quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Lição 4, O Deus da Graça e do Juizo, por Paul Penno

Para 21 a 28 de janeiro de 2012
Preocupação com algum tipo de julgamento futuro tormenta a raça humana. As cinco maiores religiões do mundo1, e suas variações, todas pensam sobre este momento em que cada alma dará conta para o bem ou o mal. Mesmo aqueles com nenhuma religião que defendem a doutrina do ateísmo, promovida pelo comunismo marxista, tem temido que a religião seria um perigo para o estado e, nesse sentido, acabaria por trazer juízo sobre a sociedade. Gostar da verdade do juízo, ou odiá-la, defronta cada pessoa viva no século 21, e a raça humana, desde Adão até nossos dias, é confrontada com o plano de salvação de Deus para todas as pessoas. No coração do homem, há um desejo oculto por algo melhor. Este vazio na alma humana sente que a justiça exige que deve haver um julgamento, eventualmente.
Muitas pessoas têm a idéia de que Deus é uma Deidade vingativa apenas esperando por uma chance de atacá-los com Seus relâmpagos e raios de retribuição por seus pecados. E se Deus de fato é assim, um julgamento com Ele no tribunal seria certamente uma perspectiva temível. A Bíblia, no entanto, descreve um Deus e um julgamento que difere surpreendentemente deste equívoco comum.
Deus não está procurando uma desculpa para nos punir. Às vezes imaginamos um Jesus amoroso que está entre nós e um Pai severo. Mas de acordo com a Bíblia, o Pai nos ama e é tão ansioso por nossa salvação eterna, como o Filho. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito" (João 3:16). "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando [contando] os seus pecados" (2ª Coríntios. 5:19).
Deus nunca planejou para qualquer um de nós enfrentar o terror de ser considerado culpado no julgamento. Jesus declarou que a condenação do juízo — o "fogo eterno" — foi especificamente "preparado para o diabo e seus anjos" (Mateus 25:41). Se qualquer ser humano se encontra partilhando o destino de Satanás, não será porque Deus quis que assim fosse. Aqueles que serão destruídos junto com o diabo e seus anjos, têm desprezado e repelido repetidos esforços de Deus para salvá-los.
No que parece ser uma feliz exceção para a declaração de Paulo sobre "todos" que comparecerão “ante o tribunal de Cristo” (2ª Coríntios 5:10), Jesus proclama boas novas: "Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a Minha palavra, e crê nAquele que Me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida" (João 5:24). Veja o paralelismo entre as palavras condenação e julgamento; ponto é que Deus quer nos isentar da terrível experiência de enfrentar o julgamento e ser condenado.
O Pai entregou a Cristo a tarefa de julgar os homens. "O Pai a ninguém julga, mas deu [confiou] ao Filho todo o juízo ... E deu-lhe o poder de exercer o juízo, (*por quê?) porque é o Filho do Homem" (João 5:22, 27), (*porque o juiz tem que ser igual aos seus pares, Sofredor, como eles).
Nosso juiz, então, é o próprio Jesus. Ninguém mais amigável conosco poderia ser encontrado! Se você estiver em um tribunal humano, e ver que o juiz e todos os membros do júri são amigos pessoais íntimos seus, você não poderá desejar uma chance mais favorável de absolvição. No entanto, o Filho do homem vai fazer por nós o que nenhum amigo terreno pode fazer quando estamos em apuros. João diz: "Meus filhinhos estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. E Ele é a propiciação [sacrifício expiatório] pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo!" (1ª João 2:1, 2).
Como Jesus pode ser o nosso advogado em um processo judicial, se Ele é também nosso Juiz? Deus coloca todas as probabilidades a nosso favor. Jesus é ao mesmo tempo juiz e advogado de defesa. Ele pode nos defende, porque Ele já sofreu a condenação que nós merecemos no julgamento. A morte que Jesus morreu na cruz foi a condenação que o pecado requer, levada ao seu último grau (*a segunda morte). "Aquele que não conheceu pecado, [Deus] O fez pecado por nós" (2ª Coríntios. 5:21). Jesus morreu como os eternamente perdidos pecadores vão morrer — “isolados” do Pai — porque Ele mesmo levou, “em Seu próprio corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudessem viver para a justiça; e pelas Suas feridas fostes sarados" (1ª Pedro 2:24).
Uma vez que Ele é o segundo Adão2, estamos "nEle," corporativamente, se escolhermos crer nisso. A idéia é que quando Jesus morreu, nós também morremos. "Já estou crucificado com Cristo", disse Paulo em Gal. 2:20. Qualquer raio da ira quente que deve cair sobre os pecadores já caiu sobre Cristo na cruz.
Ao receber o dom de Jesus como nosso Salvador pela fé, estamos identificados com ele. Não há a menor razão para que alguém deva ter para duplicar a experiência de Jesus em morrer para o pecado, a menos que a pessoa rejeite a sua identidade com Cristo. O que Jesus fez na cruz satisfaz as reivindicações legais da lei quebrantada. Ele faz isso e muito mais — nossa identificação pessoal com Ele e com Sua morte. Pela fé o pecador crê que ele está "em Cristo", aceita o juízo divino sobre os seus pecados, mas na verdade os sofre "em Cristo". A justiça não faz nenhuma reivindicação mais contra ele. É por isso que ele “não é condenado. E todos podem ter essa vantagem se crerem nisso!
Durante todos os 6000 ou mais anos de história humana servos inspirados de Deus, muitas vezes empregaram medo como ferramenta de motivação para induzir os pecadores a responderem. Profetas do Antigo Testamento com frequência falam de Deus destruindo as nações e pessoas. Não há dúvida de que Deus enviou o dilúvio para destruir os pecadores, também o fogo de Sodoma e Gomorra, e destruiu os egípcios na travessia do Mar Vermelho.
A questão que é motivo de preocupação para nós é, que apelo irá Deus utilizar ao afinal ao "iluminar a terra com glória"? (*Apoc. 18:1). A "voz" irá soar do céu com poder sem precedentes, "Sai dela [Babilônia] povo Meu" (*vs. 4). A motivação vai ser uma revelação única, (*um quadro) claro (*que Deus prometeu) da cruz (*onde), o Filho de Deus consumou (*a promessa de Gên. 3: 15), e o que custou a Ele para salvar o mundo. (*Aquela promessa, que culmina com o juízo divino, está em Isaias 10:22, Porque ainda que o teu povo, ó Israel, seja como a areia do mar, só um remanescente dele se converterá; uma destruição está determinada, transbordando em justiça.E em Apoc. 19: 7, ú. p. este remanescente aparece como a noiva, preparada para as bodas do cordeiro, — já a sua esposa se aprontou.” Haverá um remanescente que retratará a Cristo antes da Sua vinda. Será o último apelo de Deus a mundo que perece) 3.
Nossa singular mensagem de 1888 ensina apenas o que a Bíblia diz, que "Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas que o mundo fosse salvo por Ele" (João 3:17). Nossa mensagem evangelística é que Cristo reverteu o resultado da transgressão de Adão, que foi a condenação de todas as pessoas, de modo que o resultado de um ato de justiça, a cruz, é absolvição e vida para todos, Rom. 5:18. Deus não condena a raça dos pecadores.4 Ele dá "absolvição e vida" para eles. A questão é, será que o pecador apreciará Seu dom comprado a um custo tão infinito e deixará que o amor de Deus reconcilie sua alma a Ele mesmo? (2ª Coríntios. 5:19).
Pr. Paul E. Penno,
Classe da Escola Sabatina
C/ uma semana de antecedência
Que você pode ver, em inglês, no
YouTube 88denver99
Este artigo ele preparou a partir
 de escritos do Pr. Pulo Penno



Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99


Notas finais:
1) Cristianismo, Judaísmo, Islamismo, Hinduísmo, Budismo.
2) “Adão, em hebraico, siríaco, caldeu, etíope e árabe, significa “homem;” primariamente, o nome da espécie humana, ‘humanidade,’ especialmente na Bíblia, o primeiro homem, o progenitor da raça humana.” (Webster’s New Twentieth Century Dictionary, 1957, editado por The Publishers Guind Inc, New York, , pág. 21).
3) Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor, quer por motivo linguístico, diferenças entre o inglês e o português, quer por necessidade de se melhor adequar as idéias à mensagem de 1888, uma vez que todos artigos que publicamos neste blog são enviados, nos EUA, para os membros do Comitê de estudos da mensagem de 1888 somente, e muito do que os articulistas escrevem sobre “a mui preciosa mensagem”, é amplamente conhecido entre seus membros.
4) A lição (de quarta-feira, 25 de janeiro) descaracteriza esse ensino bíblico, afirmando: "Essa passagem claramente desmascara a noção de que, depois da Cruz, toda a humanidade foi automaticamente justificada. ... Todos estão condenados. ..." A palavra " desmascara" significa expor o absurdo. Aqui é a rejeição e a ridícularização da mensagem de 1888. Ellen White escreve: "Eu nunca posso me esquecer a experiência que tivemos em Minneapolis, ou as coisas que me foram então reveladas em relação ao espírito que controlou os homens, as palavras faladas, as ações feitas em obediência aos poderes do mal. ... Eles foram movidos na reunião por outro espírito, e eles não sabiam que Deus havia enviado esses jovens, os pastores Jones e Waggoner, para levar uma mensagem especial para eles, aos quais trataram com escárnio e desprezo. ... eu sei que naquele tempo o Espírito de Deus foi insultado" (The Ellen G. White 1888 Materials, Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 3, pág. 1043 [encontrado também em Ms. 24, 1892, grifamos).
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Lição 4, O Deus da Graça e do Juizo, por Paul Penno

Para 21 a 28 de janeiro de 2012

“E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua e povo, dizendo com grande voz: ‘Temei a Deus, e dai-lhe glória, porque é vinda a hora do Seu juízo. E adorai aquele que fez o céu e a terra, o mar e as fontes das águas’" (Apoc. 14:6-7).

A proclamação do evangelho eterno da justificação pela fé traz julgamento. Deus o declarou a Adão e Eva em Gênesis 3. Noé o pregou antes do dilúvio em Gênesis 6 (cf Heb.11: 7, 2ª Ped. 2:5). O remanescente deve pregá-lo e vivê-lo, a fim de que o julgamento final ocorra. Isto exige uma compreensão madura da graça que se manifestou para a humanidade em Cristo.

O próprio Cristo sofreu o julgamento e condenação que o pecado trouxe sobre a raça de Adão, como prometido em Gênesis 3:15. Como representado nEle, toda a raça morreu a morte que a justiça exige (2ª Coríntios 5:14), foi justificada pela graça, pelo Seu sangue, e foi dado a ela o direito à vida eterna:

[Jesus] “foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitou por causa da nossa justificação” (Rom. 04:25).

“E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1ª João 5:11,12).

“Pois assim como por uma só ofensa de um homem [o julgamento veio] a todos os homens, para condenação, assim também por um ato de justiça do homem [o dom gratuito veio] a todos os homens, para justificação de vida” (Rom. 5:18, NKJV).

Quando esta graça muito mais abundante é pregada em sua plenitude, o julgamento virá como resultado natural. Ele determinará quem está respirando nesta atmosfera de graça que dá vida, deixando que as dimensões universais de justificação tornem-se pessoal e prática em sua própria vida:

Jesus Cristo, a Majestade do Céu, foi oferecido ao mundo, tem sido dado ao homem como seu Salvador e Redentor. (Signs of the Times, de 19 de junho de 1893, 6º §)

Um dom gratuito é muito mais do que uma oferta condicional. É tão antinatural como segurar-se a respiração de alguém até que morra.

