Para 31/12/2011 a 7/01/2012
Iniciamos um novo ciclo de treze estudos sobre Deus. A "Divindade" é um ensino bíblico, uma boa nova (Atos 17: 29; Rom. 1:20;
Colossenses 2:9). A mensagem de 1888 concentra a nossa atenção sobre a natureza única das três pessoas da Divindade como Ágape (1ª João 4:8). O conhecimento que temos de Deus é pela Sua iniciativa de revelação. Ágape é a fonte da fé, que é dada a cada homem (Gál. 5:6). Portanto, temos a capacidade de conhecer com a mente e crer com o coração que há um só Deus composto por três Seres (João 10:38).
Se remontarmos à origem do amor Ágape de Deus lá atrás, antes do tempo da criação, antes do desejo de Deus de criar os seres humanos à Sua imagem, ali existiu amor dentro da família da Divindade. O Pai sempre teve um filho para amar desde a eternidade, e o Filho sempre expressou o seu amor para com o Pai, escolhendo subordinar-Se ao Pai. O Espírito Santo ama o Pai e o Filho e, do mesmo modo, o Pai e o Filho amam o Espírito Santo.
Devemos entender a família divina, não de nossa compreensão das relações familiares em que um filho é gerado por um pai e mãe e, assim, subordinado aos pais. Mas devemos compreender a relação das três pessoas divinas como revelado nas Escrituras. Estes três seres são iguais em que eles são co-eternos e cada um deles, individualmente, é a plenitude da divindade (João 1:1-3).1 Mas eles são um só Deus em virtude de seu Ágape, que se expressa em uma subordinação mútua entre si. Não há independência ou dominação de um sobre o outro membro, pois tal afirmação da individualidade sobre os outros não está na Sua natureza.
Jesus ensinou seus discípulos a maneira correta de orar: "Pai nosso que estás nos céus" (Mat. 6:9). Ele era um Consolador para Seus seguidores durante Seu ministério terreno, e, ao se aproximar a Sua partida, Ele prometeu enviar-lhes "outro Consolador" para estar com eles (João 14:16). O termo "Outro" conecta o Espírito Santo com Cristo. Ele acaba de dizer aos discípulos que Ele, Jesus, deve "ir" e deixá-los. Portanto, este novo Consolador será para eles tudo o que Jesus foi para eles. Portanto, eles não devem se sentir como "órfãos". "Eu voltarei para vós", diz Ele (vs. 18). O Espírito Santo não é idêntico a Jesus porque Ele é "Outro", eles são duas Pessoas da Divindade — o Filho e o Espírito Santo, mas ainda assim eles são Um, porque é Eu [que] ”voltarei para vós" (João 14:16-18).
Milhões de muçulmanos são preconceituosos contra o cristianismo, porque eles acham que os cristãos acreditam em três deuses por causa da comumente entendida doutrina da "Trindade". Nossa lição observa que "embora a palavra trindade não apareça na Bíblia", no entanto, continua a insistir que "a doutrina da Trindade" é bíblica.2 A declaração feita é, "Hoje a igreja tem tomado uma posição firme e inflexível sobre esse ensino." 3 "A Trindade" tornou-se doutrina oficial na "Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia".4 "A trindade" é definida nas "crenças fundamentais" como ali se lê: "Há um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas coeternas."5 A lição define a Trindade como: "Deus é Um e composto por três pessoas. ..."6
O termo não-bíblico "trindade," introduz um elemento de confusão para o ensino da Divindade. Ellen White nunca usou a palavra trindade, (*nem Deus triuno), e nem os mensageiros de 1888, Jones e Waggoner, o fizeram.
É óbvio que a igreja e seus eruditos desejam declarar o seu acordo com o "cristianismo" na doutrina da trindade. É defensivamente declarado na Lição que "alguns antigos adventistas tivessem dificuldades com relação à doutrina da Trindade".7
Nós, que cremos na "mui preciosa mensagem" (*Test. p/ Ministros, pág. 91, sic), não temos dúvidas em relação ao ensino bíblico da doutrina da Divindade. É o dogma anti bíblico da trindade, que produz confusão. Então, o que a palavra trindade quer dizer? Que significa três pessoas em unidade ou três deuses em unidade? Acontece que significa as duas coisas. A trindade católica ensina três deuses e entretanto um deus.
Devemos estar cientes de que a Igreja Católica Romana reivindica a posse da trindade. A trindade é o centro a partir do qual todos os raios de doutrina se propagam.8 O catecismo católico oficial declara, "a verdade revelada da Santíssima Trindade foi a própria raiz da fé viva da Igreja. ..." 9 Isto significa que o descanso dominical, a imortalidade da alma, a expiação, a igreja, predestinação e todas as outras doutrinas são "raios" da trindade.
