. Eles certamente não fizeram isso para o povo judeu, como um todo, nos dias de Cristo. Eles acabaram desprezando Seu Messias e crucificando-O.

O nível de julgamento interno na igreja, a que o apóstolo está se referindo, é igual às decisões de vida ou morte que Cristo faz no julgamento final. Nós não temos nenhum direito de invadir o Seu tribunal, Rom. 14:10. Deus, o Pai, tem transferido todo o julgamento ao Filho, João 5: 22 e 27. Jesus diz: "Eu vim não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo" (João 12: 47); (*“Porque Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele”) (João 3:17). Jesus proclamou a "palavra" que é a lei e o evangelho. "A palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia" (João 12: 48). Assim, "o tribunal de Cristo" é a lei e a cruz. (*É uma de duas recompensas: aprovação ou condenação).

Naquele dia terrível de acerto final de contas, após a ressurreição final dos ímpios, no final do milênio, a lei em tábuas de pedra (*e letras de fogo) e a cruz serão apresentadas a eles (veja O Grande Conflito, pág. 666)2. Em seguida, o registro inconsciente da vida, impressa no subconsciente, será trazida, claramente à visão de cada um. Haverá uma aclamação unânime, sem precedentes, vinda dos lábios de todos, de que Deus fez tudo que era possível para dar a salvação a todos, mas os perdidos recusaram seu dom. (*“Todo o joelho se dobrará a Mim, e toda língua confessará a Deus”)(Rom. 14:11).

O objetivo do "tribunal de Cristo" é, em última instância, para despertar em todos a responsabilidade de prestação de contas a Deus (*cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus)(verso. 12). O propósito de Cristo no julgamento é para reivindicar quem Lhe permitirá selá-los com seu Ágape.

Muitos estão selando os seus finais julgamentos diariamente (*Quem crê nEle não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus)(João 3:18). Através do evangelho "nós" proclamamos, almas vão fazer a sua decisão de vida ou morte (Romanos 14: 13). Se o nosso evangelho é "pécima nova" sobre o que devemos fazer para sermos salvos, as pessoas concluem que não foram eleitas (cut out = cortadas) para a salvação. Se o nosso Evangelho é "boa nova" do dom de Cristo para a salvação a todos, independentemente das habilitações pré-existentes, então é um cheiro de vida para aqueles que não o retardam.

A dinâmica do Espírito é o meio pelo qual Paulo conseguiu tudo o que ele fez em cada área: seu discurso, suas ações, e seus sinais e prodígios. Quando Paulo, copiosamente, tendo “pregado o evangelho de Jesus Cristo,” a cruz foi uma realidade presente para aqueles que o ouviram. Esqueceram-se de todos os divertimentos presentes e ficaram paralisados ante "o Salvador do mundo". Foi essa pregação que o Espírito Santo confirmou com "sinais e prodígios" (Rom. 15:19). Milagres atestam da verdade do evangelho proclamado. Da mesma forma, na final glorificação de Deus, através da proclamação da cruz, "Servos de Deus, com o rosto iluminado e a resplandecer de santa consagração, apressar-se-ão de um lugar para outro, para proclamar a mensagem do Céu. Por milhares de vozes, em toda a extensão da terra, será dada a advertência. Operar-se-ão prodígios, os doentes serão curados, e sinais e maravilhas seguirão aos crentes "(O Grande Conflito, pág. 612).

O que é "a revelação do mistério, que desde os tempos eternos esteve oculto"? (Rom. 16:25). "O mistério” é a revelação do próprio Jesus Cristo, ao Ele Se revelar na pregação de Paulo, e ao Ele ser revelado em você e em mim ao anunciarmos o evangelho.

O evangelho foi dado a conhecer aos homens a partir de Adão, e eles tinham a medida do conhecimento do evangelho. Mas quando Cristo veio, e revelou a Deus, em Si mesmo, para os filhos dos homens — nunca foi revelado e compreendido antes, como revelado e compreendido naquele momento. Quando os apóstolos foram enviados a pregá-lo como foi revelado então, pregaram em uma plenitude e clareza de que nunca foi anunciado antes, Rom. 15:16. Agora, Cristo proclama o mistério como Sumo Sacerdote do santuário celestial. É o evangelho que é claramente compatível com o trabalho de purificação que Ele procura realizar lá. Trata-se de uma obra de juízo, que é a vindicação (*justificação) de Laodicéia. Ele lhe dá o dom de Ágape para que ela possa crescer em estatura completa de uma noiva digna de estar ao lado do Cordeiro no casamento.

O plano do evangelho se originou na mente de Deus na eternidade do passado; patriarcas, profetas e apóstolos trabalharam em conjunto para torná-lo manifesto, e, "nos séculos vindouros," será a ciência e o cântico do redimidos "de todas as eras por vir". "Ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém" (Rom. 16:27). Que conclusão magnífica (*da carta aos Romanos)! Ela alcança de eternidade a eternidade. O Evangelho de Deus é a sabedoria das eras!

— Paul E. Penno

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista da cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de A.T. Jones e E. J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Ig. Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior.

Notas do tradutor:

1) A frase diz: “a autonegação, que é uma qualidade inerente, para comer uma dieta simples, é necessária para um povo que está antecipando a saída do Sumo Sacerdote do Lugar Santíssimo”, mas a ênfase, deve ser posta na autonegação, não na dieta.

