Para 14 a 21 de janeiro de 2012
“Não há um ponto que necessite ser
realçado com mais diligência, repetido com mais freqüência, ou estabelecido com
mais firmeza na mente de todos, do que a impossibilidade de o homem caído
merecer alguma coisa por suas próprias e melhores boas obras. A salvação é
unicamente pela fé em
Jesus Cristo ” (E. G. White, Fé e Obras, pág. 19).
Há muitos adventistas que se sentem incertos a respeito do seu
destino “—acho que, possivelmente
eu venha a ser salvo.”
Paulo não pensa assim, “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de
fortaleza, e de amor, e de moderação. ... que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não
segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos
foi dada em Cristo Jesus
antes que o mundo existisse ... O qual aboliu a morte, e trouxe à luz vida e
imortalidade pelo evangelho ... porque
eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu
depósito até aquele dia” (2ª Timóteo 1:7, 9, 10, 12).
João também não pensa como aqueles adventistas,
“E o testemunho é este: que Deus nos deu
a vida eterna; e esta vida está em Seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não
tem o Filho de Deus não tem a vida ... para que saibais que tendes a vida eterna” (1ª João 5:11-13).
Obviamente estes dois apóstolos entenderam algo a respeito do
plano da salvação que muitos de nós perdemos. Suas palavras soam com evidente
claro testemunho de confiança. Paulo proclama “—Deus nos salvou eu sei, creio e
estou convencido que Ele me guardará.” João exulta, “Deus me deu vida eterna em Seu Filho , e eu sei que
tenho a vida eterna.”
Em severo contraste, ouça nosso fúnebre lamento: “Eu acho ...
eu espero ... vai ser legal se eu consegui-lo; mas se eu não conseguir Deus
sabe que eu tentei.”
Bem, de acordo com Paulo, a “vida e imortalidade” das quais ele
estava tão confiante foram “trazidas à
luz através do evangelho” (2ª Tim. 1:10). O evangelho é o elemento crucial.
À igreja de Tessalônica ele disse que “o
evangelho veio ... em muita certeza” (1ª Tess. 1:5). Foi o entendimento de
Paulo do evangelho que deu a ele tal forte segurança da salvação. Nós podemos,
logicamente, assumir, então, que nossa falta de confiança cresceu do errôneo
entendimento do evangelho.
Quero, assim, discorrer sobre uma diferença básica entre o
que muitos creem concernente à salvação e o que a Bíblia claramente ensina.
Esta singular faceta do evangelho, se entendida, irá dispersar as escuras
nuvens de dúvida que nos ameaçam.
Em um largo grau nossa visão do evangelho foi formada por
nossa resposta à graça barata ou ao extremo de alguns evangélicos que dizem que
“uma vez salvo sempre salvo.” Eles pensam que a graça de Deus torna a
obediência ou as boas obras irrelevantes para o cristão. Uma vez que você crê
em Jesus você está salvo e não há nada que você possa fazer para ganhar a vida
eterna, eles podem dizer.
Em resposta a esta errônea visão muitos se opõem com outro
erro, “—“Não, nós somos salvos pela graça, através da fé e boas obras.” Assim,
salvação é como uma sociedade — Deus faz uma parte da salvação e nós fazemos a
outra parte, temos insinuado. Nossa sinceridade é mostrada por nossa
obediência, e se nós obrarmos suficientemente bem, então Deus nos dará a vida
eterna.
Com este tipo de ênfase é natural que nós olhemos para nós
mesmos para determinar nossa posição com Deus. E porque nós olhamos para nós
mesmos, nunca estamos seguros da salvação, e, frequentemente, sentimos que não
somos suficientemente bons para sermos salvos.
Devido estas duas posições erradas estarem sempre em tal
proeminente oposição uma à outra, muitos de nós supomos que estas são as únicas
duas posições teológicas. Mas há uma terceira
visão que nós devemos considerar, a visão bíblica! Vamos comparar a três:
Primeira opção: Alguns dizem que somos salvos pela graça
através da fé sem as boas obras, o que torna a obediência irrelevante;
Segunda opção: Alguns dizem que somos salvos pela graça
através da fé e boas obras, o que torna a obediência meritória;
Terceira opção: Mas a Bíblia ensina que nós somos salvos pela
graça, através da fé, para as boas obras, o que
torna a obediência inevitável.
Note como cuidadosa e belamente Paulo constrói a estrutura
desta posição teologia da salvação:
“Porque
pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua,
criados em Cristo Jesus
para as boas obras, as quais
Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2:8-10, grifamos).
Graça é o fator primário pelo qual nós
somos salvos. Graça, sem dúvida, pertence inteiramente a Deus. Ele somente é
sua origem. Pois a graça é, em essência, a atitude misericordiosa com a qual
Deus Se relaciona conosco em nosso pecado.
