quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Lição 3: Deus como Redentor, por Arlene Hill

Para 14 a 21 de janeiro de 2012
Redenção significa comprar de volta. Comprar de volta o quê? O que estava perdido, porque o Senhor veio para salvar o que estava perdido. O que foi perdido? A humanidade, a raça humana: "Por nada fostes vendidos; também sem dinheiro sereis resgatados" (Isaías 52:3).
Quando Adão quebrou a lei de amor de Deus, e vendeu a raça humana em escravidão ao pecado, Deus não pôde nos redimir, pondo de lado a Sua lei, como se, imprudentemente, fingisse que não viu o ato de desobediência. Deus tinha descrito as exigências da lei, quando Ele explicou o teste a Adão, "porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gên. 2:17). Mesmo que o universo não tivesse tido ainda a experiência da morte, os seres inteligentes podiam entender o conceito de deixar de existir, por isso Adão deve ter tido algum conceito das consequências do que estava fazendo. O que ele, aparentemente, não gostou foi o custo da redenção e o que estaria em jogo, se Deus nada fizesse. Um universo expectante teria entendido mal se Ele simplesmente permitisse que eles fossem aniquilados. O plano de redenção é uma demonstração a todos de que Deus é amor, e que Ele se relaciona com Sua criação desinteressada e independentemente do seu comportamento.
Ruim quanto o pecado é, não era a sua "maldade" que exigia que o próprio Criador resolvesse o problema. Jesus disse que Ele veio para cumprir a lei, não para aboli-la. A única maneira de cumprir as exigências de uma lei transgredida era a morte, a segunda morte, ou morte permanente (*aquela para a qual não há retorno). O que nós chamamos de morte Jesus chamou de sono (ver João 11:11).
Um dos conceitos fundamentais apresentados pelos "mensageiros" de 1888 (Jones e Waggoner), e apoiados por Ellen G. White, é que Cristo realizou algo para cada ser humano. Ele morreu a segunda morte por "todo homem", e, assim, elegeu a "todos os homens" para serem salvos. Nesse sentido, é verdade que "Ele salvou o mundo" (ver a Verdade nº 1 na compilação de Robert J. Wieland intitulada, Dez Grandes Verdades do Evangelho que Fazem a Mensagem 1888 Única, págs. 1 - 4).
*Em apoio aos dois mensageiros de 1888 Ellen G. White ilustra estas verdades em diferentes textos. Veja, por exemplo:
*“Jesus conhece as circunstâncias de toda pessoa. Quanto maior a culpa do pecador, tanto mais necessita ele do Salvador. Seu coração de divino amor e simpatia é atraído acima de tudo para aquele que se acha mais desesperadoramente enredado nos laços do inimigo. Com o próprio sangue assinou Ele a carta de emancipação da raça humana” (A Ciência do Bom Viver, páginas 89 e 90).
*[Cristo] “Tomou em Sua mão o mundo sobre o qual Satanás pretendia presidir como seu legítimo território, e por Sua maravilhosa obra de dar a Sua vida, restaurou toda a raça humana ao favor de Deus.” (Selected Messages, Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 343).
*“Por Sua obediência a todos os mandamentos de Deus, Cristo operou a redenção do homem. Não fez isso transferindo-Se para outro, mas tomando sobre Si a humanidade. Assim Cristo deu à humanidade uma existência provinda dEle mesmo. Levar a humanidade a Cristo, levar a raça caída à unidade com a Divindade, tal é a obra da redenção (Idem, págs. 250 e 251). A tradução literal do início desta última frase, considerando a preposição inglesa "into" é, "Levar a humanidade para dentro de Cristo ..."
*“O preço da redenção foi pago para a raça humana” (Review and Herald, 3 de Junho de 1890).
*“Para o mundo foi feito o sacrifício de Cristo” (Parábolas de Jesus, pág. 301).
*“Cristo … redimiu a vergonhosa queda do homem, e salvou o mundo” (My Life Today, Minha vida Hoje, pág. 323).
Após a Queda, os anjos estavam em angústia sobre o que aconteceu com Adão e Eva. "Os anjos prostraram-se diante dEle. Ofereceram suas vidas. Jesus lhes disse que pela sua morte salvaria a muitos; que a vida de um anjo não poderia pagar a dívida. A Sua vida unicamente poderia ser aceita por Seu Pai, como um resgate pelo homem" (E. G. W., História da Redenção, pág. 43; The Spirit of Prophecy, O Espírito de Profecia, vol. 1, pág. 46).
