sexta-feira, 31 de julho de 2009

Lição 5 — Andando na Luz — Renunciando ao Mundanismo

A mensagem de 1888 era para "iluminar a terra com glória," uma luz que penetraria corações honestos no mundo inteiro. Uma "voz do céu" falaria a cada alma humana, "Sai de Babilônia, “povo Meu!” (Apoc.18:2).

Mas Sua mensagem não era uma exigência que horroriza, "Faça o impossível"! Em vez de ser uma viagem de obras do tipo faça-você-mesmo, era uma experiência de fé. Como queda de orvalho em colheitas secas, a mensagem era um banho de chuva suave de graça que "abundou muito mais" que toda a abundância que o demônio pudesse inventar. Deus não tentava achar uma maneira de manter você fora de céu, mas recebê-lo pronto para entrar.

Ellen White viu que a mensagem de 1888 era "a mensagem do terceiro anjo em verdade," "nova luz". Não era somente que Jesus perdoa os pecados; Ele salva do seu poder e escravidão. Há esperança mesmo para viciados.

Era uma nova visão da cruz de Cristo. Quando Cristo deu Seu sangue pelos pecados do mundo, Ele redimiu a raça humana perdida: "Ele, pela graça de Deus, [provou] a morte para todo o mundo" (Heb. 2:9). Em outras palavras, Ele morreu a segunda morte de cada pessoa, Seu castigo final pelo pecado. E fez todo isto antes que nós tivéssemos qualquer possibilidade de dizer sim ou não. O sacrifício de Cristo já o "livrou" do temor que o escravizou por "todo [seu] tempo de vida" (vs. 14, 15).

O sacrifício do Cristo inverteu para todos os homens a "condenação" que veio a nós todos "em Adão". Ele literalmente salvou o mundo do suicídio prematuro que o pecado teria trazido sobre nós. (Rom. 5:15-18).

Aqui há poder motivador! Experimentamos justificação pela fé, que é uma mudança de coração. Então, diz Paulo, "apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos". De agora em diante, nenhum sacrifício é por demais difícil de fazer do que aquele que você sabe que já o salvou do próprio inferno (Rom. 6:12 -14; 5:1). Tal amor prende a pessoa para viver para Ele.

Bem focalizado, justificação por fé é visto muito mais do que uma declaração legal de absolvição. Ninguém pode ser reconciliado a Deus e ao mesmo tempo não ser reconciliado a Sua lei santa. A justificação pela fé faz o pecador que crê tornar-se obediente a todos os mandamentos de Deus (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 91-93). Este é o segredo de vencer os muitos vícios dessa praga da raça humana pecaminosa. Torna-se impossível para qualquer um que verdadeiramente crê no evangelho continuar em uma vida de pecado, que é transgressão da lei de Deus.

A mensagem de 1888 revelou uma nova e mais alta motivação—um interesse pela honra e justificação de Cristo (*ou seja, vindicação do Seu caráter, do caráter de Deus). A fé torna-se uma apreciação de coração do grande amor revelado na cruz, independentemente de um desejo por recompensa ou um temor do inferno. Tal "fé... que opera por amor" (Gal. 5:6).

Mais Boas novas. Todos nós estamos doentes espiritualmente e necessitamos de um médico para nossas almas. Jesus teve que sofrer treinamento especial qualificar-se como nosso grande Sumo Sacerdote. (Heb. 2:14-18).

Cristo como um Sumo Sacerdote veio tão perto de nós no Seu (*ato de) tomar nossa natureza humana que Ele sabe a força plena de todas nossas tentações. Qualquer que seja a sua tentação, não importa quão baixo você caiu em pecado, embora terrível seja seu sentimento de desespero, embora envenenada sua culpa, "Ele também pode salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus." Ele está de plantão 24 horas por dia, e nunca dorme (Heb. 12:4; 7:25). Você é como o único paciente que este Médico tem; Ele lhe dá Sua atenção de tempo integral.

--Robert J. Wieland

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Lição 4 – Andando na Luz – Guardando Seus Mandamentos

Companheirismo" com Deus é "conhecê-Lo". "Conhecer" a Deus é "guardar os Seus mandamentos” (1ª João 2:3). Isto não é um "relacionamento" motivado por temor quanto (*a ganhar) "nossa vida eterna nem nossa destruição eterna". Antes, é motivado por "amor de Deus" (1ª João 2:5).

Iniciar um "relacionamento" com Deus implica: procurá-Lo; expressar oração sincera; segue-se a fé; adoração, etc. (coisas que são todas boas). Mas pecadores não iniciam um relacionamento e "procuram a Deus," (*"Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas a suas cogitações são que não há Deus”) (1) , Salmo 10:4. O Bom Pastor veio "procurar e salvar o que se havia perdido" (Lucas 19:10).

Deus, em Cristo, legalmente adotou a família humana. João expressa isto nas palavras de Jesus: "Habita em Mim" (João 15:4, 7). João diz aos irmãos "estai nEle"(2) (1ª João 2:6; cf. 2:10). A raça de pecadores tem vida temporária em virtude de morte do Cristo pelos seus pecados. Cada indivíduo pode escolheu habitar nEle e então "andar" na vida dEle; ou podem escolher optar sair da família (*de Cristo) e continuar sua alienação pessoal de Deus andando fora de Sua vida.

Guardar "Sua palavra" (1ª João 2:5) significa crer na boa-nova do evangelho. É "o amor de Deus". Isto é "a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados do todo o mundo" (1ª João 2:2). Este presente ao mundo é o amor de Deus.

Jesus escolheu sacrificar Sua vida e pagar a penalidade final; morte eterna, de modo que ninguém jamais necessite ter que experimentar o que Ele passou em Sua cruz. Ele pagou o preço de eterna separação do Seu Pai. Ele permanentemente cedeu o uso independente da Sua divindade ao Pai. Morreu sem a esperança da ressurreição. Tudo isto foi para ganhar o companheirismo de corações humanos para Deus. Tal amor ao menos deve evocar um cordial "obrigado" de lábios humanos. Isso é fé.

A fé vê que Jesus ama os irmãos. Jesus ama "o mundo inteiro". O prazer de Jesus era fazer a vontade do Seu Pai. Sua vida inteira é uma caminhada nos mandamentos do Pai. Jesus disse, "Eu Sou a luz do mundo; aquele que Me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida" (João 8:12).