2) Quando Cristo for investido de majestade e poder supremos, ... executa justiça sobre aqueles que transgrediram Sua lei ... e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras’ (Apoc. 20:11 e 12).

Logo que se abrem os livros de registro e o olhar de Jesus incide sobre os ímpios, eles se tornam cônscios de todo pecado cometido. Veem exatamente onde seus pés se desviaram do caminho da pureza e santidade, precisamente até onde o orgulho e rebelião os levaram na violação da lei de Deus. As sedutoras tentações que incentivaram na condescendência com o pecado, as bênçãos pervertidas, os mensageiros de Deus desprezados, as advertências rejeitadas, as ondas de misericórdia rebatidas pelo coração obstinado, impenitente - tudo aparece como que escrito com letras de fogo” (O Grande Conflito, pág. 666).


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Lição 13 — Todo o Resto é Comentário, por Raul Diaz

Para a semana de 19-25 setembro, 2010

Em 1985 eu morava em uma pequena cidade em Porto Rico. Havia tensão tramando na nossa pequena igreja adventista do sétimo dia. Parece que um grupo de irmãos e irmãs na igreja foram muito críticos em relação a outros membros da mesma igreja. Embora as áreas de desacordo fossem muitas (vestido, TV, assistir filmes, etc.), a questão principal era comer carne. O grupo vegetariano disse, ao grupo que comia carne, que eles não iriam para o céu se continuassem a comer carne, e se armou com citações dos escritos de Ellen White. O grupo que comia carne rebateu: "Mostre-me pela Bíblia."

A luta chegou ao auge quando o ancião vegetariano usou a hora do sermão para criticar os outros e se engrandecer. Ele mencionou que a igreja não deve assistir filmes imorais e violento. Então, mais tarde naquela mesma noite, o ancião, juntamente com outros membros assistiram a um desses filme, e vangloriou-se com os outros o quanto eles gostaram. Parece que o ancião não se deu conta de que estava sendo hipócrita.1

O Pastor não aguentava mais a divisão, então ele trouxe um oficial da Associação, bem respeitado, para lidar com o problema. Para alcançar o seu objetivo, o departamental concluiu com uma metáfora muito colorida: "Muitos vegetarianos não irão para o céu porque a sua língua é muito grande, tanto que eles vão precisar de dois caixões: um para si e outro para a sua língua" (compare com Tiago 3: 5-8, 4:11).

Em 2009, num pequeno subúrbio de Chicago, Illinois, em uma pequena igreja, com menos de 20 membros, um jovem começou a defender o uso de aliança de casamento. Muitos dos membros da igreja tentaram argumentar com ele, afirmando que as alianças de casamento são jóia. Evidentemente, os argumentos habituais se seguiram. Quando o jovem viu que não poderia convencer a igreja, ele trouxe seu "especialista" para lidar com os membros da igreja. Os dois jovens tentaram defender o uso de jóias a tarde inteira. A maioria da congregação não podia acreditar que em pleno 2009, esta ainda era uma questão discutível.

No ano de 2010, estamos lidando com os mesmos problemas antigos que Paulo escreveu em Romanos 12 a 16. Na verdade, ainda temos acrescentado alguns mais, além das mesmas desculpas antigas. O argumento de um lado é mais ou menos assim: "A Bíblia não fala sobre isso;" “não vejo nada de errado com isso;” "Você é muito rígido e preconceituoso;" “Outras igrejas estão fazendo isso;" etc. Os do "outro lado" dizem coisas como: "Ellen White diz ..."; "Nós nunca fizemos isso dessa forma antes;" “Isto não é o real adventismo;” "Não existe isto em nossa igreja!" etc. Um grupo cria uma lista de coisas para fazer e outra de coisas de que se deve abster. O outro grupo se rebela contra as listas.

Ao estudamos os capítulos 12 a 16 de Romanos, percebemos que Paulo estava lidando com situações que são muito semelhantes às nossas. Isso não é surpresa, estamos falando de pessoas com natureza humana pecaminosa. As pessoas eram, então, obstinadas, e ainda são inflexíveis hoje. A única cura para a vontade própria é o Evangelho. Paul viu e experimentou a natureza desprendida do amor de Cristo que mudou sua vida para sempre. O Espírito Santo veio habitar em Paulo, e transformou-o de um inimigo dos gentios e perseguidor dos cristãos em um homem disposto a desistir até da vida eterna, se, por seu sacrifício, outros pudessem ser salvos. Assim, Paulo tornou-se semelhante a Cristo, identificando-se com aqueles que ele tentou salvar. Para Paulo, a vida já não era sobre o que ele queria, mas o que Deus queria.