“No dom incomparável de Seu Filho, Deus envolveu o mundo todo numa atmosfera de graça, tão real como o ar que circula ao redor do globo. Todos os que respirarem esta atmosfera vivificante hão de viver e crescer até à estatura completa de homens e mulheres em Cristo Jesus (Caminho a Cristo, pág. 68).

Justificação pela graça, "sendo justificados pela Sua graça” (Tito 3:7); justificados pelo Seu sangue, "tendo sido justificados pelo seu sangue" (Rom.5: 9); justificados pela fé, "tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus" (Rom.5: 1); justificado pelas obras, "vede que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé" (Tiago 2:24). Agora, muita confusão foi causada por nossa incapacidade de compreender claramente estes métodos de justificação. Justificação pela graça, a graça divina, é a fonte de toda justificação. Justificação pelo seu sangue: o sangue de Cristo — e o sangue é a vida — foi o canal divino através do qual a justificação deve vir para a humanidade, unindo-Se em Sua vida, com a humanidade. Justificação pela fé: Este é o método através do qual o indivíduo compreende e aplica a seu próprio caso a justificação que vem da graça através do sangue de Cristo.

Justificação pelas obras: São as evidências externas de que o indivíduo aplicou pela fé a justificação que vem da graça pelo sangue de Cristo.

Agora, justificação pela graça, que é da parte de Deus. Justificação pelo seu sangue, é da parte de Deus, e ele tem feito isso para cada ser humano da sua parte. Ele tem feito tudo para a justificação de cada ser humano, sua graça é livre para cada ser humano, e seu sangue é o canal através do qual flui a cada ser humano, e "julgando nós assim: que, se Um morreu por todos, logo todos morreram" (2ª Cor. 5:14), assim isto é da graça de Deus. Mas, conquanto Ele tenha feito tudo isto para todos os seres humanos, beneficia apenas aqueles que, pessoalmente, o apreende por sua própria fé, que toma posse da justificação provida. É livremente fornecidas para cada um, mas pela fé nEle, o indivíduo se apodera daquela justificação para si mesmo. Em seguida, a provisão que tem sido livremente feita para todos, aproveita para ele, como indivíduo, e quando, pela fé, ele fez uma aplicação pessoal ao seu próprio caso da justificação que vem de Deus através do sangue de Cristo, então, como consequência, como o resultado inevitável, as obras de Cristo aparecem nele. Portanto, para a pessoa em Jesus Cristo, não faz qualquer diferença qual método de justificação é mencionado. Se ele é justificado pela graça, como é claro que ele deve ser, todas essas outras consequências se seguem. Se ele é justificado pela graça, então ele é justificado pelo sangue, pela sua própria fé individual, e as obras irão aparecer; e você pode tocar em qualquer ponto destes. Se ele é realmente justificado pelas obras da fé, quando você diz que ele é justificado pelas obras, isto implica todos os outros pontos anteriores. Isso deve acabar com a nossa discussão sobre se somos justificados pela fé, ou pelas obras, ou se é pela graça. Aquele que é verdadeiramente justificado pessoalmente, deve ser justificado por cada um deles. E quando aquele que é verdadeiramente justificado, manifesta um dos quatro, os outros três estão todos implícitos. (William W. Prescott, no Boletim da Conferência Geral de 1895, pág 44, em 6 de fevereiro de 1895)

A Graça de Deus é universal (Heb. 2:9, Tito 2:11, 3:7);

O Sangue de Cristo é universal (Rom. 5:8-10);

A Fé de Jesus é dada, mas não exercida, universalmente (Rom. 5:1, 12:3, Apoc. 14:12)

As boas obras são preparadas por Deus para todos, mas nem todos a exercitam (Efé. 2:10, Tiago 2:17-26).

Quando todos tiverem crido na, ou rejeitado a completa justificação provida em, e, através de Cristo, e os "pensamentos e intenções do coração” (Heb. 4:12) forem mals ou bons continuamente, então o julgamento executivo pode prosseguir como ocorreu nos dias de Noé.

Mas a hora do juízo somente revelará a resposta humana à graça de Deus apenas ao Sua graça ser proclamada em sua plenitude. Aqueles que crerem na inteirreza do evangelho nEle, não serão condenados. “Quem não crê já está condenado, porquanto” (João 3:18) tomaram sobre si mesmos a condenação que já havia sido anulada em Cristo.

“Porque já o tempo [veio] para que começe o julgamento pela casa de Deus, e se primeiro [ele começa] conosco, qual vai [ser] o fim daqueles que desobedecem ao evangelho de Deus?” (1ª Ped. 4:17, NVI)

Está o povo de Deus pronto para proclamar o evangelho eterno? Há indícios de que isto poderá ocorrer em breve!

Todd Guthrie

O irmão Todd Guthrie, é um médico adventista, membro da Mesa administrativa do Comitê de Estudos de Mensagem de 1888. Ele é ancião na sua igreja adventista local, e constantemente está envolvido em organizar e executar programas musicais para acontecimentos importantes da Igreja Adventista nos EUA e em outros países. Ele e sua família sempre aparecem no canal de televisão adventista Three Angels Broadcasting Network [Canal de Televisão Três Anjos] com música tanto vocal quanto instrumental.