João ensina que é possível para pecadores "guardarem Seus mandamentos” (1ª João 2:3). Isto é "o amor de Deus aperfeiçoado" (1ª João 2:5). Assim João ensina perfeição de caráter.

Surge a pergunta: Como os pecadores podem guardar os mandamentos? Como E. J. Waggoner apropriadamente comentou: "Algumas pessoas esperam muitas coisas da humanidade; Deus não. Não se deve depender dela, e, portanto, somos exortados a tornar-nos participantes da natureza divina. A natureza humana sempre será imperfeita, mas a natureza de Deus pode tomar seu lugar, e isso é perfeição"(3).

A resposta é dupla: 1º) guardar "Sua palavra" (1ª João 2:5); e, 2º), estar "nEle" (1ª João 2:6).

Você pode escolheu pela fé crer na promessa de "Sua palavra". Todos os mandamentos são dez promessas do evangelho de Deus.

A justiça pela fé escolhe "habitar nEle". "Andar, assim como Ele andou" (1ª João 2:6). Não há vida fora de Cristo. Ele é o Doador pessoal da Vida que perdoa o pecado e limpa de "toda a injustiça" (1ª João 1:9). Permita Sua vida santa assumir a sua rotina diária.

O Apóstolo Paulo diz dos pagãos, que "têm seu entendimento obscurecido, estando separados da vida de Deus" (Efésios 4:18). À parte da Sua vida há escuridão. O Espírito Santo moveu David para dizer a Deus, "Porque em Ti está o manancial da vida; na Sua luz veremos a luz" (Salmo 36:9). Desde que a vida é a luz, isto é o mesmo que dizer, "Na tua vida veremos luz".

Como a vida de Deus deve ser obtida? A vida de Deus nos é outorgada pelo Espírito Santo (cf. João 7:37-39), que pode ser tida por pedir em sinceridade e fé (Lucas 11:13).

—Paul E. Penno


Tradução e acréscimos, marcados com asterisco, de João Soares da Silveira.

Notas do tradutor:
1) Mas você há de perguntar: E os retos? As minhas vistas foram, acidentalmente, neste exato momento, dirigidas ao Salmo seguinte, 11: 2 e 3: “os ímpios armam o arco, põem as flechas na corda, para com elas atirarem, às escuras, aos retos de coração,” porém “Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” Pensei então no “fundamento” do evangelho. Cristo, e Este crucificado, o que exige Alguém que deveria morrer, e para tal ter a natureza caída, Sujeito à morte, para nos revestir com a Sua justiça. “Se esta base for removida, “que poderá fazer o justo?”
“A humanidade de Cristo é tudo para nós. É a corrente de ouro que liga nossa alma a Cristo, e por meio de Cristo a Deus. Isto deve constituir nosso estudo.” (Mensagens Escolhidas, pág. 244, 2º §. “Este vestido, fiado nos teares do Céu, não tem um fio de origem humana. Em Sua humanidade, Cristo formou caráter perfeito, e oferece-nos esse caráter. ‘Todas as nossas justiças’ são ‘como trapo de imundícia’ (Isaias 64: 6). Tudo que podemos fazer de nós mesmos está contaminado pelo pecado. Mas o Filho de Deus ‘Se manifestou para tirar os nossos pecados; e nEle não há pecado’ (1ª João 3:5)” (Parábolas de Jesus, pág, 311, 5º §, e Maranata – Meditações Matinais, pág. 76, 5º §).
Se ensinarmos algo diferente disto, estaremos removendo o grande marco do evangelho. Estaremos entesando a corda, disparando flechas da incredulidade, empanando o evangelho. A glória do Filho de Deus está na Sua humilhação de descer ao fundo do poço, 100% homem, para nos tirar dele. Ele a escada de Jacó, sem omissão de um degrau sequer—“Deus conosco” realmente.
“Cristo é a escada que Jacó viu, tendo a base na Terá, e o topo chegando à porta do céu, ao próprio limiar da glória. Se aquela escada houvesse deixado de chegar à Terra, por um único degrau que fosse, teríamos ficado perdidos. Mas Cristo vem ter conosco ...” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 311, 6º §).

2) Como pode alguém habitar em outra pessoa? Como posso eu estar em alguém, ou alguém estar em mim? Humanamente pensando é impossível, e não há como entendermos isto. E o problema se agrava porque este Alguém é um Ser Santo, Imaculado. Como pode Ele habitar no João, mísero pecador? Isto tem que ser aceito pela fé. E a base da fé é um exato conhecimento de Deus. Conhecendo-O descobri que a única maneira de crer que é possível, é porque Ele já fez isto uma vez. Ele já veio a este mundo e assumiu a nossa natureza pecaminosa, habitou em carne humana caída, entretanto sem pecado, e o que Ele fez uma vez, Ele pode fazer outra vez. Em verdade Ele está desejoso de o fazer, e só não o fará se O impedirmos.

3) E. J. Waggoner, "Andando na Luz," The Present Truth (A Verdade Presente) 9, 30 (26 de outubro de 1893), pág. 467.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A Doutrina da Carne Santa – Lição de 13/07/09


No meio da página da lição de 13/07/09, falando sobre os versos 8 e 9 de 1ª João 1, a respeito da prática do pecado, a lição diz: “No verso 8, João parece estar lidando com a crença de que os seres humanos não são pecadores ...” (grifamos)

Veio-me imediatamente à mente que parece que João está lidando com algo semelhante com o que aconteceu no ano de 1900, no estado de Indiana nos EUA. Refiro-me ao movimento da carne santa.

Em Mensagens Escolhidas, vol. 2, págs. 31 em diante, os compiladores afirmam que aqueles irmãos “Pretendiam que quando Cristo passou pela angústia do Getsêmani obteve carne santa como Adão possuía antes da queda. Essa teoria alegava que aqueles que seguem o Salvador precisam também adquirir o mesmo estado de inocência física como preparo essencial para a trasladação (Grifamos).

“Os pastores Haskel e Breed, dois dos nossos destacados ministros denominacionais, foram enviados à reunião campal realizada em Indiana de 13 a 23 de setembro de 1900, a fim de enfrentar esse fanatismo."