Fé é a capacidade que Deus depositou em
cada coração humano para responder à Sua graça. “Pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que ... pense de
si mesmo ... com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada
um” (Romanos 12:3). Ele é o autor da fé. “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé ...” (Hebreus 12:2). Conquanto
Ele tenha
criado nossa
fé e a colocado nos nossos corações, Ele não a exercerá por nós. Assim, no
sentido em que nós devemos exercitar a fé que Ele nos deu, pode ser dito que a
fé é a nossa parte. Mesmo assim, Ele não nos deixa a exercitar o dom da fé por
nós mesmos. Não somente Ele nos deu fé como um dom gratuito, Ele também toma
sobre Si mesmo a responsabilidade em despertar nossa fé à ação. Ele faz isto
atraindo a nossa atenção para o Seu infinito amor como foi manifestado na cruz.
Assim Paulo diz que fé “opera pelo amor” (Gál.
5:6). Isto é, fé é tornada ativa por encontrar-se com o amor de Deus. Amor é o
fator motivador no plano de Deus da salvação.
O amor de Deus desperta e move a fé em nós para assim apreciarmos a Sua
graça que nós voluntária e alegremente nos submetemos a Seu propósito para
nossas vidas.
Aqui
é onde as boas obras aparecem em
cena. Paulo enfaticamente nos informa que nossa salvação “Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efé. 2:9). A
linguagem não poderia ser mais clara. Não somos salvos em grau algum em razão
das obras. Mas isto não conclui os comentários de Paulo sobre as obras. No
verso 10 ele diz que somos “criados em Cristo Jesus para as
boas obras.” Qual é a diferença? É o abismo da diferença que existe entre
todas as falsas religiões do mundo e o singular evangelho de Jesus Cristo. O
islamismo, budismo, hinduismo, judaísmo e catolicismo, etc., todos dizem à
caída humanidade, “Faça o bem e Deus lhe dará salvação em troca.” O evangelho de
Cristo diz aos pecadores, “Deus lhe deu salvação como um dom gratuito em Seu Filho ; receba as
boas novas pela fé e Deus fará o bem em e através de você.”
Eu posso ouvir alguém respondendo: “Se o
que você está dizendo é verdade, então boas obras não acontecem em primeiro lugar
e não têm valor para garantir salvação.”
Eu compreendo que isto é uma séria idéia
humilhante, mas sim, isto é exatamente o que a Bíblia está dizendo. Agora vá em
frente e pergunte a próxima questão lógica.
“—Sim, eu vou perguntar, se nós não somos
salvos por nossas obras, por que são elas necessárias?”
Estou feliz por você fazer esta pergunta.
Jesus nos dá a resposta. Ouça-O: “Deixe1 que a vossa
luz resplandeça diante dos homens, para que vejam as vossas boas
obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5:16, KJV). Jesus não diz faça boas obras para que sejam
salvos. Façam boas obras de modo que outros encontrem a bondade de Deus em
você, e O glorifiquem.
Isaias predisse a vinda de Cristo “para pregar boas novas” (Isa. 61:3). Ele disse que um resultado da mensagem
do evangelho seria justiça na vida dos que creem. Então ele assinala que a
justiça dos seguidores de Cristo teria um propósito especial. Isaias os chama “árvores de justiça, ... para que Ele seja
glorificado” (vs. 30).
Paulo entendeu exatamente a mesma relação entre obras de
justiça na vida do crente e a glória de Deus “Cheios dos frutos de justiça, que são
por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus” (Filipenses 1:11). Note que Paulo viu a justiça trazida
na vida do cristão como frutos. Frutos de quê? De salvação, sem dúvida. Em
outras palavras, justiça não garante salvação, mas salvação produz justiça.
Portanto, Paulo diz que os frutos da justiça são “por Jesus Cristo.” Isto quer
dizer, Jesus é a fonte da justiça que será vista na vida do cristão. É natural,
então, na lógica sequência dos pensamentos de Paulo, para ele conectar o
viver justo do crente com a glória de Deus. Desde que é “não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a Sua
misericórdia, nos salvou” (Tito 3:5), todos os feitos justos em nossas
vidas são frutos da Sua graça e, assim, o espelho refletor da Sua glória. Assim
Paulo poderia dizer sem o menor exagero,
“porque dEle e por Ele, e para Ele, são
todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amem” (Romanos 11:36).
Um pecador salvo e tornado justo pela
gratuita graça de Deus traz glória Àquele que efetuou a salvação. É o propósito
de Deus “dar a conhecer as riquezas da
Sua glória nos vasos de misericórdia” (Rom. 9:23). Nós somos esses vasos.
Como objetos da extravagante graça, nós nada temos do que nos jactar a não ser
a cruz de Cristo. É para nos proteger da glória própria que Paulo nos adverte a
não nos atribuir grau algum de mérito às nossas boas obras, porque se nós fomos
“justificados pelas obras,” nós
teríamos tido “algo de que se gabar,” ou “gloriar” (Rom. 4: 2, NKJV e Almeida).
