quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Lição 12 — Amor e Lei, por Daniel H. Peters

Para a semana de 12-18 setembro, 2010

"O eu estava sempre na minha mente!" Eu sempre me amei, e acreditava que se eu não me amasse primeiro, eu não poderia amar mais ninguém. Tudo, absolutamente tudo, girava em torno de mim e como me sentia e pensava sobre mim mesmo. Meu melhor esforço em amar era ter uma predileção por outra — verdade, pode ser calorosa e maravilhosa por um tempo, mas no final eu (ou eles) gostávamos de algo mais e seguíamos este interesse. Eu mesmo tive um desejo por Jesus e a verdade. Meu amor (eros) era apenas uma expressão do que é conhecido como auto-estima.

A descrição da queda de Lúcifer é a própria definição de amor-próprio e auto-estima. Ouça as palavras da Escritura: "Tu [Lúcifer] ... eras perfeito nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti ... Elevou-se o teu coração [com orgulho] por causa da tua formosura." "Como caíste do céu ... tu dizias no teu coração: eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei ... Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (Ezequiel 28:14-17, Isaías 14:12-14)..

Lúcifer está tentando se tornar Deus. Esta auto-estima é expressa pelo desejo de se afastar de Deus e, realmente, matá-Lo. E nós nascemos com isto, e todos os nossos melhores pensamentos e esforços têm crescido a partir disto e não pode ser mais elevado que isso. Esta é a força por trás do nosso desejo de acabar com Deus, e a razão por trás da necessidade do arrependimento de todos os tempos.

A cruz dá um perfil psicológico de nós mesmos. Pega o orgulho do homem e o humilha até ao pó da terra. "Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós, que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um" (Rom. 12:3).

O orgulho é um tóxico. O teste de sobriedade para o orgulho é a cruz. Louve a Deus pois Ele tem efetivamente dado "fé" a todos para mantê-los sóbrios, se assim o escolherem.

Todo mundo nasce pensando "de si mesmo além do que convém." Isto chama-se amor-próprio, que é a principal raiz do pecado e que, se deixada sem controle, empurra a todos para o lado e até se manifestar no assassinato de Deus, a fim de tornar-se o número um. Mas a norma da poderosa fé Ágape aprecia o custo que Cristo pagou na cruz, a fim de destruir o amor-próprio, e sobriamente avalia cada alma de igual valor com a vida de Jesus, e esse valor é a base para uma saudável auto-estima .

O antídoto para esse amor próprio é o amor de Deus, Ágape. Ágape não é auto-promocional, mas se atreve a descer mais baixo. A cruz é a prova irrefutável do Ágape de Deus para os pecadores. Na cruz, Jesus morreu a segunda morte por todo o mundo, enquanto todo o mundo ainda O odiava. Ágape se auto-esvazia, é a força propulsora que Deus usa para alcançar os corações. Este amor é o poder de Deus para a salvação e vai criar em nós tudo o que falta. Ele crucifica a auto-estima e a substitui por auto-respeito (respeito próprio) como cada vida é igual à vida de Cristo que Se entregou por nós. (Consulte o artigo “Amor [Ágape] a Palavra que Alvoroçou o Mundo” escrito pelo Pr. Robert J. Wieland, postado neste blog em 1º de abril de 2009)

A palavra “pois” ou "portanto" (em Rom. 12:1), reúne tudo dos capítulos 1 a 11 e os põe em nítido foco. Por causa de tudo o que precedeu, ele nos instrui a "apresentar" os nossos corpos como sacrifício vivo a Deus. A palavra "presente" é a mesma palavra usada de Jesus quando Ele foi apresentado no templo após o Seu nascimento. Devemos apresentar nossas vidas como sacrifício vivo em nosso tempo cósmico da Expiação. É um dom de Jesus como nosso Sumo Sacerdote, purificar a nossa vida, que Ele comprou na cruz. Então, Ele pode purificar o santuário celeste. Ellen White escreve: "A compreensão correta do ministério do santuário celeste constitui o alicerce da nossa fé" (Evangelismo, pág. 221).

Esta purificação tem tudo a ver com a Lei de Deus como o padrão. A única coisa espiritualmente em que somos consistentes é o fracasso com a nossa fé focada no “eu” [eros]. Todos os nossos esforços contínuos para ter sucesso no cumprimento dos mandamentos de Deus com eros são frustrados. Nós fazemos a mesma coisa vez após vez, esperando resultados diferentes! Nosso amor eros não pode guardar os mandamentos de Deus.

Uma força "intelectual [nosso reduto egocêntrico, como uma igreja] tem em si as sementes da derrota, para o ‘tempo de angústia’ em última análise deve envolver um confronto com o 'eu' que 'o homem do pecado’ pode ser revelado. Por esta razão, o último conflito do povo de Deus ... tem sido comparado à experiência de Jacó. ... Na sala de audiência do Altíssimo, ele se tornou um vencedor. O confronto era com ele mesmo. Seu ego foi desnudado e sua culpa foi engolida perante Aquele contra Quem ele havia pecado tão gravemente" ("Então o Santuário Será Purificado", Donald K. Short, pág. 58).