Esse é o relatório dos "Compiladores", constante do preâmbulo do capítulo 3 do 2º volume de Mensagens Escolhidas, pág. 31, e, em verdae foi redigido pelo Pr. Arthur White, neto da Sra. White, em 1958, e se baseou numa carta (extranhamente de 4 anos depois) do irmão Burton Wade, de 86 anos de idade, e que estivera na conferência de Indiana quando jovem, e 62 anos depois diz se lembrar do que alí ocorreu. Ele diz que os irmãos de Indiana, devido Cristo ter passado pela angústia do Getssêmani obteve carne santa. Entretanto,

Dois dias depois de encerrada a conferência, em 25 de setembro de 1900, o pr Heskel escreveu duas cartas à Sra. White, que estava retornando da Austrália. A primeira ele mandou pelas mãos do Pr. Edson White, filho da Sra. White, que estava de viagem para a costa oeste dos EUA para encontrar-se com ela que estava chegando da Austrália.

A segunda carta ele mandou via postal. Estas duas cartas estão disponíveis para consulta nos arquivos dos Depositários do Patrimônio de Ellen White. Esta segunda carta é mais rica em detalhes, e ele relata a ela: "Quando em afirmei que nós criamos que Crsito nasceu com a natureza humana caída, eles nos representaram como se crêssemos que Cristo pecou. ... eles acreditam que Cristo possuía a natureza de Adão antes do pecado"

Disto tudo concluímos que o relatório do Pr Hakel é mais confiável, pois que as duas cartas, especialmente a segunda, são bem claras nas afirmações de que os irmãos de Indiana "acreditam que Cristo possuía a natureza de Adão antes do pecado", com a qual nasceu.

Também o Pr G. A. Roberts, que também esteve presente na conferência de Indiana afirmou que Hebreus 2: 7-14 era usado pelos membro do movimento da carne santa para mostrar que Cristo havia nascido com carne santa.

Assim esses acontecimentos foram revelados à Sra. White em janeiro de 1900, e ela deu testemunho de advertência e reprovação contra isso, em duas mensagens” que mencionaremos a seguir.

Primeira mensagem: [Pág. 31] “A Doutrina da "Carne Santa"

[Pág. 32] “Mediante esse movimento e ensino o inimigo tem estado operando para desencaminhar almas.

“O ensino dado com relação ao que é denominado "carne santa" é um erro. Todos podem obter agora corações puros, mas não é correto pretender nesta vida possuir carne santa. ... Nem uma pessoa dentre vós tem agora carne santa. ... É uma impossibilidade.

“... Seja esse aspecto de doutrina levado um pouco mais longe, e conduzirá à pretensão de que seus defensores não podem pecar; de que uma vez que tenham carne santa, suas ações são todas santas. Que porta de tentação se abriria assim!

“As Escrituras nos ensinam a buscar santificar corpo, alma e espírito a Deus. Nesta obra, devemos ser co-obreiros de Deus. Muito se pode fazer para restaurar a imagem moral de Deus no homem, para melhorar as faculdades físicas, mentais e morais. ... E se bem que não possamos pretender a perfeição da carne, podemos possuir perfeição cristã da alma. ... Pela fé em Seu sangue, todos podem ser aperfeiçoados em Cristo Jesus. ...

[Pág. 33] “... Fui instruída a dizer aos de Indiana que estão defendendo doutrinas estranhas: Estais dando feição errada à preciosa e importante obra de Deus. ...

“Quando os seres humanos receberem carne santa, não permanecerão na Terra, mas serão levados ao Céu. ... É por ocasião de Sua vinda que Cristo deve transformar "nosso corpo abatido, para ser conforme o Seu corpo glorioso". Filip. 3:21. ... Repetidas vezes, no avanço de nossa obra, têm surgido movimentos fanáticos, ...

[Pág. 34] “... depois da passagem do tempo em 1844, levantou-se o fanatismo em várias formas. Alguns sustentavam que ... julgavam que a carne santificada não podia pecar, ...” General Conference Bulletin, (Boletim da Assembléia da Conferência Geral de 1901) 23 de abril de 1901. ...

Segunda mensagem: [Pág. 37] “A História se Repetirá ...Mas em janeiro último o Senhor mostrou-me que seriam introduzidos em nossas reuniões campais teorias e métodos errôneos, e que a história do passado se repetiria. Senti-me grandemente aflita. Fui instruída a dizer que, nessas demonstrações, acham-se presentes demônios em forma de homens, trabalhando com todo o engenho que Satanás pode empregar para tornar a verdade desagradável às pessoas sensatas; ... Assim busca Satanás pôr seu selo sobre a obra que Deus quer que se destaque em pureza. ...” (Grifamos)

Façamos uma pausa aqui: A serva do Senhor profetizou que “a história do passado se repetiria”, assim grupos que pretendam que Cristo tenha vindo na natureza de Adão antes da queda, não são mera coincidência, mas propósito firme de Satanás de repetir a história, facetas similares ao movimento da carne santa. Um cumprimento da profecia. Elas tiram do evangelho a sua essência de uma dádiva (João 3:16) completa, incondicional, “com risco de perada eterna,” e dão a Satanás o argumento de que o sacrifício de Cristo não foi completo, pois este falso cristo não seria 100% Deus Conosco, uma vez que não assumira a condição total dos que teria vindo salvar. Ele não teria descido ao fundo do poço em que nos encontramos.

Mas, voltemos à palavra inspirada:

[Pág. 38] “... Instruções claras e definidas têm sido dadas a fim de todos entenderem. Mas a comichão do desejo de dar origem a algo de novo dá em resultado doutrinas estranhas, e destrói largamente a influência dos que seriam uma força para o bem, caso mantivessem firme o princípio de sua confiança na verdade que o Senhor lhes dera. ...

Irmão e irmã Haskell, ... A verdade precisa ser apresentada em linhas bem definidas pelos fiéis embaixadores do Senhor. ...” Carta 132, 1900.


Tenha um feliz sábado com a compania de Deus

Lhe deseja o irmão em Cristo,

João Soares da Silveira

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Lição 3 — Andando na Luz — Abandonando o pecado.