Agora volte comigo à estrutura básica da
teologia da salvação de Paulo em Efé. 2: 8-10:
Nós
somos salvos,
pela
graça
por
meio da fé
não
de, mas para boas obras.
É vital que
entendamos a ordem da experiência. Salvação vem pela graça por meio da fé
somente. No momento em que nós revertemos a ordem inspirada colocando os feitos
de justiça antes da salvação, pelo menos três tragédias espirituais resultam:
1ª) Os motivos do coração são
corrompidos, porque o eu se torna o centro do nosso foco ao invés de Cristo;
2ª) Verdadeira obediência torna-se
impossível, porque verdadeira obediência é superada por obra de um coração cheio
do amor centrado em Cristo, e não é o preço da compra da salvação;
3ª) Alegria na obediência torna-se
impossível, porque nós somente encontramos alegria na obediência que é motivada
por amor.
O verdadeiro evangelho tem o propósito de
lançar a glória do homem no pó, de modo que Deus possa fazer o que nós não
podemos fazer por nós mesmos. Nós podemos modificar nosso comportamento
exterior de modo a dar uma aparência de justiça. Mas somente Cristo pode
mudar-nos ao nível do coração.
Como é que Ele o faz?
Por convencer-nos de que não há nada de
bom que nós jamais tenhamos feito ou possamos fazer para garantir a Sua
salvação. Então, ao perdermos toda confiança em nós mesmos e quase mergulharmos
em desespero, Ele graciosamente nos informa que nós não precisamos nos
desesperar, pois Ele nos salvou por virtude do Seu amor (*Ágape).
Este entendimento do evangelho é
perfeitamente calculado para realizar duas revoluções no coração humano: 1ª)
Ele totalmente despedaça cada vestígio de auto dependência para salvação e muda
nossa dependência completamente para Cristo, e, 2ª) desperta em nós uma
profunda gratidão e amor que pode encontrar satisfação somente em viver para
agradar e honrar a Cristo.
Amigo, você vê que nada menos que somente
completa e gratuita salvação através de Cristo vai deixar o eu vivo?
Vê que você nunca pode viver para o
Senhor até que tenha a segurança de que sua salvação repousa nEle somente e não
em você mesmo?
Veja que gratidão a Jesus por uma salvação gratuita é mais poderosa para
produzir uma vida de justiça do que um senso de obrigação para ser bom a fim de
garantir salvação. (Leia esta sentença novamente, por favor).
Portanto em que você crê, meu amigo? Como
Jesus salva pecadores? Pondere as opções cuidadosamente, e não cometa erro.
1ª opção) Salvação pela graça através da fé à
parte de boas obras, que
torna a obediência irrelevante;
2ª opção) Salvação pela graça através da fé e
mais as boas obras, o que torna a obediência meritória; ou
3ª opção) Conforme a Bíblia, salvação pela graça, através da
fé, para
as boas, o que torna a obediência inevitável.
Inevitável, porque a graça de Deus é suficiente.
Inevitável, porque a fé que Ele dá realmente funciona.
Inevitável, porque à luz do amor de Deus eu voluntária e alegremente
aceito Sua vontade como minha própria. Não que assim eu possa ser salvo, mas para
que Ele possa ser glorificado em mim como o Salvador.
Eu lhe garanto, o modo como você pensa com respeito a esta
matéria vital, determinará, mais do que todos os outros fatores combinados, a
qualidade do seu cristianismo — quer sua experiência seja uma de repouso ou
ansiedade, confiança ou incerteza, alegria ou melancolia, amor ou medo, vitória
ou derrota.
Ore comigo:
Pai, eu Te louvo por arquitetar tal perfeito plano para me
salvar. Há algo em mim que quer tomar parte da glória por minha redenção. Mas
se eu crer no evangelho, e realmente eu creio, todas as coisas relativas à
minha salvação são Tuas, através de Ti, e para Ti. Isto significa que eu nada
posso fazer pra me salvar, mas que Tu me salvaste totalmente em virtude do Teu
infinito amor. É humilhante, mas também é um alívio, pois muito profundamente
eu sei que eu sou imerecedor da Tua graça. Obrigado. Eu oro no todo suficiente
nome de Jesus, Amem.
Ty Gibson
4º capítulo do livro
In The
light of God’s Love,
À Luz do Amor de Deus
Pacific
Press Publishing Association
Ty Gibson é um adventista do sétimo dia que ama a Jesus mais
do que tudo que este mundo tem para oferecer. Como diretor associado e orador
do Ministério Portadores de Luz, e
como escritor, ele encontra sua maior alegria em ajudar outros a experimentarem
o amor transformador do Salvador. Ele é casado com Sue, e tem três filhos:
Amber; Jason e Leah.
Nota do tradutor:
1)
A versão King James
usa constantemente o verbo deixar, que expressa todo o evangelho nessa palavra. “Deixe” mostra que é Deus que deseja
fazer a sua luz resplandecer.”
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