Em Filipenses 2: 5-9 Paulo disse a seus membros da igreja amada: "Deixe que essa mente esteja em vós, que houve também em Cristo Jesus: Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus: Mas esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus O exaltou soberanamente e Lhe deu um nome que é sobre todo o nome” (KJV1)

Em outras palavras, "Submetam-se a Cristo para o bem dos outros, como Ele Se submeteu ao Pai por nós." Nesta perspectiva, não deve ser nenhuma surpresa que Paulo peça aos irmãos maduros para terem compaixão e compreensão para com os irmãos fracos, a quem ele via como "bebes em Cristo.” Ele lhes diz em Romanos 15:1-3: "Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós mesmos. Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. Porque também Cristo não agradou a Si mesmo, mas, como está escrito: as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim" (*citação de Salmo 69:9)

Paulo espera mais de quem recebeu mais. E ele sabia que os bebês em Cristo precisavam de encorajamento; algo que só um cristão maduro poderia dar-lhes. Paulo sabia sobre o que ele estava falando, ele foi um bebê em Cristo antes.

Eu acredito que o maior problema que temos no cristianismo é a falta de cristãos maduros. Os membros da Igreja não são susceptíveis de serem criminosos, isto é, assassinos, ou ladrões, mas eles podem ter o mais frio dos corações. A igreja precisa de pessoas que, como Paulo, permitam que o Espírito Santo habite nelas e transforme as suas mentes e corações à semelhança de Cristo. Pessoas que sintam a dor quando outros são feridos, se que irão encorajar e orar por aqueles que não veem tudo como eles, em vez de condenar e rejeitar estas almas em luta. Esta demonstração viva de Ágape não só irá mudar as nossas igrejas, mas também irá apressar a volta de Cristo.

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No fechamento das lições deste trimestre, faremos bem em considerar o seguinte trecho escrito por Ellet J. Waggoner e encontrado em Prophetic Lights (Luzes Proféticas), página 133.

O apóstolo Tiago diz: "Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não sejais condenados. Eis que o Juiz está à porta" (Tiago 5:9). Que imagem! Estamos todos aqui esperando o Juiz que virá em breve para decidir o nosso destino eterno. A posição que ocuparmos, quando Ele vier irá determinar o nosso destino. Se estivermos trabalhando com humildade, Ele dirá: "Bem está, bom e fiel servo" (*Mat. 25:23). Se estamos a lutar uns com os outros, em vez de contra o pecado, ele dirá: "Apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" (*vs. 41). Agora Ele está à porta, seu pé está sobre o limiar, e sua mão sobre a maçaneta. Quem, percebendo isso, pode abrigar ressentimento em seu coração? Suponha que o Juiz abrisse a porta e nos encontrasse no ato de ferir nossos semelhantes! Certamente que este pensamento é suficiente para nos levar a viver “sóbria, justa e piamente" (*Tito 2:12).

O tempo está acabando, mas "todo o mundo está no maligno" (*1ª João 5:19). A massa da humanidade em todas as épocas tem rejeitado a misericórdia de Deus, e assim há de ser agora. Mas, "ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo" (*Romanos 9:27, citando Isaias 10:22). Alguns de toda a tribo, povo e nação lavarão as suas vestes, e as branquearão no sangue do Cordeiro. Para estes, mansões estão sendo preparadas, e “será amplamente concedida a entrada no reino eterno" (*1ª Pedro 1: 11), quando o Rei chegar para reivindicar os Seus. Destes Ele não vai Se envergonhar, e, no meio da grande congregação, Ele vai chamá-los de irmãos. Embora pobres e desprezados que possam ser agora, mas serão exaltados a um lugar à mão direita de Deus. Glorioso pensamento! "Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho," e ao nós contemplamos o descanso glorioso e a paz que Ele vai trazer, nossos corações ansiosos responderão: "Ora vem, Senhor Jesus".(*Apoc. 22:20),

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—Raul Diaz

O irmão Raul Diaz é um membro da Igreja adventista da cidade de Monte Vernon, no estado de Illinois, perto de Chicago. Ele atua em diversos departamentos da igreja, prega em diferentes ocasiões e locais, e ensina a lição da escola sabatina em sua unidade evangelizadora em sua igreja local: Seventh-day Adventist church, na cidade de Mt Vernon, Illinois, no endereço: 12831 N. Norton Dr., Mount Vernon, Il. 62864-8231, U.S.A., Tel.: 001 XX (618) 244-7064, www.mtvernonadventist.org

Nota do tradutor:

1) Há um ditado popular americano que diz, “If you talk the talk, you better walk the walk.” Literlamente seria. “Se você fala a palavra é melhor trilhar o caminho”, isto é, viva o que você prega.

2) Nos EUA, a maioria dos nossos membros, condena o uso de alianças de casamento, por as considerarem como jóia.

3) Nas versões Almeida lemos “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento (mente) que houve em Cristo Jesus”. Sendo que a KJV trás a idéia essencial do evangelho de que não se trata de ação sua e sim de Deus em você: "deixe esta mente estar em você...”. isto é, permita que Ele realize isto em você. Ele não o fará sem o seu consentimento, porque estaria violando o princípio de livre arbítrio estabelecido por Ele mesmo para as Suas criaturas racionais. “O livre arbítrio é um templo sagrado que Deus jamais violará.” Vemos o mesmo princípio exarado no “sermão da montanha”: Deixe sua luz brilhar”, Mat. 5:16, KJV, ao invés da redação da Almeida: “resplandeça a vossa luz”. Isto se dá também com Col. 3:15, Deixe a paz de Deus ... dominar em vossos corações”. E o vs. 16, Deixe a palavra de Cristo habitar em vós abundantemente, em toda a sabedoria ...”. Esta é a essência do Evangelho—Deus desejoso de agir no ser humano;

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Lição 12 — Amor e Lei, por Daniel H. Peters

Para a semana de 12-18 setembro, 2010

"O eu estava sempre na minha mente!" Eu sempre me amei, e acreditava que se eu não me amasse primeiro, eu não poderia amar mais ninguém. Tudo, absolutamente tudo, girava em torno de mim e como me sentia e pensava sobre mim mesmo. Meu melhor esforço em amar era ter uma predileção por outra — verdade, pode ser calorosa e maravilhosa por um tempo, mas no final eu (ou eles) gostávamos de algo mais e seguíamos este interesse. Eu mesmo tive um desejo por Jesus e a verdade. Meu amor (eros) era apenas uma expressão do que é conhecido como auto-estima.