A verdade é que se você pudesse livrar-se do pecado você não necessitaria de Deus, e se pudesse livrar-se de um pecado, eventualmente você poderia livrar-se de todos os pecados e Cristo teria morrido em vão.

“Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus, primeiro O enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, no apartar, a cada um de vós, das vossas maldades” (Atos 3:26).

Cada um pode dizer, se desejar: ‘O SENHOR, deveras sou teu servo; sou teu servo, filho da tua serva; soltaste as minhas ataduras” (Salmo 116:16).

"Isto é verdade, quer nós creiamos ou não. Somos servos do Senhor, embora nós, teimosamente, possamos recusar servir. Ele nos comprou; e tendo-nos adquirido, quebrou cada algema que nos impede de servi-Lo. Mas, se nós acreditamos, temos a vitória que vence o mundo (1ª João 5:4; João 16:33). A mensagem para nós é que a nossa 'guerra acabou' e nossa 'iniqüidade é perdoada' (Isaias 40:2).

'Meu pecado -- oh, a felicidade do pensamento glorioso!

Meu pecado, não em parte, mas todos,

Está pregado a Sua cruz, e eu não o carrego mais,

Louvai ao Senhor, louvai ao Senhor, O minha alma!’

"Toda esta libertação é 'de acordo com a vontade de nosso Deus e Pai'. A vontade de Deus é a nossa santificação (1ª Tess. 4:3). Ele quer que todos os homens sejam salvos e venham ao conhecimento da verdade (1ª Tim. 2:4). E Ele 'faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade’ (Efésios 1:11). 'Você está querendo ensinar salvação universal?’ alguém pode perguntar. Quero ensinar somente o que a Palavra de Deus ensina — 'que a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens,’ (Tito 2:11). Deus trouxe salvação para cada homem, e a deu a ele; mas a maioria desdenha dela e a joga fora. O juízo revelará o fato de que salvação plena foi dada a cada homem e que os perdidos deliberadamente jogaram fora sua posse de primogenitura".1

Lembre-se sempre de que o Evangelho é o poder de Deus para a salvação e não o poder do homem.

Em 1ª Coríntios 2:1-5, Paulo escreve que ele não veio declarando o mistério de Deus com sublimidade de palavras ou de sabedoria humana, mas no poder de Deus. Ele só quis conhecer a Cristo e Este crucificado entre eles. Colossenses 1:26, 27 explica que o mistério de Deus "é Cristo em vós, a esperança da glória" (glória é caráter). Seguir este mistério de Deus a Apocalípce 10:5-7, nós lemos, "Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo (o mistério) de Deus.” Isto é a conclusão do caráter de Deus em nós exatamente antes do fim do tempo de angústia .

Escrevendo sobre a experiência do apóstolo Paulo, Waggoner diz, "1) O Evangelho é um mistério. 2) É um mistério tornado conhecido pela revelação de Jesus Cristo. 3) Não foi meramente que Jesus Cristo Se revelou ao apóstolo, mas que lhe foi dado conhecer o mistério pela revelação de Jesus Cristo nele. ... A conclusão, portanto, é que o Evangelho é a revelação de Jesus Cristo nos homens.”2

Estando crucificado com Cristo, já não sou eu mais quem vive, mas Cristo que vive em mim, e a presente vida mortal que eu agora estou vivendo nesta carne eu vivo pela fé do Filho de Deus que me amou e Se deu por mim (Gal. 2:20). "Mesmo agora Cristo carrega os pecados do mundo inteiro, pois todas as coisas subsistem nEle' (*Col. 1:17). ... Portanto, onde quer que pecado é encontrado, podemos estar seguros de que lá está a cruz de Cristo".3

"Assim, crendo em Cristo, nós somos justificados pela fé de Cristo, desde que nós O tenhamos pessoalmente morando em nós,’ [pelo Espírito,] e ‘exercitando o própria fé".4 Sua fé que nunca falhou em guardar os mandamentos de Deus e Sua vida interminável que permanece em nós até ao fim (Apoc. 14:12).

"Em romanos 6:6 (KJV) Paulo escreve, 'o nosso velho homem foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.’

"O que é desfeito é o corpo do pecado, e é destruído pela simples presença pessoal da vida de Cristo. É destruído a fim de que possamos ser libertados de seu poder e não mais necessitemos servi-lo. É destruído para todo o mundo, porque Cristo, na própria carne, aboliu 'a inimizade,' a mente carnal do pecador. Nossos pecados, nossas fraquezas, estavam sobre Ele. Para cada alma a vitória foi ganhada, e o inimigo foi desarmado. Temos só que crer na vitória, que Cristo ganhou. A vitória sobre todos os pecados já é uma realidade".5

"O escândalo da cruz é que a cruz é uma confissão de fraqueza e pecado humano, e de incapacidade para fazer qualquer coisa boa. Tomar a cruz de Cristo significa depender unicamente dEle para tudo, e isto é o que leva ao abatimento de todo orgulho humano. Os homens amam iludir-se com a idéia de que são independentes. Mas, que a cruz seja pregada, e feito saber que no homem não habita nenhuma coisa boa, e que tudo deve ser recebido como um presente (*um dom), e imediatamente alguém é ofendido".6

A carne não pode ser convertida. Deve ser crucificada.

Daniel Peters

Notas do autor:


1) The Glad Tidings, (Boas Novas) de Ellet J. Waggoner, um dos dois mensageiros de 1888, págs.
13, 14 (Pacific Press Publishing Assn.; edição de Glad Tidings Publishers);
2) The Everlasting Covenant, (O Concerto Eterno) também de Ellet J. Waggoner, págs. 18, 19 (edição de Glad Tidings Publishers);

3) The Glad Tidings, pág. 44;

4) Idem, pág. 42;

5) Idem, pág. 43;

6) Idem, pág. 113.

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.


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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Lição 2 – Experimentando a Palavra da Vida

"Haja luz !!!"....

Quem DISSE isso? (DEUS). Se Deus diz algo, é verdadeiro? (Quanto crê você nesta questão)? Quanto tempo leva entre Deus falar algo e acontecer como Ele disse? Mil anos? Em 2ª Pedro 3:8 lemos: “Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.” Quer isto dizer que toma mil anos para que o que Deus diz realizar-se? Quando Deus disse, "Haja Luz!". Quanto tempo decorreu até que a luz brilhasse? A frase imediatamente seguinte diz, "E houve luz". Foi imediato. Instantâneo. Nem um momento de tempo passou antes de ser verdadeiro.