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Lição 3: Deus como Redentor, por Arlene Hill

Para 14 a 21 de janeiro de 2012
Redenção significa comprar de volta. Comprar de volta o quê? O que estava perdido, porque o Senhor veio para salvar o que estava perdido. O que foi perdido? A humanidade, a raça humana: "Por nada fostes vendidos; também sem dinheiro sereis resgatados" (Isaías 52:3).
Quando Adão quebrou a lei de amor de Deus, e vendeu a raça humana em escravidão ao pecado, Deus não pôde nos redimir, pondo de lado a Sua lei, como se, imprudentemente, fingisse que não viu o ato de desobediência. Deus tinha descrito as exigências da lei, quando Ele explicou o teste a Adão, "porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gên. 2:17). Mesmo que o universo não tivesse tido ainda a experiência da morte, os seres inteligentes podiam entender o conceito de deixar de existir, por isso Adão deve ter tido algum conceito das consequências do que estava fazendo. O que ele, aparentemente, não gostou foi o custo da redenção e o que estaria em jogo, se Deus nada fizesse. Um universo expectante teria entendido mal se Ele simplesmente permitisse que eles fossem aniquilados. O plano de redenção é uma demonstração a todos de que Deus é amor, e que Ele se relaciona com Sua criação desinteressada e independentemente do seu comportamento.
Ruim quanto o pecado é, não era a sua "maldade" que exigia que o próprio Criador resolvesse o problema. Jesus disse que Ele veio para cumprir a lei, não para aboli-la. A única maneira de cumprir as exigências de uma lei transgredida era a morte, a segunda morte, ou morte permanente (*aquela para a qual não há retorno). O que nós chamamos de morte Jesus chamou de sono (ver João 11:11).
Um dos conceitos fundamentais apresentados pelos "mensageiros" de 1888 (Jones e Waggoner), e apoiados por Ellen G. White, é que Cristo realizou algo para cada ser humano. Ele morreu a segunda morte por "todo homem", e, assim, elegeu a "todos os homens" para serem salvos. Nesse sentido, é verdade que "Ele salvou o mundo" (ver a Verdade nº 1 na compilação de Robert J. Wieland intitulada, Dez Grandes Verdades do Evangelho que Fazem a Mensagem 1888 Única, págs. 1 - 4).
*Em apoio aos dois mensageiros de 1888 Ellen G. White ilustra estas verdades em diferentes textos. Veja, por exemplo:
*“Jesus conhece as circunstâncias de toda pessoa. Quanto maior a culpa do pecador, tanto mais necessita ele do Salvador. Seu coração de divino amor e simpatia é atraído acima de tudo para aquele que se acha mais desesperadoramente enredado nos laços do inimigo. Com o próprio sangue assinou Ele a carta de emancipação da raça humana” (A Ciência do Bom Viver, páginas 89 e 90).
*[Cristo] “Tomou em Sua mão o mundo sobre o qual Satanás pretendia presidir como seu legítimo território, e por Sua maravilhosa obra de dar a Sua vida, restaurou toda a raça humana ao favor de Deus.” (Selected Messages, Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 343).
*“Por Sua obediência a todos os mandamentos de Deus, Cristo operou a redenção do homem. Não fez isso transferindo-Se para outro, mas tomando sobre Si a humanidade. Assim Cristo deu à humanidade uma existência provinda dEle mesmo. Levar a humanidade a Cristo, levar a raça caída à unidade com a Divindade, tal é a obra da redenção (Idem, págs. 250 e 251). A tradução literal do início desta última frase, considerando a preposição inglesa "into" é, "Levar a humanidade para dentro de Cristo ..."
*“O preço da redenção foi pago para a raça humana” (Review and Herald, 3 de Junho de 1890).
*“Para o mundo foi feito o sacrifício de Cristo” (Parábolas de Jesus, pág. 301).
*“Cristo … redimiu a vergonhosa queda do homem, e salvou o mundo” (My Life Today, Minha vida Hoje, pág. 323).
Após a Queda, os anjos estavam em angústia sobre o que aconteceu com Adão e Eva. "Os anjos prostraram-se diante dEle. Ofereceram suas vidas. Jesus lhes disse que pela sua morte salvaria a muitos; que a vida de um anjo não poderia pagar a dívida. A Sua vida unicamente poderia ser aceita por Seu Pai, como um resgate pelo homem" (E. G. W., História da Redenção, pág. 43; The Spirit of Prophecy, O Espírito de Profecia, vol. 1, pág. 46).
*“A lei de Deus, quebrantada, exigia a vida do pecador. Em todo o Universo não havia senão um Ser que, em favor do homem, poderia satisfazer as suas reivindicações. Visto que a lei divina é tão sagrada como o próprio Deus, unicamente um Ser igual a Deus poderia fazer a expiação por sua transgressão” (Patriarcas e Profetas, pág 63).
Não era possível para um ser criado realizar o que Cristo fez. De alguma forma, misteriosa combinação da humanidade com a divindade que ocorreu na encarnação era necessária. Por este processo da encarnação, Cristo assumiu a "semelhança da carne do pecado" (Rom. 8:3). Naquela carne, Ele viveu a vida sem pecado, que a lei exige e, em seguida, nEle, levou a humanidade para a cruz, onde a exigência da lei, a pena da segunda morte, foi paga. A Divindade não morreu, o que não era possível, mas a humanidade que Ele assumiu o fez. "Foi a natureza humana do Filho de Maria mudada na natureza divina do Filho de Deus? Não, as duas naturezas estavam misteriosamente combinadas em uma só pessoa — o Homem Jesus Cristo. NEle habitou toda a plenitude da Divindade. Quando Cristo foi crucificado, foi Sua natureza humana que morreu. A Divindade não naufragou e morreu; isso teria sido impossível" (The Upward Look, Olhando Para o Alto, pág. 260).
Mas, sem a ressurreição, a cruz era simplesmente uma transação legal que não poderia fornecer vida para a raça humana. "Depois de Sua ressurreição Ele Se encontrou com os discípulos, e disse-lhes: 'É-me dado todo o poder no céu e na terra' (Mat.28:18). ... O único trabalho deles após isto era ser testemunhas de Sua ressurreição e do seu poder. O poder da ressurreição está de acordo com o Espírito de santidade, pois foi através do Espírito que Ele foi levantado. O poder dado para tornar os homens santos é o poder que ressuscitou Jesus dentre os mortos" (Waggoner sobre Romanos, pág. 1.13)
Isto não deve levar ao erro de pensar eu os "mensageiros" de 1888 ensinaram que todos serão salvos só porque todos foram redimidos da penalidade do pecado. Cristo realmente provou a segunda morte "por todos" (Heb. 2:9) e fez propiciação pelos "pecados de todo o mundo" (1ª João 2:2). Portanto, “Ele trouxe à luz a vida e imortalidade pelo evangelho” (2ª Tim. 1:10). Para quem trouxe Ele vida? Para todos os homens. Para quem trouxe Ele também a imortalidade? Para aqueles que creem. Isto é repetidamente apresentado na escritura, o verso mais conhecido sendo João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito". Note que Cristo foi dado para o mundo inteiro. Mas, apenas "quem crê n'Ele [Cristo, o Messias] não pereça, mas tenha a vida eterna."
Deus não vai obrigar ninguém a ser salvo contra sua vontade. Apesar de que toda a raça humana estava em Cristo, nem todos são fiéis à sua posição nEle. Embora esta nova vida tenha sido feita para todos, muitos rejeitam-na e a jogam fora, preferindo depender do seu próprio plano para suas vidas. Que tragédia! Que mais pode Deus fazer por eles senão dar-lhes a própria escolha deles. Esta é a ira de Deus que é descrita: "Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça" (Rom. 1:18).
Cristo não foi exposto à ira de Deus na cruz para aplacar a Sua ira para com os pecadores. Foi amor, Ágape, que motivou Deus a redimir a humanidade. É-nos dito que Cristo não morreu para aplacar a Deus e fazê-Lo nos amar, mas a Divindade concordou com o plano da redenção por causa de seu grande amor por nós. "Cristo foi o instrumento pelo qual Ele pôde derramar sobre o mundo caído o Seu infinito amor. ‘Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo’ (2ª Coríntios. 5:19)" (E.G.W., Caminho a Cristo, pág. 13).
Arlene Hill