A descrição da queda de Lúcifer é a própria definição de amor-próprio e auto-estima. Ouça as palavras da Escritura: "Tu [Lúcifer] ... eras perfeito nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti ... Elevou-se o teu coração [com orgulho] por causa da tua formosura." "Como caíste do céu ... tu dizias no teu coração: eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei ... Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (Ezequiel 28:14-17, Isaías 14:12-14)..

Lúcifer está tentando se tornar Deus. Esta auto-estima é expressa pelo desejo de se afastar de Deus e, realmente, matá-Lo. E nós nascemos com isto, e todos os nossos melhores pensamentos e esforços têm crescido a partir disto e não pode ser mais elevado que isso. Esta é a força por trás do nosso desejo de acabar com Deus, e a razão por trás da necessidade do arrependimento de todos os tempos.

A cruz dá um perfil psicológico de nós mesmos. Pega o orgulho do homem e o humilha até ao pó da terra. "Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós, que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um" (Rom. 12:3).

O orgulho é um tóxico. O teste de sobriedade para o orgulho é a cruz. Louve a Deus pois Ele tem efetivamente dado "fé" a todos para mantê-los sóbrios, se assim o escolherem.

Todo mundo nasce pensando "de si mesmo além do que convém." Isto chama-se amor-próprio, que é a principal raiz do pecado e que, se deixada sem controle, empurra a todos para o lado e até se manifestar no assassinato de Deus, a fim de tornar-se o número um. Mas a norma da poderosa fé Ágape aprecia o custo que Cristo pagou na cruz, a fim de destruir o amor-próprio, e sobriamente avalia cada alma de igual valor com a vida de Jesus, e esse valor é a base para uma saudável auto-estima .

O antídoto para esse amor próprio é o amor de Deus, Ágape. Ágape não é auto-promocional, mas se atreve a descer mais baixo. A cruz é a prova irrefutável do Ágape de Deus para os pecadores. Na cruz, Jesus morreu a segunda morte por todo o mundo, enquanto todo o mundo ainda O odiava. Ágape se auto-esvazia, é a força propulsora que Deus usa para alcançar os corações. Este amor é o poder de Deus para a salvação e vai criar em nós tudo o que falta. Ele crucifica a auto-estima e a substitui por auto-respeito (respeito próprio) como cada vida é igual à vida de Cristo que Se entregou por nós. (Consulte o artigo “Amor [Ágape] a Palavra que Alvoroçou o Mundo” escrito pelo Pr. Robert J. Wieland, postado neste blog em 1º de abril de 2009)

A palavra “pois” ou "portanto" (em Rom. 12:1), reúne tudo dos capítulos 1 a 11 e os põe em nítido foco. Por causa de tudo o que precedeu, ele nos instrui a "apresentar" os nossos corpos como sacrifício vivo a Deus. A palavra "presente" é a mesma palavra usada de Jesus quando Ele foi apresentado no templo após o Seu nascimento. Devemos apresentar nossas vidas como sacrifício vivo em nosso tempo cósmico da Expiação. É um dom de Jesus como nosso Sumo Sacerdote, purificar a nossa vida, que Ele comprou na cruz. Então, Ele pode purificar o santuário celeste. Ellen White escreve: "A compreensão correta do ministério do santuário celeste constitui o alicerce da nossa fé" (Evangelismo, pág. 221).

Esta purificação tem tudo a ver com a Lei de Deus como o padrão. A única coisa espiritualmente em que somos consistentes é o fracasso com a nossa fé focada no “eu” [eros]. Todos os nossos esforços contínuos para ter sucesso no cumprimento dos mandamentos de Deus com eros são frustrados. Nós fazemos a mesma coisa vez após vez, esperando resultados diferentes! Nosso amor eros não pode guardar os mandamentos de Deus.

Uma força "intelectual [nosso reduto egocêntrico, como uma igreja] tem em si as sementes da derrota, para o ‘tempo de angústia’ em última análise deve envolver um confronto com o 'eu' que 'o homem do pecado’ pode ser revelado. Por esta razão, o último conflito do povo de Deus ... tem sido comparado à experiência de Jacó. ... Na sala de audiência do Altíssimo, ele se tornou um vencedor. O confronto era com ele mesmo. Seu ego foi desnudado e sua culpa foi engolida perante Aquele contra Quem ele havia pecado tão gravemente" ("Então o Santuário Será Purificado", Donald K. Short, pág. 58).