Se demorar mesmo uma fração de um segundo entre o momento em que Deus diz algo e o realiza-se, chamamos a isso de evolução. A teoria de evolução diz que tudo está melhorando (ou desenvolvendo-se) um pouco de cada vez, constantemente melhorando da força de vida que vem de dentro si, o que é uma idéia panteísta (mesmo que alguém diga que talvez isto tenha sido implantado ali por Deus). É você um evolucionista ou um criacionista? Se você crê que tomou qualquer tempo do momento que Deus disse "Haja Luz," e houve luz, então você é um evolucionista

Isaias 55:11 diz, "Assim será a Minha Palavra, que sair da Minha boca; ela não voltará para Mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.” E Hebreus 11:3: "Pela fé entendemos que os mundos pela Palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Romanos 4:17 diz que Deus “chama as coisas que não são como se já fossem.”

Deus cria algo do nada. Deus cria algo do nada falando Sua Palavra. Sua Palavra, portanto, tem o poder interior, inerentemente, de fazer o que diz.

Um exemplo hipotético: se Deus lhe perguntasse, "—Quantas luas você está vendo no céu?, e você respondesse: ‘—Vejo uma lua’, e Se Deus lhe dissesse, "—Há duas luas no céu”, no mesmo instante você estaria vendo duas luas. Isso é o poder da Palavra de Deus. Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho” (Salmo 119:105). Esta idéia de a Palavra de Deus ter inerente dentro dela o poder de criar o que diz é o começo da fé.

Como tal idéia poderia afetar nossa fé? Para uma ilustração dos componentes essenciais desta questão, olhe o verso 5. (Salmo 119:5 "Quem dera que os meus caminhos fossem dirigidos a observar os teus mandamentos.)" O poder para tal só se encontra na Palavra de Deus. É assim que isto funciona. A obra de Deus é esta” (João 6:29). Este é o ponto mais importante desta questão. A obediência é uma questão de crer. "A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou." (João 6:29).

Mazteus 8: 5-13 “E, entrando Jesus em Cafarnaum, chegou junto dele um centurião, rogando-lhe, e dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa, paralítico, e violentamente atormentado. Jesus lhe disse: Eu irei, e lhe curarei. E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado há de sarar. Pois também eu sou homem sob autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu criado: Faze isto, e ele o faz. E maravilhou-se Jesus, ouvindo isto, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé. Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus; E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. Então disse Jesus ao centurião: "Vai, e como creste te seja feito. E naquela mesma hora o seu criado sarou."

O que é especial sobre esta história? Por que Jesus disse que Ele não tinha achado fé tão grande nem mesmo em Israel, nem sequer entre esses que professavam ser o povo de Deus e que supostamente deveriam ter tal grande fé? Afinal de contas, o homem era romano, gentio, e um soldado, líder de homens lutadores, um homem poderoso de guerra. Por que Jesus disse que ele teve fé? A mensagem de 1888 tem a resposta. Da pena de A. T. Jones (*lemos):

"Assim foi que 'pela Palavra do Senhor' todas as coisas foram criadas. Falou a Palavra somente, e tal qual falado aconteceu: a própria Palavra falada produziu a coisa.

"Assim foi na criação. E assim aconteceu na redenção: Ele cu­rava os doentes, expulsava os demônios, ele acalmava a tempestade, ele limpava os leprosos, ele ressuscitava os mortos, perdoava pecados, tudo pela Sua Palavra. Em tudo isso, "Ele falou e tudo se fez" (*Salmo 33: 9).

"Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente. Ele é sempre o Criador. E sempre faz todas coisas pela sua Palavra somente. E sempre pode fazer todas coisas pela sua Palavra; porque é a exata característica da Palavra de Deus, que é possuída do poder divino pelo qual realiza a coisa que é falada.

. Fé é saber que na Palavra de DEUS há esse poder, esperar que a própria Palavra realize a coisa falada, e o depender dessa mesma Palavra para realizar o que diz.

Exercer fé é esperar que a Palavra de DEUS cumpra o que promete. Cultivar fé é a pratica de fazer com que a confiança cresça no poder da própria Palavra de DEUS para cumprir o que é dito nessa Palavra. "Fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem". Hebreus 11: 1. Quando DEUS fala, a coisa simplesmente é porque Ele a proferiu.

"O ensino da fé é o ensino de que tal é a natureza da Palavra de Deus; o ensino do povo para exercitar a fé é ensiná-los a esperar que a Palavra de Deus faça o que diz, e depender dela para fazer a coisa que é por ela falada; o cultivar da fé é, por pratica, causar o crescimento da confiança no poder da própria Palavra de Deus para fazer o que nessa Palavra é dito, e dependência desta Palavra para realizar o que a Palavra diz.

"E 'o conhecimento do que a Escritura quer dizer quando nos aconselhar sobre a necessidade de cultivar fé, é mais essencial do que qualquer outro conhecimento que pode ser adquirido'.

"Está você cultivando fé"? (Lições em Fé, pág. 18; Review and Herald, de 27 de dezembro de 1898).

O "Palavra de Vida" foi falada. O "Palavra de Vida" foi escrita. O "Palavra de Vida" foi personificada em carne humana caída, pecaminosa.

Você crê nEle? Porque se você crê nEle, O "ouvirá", você O "verá", você O "considerará", e você O "tocará" -- tudo num sentido espiritual hoje (e num sentido literal quando Ele vier), porque você começará a experimentar hoje todas as coisas boas de sua herança preparadas para você de antes da fundação do mundo e selado para você na cruz. Esta é a Palavra de Vida! Abundante. Creia nEle.

--Craig Barnes

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Lição 1 – Jesus e as Epístolas de João

O amor pastoral de João pelos crentes não é um amor sentimental e egoísta, mas um interesse sincero pelos filhos de Deus, aos quais ele considera como seus próprios. O amor de João é demonstrado no seu interesse em corrigir erros que sobrevieram à igreja1.