A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou em maio de 2010, na Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone 001 XX(775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642.
Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.
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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Lição 3, Deus como Redentor, por Bob Hunsaker

Para 14 a 21 de janeiro de 2012

"Não foi com coisas corruptíveis ... que fostes resgatados,. . . mas com o precioso sangue de Cristo" (1ª Pedro 1:18, 19). "Vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto" (Efésios 2:13).

Resgatados pelo sangue. Aproximados pelo sangue.

Como o sangue resgata, ou como é que o sangue nos traz para perto de Deus? Fisicamente, o sangue de Cristo não foi diferente do que qualquer dos nossos. Ele era composto de glóbulos vermelhos e brancos, plaquetas e plasma.

Se Jesus tivesse morrido por um método sem derramamento de sangue, tal como envenenamento, ou enforcado, nós ainda seriamos "resgatados" e "aproximados" de Deus? Existe algum poder mágico ou místico no sangue literal de Cristo — o fluido correndo através das Suas veias — que nos permite ser resgatados ou chegarmos perto de Deus?

Ao nos aproximamos de Deus, se tivemos um frasco de sangue de Cristo para mostrar a Deus, isso desvia potenciais objeções que Deus possa ter para com a nossa condição pecadora e, assim, concede-nos a redenção — um passe para o céu? Ou será que o "sangue" de Cristo é uma representação da entrega da Sua vida?

É "sangue" necessário, porque Deus o requer antes que Ele seja capaz ou disposto a nos perdoar e aceitar? É "sangue" necessário, antes de Deus poder relacionar-Se conosco com favor e aceitação? Será que Deus fica, em algum grau retirado e distante em Sua atitude para com nós até temos "sangue" para apresentar diante dEle?

• Será que o sangue move Deus em nossa direção?

• Ou, será que o sangue nos move em direção a Deus?

• É Deus aquele que requer sangue antes que Ele vá nos aceitar? Ou,

• Somos nós os que necessitamos de sangue antes de crermos nEle e O recebermos?

• Será que Deus precisou ver uma morte, ou nós precisamos ver uma morte?

Ao percebemos e entendermos a vida de Cristo, e inculcar os princípios daquela vida em nossa experiência, somos transformados (resgatados) para o ponto em que queremos estar perto de Deus.

Note, em Efésios 2:13 acima: Quem foi trazido perto de quem pelo sangue de Cristo? O sangue (vida e morte) de Cristo não trouxe Deus para perto de nós, mas nós que estávamos "longe" formos "trazidos para perto" dEle. A alienação, a distância, o medo, e até mesmo animosidade estavam em nossos corações para com Deus, mas nunca em Seu coração para conosco! Nós éramos os únicos que precisávamos ser movidos, para ser trazido para perto, porque estávamos "distantes" de Deus em nossos sentimentos dos corações e mentes.

Observe o mesmo padrão em 2ª Coríntios 5: 18-19: "Tudo isso provem de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, . . . Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo." Novamente, fomos os únicos que precisávamos ser reconciliados (deslocados) em direção a Deus. A distância ou alienação ou suspeita não era da parte de Deus para nós, mas da nossa parte para com Deus. A mente carnal é inimizade contra Deus. Temos uma natural, inata animosidade, e medo em relação a Deus. A única maneira pela qual Ele poderia superar esse medo e animosidade em nossos corações é demonstrar Sua bondade, confiança, e amor por nós — que é o que a vida e a morte de Cristo realiza.

Observe o mesmo padrão em 1ª Pedro 3:18, "Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o Justo pelos injustos, para levar-nos a Deus." Novamente, nós somos os únicos que precisávamos ser mudados ou apaziguados pelos sofrimentos e morte de Cristo. Deus está buscando e amando-nos desde o início. Nós somos os únicos com medo, e correndo, e até mesmo com raiva dEle. Cristo morreu para nos conduzir a Deus, para mover-nos em uma posição de aceitação diante de Deus. Cristo não morreu para mover a Deus para nos aceitar.