"A mensagem de 1888 é especialmente "preciosa", porque une a idéia de verdade bíblica da justificação pela fé com a idéia original da purificação do santuário celeste. Esta é uma verdade bíblica de que o mundo está esperando para descobrir. Forma o elemento essencial de verdade que ainda vai iluminar a Terra com a glória de uma apresentação final, totalmente desenvolvida do “evangelho eterno de Apocalipse 14 e 18" (Dez Grandes Verdades do Evangelho que Tornam a Mensagem de 1888 Única”, Robert J. Wieland: http://www.1888mpm.org/book/gospel-truth-10

A história de Pedro e de Jesus à beira-mar (João 21:15-17) é um exemplo desse problema. Jesus perguntou a Pedro duas vezes se ele O amava (com Ágape), e nas duas vezes Pedro respondeu que ele só tinha (phileo), um amor fraternal por Ele. Agora, a terceira vez que Jesus perguntou, Ele usou a palavra de Pedro, phileo. "Pedro, você ainda me ama com um amor fraternal?" Peter não podia produzir Ágape com o qual amar, mais que ele poderia fazer o peixe saltar em suas redes. Da mesma forma não podemos guardar os mandamentos de Deus com apenas um amor eros, mais que podemos amar a Cristo ou uns aos outros. É preciso o poder de Deus — o Ágape de Deus para fazer isso.

A lei de Deus condena a nossa fé motivada por eros, e ainda estamos tentando guardar a lei de modo a ganhar a salvação e evitar a punição, enquanto a fé motivada por Ágape vê o Deus da lei como mais precioso e, portanto, a lei é observada nEle naturalmente.

"Sede transformados pela renovação da vossa mente" (Rom. 12:2, KJV). A beleza desta afirmação reside no significado do original grego! A palavra "transformar" está se referindo a uma mudança na natureza. Isso não significa para você melhorar a si mesmo, mas reconhece nossa total incapacidade e impotência. Esta é a mensagem da cruz — a humilhação de todo orgulho. Isso significa ter sua natureza alterada do que é, de modo que somos feitos participantes da natureza divina através da fé que opera pelo amor Ágape (2ª Pedro 1:1-4; Gal. 5: 6).

Essa transformação, é a "nova criação" de 2ª Coríntios 5:14-21. Realiza-se através da "renovação da nossa mente." Como pode a nossa mente ser renovada? Em Filipenses 2:5-8 Jesus Se rebaixa mais e mais, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. (Consulte o folheto “Amor [Ágape] a Palavra que Alvoroçou o Mundo” escrito pelo Pr. Robert J. Wieland, postado neste blog em 1º de abril de 2009) Isto é Ágape.

Com a fé motivada por eros, nós vamos sempre falhar em guardar a lei de Deus. Com a fé motivada por Ágape, observar a lei será espontânea, porque, fazê-lo, estará em nossa nova natureza energizada pelo Espírito Santo.

A renovação da nossa mente por Ágape resultará na observância da lei de Deus (Rom. 13:8-10). "O amor [Ágape] não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor [Ágape]” (Rom. 13:10).

Com tudo isto dado a nós, Deus deu a cada um de nós uma medida da "fé de Jesus" (Apoc. 14: 12, Rom. 12: 3). Esta fé, trabalhando por Ágape, torna-nos humildes ao seguirmos a Jesus que desceu (*do Seu trono para nos tirar do fundo do abismo). Assim, ele nos salva de nós mesmos.

Jesus diz: " Eu repreendo e castigo a todos quantos amo [com um amor fraternal]; sê pois zeloso, e arrepende-te" (Ap 3:19). Se os laodiceanos tivessem Ágape, não haveria necessidade do apelo de Jesus: "Arrepende-te". O amor de Laodicéia é eros — o amor auto-motivado, e é por isso que Jesus chama para uma transformação radical. Jesus quer que nós nos arrependamos de nossa fé centrada em eros.

Daniel H. Peters

O irmão Daniel Peters vive na parte leste da cidade de Los Angeles, Estado da California, EUA, e trabalha como Conselheiro Oficial antidrogas e alcool para mães e mulheres grávidas. O seu coração foi sensívelmente tocado pela “mui preciosa mensagem” (Test. p/ Ministros, págs 91 e 92) e sua vida tem sido apaixonadamente dedicada a esta mensagem que Deus outorgou à Sua igreja em 1888. Ele e sua família são membros da igreja adventista do sétimo dia de Whittier, uma cidade a 19 kms ao sul de Los Angeles, localizada no nº 8841 na Calmada Avenue, Whittier, Ca. 90605, EUA. Ele é tataraneto de Ellet J. Waggoner. O irmão Daniel é um ardoroso estudante da Bíblia e do Espírito de Profecia e de toda literatura relativa à mensagem de 1888. Ele foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, realizado em 21 e 22 de maio de 2010) na Igreja Adv. Do 7º Dia da cidade de Reno, estado de Nevada, localizada na 7125 Weest 4th Street.

Nota: O Pastor Paul E. Penno preparou um estudo sobre Romanos capítulos 12 e 13, verso por verso. Se você quiser, uma cópia está disponível em: http://www.1888mpm.org/articles/romans-12-13-verse-verse-study

Lição 12 — Amor e Lei, por Ricky Kearns

Para a semana de 12-18 setembro, 2010

Aconteceu em 1992 ou 1993. Eu era um estudante. Eu tive que escolher entre pagar por comida ou pagar o seguro do carro. Eu realmente gostava do meu Buick 1969, mas quando a coisa apertou, eu optei por comprar comida.