A Heresia do Docetismo

Os professores desta heresia deixaram a igreja, mas sua influência permaneceu. O docetismo nega a realidade da encarnação e ensina que Cristo apenas pareceu ter um corpo humano2. João, provavelmente o último discípulo vivo, está numa posição peculiar para refutar esta idéia. Ele não desperdiça nenhum tempo, mas já no primeiro verso da sua primeira carta ele declara, "ouvimos," "vimos" e "as nossas mãos manipularam". Ele declara que é uma testemunha competente à realidade de Jesus Cristo. Ellen White nos diz que ele viveu até ter quase cem anos (Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 223). Podemos ganhar alento (*ao entendermos) que Deus ama Seus fieis servos a vida inteira, e os usa para compartilharem um testemunho especial mesmo quando são de idade avançada. Nós não devemos ignorá-los nem seu testemunho.

A Heresia de alguém pensar que “está livre de cometer pecado”

João usa três vezes (*as expressões) hipotéticas "Se dizemos" para amenizar suas advertências contra o que deve ter sido popular na igreja reivindicando que tinham parado de pecar. João os chama de mentirosos, mas não diz que eles estão pecando. Virá um tempo quando haverá um povo que estarão plenamente limpos e selados, mas essa não é sua mensagem. Eles não conhecem sua verdadeira condição, mas são usados por Deus para demonstrar ao universo que Satanás é um mentiroso quando reivindica que Deus não pode morar no Seu povo para lhes dar caráteres justos.


Aquele que diz: Eu O conheço, e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.” Esta declaração em 1ª João 2:4 é semelhante à (*do evangelho de) João 14:15: "Se me amardes, guardareis os Meus mandamentos.” Em ambas, João realça que as ações se originam de amor de um coração contrito. Não diz que se guardarmos exteriormente os Seus mandamentos, sem render o coração, que resultará em conhecê-Lo e amá-Lo.


A advertência do Anticristo

A palavra "anticristo" é usada só quatro vezes, em todas as epistolas de João.

Paulo e Pedro aludem à apostasia ou hipocrisia interior, que nós entendemos referir-se ao anticristo (Atos 20:30; 2ª Pedro 2:1, 2; 1ª Tim. 4:1-3; 2ª Tim. 3:1-8; 2ª Tess. 2:3-4) Paul descreve o "homem do pecado," como ele "se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ...” (2ª Tess. 2:3-4). Na sua carta João adiciona que o anticristo nega que Cristo veio na carne (2ª João 7).


Conquanto usemos o termo anticristo para descrever indivíduos e organizações que são dignos do termo, é também possível que evitemos responsabilidade pessoal em assim fazendo. Se dependemos do nossos próprios esforços antes que crendo na justiça de Deus para ter garantida a salvação, nós nunca teremos a confiança para manter o sinal de lealdade a Deus, Seu Sábado, venha o que vier. Quem nega que Cristo veio na carne quando esteve na terra, também pode negar que Ele pode vir em carne humana hoje. Se insistimos que podemos contribuir para a nossa própria justiça, nós tentamos nos apropriar do papel que somente Deus pode preencher pelo Seu Filho. É somente deixando que Ele coloque em nós a mente de Cristo3 que recebemos esse manto "sem nenhum fio de feitura humana". Como é isto feito?


"... Para ter a justiça de Deus -- que é a última chuva, que é a preparação para o alto clamor -- devemos ter a mente de Cristo somente;... Este é precisamente o conselho que é dado a nós nas Escrituras: 'Deixa esta mente estar em você que também estava em Cristo Jesus'. Fil. 2:5, 6. ... Agora, que mente está em nós para começar? A mente do eu (*do egoísmo). O que esta mente faz? Exalta se. ... Portanto como nós temos uma mente centralizada em si mesma, e devemos ter outra que não aquela, enquanto que esta outra esvazia do eu a aquele em quem está, não segue inevitavelmente que essa mente que nós temos de início, é uma mente só de egoísmo? (A. T. Jones, Boletim da Conferência Geral de 1893, sermão de nº 12, pág. 257).


A dificuldade de Satanás começou quando ele olhou para si mesmo e permitiu o orgulhou trabalhar seu processo destrutivo.


"... Começou a dar credito pelo que ele era... Estaria no lugar de Cristo; e qualquer um que se põe no lugar de Cristo, põe-se no lugar de Deus, porque Deus está em Cristo" (ibid.).

Se nós não podemos ter a justiça de Deus sem ter a mente de Cristo, nós devemos substituir a mente centrada em si mesma, que nós temos naturalmente, pela mente de Cristo. Como podemos realizar isto?


"A palavra de Deus deve ser interligada com o caráter vivo dos que creem nela. A única fé vital é a que recebe e assimila a verdade até que seja uma parte do ser, e o poder motivador da vida e ação. ... Os seguidores de Cristo devem ser participantes da Sua experiência. Devem assimilar a palavra de Deus. Devem ser transformados à Sua semelhança pelo poder de Cristo, e refletir os atributos divinos. ... Isto é santificação genuína" (Signs of the Times, de 13 de abril de 1888).


"Por Sua obediência perfeita tornou possível a todo homem obedecer aos mandamentos de Deus. Ao nos sujeitarmos a Cristo, nosso coração se une ao Seu, nossa vontade imerge em Sua vontade, nosso espírito torna-se um com Seu espírito, nossos pensamentos serão levados cativos a Ele; vivemos Sua vida. Isto é o que significa estar trajado com as vestes de Sua justiça. Quando então o Senhor nos contemplar, verá não o vestido de folhas de figueira, não a nudez e deformidade do pecado, mas Suas próprias vestes de justiça que são a obediência perfeita à lei de Jeová” (Parábolas de Jesus, pág. 312).


Ao estudarmos esta lições baseadas nas epístolas de João, que possamos todos, como os nobres bereanos, investigar as escrituras por nós mesmos, para que possamos assimilar a verdade até que seja parte de nosso ser. Só quando negarmos qualquer confiança em nós mesmos iremos ter a garantia de que ninguém pode tirar nossa fé.

--Arlene Hill

Notas do tradutor:

1) “O Erro Tira sua Vida da Verdade.