*“A lei de Deus, quebrantada, exigia a vida do pecador. Em todo o Universo não havia senão um Ser que, em favor do homem, poderia satisfazer as suas reivindicações. Visto que a lei divina é tão sagrada como o próprio Deus, unicamente um Ser igual a Deus poderia fazer a expiação por sua transgressão” (Patriarcas e Profetas, pág 63).
Não era possível para um ser criado realizar o que Cristo fez. De alguma forma, misteriosa combinação da humanidade com a divindade que ocorreu na encarnação era necessária. Por este processo da encarnação, Cristo assumiu a "semelhança da carne do pecado" (Rom. 8:3). Naquela carne, Ele viveu a vida sem pecado, que a lei exige e, em seguida, nEle, levou a humanidade para a cruz, onde a exigência da lei, a pena da segunda morte, foi paga. A Divindade não morreu, o que não era possível, mas a humanidade que Ele assumiu o fez. "Foi a natureza humana do Filho de Maria mudada na natureza divina do Filho de Deus? Não, as duas naturezas estavam misteriosamente combinadas em uma só pessoa — o Homem Jesus Cristo. NEle habitou toda a plenitude da Divindade. Quando Cristo foi crucificado, foi Sua natureza humana que morreu. A Divindade não naufragou e morreu; isso teria sido impossível" (The Upward Look, Olhando Para o Alto, pág. 260).
Mas, sem a ressurreição, a cruz era simplesmente uma transação legal que não poderia fornecer vida para a raça humana. "Depois de Sua ressurreição Ele Se encontrou com os discípulos, e disse-lhes: 'É-me dado todo o poder no céu e na terra' (Mat.28:18). ... O único trabalho deles após isto era ser testemunhas de Sua ressurreição e do seu poder. O poder da ressurreição está de acordo com o Espírito de santidade, pois foi através do Espírito que Ele foi levantado. O poder dado para tornar os homens santos é o poder que ressuscitou Jesus dentre os mortos" (Waggoner sobre Romanos, pág. 1.13)
Isto não deve levar ao erro de pensar eu os "mensageiros" de 1888 ensinaram que todos serão salvos só porque todos foram redimidos da penalidade do pecado. Cristo realmente provou a segunda morte "por todos" (Heb. 2:9) e fez propiciação pelos "pecados de todo o mundo" (1ª João 2:2). Portanto, “Ele trouxe à luz a vida e imortalidade pelo evangelho” (2ª Tim. 1:10). Para quem trouxe Ele vida? Para todos os homens. Para quem trouxe Ele também a imortalidade? Para aqueles que creem. Isto é repetidamente apresentado na escritura, o verso mais conhecido sendo João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito". Note que Cristo foi dado para o mundo inteiro. Mas, apenas "quem crê n'Ele [Cristo, o Messias] não pereça, mas tenha a vida eterna."
Deus não vai obrigar ninguém a ser salvo contra sua vontade. Apesar de que toda a raça humana estava em Cristo, nem todos são fiéis à sua posição nEle. Embora esta nova vida tenha sido feita para todos, muitos rejeitam-na e a jogam fora, preferindo depender do seu próprio plano para suas vidas. Que tragédia! Que mais pode Deus fazer por eles senão dar-lhes a própria escolha deles. Esta é a ira de Deus que é descrita: "Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça" (Rom. 1:18).
Cristo não foi exposto à ira de Deus na cruz para aplacar a Sua ira para com os pecadores. Foi amor, Ágape, que motivou Deus a redimir a humanidade. É-nos dito que Cristo não morreu para aplacar a Deus e fazê-Lo nos amar, mas a Divindade concordou com o plano da redenção por causa de seu grande amor por nós. "Cristo foi o instrumento pelo qual Ele pôde derramar sobre o mundo caído o Seu infinito amor. ‘Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo’ (2ª Coríntios. 5:19)" (E.G.W., Caminho a Cristo, pág. 13).
Arlene Hill


A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou em maio de 2010, na Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone 001 XX(775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642.
Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.
____________________________