Tudo correu bem até o dia em que a polícia me parou. Meu estômago se agitava quando eu encostei no acostamento e o quarda constatou a minha falta do seguro obrigatório. O oficial de casaco azul, de botões prateados, olhos azuis e com ar arrogante, logo foi falando que teria que prender meu carro. Eu disse a ele que, embora eu não tivesse seguro, eu tinha carteira de motorista válida. O policial não ficou impressionado com isso. Ele apreendeu meu carro.

Eu forçosamente me lembrei de que as autoridades que existem foram ordenadas por Deus, Romanos 13:1. Eu fui impelido a agradecer o guarda por dar-me uma multa, e apreender o carro, já que, fazendo isso, ele estava cumprindo o que Deus o havia designado a fazer — cumprir a lei.

O policial olhou para mim como se eu tivesse precisando de um tratamento psiquiátrico. Eu voltei a pé pra casa, mas algumas das lições que aprendi naquele dia nunca mais me esquecerei. Eu nunca mais fiquei sem seguro desde então, embora fizesse apenas o mais simples e barato, na maioria das vezes.

Também passei a desejar que todos os meus encontros com a lei fossem exemplares e cordiais. Às vezes, tenho sido radical — como quando participei de protestos contra o regime de segregação racial do repressivo governo Sul-Africano, no auge do apartheid. Eu sou grato ao Senhor por Ele ter removido aquele governo injusto, sem a violência que a minha resistência passiva poderia ter incitado.

A lei é tudo, menos passiva. Me confronta de muitas maneiras diferentes. Os encontros mais constantes e que mais ferem são aqueles no lar, onde o amor é mais estreitamente testado. Como o amor se relacionam com a Lei?

Por muitos anos eu vi a lei como um padrão, ao qual eu tinha que me adequar. Eu sabia que devia manter-me perfeito, e, ao mesmo tempo, que eu era um fracasso — até que me deparei com esta introspecção de mudança de vida que nos foi compartilhada pelo pastor Ellet J. Waggoner:

“A dação da lei foi uma das maiores manifestações de amor que poderia existir porque ela pregou para o povo, em tons fortes, que havia vida em Cristo. Aquele que deu a lei foi Aquele que os tirou do Egito. Ele foi O que jurou a Abraão que ele e sua semente deveriam ser justos, e isto mostrou-lhes que eles não podiam obter justiça da lei, mas que poderiam obtê-la através de Cristo. Assim havia uma superabundância de graça, porque onde o pecado, pela promulgação da lei, abundou, ali a graça muito mais se manifestou abundante. Isso é encenado a cada vez que um pecador se converte. Antes de sua conversão ele não percebe a pecaminosidade de seus atos. Então a lei entra e mostra-lhe como são horríveis esses pecados, mas, com ela, vem a voz suave de Cristo, em Quem há graça e vida.

“Quão precioso é ter a convicção do pecado enviada aos nossos corações, pois sabemos que é uma parte da obra do Consolador que Deus envia ao mundo para convencer do pecado. É parte do conforto de Deus convencer do pecado, porque a mesma mão que convence do pecado traz o perdão, porque, “assim como o pecado reinou na morte, também a graça reina pela justiça para a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.”1 Nesta graça temos novamente as preciosas palavras: ‘muito mais’. (Onde o pecado abundou, superabundou a graça" (Romanos 5:20)” (Boletim da Conferência Geral de 1891, pág.139).

“De maneira que a Lei nos serviu de aio [mestre], para nos conduzir a Cristo.”2 Na nossa fragilidade, desobediência, desordem e culpa — ela nos leva a Cristo. Eu preciso de Cristo. E você? Eu preciso desse penoso trabalho reconfortante na minha vida.

Há mais. Este amor que Cristo tem por você não vai deixá-lo abatido, desobediente, sem lei, ou culpado. A lei serve como uma barreira protetora.

Só recentemente eu cheguei a um esclarecimento que tem sido útil no que diz respeito ao tom do “não,” aparentemente negativo da lei.

O Código Napoleônico, em que grande parte da legislação européia baseia-se, desde por volta de 1798, pressupõe que o que não é expressamente permitido é proibido. Em contraste, o Código “Common Law3 em que a lei americana é baseada também, desde cerca de 1798, presume que o que não é proibido é permitido.

As coisas fluem muito mais suaves sob o Direito Comum. A Lei de Deus é afirmada pela forma negativa, uma vez que sublinha o que é proibido, para que possamos ter acesso a toda a liberdade que ela não proíbe. Ela realmente é a lei da liberdade. "Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo" (João 1:17). "Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade" (Tiago 2:12).

Ricky Kearns

O irmão Rick Kearns é um enfermeiro padrão, natural da África do Sul, que estudou na Universidade Adventista Andrews, nos EUA. Ele é casado e tem duas preciosas crianças. Ricky tem dedicado sua vida a espalhar o evangelho de todas as maneiras possíveis. Atualmente ele está se mudando para a Universidade Adventista de Walla Walla, no estado de Washington, no extremo noroeste dos EUA., onde ele vai continuar seu trabalho como coordenador da Missão Adventist Medical Evangelism Network (AMEN), um movimento popular evangelístico de médicos e dentistas adventistas, fundado em 2005, com um único foco — médico-evangelístico. (Veja o site http://www.amensda.org).