“Satanás tem operado com poder enganador, introduzindo uma multiplicidade de erros que obscurecem a verdade. O erro não pode subsistir por si mesmo, e se extinguiria de pronto, não se apegasse como parasita à árvore da verdade. O erro tira sua vida da verdade de Deus. As tradições dos homens, como microrganismos que pairam no ar, agarram-se à verdade de Deus, e os homens as consideram como parte da verdade. Mediante falsas doutrinas, Satanás consegue terreno onde firmar-se, e cativa a mente dos homens, fazendo com que se apeguem a teorias que não têm fundamento na verdade. Eles ensinam ousadamente, como doutrinas, mandamentos de homens; e à medida que a tradição caminha de século para século, vai adquirindo poder sobre o espírito humano. O tempo, todavia, não torna o erro verdade, tampouco seu peso opressivo faz com que a planta da verdade se mude em parasita. A árvore da verdade dá seu genuíno fruto, mostrando sua verdadeira origem e natureza. A parasita do erro também produz seu fruto, e torna manifesto que seu caráter é diverso da planta de origem celeste.

É pelas falsas teorias e as tradições, que Satanás obtém poder sobre a mente do homem. Podemos ver a que ponto ele exerce seu poder, pela deslealdade que prevalece no mundo. Mesmo as igrejas que professam cristianismo, têm-se desviado da lei de Jeová, e erguido uma falsa norma. Satanás tem posto a mão em tudo isto; pois dirigindo os homens por normas falsas, deturpa o caráter, e faz com que a humanidade o reconheça como supremo. Ele trabalha contra a Santa lei de Deus, e nega a jurisdição divina. Toda má obra tem sua origem no trono dele, e é ali que encontra apoio” (Evangelismo pág. 589 e 590; originariamente publicado na Review and Herald, de 22 de outubro de 1895).

2) Ele era como que uma assombração.

3) "Deixa estar em você a mesma mente que estava também em Cristo Jesus" (Fil.2:5, KJV) uma versão que não nos leva a raciocinar em termos do velho concerto como é o caso das versões em português, que dizem: “De Sorte que haja em vós...” o que nos leva a esforçarmos-nos a atingirmos tal ideal, sendo que é Deus que quer fazer isto em nós. “Quando formos nascidos de cima, encontrar-se-á em nós o mesmo espírito (*a mesma mente, sic) que havia em Jesus, o espírito que O levou a humilhar-Se a Si mesmo para que nos pudesse salvar” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 330 e 331).

Temeroso da Palavra Jesus ???

“1ª João 2:18-23 fala do anticristo tanto no singular quanto no plural. A referência no singular é a Satanás, o anticristo original que, desde o princípio da batalha, se tem oposto a Cristo. Satanás também trabalha contra Cristo em Seu papel na história da redenção por certas agencias e sistemas humanos. Conquanto o anticristo tenha existido desde os tempos de João, manifestou-se, particularmente, numa igreja que assume para si o papel e prerrogativas que pertencem somente a Deus ou ao próprio Cristo.

‘Anticristo’ não significa apenas ‘contra Cristo’ mas, de fato ‘em lugar de Cristo’”. (Lição da Esc. Sabatina de 16/01/2002, série O Grande Conflito Cósmico, pág. 35).

Satanás não nos vem com acusações inclementes contra Jesus, negando que Ele seja Deus, instando-nos para dar-Lhe as costas para adorá-lo em Seu lugar.

Não, isso não nos causaria qualquer impressão em absoluto, reconheceríamos imediatamente quem é ele. Esse seria o sentido do anticristo como “contra Cristo.” Mas Satanás é muito mais sutil do que isso. Em enganos bem formulados, ele tenta parecer como alguém que é semelhante a Cristo, uma imitação sutil, tão enganosa que seria impossível, sem a direção divina, sermos capazes de detectar o verdadeiro do falso.

Aqui está algo que precisamos nos lembrar—que o anticristo, como estudamos aqui, refere-se, principalmente, àquele que está no lugar de Cristo, ou, o cristo da contrafação, o falso cristo.

No pequeno livro “Escape da Razão”,1 o Dr. Francis A. Schaeffer, à pág. 77, apresenta um gráfico; No topo da folha ele coloca: Não racional/um encontro com Jesus. No final da folha.,“Racional / não se prova ou desaprova proposições." Veja como está demonstrado abaixo:


Não racional /

um encontro com Jesus.”





Racional /

não se prova ou

desaprova proposições."



“Se o que está acima está separado da racionalidade,” ou, vamos direto ao assunto:

“Se as escrituras não são discutidas abertamente para se entender com exatidão a verdade, especialmente no que tratam do cosmos, isto é do universo, e da história, por que devemos aceitar as afirmações não racionais dos evangélicos, mais do que as dos defensores de teologias radicais modernas?”

Bem, isto pode soar um pouco complicado para você, mas atente bem como ele prossegue:

“Em que base deve-se fazer a escolha? Porque não pode igualmente haver um encontro sobre um nome de um deus hindu, ‘Vixnu,’ por exemplo?

“De fato, por que não se deve buscar uma experiência, sem o uso de tais palavras, como numa experiência de uso de drogas?

“Nossa urgente necessidade hoje é entender o sistema moderno como um todo, e apreciar o significado da dualidade, dicotomia e do pulo.”

Vamos explicar esta palavra pulo2: A poderosa expressão do que o homem moderno é na área do “Não racional,” parte superior do gráfico, após ter pulado do ‘Racional,” isto é, da parte inferior do gráfico.

Em outras palavras, após a mudança radical da idéia de que o homem está realmente morto.

“O ‘não racional’, parte superior do gráfico, pode tomar muitas formas, e cada uma delas, com aspectos diversos.

“Algumas religiosas, outras seculares, algumas sujas, outras limpas. A própria essência do sistema conduz ao fato de que os tipos de palavras empregadas na parte de cima do gráfico, não importa , mesmo tais palavras tão amadas quanto Jesus.”

Agora na pág. 78: “Eu cheguei ao ponto em que, quando ouço a palavra Jesus, que significa tanto para mim, por causa da pessoa do Jesus histórico e Sua obra, especialmente na cruz do Calvário e no Getsêmani, ouço cuidadosamente, porque, com tristeza me tornei mais temeroso da palavra Jesus do que qualquer outra palavra no mundo moderno.”

Percebem o significado disso? Ele se tornou temeroso da palavra Jesus que significa tanto para ele. Está tratando com um cristo de contrafação.

