quinta-feira, 2 de julho de 2009

Temeroso da Palavra Jesus ???

“1ª João 2:18-23 fala do anticristo tanto no singular quanto no plural. A referência no singular é a Satanás, o anticristo original que, desde o princípio da batalha, se tem oposto a Cristo. Satanás também trabalha contra Cristo em Seu papel na história da redenção por certas agencias e sistemas humanos. Conquanto o anticristo tenha existido desde os tempos de João, manifestou-se, particularmente, numa igreja que assume para si o papel e prerrogativas que pertencem somente a Deus ou ao próprio Cristo.

‘Anticristo’ não significa apenas ‘contra Cristo’ mas, de fato ‘em lugar de Cristo’”. (Lição da Esc. Sabatina de 16/01/2002, série O Grande Conflito Cósmico, pág. 35).

Satanás não nos vem com acusações inclementes contra Jesus, negando que Ele seja Deus, instando-nos para dar-Lhe as costas para adorá-lo em Seu lugar.

Não, isso não nos causaria qualquer impressão em absoluto, reconheceríamos imediatamente quem é ele. Esse seria o sentido do anticristo como “contra Cristo.” Mas Satanás é muito mais sutil do que isso. Em enganos bem formulados, ele tenta parecer como alguém que é semelhante a Cristo, uma imitação sutil, tão enganosa que seria impossível, sem a direção divina, sermos capazes de detectar o verdadeiro do falso.

Aqui está algo que precisamos nos lembrar—que o anticristo, como estudamos aqui, refere-se, principalmente, àquele que está no lugar de Cristo, ou, o cristo da contrafação, o falso cristo.

No pequeno livro “Escape da Razão”,1 o Dr. Francis A. Schaeffer, à pág. 77, apresenta um gráfico; No topo da folha ele coloca: Não racional/um encontro com Jesus. No final da folha.,“Racional / não se prova ou desaprova proposições." Veja como está demonstrado abaixo:


Não racional /

um encontro com Jesus.”





Racional /

não se prova ou

desaprova proposições."



“Se o que está acima está separado da racionalidade,” ou, vamos direto ao assunto:

“Se as escrituras não são discutidas abertamente para se entender com exatidão a verdade, especialmente no que tratam do cosmos, isto é do universo, e da história, por que devemos aceitar as afirmações não racionais dos evangélicos, mais do que as dos defensores de teologias radicais modernas?”

Bem, isto pode soar um pouco complicado para você, mas atente bem como ele prossegue:

“Em que base deve-se fazer a escolha? Porque não pode igualmente haver um encontro sobre um nome de um deus hindu, ‘Vixnu,’ por exemplo?

“De fato, por que não se deve buscar uma experiência, sem o uso de tais palavras, como numa experiência de uso de drogas?

“Nossa urgente necessidade hoje é entender o sistema moderno como um todo, e apreciar o significado da dualidade, dicotomia e do pulo.”

Vamos explicar esta palavra pulo2: A poderosa expressão do que o homem moderno é na área do “Não racional,” parte superior do gráfico, após ter pulado do ‘Racional,” isto é, da parte inferior do gráfico.

Em outras palavras, após a mudança radical da idéia de que o homem está realmente morto.

“O ‘não racional’, parte superior do gráfico, pode tomar muitas formas, e cada uma delas, com aspectos diversos.

“Algumas religiosas, outras seculares, algumas sujas, outras limpas. A própria essência do sistema conduz ao fato de que os tipos de palavras empregadas na parte de cima do gráfico, não importa , mesmo tais palavras tão amadas quanto Jesus.”

Agora na pág. 78: “Eu cheguei ao ponto em que, quando ouço a palavra Jesus, que significa tanto para mim, por causa da pessoa do Jesus histórico e Sua obra, especialmente na cruz do Calvário e no Getsêmani, ouço cuidadosamente, porque, com tristeza me tornei mais temeroso da palavra Jesus do que qualquer outra palavra no mundo moderno.”

Percebem o significado disso? Ele se tornou temeroso da palavra Jesus que significa tanto para ele. Está tratando com um cristo de contrafação.

Ouçam mais: “A palavra é empregada como uma bandeira desprezível, e nossa geração é convidada a seguí-Lo, mas não há conteúdo escriturístico racional pelo qual testá-lo, e, assim, a palavra tem sido usada para ensinar coisas inteiramente opostas àquelas que Jesus ensinou.”

“Esta é a sutileza desse tipo de ataque, você pode ver. Sob a capa religiosa, ensina-se exatamente o oposto do que Jesus ensinou, mas empregando o nome dEle.”

“O homem é chamado a seguir a palavra com fervor muito motivador, e em parte alguma, mais do que na nova moralidade, que segue a nova teologia.”

Agora, abrindo um parêntesis, o Pr. H. M. Richards, fundador da Voz da Profecia , disse, uma vez, em uma conferência , que “a nova moralidade, nada mais é do que a velha imoralidade”.

Mas voltemos ao Dr. Francis Schaeffer:

“Nestas circunstâncias, isto é, do modo como esta palavra Jesus é usada, é como se coabitasse com uma garota ou um garoto, se ela ou ele precisam de você, Na medida em que esteja tentando ser humano, estará se assemelhando a Jesus ao dormir com a outra pessoa, ao custo, deve-se observar, de quebrar a moralidade específica que Jesus ensinou.