Os adventistas do sétimo dia creram, desde a década de 1840, o que Ellen White diz. A verdade do santuário é "o pilar central que sustenta a estrutura da nossa posição"10 Ela diz ainda: "A compreensão correta do ministério no santuário celestial constitui o fundamento de nossa fé"11 ("nossa fé" sendo os ensinamentos originais dos adventistas do sétimo dia que nos fazem diferentes das igrejas católica ou evangélicas protestantes).
Exatamente o que os católicos romanos ensinam sobre a Trindade? "As pessoas divinas não compartilham a divindade única, entre si, mas cada uma delas é Deus por inteiro. ..." 12 O dogma da Trindade é triteísmo. 13 Certamente não é o monoteísmo. A trindade é uma daquelas doutrinas que vieram do paganismo e foram adotadas e aceitas no "cristianismo". Este "mistério inefável" é "infinitamente além de tudo o que podemos entender humanamente".14 É uma monstruosidade. A trindade são 3 deuses e, entretanto eles são um só Deus.
Sendo este o caso, então o Filho de Deus jamais poderia morrer na cruz. Se Cristo morreu, Deus, necessariamente, deixaria de existir como o "cristianismo" o conhece. A trindade é uma comissão triunvirato. Se um dos membros da comissão morreu Ele deixaria de ser Deus e a trindade seria “arruinada.” Deus se tornaria então uma dualidade — o Pai e o Espírito Santo. Deus não estaria em perigo porque apenas o Filho de Deus estava em risco.
Assim, para o catolicismo há a necessidade para a doutrina da imortalidade da alma, que flui da doutrina da trindade: Cristo nunca morreu na cruz. A doutrina da imortalidade da alma mina a expiação e todo o plano de salvação.
Um crente pode pensar de Deus o Pai, Jesus a Palavra, e o Espírito Santo como comparado a uma árvore: é uma árvore, com a raiz oculta à vista, e o tronco revelando a presença da raiz, e o ramo ostentando o fruto.
Aquele que crê na Bíblia Sagrada pensa de Deus como um, ora a Deus como um, e adora a Deus como um. E ele louva a Deus por Seu amor, revelando-Se a nós e nos adotando em Cristo como Seus filhos, de modo que não estamos mais "órfãos", "separados ... e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no do mundo” (João 14:18; Efé. 2:12).
- Paul E. Penno
Notas finais:
1º) A declaração de Ellen White é clara como a luz do sol: "O Pai é toda a plenitude da Divindade corporalmente, e invisível aos olhos mortais. O Filho é toda a plenitude da Divindade manifestada ... ‘a expressa imagem de Sua pessoa.’ ... O Consolador ... é o Espírito em toda a plenitude da Divindade, tornando manifesto o poder da graça divina a todos quantos recebem e creem em Cristo como um Salvador pessoal. Há três pessoas vivas pertencentes ao trio celestial (sic); em nome destes três grandes poderes — o Pai, o Filho e o Espírito Santo — os que recebem a Cristo por fé viva são batizados, e esses poderes cooperarão com os súditos obedientes do Céu em seus esforços para viver a nova vida em Cristo" (Testemunhos Especiais, Série B, Nº 7, págs. 62, 63 (1905); Evangelismo, págs. 614, 615).
[2] Veja a introdução de seu guia de estudos Vislumbres do Nosso Deus deste trimestre, pág. 2;
3) Guia de estudos deste trimestre, Vislumbres do Nosso Deus, pág. 3, último parágrafo.
4) No estabelecimento de suas crenças fundamentais a Conferência Geral decidiu seguir a prática de usar somenmte termos bíblicos, no entanto, o uso da palavra "trindade" é um desrespeito a esta regra.
5) Guia de estudos deste trimestre, Vislumbres do Nosso Deus, pág. 3, último parágrafo;
6) Ibidem;
7) Ibidem;
8) "O preceito da Trindade é o dogma central da fé católica" (The Teaching of Christ: A Catholic Catechism for Adults, O Ensino de Cristo: um Catecismo Católico para Adultos (2005), pág.150. "A Trindade: Uma realidade incompreensível. A doutrina central da fé católica é o mistério da Santíssima Trindade" (The Catholic Way, O Caminho Católico (2001), pág. 43).
9) Cf. Catecismo da Igreja Católica (Ratzinger imprimatur, 1995), pág. 74.
10) Carta de Ellen G. White aos Irmãos John J. Wessels e esposa, 18 de maio de 1897, W-126, pág. 4. 4MR 244.
11) Carta de Ellen G. White para George C. Tenney, 29 de junho de 1906, Carta T-208, pág. 2. 8MR. 245, Evangelismo, pág. 221.
12) "A unidade divina é Triuno." (Catechism, Catecismo, págs. 75, 76).
13) O dogma da Trindade abre a porta para o panteísmo.
14) Catechism, Catecismo, pág. 74.
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