Muitas vezes o processo de redenção se expressa — intencionalmente ou não — como, em parte, uma mudança da parte de Deus (Deus é santo e justo, e, portanto, não pode aceitar os pecadores sem sangue sendo derramado por Jesus), e em parte uma mudança de nossa parte (temos de crer em Jesus e então Deus irá "contar" a nossa fé como justiça). Mas, como estamos vendo de todas as Escrituras, a história real da Bíblia é sobre um Deus que já nos ama e se relaciona conosco com uma atitude e coração de afeto e aceitação. Este Deus enviou Seu Filho para revelar o Seu imutável amor ao longo da vida e morte de Cristo.

Quando vemos esta verdade, e cremos nela e agimos em harmonia com esta verdade, então, a reconciliação ocorre em nossos corações para com Deus. Reconciliação e aceitação têm sido sempre em Seu coração em direção a nós — nós, simplesmente, nunca percebemos claramente isso. Mas, em Jesus é tão claro como Deus é, e como Ele gentilmente Se relaciona conosco, que não há nenhuma causa mais para temer a Deus como um Ser distante, severo, implacável, ou preconceituoso. Podemos ver Deus claramente porque Jesus é a imagem exata, ou revelação perfeita, do que Deus é. (Colossenses 1:15, Hebreus 1: 3).

"Não devemos entreter a idéia de que Deus nos ama porque Cristo morreu por nós, mas que Ele nos amou tanto que deu o Seu Filho unigênito para morrer por nós." (Ellen White, Signs of Times, de 30 de maio de 1895, § 6). O amor de Deus é a fonte da vida e da morte de Cristo, não o resultado da vida e morte de Cristo.

Em um sentido muito real, todas as religiões podem ser divididas em duas categorias. Se a idéia teológica é que alguém ou algo fora de Deus causa o amor, perdão, bondade, etc, para despertar no coração de Deus, então é um falso evangelho — uma falsa religião. Mesmo se a alteração ou apaziguamento de Deus é causado por Ele próprio — Deus mudando a Si mesmo — então está faltando a beleza do evangelho. Um famoso autor cristão descreveu salvação como auto-apaziguamento ou auto-satisfação de Deus (John Stott, em A Cruz de Cristo). Mas, novamente, é a salvação em Deus uma mudança em relação a nós, ou uma mudança em nós para com Deus? Eu diria a você que o caso coerente das Escrituras é que Deus está trabalhando para nos mudar. Jesus não mudou, ou acalmou, ou apaziguou a Deus.

Podemos ver no "sangue" (vida e morte) de Jesus, a verdade que Deus nos ama e está trabalhando para resgatar-nos de volta para Si da alienação e do medo que surgiram como resultado de se crer nos enganos de Satanás sobre Deus. Quando essas mentiras são totalmente expostas e nelas não se crê mais, em seguida, "redenção" estará completa em nós. Esforcemo-nos, sob a influência do amor e bondade de Deus, para alcançar esse fim.


—Bob Hunsaker

O irmão Roberto Hunsaker é adventista por muitos anos, médico, e diretor do ministério pessoal de sua IgrejaAdventista do Sétimo Dia, na área de Boston, MA., U.S.A., e também professor desua unidade evangelizadora. Ele tem, também, um programa semanal na rádio(AM WEZE 590) aos domingos à noite, às19:30 horas, em parceria com o Pr. Bill Brace, intitulado Portraits of God (Quadros de Deus).

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Lição 3, Deus como Redentor, à luz de Ágape, por Ty Gibson


Para 14 a 21 de janeiro de 2012




“Não há um ponto que necessite ser realçado com mais diligência, repetido com mais freqüência, ou estabelecido com mais firmeza na mente de todos, do que a impossibilidade de o homem caído merecer alguma coisa por suas próprias e melhores boas obras. A salvação é unicamente pela fé em Jesus Cristo (E. G. White, Fé e Obras, pág. 19).
Há muitos adventistas que se sentem incertos a respeito do seu destino  “—acho que, possivelmente eu venha a ser salvo.”
Paulo não pensa assim, Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação. ... que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes que o mundo existisse ... O qual aboliu a morte, e trouxe à luz vida e imortalidade pelo evangelho ...  porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia” (2ª Timóteo 1:7, 9, 10, 12).
João também não pensa como aqueles adventistas, “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em Seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida ... para que saibais que tendes a vida eterna” (1ª João 5:11-13). 
Obviamente estes dois apóstolos entenderam algo a respeito do plano da salvação que muitos de nós perdemos. Suas palavras soam com evidente claro testemunho de confiança. Paulo proclama “—Deus nos salvou eu sei, creio e estou convencido que Ele me guardará.” João exulta, “Deus me deu vida eterna em Seu Filho, e eu sei que tenho a vida eterna.”
Em severo contraste, ouça nosso fúnebre lamento: “Eu acho ... eu espero ... vai ser legal se eu consegui-lo; mas se eu não conseguir Deus sabe que eu tentei.”
            Bem, de acordo com Paulo, a “vida e imortalidade” das quais ele estava tão confiante foram “trazidas à luz através do evangelho” (2ª Tim. 1:10). O evangelho é o elemento crucial. À igreja de Tessalônica ele disse que “o evangelho veio ... em muita certeza” (1ª Tess. 1:5). Foi o entendimento de Paulo do evangelho que deu a ele tal forte segurança da salvação. Nós podemos, logicamente, assumir, então, que nossa falta de confiança cresceu do errôneo entendimento do evangelho.
Quero, assim, discorrer sobre uma diferença básica entre o que muitos creem concernente à salvação e o que a Bíblia claramente ensina. Esta singular faceta do evangelho, se entendida, irá dispersar as escuras nuvens de dúvida que nos ameaçam.
Em um largo grau nossa visão do evangelho foi formada por nossa resposta à graça barata ou ao extremo de alguns evangélicos que dizem que “uma vez salvo sempre salvo.” Eles pensam que a graça de Deus torna a obediência ou as boas obras irrelevantes para o cristão. Uma vez que você crê em Jesus você está salvo e não há nada que você possa fazer para ganhar a vida eterna, eles podem dizer.
Em resposta a esta errônea visão muitos se opõem com outro erro, “—“Não, nós somos salvos pela graça, através da fé e boas obras.” Assim, salvação é como uma sociedade — Deus faz uma parte da salvação e nós fazemos a outra parte, temos insinuado. Nossa sinceridade é mostrada por nossa obediência, e se nós obrarmos suficientemente bem, então Deus nos dará a vida eterna.
Com este tipo de ênfase é natural que nós olhemos para nós mesmos para determinar nossa posição com Deus. E porque nós olhamos para nós mesmos, nunca estamos seguros da salvação, e, frequentemente, sentimos que não somos suficientemente bons para sermos salvos.
Devido estas duas posições erradas estarem sempre em tal proeminente oposição uma à outra, muitos de nós supomos que estas são as únicas duas posições teológicas. Mas há uma terceira visão que nós devemos considerar, a visão bíblica! Vamos comparar a três:
Primeira opção: Alguns dizem que somos salvos pela graça através da fé sem as boas obras, o que torna a obediência irrelevante;
Segunda opção: Alguns dizem que somos salvos pela graça através da fé e boas obras, o que torna a obediência meritória;
Terceira opção: Mas a Bíblia ensina que nós somos salvos pela graça, através da fé, para as boas obras, o que torna a obediência inevitável.