“Mas para estes homens isso não importa, por quê? Porque está na parte de baixo do gráfico, na área do conteúdo escriturístico racional, dizem eles.

Chegamos, pois, a este tremendo aspecto, em que a palavra Jesus tornou-se inimigo da pessoa de Jesus, e inimigo do que Jesus ensinou.

“Precisamos temer este perturbador e desprezível emblema da palavra Jesus, não porque não amamos a Jesus, mas porque realmente O amamos.

“Precisamos lutar contra este degradante e indiscriminado uso do nome de Cristo, com profundas motivações, enraizadas nas memórias da raça humana, que têm sido usadas como forma de controle sociológico. Precisamos ensinar nossos filhos espirituais a fazerem o mesmo.

“Esta tendência aceleradora, faz-me intrigado quanto ao que Cristo disse de que, no tempo do fim, haveria outros cristos. Se Ele realmente queria dizer algo como isso, não devemos nunca nos esquecer de que o grande inimigo que está vindo é o anticristo (grifamos).

“Ele não é um “anti-não-Cristo,” mas, o anticristo..

“Crescentemente nos últimos anos, a palavra Jesus, separada do conteúdo das Escrituras, tornou-se o inimigo do Cristo da história, Jesus que morreu e ressuscitou, e que está vindo novamente, e que é o eterno Filho de Deus.

”Assim, tomemos cuidado. Se nossos irmãos evangélicos caírem na dicotomia de separarem o encontro com Cristo, do conteúdo das Escrituras, inclusive o discutível e o verificável, iremos, sem ter tal intenção, lançar-nos, e à nova geração, na torrente assoladora do sistema moderno.

“Este sistema nos rodeia como um sistema quase monolítico.”

Isto é, quase qual rocha inabalável.

Ah! amigos, o anticristo, como precisamos entender isso.

Permita-me dar-lhe um exemplo que nos vem de “O Grande Conflito”, pág. 464:

“Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado desde os tempos apostólicos. O Espírito e o poder de Deus serão derramados sobre Seus filhos. Naquele tempo muitos se separarão das igrejas em que o amor deste mundo suplantou o amor a Deus e à Sua Palavra. Muitos, tanto ministros como leigos, aceitarão alegremente as grandes verdades que Deus providenciou fossem proclamadas no tempo presente, a fim de preparar um povo para a segunda vinda do Senhor. O inimigo das almas deseja estorvar esta obra; e antes que chegue o tempo para tal movimento, esforçar-se-á para impedi-la, introduzindo uma contrafação. Nas igrejas que puder colocar sob seu poder sedutor, fará parecer que a bênção especial de Deus foi derramada; manifestar-se-á o que será considerado como grande interesse religioso. Multidões exultarão de que Deus esteja operando maravilhosamente por elas, quando a obra é de outro espírito. Sob o disfarce religioso, Satanás procurará estender sua influência sobre o mundo cristão” (Grifamos).

Perceberam a essência disso? O inimigo das almas deseja estorvar esta obra, o grande reavivamento que precederá a vinda do Senhor. E antes que tal movimento ocorra, ele introduz uma contrafação, e então as pessoas dirão: “—oh!, essa é a chuva serôdia, que maravilhosa ela é”, quando na verdade é obra de Satanás. É incrível, mas não podemos dizer que não fomos advertidos.

Há algo mais que sua atenção deve ser atraída a respeito do anticristo, e se acha em 1ª João 4: 1-3:

“Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo.”

Cristo esmagou Satanás em nossa natureza caída, nossa caída pecaminosa natureza, em outras palavras, ele veio na carne.

O bem respeitado e conhecido teólogo austríaco, o Dr. Karl Bart, declarou, em Church Dogmatic, Vol. I parte 2, pág. 151, que carne, “sarks”, no grego, “é a forma concreta da natureza humana, marcada pela queda de Adão”.

Assim, o que 1ª João 4: 1-3 nos afirma, é que o espírito do anticristo está em verdade nos dizendo que Cristo não veio em nossa natureza caída, em outras palavras, não veio na carne.

Aqui, obviamente, está um engano contra o qual devemos nos guardar, e devemos evitar ser ameaçados neste engano sutil e perigoso do inimigo.

Oremos constantemente, para sermos escudados desses perigosos enganos.

Tenha um feliz sábado, lhe deseja o irmão em Cristo,

João Soares da Silveira

Notas:

1) “Escape From Reason,” (Escape da Razão) é um trabalho filosófico, escrito pelo teólogo americano e apologista cristão Francis A. Schaeffer, e foi publicado em português com o título "A Morte da Razão, pela ABU, Aliança Bíblica Universitária do Brasil, caixa postal 30.505, cep.: 01000, São Paulo, S.P., e Editora Fiel, caixa postal 81, cep.: 12201, São José dos Campos, S.P.;

2) A edição da Editora Fiel usou a palavra salto;

3) Este artigo é parte da gravação que fizemos em 7 fitas K7 e 7 CDs. de comentários das lições da Escola Sabatina do 1º trim. de 2002, série O Grande Conflito Cósmico.