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

Notas do tradutor:

1) Romanos 5: 21;

2) Gálatas 3:24;

3) Common Law (do inglês “direito comum") é o direito que se desenvolveu em certos países por meio das decisões dos tribunais, e não mediante atos legislativos ou executivos. Constitui, portanto, um sistema ou família do direito diferente da família romano-germânica do direito, que enfatiza os atos legislativos. Nos sistemas de common law, o direito é criado ou aperfeiçoado pelos juízes: uma decisão a ser tomada num caso depende das decisões adotadas para casos anteriores e afeta o direito a ser aplicado a casos futuros. Nesse sistema, quando não existe um precedente, os juízes possuem a autoridade para criar o direito, estabelecendo o precedente.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Lição 11 — A Eleição da Graça, por Craig Barnes

Deus nos deu "a justiça que é pela fé" (Rom 10:6) para todos. Na verdade, “A palavra está junto de ti", ou seja, "a palavra da fé" (v. 8). Justificação pela fé foi dada a cada homem, “a medida da fé que Deus repartiu a cada um" (Rom. 12:3). A conclusão lógica é que quando alguém fixa sua fé em Cristo, escolhendo crer, Deus pode habitar no crente pelo poder do Espírito Santo, efetuando uma mudança de mente, Filipenses 2:5, dispensando a justiça por Ele “preparada” previamente (*"antes ordenada", KJV), na experiência do crente (Efésios 2,10). É por isso que, em Romanos 10:4, ele diz que Cristo é o cumprimento da lei. Jesus, na mesma carne humana caída, pecaminosa, que todos nós temos, viveu uma vida perfeita, cumprindo assim a lei em Si mesmo como uma herança para a raça humana, guardada em expectativa para cada membro individualmente. Quando dizemos "sim" para Ele, Ele pode cumprir essa lei em você e em mim — na nossa experiência. Esta não é uma oferta — é uma promessa, um dom. Reivindique essa promessa. Pegue a Deus pela Sua Palavra. Ele gosta quando você faz isso.

Na bíblia, Deus é dito fazer o que Ele não impede. Por exemplo, em Êxodo 7 e 8, onde se diz que Deus endureceu o coração de Faraó, ele também diz que Faraó endureceu seu próprio coração. Deus não impediu que o faraó endurecesse seu coração, embora Ele podesse tê-lo feito, mas Cristo morreu para que todos pudessem ter o poder de escolha. Faraó tinha o poder de escolher, e ele escolheu, de livre e espontânea vontade, endurecer o coração. E, mais tarde na história, o próprio Israel, por vontade própria, optou por dormir (*:Deus lhes deu espírito de profundo sono, olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem, até ao dia de hoje") (Rom. 11:08). Nós também temos o poder de escolha. Não vamos endurecer nossos corações. Permitamos que Deus tenha controle dos nossos pensamentos, para que possamos participar da natureza divina por meio de Sua promessa (Filipenses 2:5; 2ª Pedro 1:4). Entretanto, não se deve culpar a Deus; a Bíblia diz que Deus faz algo que, superficialmente, parece algo ruim. A Bíblia está, simplesmente, usando uma figura de linguagem.

Jesus Cristo é a raiz e o tronco da Videira viva (a oliveira). Nós somos as varas (João 15:1-5). Os ramos originais (naturais) eram a linhagem de Israel. Corporativamente, esses ramos foram cortados (no apedrejamento de Estêvão), e, depois, os gentios começaram a ser enxertados. Se a queda de Israel resultou no enriquecimento do mundo, e a diminuição dos israelitas o enriquecimento dos gentios, pense o que vai acontecer quando eles aceitarem a verdade! (Rom. 11:12). Se alguns de Israel (vendo a alegria que você tem em Cristo) devem ser enxertados com você — isto seria como a vida para os mortos (vs. 15). E, portanto, Romanos 11:20-21 faz sentido, "... pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé. Então não te ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que não te poupe a ti também". Nenhum de nós tem qualquer motivo para se vangloriar, pois todos nada somos sem Cristo. “Não há diferença entre judeu e grego” (Rom. 10:12). Isto é porque todos nós podemos ser conjuntamente enxertados na mesma Vinha (a boa oliveira), estando juntos através da fé em Jesus Cristo, e participando em conjunto das bênçãos do Israel espiritual.

É dessa maneira que todo o Israel será salvo, Romanos 11:26. "E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa" (Gálatas 3:29). Todos os crentes em Cristo são tidos como cidadãos do Israel espiritual, a descendência de Abraão. A plenitude dos gentios, a plenitude de Israel ("vencedor"), o recebimento da plenitude da herança, tanto de Cristo como do Israel espiritual será totalmente realizado em conjunto com a segunda vinda de Cristo.