Note como cuidadosa e belamente Paulo constrói a estrutura desta posição teologia da salvação:
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2:8-10, grifamos).
Graça é o fator primário pelo qual nós somos salvos. Graça, sem dúvida, pertence inteiramente a Deus. Ele somente é sua origem. Pois a graça é, em essência, a atitude misericordiosa com a qual Deus Se relaciona conosco em nosso pecado.
Fé é a capacidade que Deus depositou em cada coração humano para responder à Sua graça. “Pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que ... pense de si mesmo ... com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Romanos 12:3). Ele é o autor da fé. “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé ...” (Hebreus 12:2). Conquanto Ele tenha criado nossa fé e a colocado nos nossos corações, Ele não a exercerá por nós. Assim, no sentido em que nós devemos exercitar a fé que Ele nos deu, pode ser dito que a fé é a nossa parte. Mesmo assim, Ele não nos deixa a exercitar o dom da fé por nós mesmos. Não somente Ele nos deu fé como um dom gratuito, Ele também toma sobre Si mesmo a responsabilidade em despertar nossa fé à ação. Ele faz isto atraindo a nossa atenção para o Seu infinito amor como foi manifestado na cruz. Assim Paulo diz que fé “opera pelo amor” (Gál. 5:6). Isto é, fé é tornada ativa por encontrar-se com o amor de Deus. Amor é o fator motivador no plano de Deus da salvação.  O amor de Deus desperta e move a fé em nós para assim apreciarmos a Sua graça que nós voluntária e alegremente nos submetemos a Seu propósito para nossas vidas.
Aqui é onde as boas obras aparecem em cena. Paulo enfaticamente nos informa que nossa salvação “Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efé. 2:9). A linguagem não poderia ser mais clara. Não somos salvos em grau algum em razão das obras. Mas isto não conclui os comentários de Paulo sobre as obras. No verso 10 ele diz que somoscriados em Cristo Jesus para as boas obras.” Qual é a diferença? É o abismo da diferença que existe entre todas as falsas religiões do mundo e o singular evangelho de Jesus Cristo. O islamismo, budismo, hinduismo, judaísmo e catolicismo, etc., todos dizem à caída humanidade, “Faça o bem e Deus lhe dará salvação em troca.” O evangelho de Cristo diz aos pecadores, “Deus lhe deu salvação como um dom gratuito em Seu Filho; receba as boas novas pela fé e Deus fará o bem em e através de você.”
Eu posso ouvir alguém respondendo: “Se o que você está dizendo é verdade, então boas obras não acontecem em primeiro lugar e não têm valor para garantir salvação.”
Eu compreendo que isto é uma séria idéia humilhante, mas sim, isto é exatamente o que a Bíblia está dizendo. Agora vá em frente e pergunte a próxima questão lógica.
“—Sim, eu vou perguntar, se nós não somos salvos por nossas obras, por que são elas necessárias?”
Estou feliz por você fazer esta pergunta. Jesus nos dá a resposta. Ouça-O: “Deixe1 que a vossa luz resplandeça diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5:16, KJV). Jesus não diz faça boas obras para que sejam salvos. Façam boas obras de modo que outros encontrem a bondade de Deus em você, e O glorifiquem.
Isaias predisse a vinda de Cristo “para pregar boas novas” (Isa. 61:3). Ele disse que um resultado da mensagem do evangelho seria justiça na vida dos que creem. Então ele assinala que a justiça dos seguidores de Cristo teria um propósito especial. Isaias os chama “árvores de justiça, ... para que Ele seja glorificado” (vs. 30).
Paulo entendeu exatamente a mesma relação entre obras de justiça na vida do crente e a glória de Deus Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus” (Filipenses 1:11). Note que Paulo viu a justiça trazida na vida do cristão como frutos. Frutos de quê? De salvação, sem dúvida. Em outras palavras, justiça não garante salvação, mas salvação produz justiça. Portanto, Paulo diz que os frutos da justiça são “por Jesus Cristo.” Isto quer dizer, Jesus é a fonte da justiça que será vista na vida do cristão. É natural, então, na lógica sequência dos pensamentos de Paulo, para ele conectar o viver justo do crente com a glória de Deus. Desde que é “não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a Sua misericórdia, nos salvou” (Tito 3:5), todos os feitos justos em nossas vidas são frutos da Sua graça e, assim, o espelho refletor da Sua glória. Assim Paulo  poderia dizer sem o menor exagero, “porque dEle e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amem” (Romanos 11:36).
Um pecador salvo e tornado justo pela gratuita graça de Deus traz glória Àquele que efetuou a salvação. É o propósito de Deus “dar a conhecer as riquezas da Sua glória nos vasos de misericórdia” (Rom. 9:23). Nós somos esses vasos. Como objetos da extravagante graça, nós nada temos do que nos jactar a não ser a cruz de Cristo. É para nos proteger da glória própria que Paulo nos adverte a não nos atribuir grau algum de mérito às nossas boas obras, porque se nós fomos “justificados pelas obras,” nós teríamos tido “algo de que se gabar,” ou “gloriar” (Rom. 4: 2, NKJV e Almeida).
Agora volte comigo à estrutura básica da teologia da salvação de Paulo em Efé. 2: 8-10:
   Nós somos salvos,
   pela graça
   por meio da fé
   não de, mas para boas obras.
            É vital que entendamos a ordem da experiência. Salvação vem pela graça por meio da fé somente. No momento em que nós revertemos a ordem inspirada colocando os feitos de justiça antes da salvação, pelo menos três tragédias espirituais resultam:
1ª) Os motivos do coração são corrompidos, porque o eu se torna o centro do nosso foco ao invés de Cristo;
2ª) Verdadeira obediência torna-se impossível, porque verdadeira obediência é superada por obra de um coração cheio do amor centrado em Cristo, e não é o preço da compra da salvação;
3ª) Alegria na obediência torna-se impossível, porque nós somente encontramos alegria na obediência que é motivada por amor.
O verdadeiro evangelho tem o propósito de lançar a glória do homem no pó, de modo que Deus possa fazer o que nós não podemos fazer por nós mesmos. Nós podemos modificar nosso comportamento exterior de modo a dar uma aparência de justiça. Mas somente Cristo pode mudar-nos ao nível do coração.
Como é que Ele o faz?
Por convencer-nos de que não há nada de bom que nós jamais tenhamos feito ou possamos fazer para garantir a Sua salvação. Então, ao perdermos toda confiança em nós mesmos e quase mergulharmos em desespero, Ele graciosamente nos informa que nós não precisamos nos desesperar, pois Ele nos salvou por virtude do Seu amor (*Ágape).  
Este entendimento do evangelho é perfeitamente calculado para realizar duas revoluções no coração humano: 1ª) Ele totalmente despedaça cada vestígio de auto dependência para salvação e muda nossa dependência completamente para Cristo, e, 2ª) desperta em nós uma profunda gratidão e amor que pode encontrar satisfação somente em viver para agradar e honrar a Cristo.
Amigo, você vê que nada menos que somente completa e gratuita salvação através de Cristo vai deixar o eu vivo?
Vê que você nunca pode viver para o Senhor até que tenha a segurança de que sua salvação repousa nEle somente e não em você mesmo?
Veja que gratidão a Jesus por uma salvação gratuita é mais poderosa para produzir uma vida de justiça do que um senso de obrigação para ser bom a fim de garantir salvação. (Leia esta sentença novamente, por favor).
Portanto em que você crê, meu amigo? Como Jesus salva pecadores? Pondere as opções cuidadosamente, e não cometa erro.
1ª opção) Salvação pela graça através da fé à parte de boas obras, que torna a obediência irrelevante;
2ª opção) Salvação pela graça através da fé e mais as boas obras, o que torna a obediência meritória; ou
3ª opção) Conforme a Bíblia, salvação pela graça, através da fé, para as boas, o que torna a obediência inevitável.
Inevitável, porque a graça de Deus é suficiente.
Inevitável, porque a fé que Ele dá realmente funciona.
Inevitável, porque à luz do amor de Deus eu voluntária e alegremente aceito Sua vontade como minha própria. Não que assim eu possa ser salvo, mas para que Ele possa ser glorificado em mim como o Salvador.
Eu lhe garanto, o modo como você pensa com respeito a esta matéria vital, determinará, mais do que todos os outros fatores combinados, a qualidade do seu cristianismo — quer sua experiência seja uma de repouso ou ansiedade, confiança ou incerteza, alegria ou melancolia, amor ou medo, vitória ou derrota.