"A mensagem de 1888 é especialmente "preciosa", porque une a idéia de verdade bíblica da justificação pela fé com a idéia original da purificação do santuário celeste. Esta é uma verdade bíblica de que o mundo está esperando para descobrir. Forma o elemento essencial de verdade que ainda vai iluminar a Terra com a glória de uma apresentação final, totalmente desenvolvida do “evangelho eterno de Apocalipse 14 e 18" (Dez Grandes Verdades do Evangelho que Tornam a Mensagem de 1888 Única”, Robert J. Wieland: http://www.1888mpm.org/book/gospel-truth-10

A história de Pedro e de Jesus à beira-mar (João 21:15-17) é um exemplo desse problema. Jesus perguntou a Pedro duas vezes se ele O amava (com Ágape), e nas duas vezes Pedro respondeu que ele só tinha (phileo), um amor fraternal por Ele. Agora, a terceira vez que Jesus perguntou, Ele usou a palavra de Pedro, phileo. "Pedro, você ainda me ama com um amor fraternal?" Peter não podia produzir Ágape com o qual amar, mais que ele poderia fazer o peixe saltar em suas redes. Da mesma forma não podemos guardar os mandamentos de Deus com apenas um amor eros, mais que podemos amar a Cristo ou uns aos outros. É preciso o poder de Deus — o Ágape de Deus para fazer isso.

A lei de Deus condena a nossa fé motivada por eros, e ainda estamos tentando guardar a lei de modo a ganhar a salvação e evitar a punição, enquanto a fé motivada por Ágape vê o Deus da lei como mais precioso e, portanto, a lei é observada nEle naturalmente.

"Sede transformados pela renovação da vossa mente" (Rom. 12:2, KJV). A beleza desta afirmação reside no significado do original grego! A palavra "transformar" está se referindo a uma mudança na natureza. Isso não significa para você melhorar a si mesmo, mas reconhece nossa total incapacidade e impotência. Esta é a mensagem da cruz — a humilhação de todo orgulho. Isso significa ter sua natureza alterada do que é, de modo que somos feitos participantes da natureza divina através da fé que opera pelo amor Ágape (2ª Pedro 1:1-4; Gal. 5: 6).

Essa transformação, é a "nova criação" de 2ª Coríntios 5:14-21. Realiza-se através da "renovação da nossa mente." Como pode a nossa mente ser renovada? Em Filipenses 2:5-8 Jesus Se rebaixa mais e mais, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. (Consulte o folheto “Amor [Ágape] a Palavra que Alvoroçou o Mundo” escrito pelo Pr. Robert J. Wieland, postado neste blog em 1º de abril de 2009) Isto é Ágape.

Com a fé motivada por eros, nós vamos sempre falhar em guardar a lei de Deus. Com a fé motivada por Ágape, observar a lei será espontânea, porque, fazê-lo, estará em nossa nova natureza energizada pelo Espírito Santo.

A renovação da nossa mente por Ágape resultará na observância da lei de Deus (Rom. 13:8-10). "O amor [Ágape] não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor [Ágape]” (Rom. 13:10).

Com tudo isto dado a nós, Deus deu a cada um de nós uma medida da "fé de Jesus" (Apoc. 14: 12, Rom. 12: 3). Esta fé, trabalhando por Ágape, torna-nos humildes ao seguirmos a Jesus que desceu (*do Seu trono para nos tirar do fundo do abismo). Assim, ele nos salva de nós mesmos.

Jesus diz: " Eu repreendo e castigo a todos quantos amo [com um amor fraternal]; sê pois zeloso, e arrepende-te" (Ap 3:19). Se os laodiceanos tivessem Ágape, não haveria necessidade do apelo de Jesus: "Arrepende-te". O amor de Laodicéia é eros — o amor auto-motivado, e é por isso que Jesus chama para uma transformação radical. Jesus quer que nós nos arrependamos de nossa fé centrada em eros.

Daniel H. Peters

O irmão Daniel Peters vive na parte leste da cidade de Los Angeles, Estado da California, EUA, e trabalha como Conselheiro Oficial antidrogas e alcool para mães e mulheres grávidas. O seu coração foi sensívelmente tocado pela “mui preciosa mensagem” (Test. p/ Ministros, págs 91 e 92) e sua vida tem sido apaixonadamente dedicada a esta mensagem que Deus outorgou à Sua igreja em 1888. Ele e sua família são membros da igreja adventista do sétimo dia de Whittier, uma cidade a 19 kms ao sul de Los Angeles, localizada no nº 8841 na Calmada Avenue, Whittier, Ca. 90605, EUA. Ele é tataraneto de Ellet J. Waggoner. O irmão Daniel é um ardoroso estudante da Bíblia e do Espírito de Profecia e de toda literatura relativa à mensagem de 1888. Ele foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, realizado em 21 e 22 de maio de 2010) na Igreja Adv. Do 7º Dia da cidade de Reno, estado de Nevada, localizada na 7125 Weest 4th Street.

Nota: O Pastor Paul E. Penno preparou um estudo sobre Romanos capítulos 12 e 13, verso por verso. Se você quiser, uma cópia está disponível em: http://www.1888mpm.org/articles/romans-12-13-verse-verse-study