E. J. Waggoner, um dos mensageiros de 1888, tem isto a dizer sobre a forma como todo o Israel será salvo::

"Em Romanos 11 o apóstolo fortemente ilustra a maneira em que as promessas feitas a Israel poderiam ser cumpridas, apesar de todos os descendentes literais de Jacó devessem perder o direito à herança. Nos versos 1 e 2 ele declara que Deus não rejeitou o seu povo. Isto poderia nos levar a supor que o Israel literal ainda são o povo escolhido de Deus, se ele não dissesse, no versículo 5, “que ficou um remanescente segundo a eleição da graça." Então ele representa Israel por uma oliveira. Alguns dos ramos foram cortados, e os gentios, uma oliveira silvestre, foram enxertados. Este enxerto é contrário à natureza, pois os enxertos participam da raiz e da seiva da oliveira mansa em que são enxertados, e produzem o mesmo tipo de fruto. Ele adverte àqueles que são, assim, enxertados, a não se orgulharem, pois eles são mantidos de pé apenas pela fé, e que, como os ramos naturais foram quebrados por causa da incredulidade, de mesmo modo podem igualmente ser removidos. Os judeus, os ramos naturais, podem tornar-se parte da árvore, mas se o fizerem, não será como os ramos originais, mas como enxertos espirituais. Assim, os filhos de Israel são apenas um povo espiritual, — aqueles que são de Cristo, — "e assim todo o Israel será salvo" ( “O Verdadeiro Israel", publicado na revista A Verdade Presente, de 5 de julho de 1888).

"Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele, mas o justo pela sua fé viverá" (Habacuque 2:4). Se a salvação fosse apenas uma oferta, ainda haveria algo para se fazer — e para nós nos vangloriarmos. Mas salvação é um dom (Romanos 5:18). Não há nada de que nós possamos nos orgulhar ou nos exaltar.

Quando qualquer um de nós escolhe crer, a justiça de Cristo, que é dada a todos os homens, torna-se justiça compartilhada em nossa experiência individual. A justificação pela fé em Cristo é o coração contrito1 recebendo a expiação. A cruz de Cristo reconcilia o pecador a Deus e o leva à harmonia com os mandamentos de Deus. Em comunhão com Cristo, "o homem que fizer estas coisas viverá por elas" (Rom. 10:5).

"Porque, o que dizem as Escrituras? Abraão creu em Deus, e isto lhe foi imputado como justiça" (Rom. 4:1-3). O que foi que foi imputado como justiça a Abraão? E creu ele em Deus. Quando Deus falou algo, Abraão creu. Ele disse: 'isso é verdade." 'E creu ele no Senhor, e ele considerou (*ou creditou) a ele isto [sua fé] como justiça" (Gên. 15:6).

(*Pregando à congregação da Conferência Geral, no ano de 1893, conforme registrado no Boletim Diário daquela assembléia, à pág. 378, o pastor AlonzoT. Jones pergunta à audiência:)

"Agora, você acredita que Abraão se tornou justo apenas dessa maneira? (A congregação respondeu: ‘Sim’]. Fale honestamente, você crê? (Congregação: ‘Sim Senhor’]. ... Você sabe se foi uma simples transação como essa? ... Suponha que o Senhor te chame e a mim esta noite. Não, Ele pode fazê-lo sem nos chamar para fora. Ele chamou Abraão para fora da tenda para mostrar-lhe as estrelas, mas Ele pode nos mostrar os pecados, sem nos chamar ao ar livre.

"Tem Ele te mostrado um grande número de pecados? [Congregação: ‘Sim’]. Agora Ele diz: se você é capaz de enumerá-las, ‘eles se tornarão brancos como a neve.’ O que você acha? [Congregação: ‘Amem’). Então, o que o Senhor diz? [Congregação: ‘Você é justo.’] É você justo? [uma voz: ‘Sim’]. As pessoas tornam-se justos tão fácil assim? É como uma transação simples como essa? [Congregação: ‘Sim,’] Amém. Graças ao Senhor!” (pág. 378)

"A única coisa que pode mantê-lo e a mim fora do reino de Deus é dizermos ao Senhor que Ele está mentindo" (ibidem, pág. 379).

Craig Barnes

O irmão Craig Barnes tem ministrado séries de palestras sobre Justiça pela Fé em nossas igrejas, em Nashville, estado de Tennessee, EUA. Ele é capelão e co-regente, juntamente com sua esposa Joyce Barnes, do LAR REFÚGIO PRIMAVERIL na SUA cidade. Este lar é para pessoas com disfunções mentais, mas o irmão Barnes tem pregado o evangelho a eles, e se regozija na simplicidade das verdades do evangelho que torna possível aos internos, assim como às crianças, captarem as boas novas.

No próximo dia 13 de novembro de 2010 ele será o orador sobre “O Livro de Hebreus, no mesmo lar de deficientes.


Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

Notas do tradutor:

1) Teologicamente contrição “é uma dor profunda pelas ofensas feitas a Deus, a qual procede mais do amor e da gratidão para com o Criador que do temor do castigo” (Dicionário Caldas Aulete). “Deus é apto para dar a cada pessoa um ‘coração de carne,’ um ‘novo coração,’ Ezequiel 11:19; 18:31, indicando uma completa mudança de atitudes, desejos e ambições, 2ª Cor. 5:17” (Dicionário Bíblico Adventista, vol. 8 da série SDABC, Review & Herald, Washington D.C., 1979, pág. 467).