Ouçam mais: “A palavra é empregada como uma bandeira desprezível, e nossa geração é convidada a seguí-Lo, mas não há conteúdo escriturístico racional pelo qual testá-lo, e, assim, a palavra tem sido usada para ensinar coisas inteiramente opostas àquelas que Jesus ensinou.”

“Esta é a sutileza desse tipo de ataque, você pode ver. Sob a capa religiosa, ensina-se exatamente o oposto do que Jesus ensinou, mas empregando o nome dEle.”

“O homem é chamado a seguir a palavra com fervor muito motivador, e em parte alguma, mais do que na nova moralidade, que segue a nova teologia.”

Agora, abrindo um parêntesis, o Pr. H. M. Richards, fundador da Voz da Profecia , disse, uma vez, em uma conferência , que “a nova moralidade, nada mais é do que a velha imoralidade”.

Mas voltemos ao Dr. Francis Schaeffer:

“Nestas circunstâncias, isto é, do modo como esta palavra Jesus é usada, é como se coabitasse com uma garota ou um garoto, se ela ou ele precisam de você, Na medida em que esteja tentando ser humano, estará se assemelhando a Jesus ao dormir com a outra pessoa, ao custo, deve-se observar, de quebrar a moralidade específica que Jesus ensinou.

“Mas para estes homens isso não importa, por quê? Porque está na parte de baixo do gráfico, na área do conteúdo escriturístico racional, dizem eles.

Chegamos, pois, a este tremendo aspecto, em que a palavra Jesus tornou-se inimigo da pessoa de Jesus, e inimigo do que Jesus ensinou.

“Precisamos temer este perturbador e desprezível emblema da palavra Jesus, não porque não amamos a Jesus, mas porque realmente O amamos.

“Precisamos lutar contra este degradante e indiscriminado uso do nome de Cristo, com profundas motivações, enraizadas nas memórias da raça humana, que têm sido usadas como forma de controle sociológico. Precisamos ensinar nossos filhos espirituais a fazerem o mesmo.

“Esta tendência aceleradora, faz-me intrigado quanto ao que Cristo disse de que, no tempo do fim, haveria outros cristos. Se Ele realmente queria dizer algo como isso, não devemos nunca nos esquecer de que o grande inimigo que está vindo é o anticristo (grifamos).

“Ele não é um “anti-não-Cristo,” mas, o anticristo..

“Crescentemente nos últimos anos, a palavra Jesus, separada do conteúdo das Escrituras, tornou-se o inimigo do Cristo da história, Jesus que morreu e ressuscitou, e que está vindo novamente, e que é o eterno Filho de Deus.

”Assim, tomemos cuidado. Se nossos irmãos evangélicos caírem na dicotomia de separarem o encontro com Cristo, do conteúdo das Escrituras, inclusive o discutível e o verificável, iremos, sem ter tal intenção, lançar-nos, e à nova geração, na torrente assoladora do sistema moderno.

“Este sistema nos rodeia como um sistema quase monolítico.”

Isto é, quase qual rocha inabalável.

Ah! amigos, o anticristo, como precisamos entender isso.

Permita-me dar-lhe um exemplo que nos vem de “O Grande Conflito”, pág. 464:

“Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado desde os tempos apostólicos. O Espírito e o poder de Deus serão derramados sobre Seus filhos. Naquele tempo muitos se separarão das igrejas em que o amor deste mundo suplantou o amor a Deus e à Sua Palavra. Muitos, tanto ministros como leigos, aceitarão alegremente as grandes verdades que Deus providenciou fossem proclamadas no tempo presente, a fim de preparar um povo para a segunda vinda do Senhor. O inimigo das almas deseja estorvar esta obra; e antes que chegue o tempo para tal movimento, esforçar-se-á para impedi-la, introduzindo uma contrafação. Nas igrejas que puder colocar sob seu poder sedutor, fará parecer que a bênção especial de Deus foi derramada; manifestar-se-á o que será considerado como grande interesse religioso. Multidões exultarão de que Deus esteja operando maravilhosamente por elas, quando a obra é de outro espírito. Sob o disfarce religioso, Satanás procurará estender sua influência sobre o mundo cristão” (Grifamos).

Perceberam a essência disso? O inimigo das almas deseja estorvar esta obra, o grande reavivamento que precederá a vinda do Senhor. E antes que tal movimento ocorra, ele introduz uma contrafação, e então as pessoas dirão: “—oh!, essa é a chuva serôdia, que maravilhosa ela é”, quando na verdade é obra de Satanás. É incrível, mas não podemos dizer que não fomos advertidos.

Há algo mais que sua atenção deve ser atraída a respeito do anticristo, e se acha em 1ª João 4: 1-3:

“Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo.”

Cristo esmagou Satanás em nossa natureza caída, nossa caída pecaminosa natureza, em outras palavras, ele veio na carne.

O bem respeitado e conhecido teólogo austríaco, o Dr. Karl Bart, declarou, em Church Dogmatic, Vol. I parte 2, pág. 151, que carne, “sarks”, no grego, “é a forma concreta da natureza humana, marcada pela queda de Adão”.

Assim, o que 1ª João 4: 1-3 nos afirma, é que o espírito do anticristo está em verdade nos dizendo que Cristo não veio em nossa natureza caída, em outras palavras, não veio na carne.

Aqui, obviamente, está um engano contra o qual devemos nos guardar, e devemos evitar ser ameaçados neste engano sutil e perigoso do inimigo.

Oremos constantemente, para sermos escudados desses perigosos enganos.

Tenha um feliz sábado, lhe deseja o irmão em Cristo,

João Soares da Silveira

Notas:

1) “Escape From Reason,” (Escape da Razão) é um trabalho filosófico, escrito pelo teólogo americano e apologista cristão Francis A. Schaeffer, e foi publicado em português com o título "A Morte da Razão, pela ABU, Aliança Bíblica Universitária do Brasil, caixa postal 30.505, cep.: 01000, São Paulo, S.P., e Editora Fiel, caixa postal 81, cep.: 12201, São José dos Campos, S.P.;

2) A edição da Editora Fiel usou a palavra salto;

3) Este artigo é parte da gravação que fizemos em 7 fitas K7 e 7 CDs. de comentários das lições da Escola Sabatina do 1º trim. de 2002, série O Grande Conflito Cósmico.