Ore comigo:
Pai, eu Te louvo por arquitetar tal perfeito plano para me salvar. Há algo em mim que quer tomar parte da glória por minha redenção. Mas se eu crer no evangelho, e realmente eu creio, todas as coisas relativas à minha salvação são Tuas, através de Ti, e para Ti. Isto significa que eu nada posso fazer pra me salvar, mas que Tu me salvaste totalmente em virtude do Teu infinito amor. É humilhante, mas também é um alívio, pois muito profundamente eu sei que eu sou imerecedor da Tua graça. Obrigado. Eu oro no todo suficiente nome de Jesus, Amem.

Ty Gibson

4º capítulo do livro
 In The light of God’s Love,
À Luz do Amor de Deus
                 Pacific Press Publishing Association




Ty Gibson é um adventista do sétimo dia que ama a Jesus mais do que tudo que este mundo tem para oferecer. Como diretor associado e orador do Ministério Portadores de Luz, e como escritor, ele encontra sua maior alegria em ajudar outros a experimentarem o amor transformador do Salvador. Ele é casado com Sue, e tem três filhos: Amber; Jason e Leah.



Nota do tradutor:

1)     A versão King James usa constantemente o verbo deixar, que expressa todo o evangelho nessa palavra. “Deixe” mostra que é Deus que deseja fazer a sua luz resplandecer.”

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