quarta-feira, 27 de abril de 2016

Lição 5 — A guerra visível e a invisível, por Pr. Paulo E. Penno



Para 21 a 30 de abril de 2016

As pessoas ao redor do mundo estão profundamente interessadas no “Elias” a nos ser enviado. Estão percebendo que “ele” virá como uma mensagem, tal como “Elias” chegou a Israel na mensagem de João Batista (Mal. 4:5, 6; Mat. 3:1-3).
Veem isso como João Batista preparando o povo de Deus de sua época para a primeira vinda de Cristo, assim “Elias” nestes últimos dias vai preparar um povo para a segunda vinda de Cristo (Apo. 14:6-15).
A mensagem de João era um toque de clarim para o arrependimento (Mat. 3:1-8). Nestes últimos dias, a mensagem de “Elias” é uma chamada para a liderança da Igreja de Cristo dos últimos dias “sê pois zeloso, e arrepende-te” (Apo. 3:14, 19).1 No antigo Israel, Elias concentrou-se no que estava no topo, o líder da nação, o rei Acabe.
Assim como Elias foi “zeloso” e exortou o rei e Israel a “se arrependerem” de seu culto a Baal e voltar para o verdadeiro Senhor (tal como Jesus exorta Laodiceia), de igual forma a mensagem de Elias hoje vai convocar o povo de Deus a “examinar [-se] para saber se [eles] estão na fé” (2 Cor. 13: 5).
Isso deve significar um re-exame atento — será que entendemos o que a santa Palavra de Deus diz sobre a justificação pela fé? Ou temos repetido por um século os escorregões do antigo Israel ladeira abaixo para o culto de Baal — isto é, ideias falsificadas do Cristianismo popular que Apocalipse diz que são “Babilônia”? Não fique confundido e perplexo com a falsa versão de Babilônia.

A MENSAGEM DE ELIAS
 “A fé de Jesus” será a mensagem de Elias. Ele “mata” os modernos “sacerdotes de Baal” recalcitrantes, impenitentes.2 Elias anuncia a mensagem de reconciliação que cura os corações feridos de quem aprecia a cruz de Cristo.
As últimas palavras do Antigo Testamento rezam: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor” (Mal. 4:5). Os escribas e fariseus esperavam naturalmente que aquele velho severo, vestido de túnica branca e barba agitada pelo vento, viesse antes que o Messias aparecesse. Assim, quando Jesus surgiu em cena Ele não poderia ser o Messias. Não tinha havido nenhum “Elias” O antecedendo.
O grande aparecimento do “profeta Elias” foi direto sobre as suas cabeças. Tudo foi feito antes que eles soubessem o que estava acontecendo. A mensagem de João Batista tinha sido o “Elias”! A profecia de Malaquias tinha sido cumprida diante de seus olhos, enquanto eles olhavam para o outro lado. Quão tolo pode ser o povo de Deus? Até os discípulos de Jesus Lhe perguntaram: “Por que ... dizem os escribas que Elias deve vir primeiro?” A Sua resposta apanhou-os cochilando: “Eu vos digo que Elias já veio, e eles não o conheceram ... Então entenderam os discípulos que lhes falava de João Batista”. Era a sua mensagem (Mat. 17:10-13). Poderia algo grande acontecer enquanto nós, buscando o maravilhoso, não sabemos o que está acontecendo? Poderíamos perder de vista a longamente esperada “chuva serôdia”? Elias deve vir!
Quando a “mensagem de Elias” vem, o que ela vai fazer? Como podemos reconhecê-la, de modo a não tratá-la como os judeus trataram João Batista?
Não vai ser um renascimento do legalismo, áspero, vingativo, condenatório. Exatamente o oposto: “Ele [“Elias”] deve converter os corações dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais” (Mal. 4:6). A mensagem de reconciliação! E isso significa a “expiação”— o ministério do dia cósmico da Expiação centrado no Santíssimo do santuário.
Elias não teve paciência com os “profetas de Baal”, mas teve enorme paciência e ternura para com as pessoas, que eram ovelhas que haviam sido desviadas por seus pastores, sustentados pelo tesouro nacional. A indignação de Elias foi inspirada pelo Espírito Santo. Foi a “justa indignação” de Deus expressa em Ezequiel 34:2, onde Ele diz: “Ai dos pastores ... que se apascentam a si mesmos”. A auto-adoração (*adoração do eu) disfarçada como adoração, o ministério de Cristo! Essa é a essência da adoração de Baal. Deus odeia isso.
Mas o Seu coração anseia pelas pessoas que estão desviadas, especialmente os jovens e as crianças. A mensagem de “Elias” irá curar corações alienados. A dureza irá ser derretida. Através da “graça de Deus”, não através de duro legalismo, “raizes de amargura” enterradas serão expostas pelo que são e um povo vai apreciar uma unidade preciosa com Jesus. E, é claro, portanto, uma unidade preciosa uns com os outros! A mensagem “de Elias” irá fazer pelo povo de Deus o que fez por ele — preparar para a trasladação. Satanás se oporá a essa mensagem. Mas “a graça de Deus” vai ser muito mais abundante. O povo de Deus irá responder ao seu Sumo Sacerdote.

“EIS O CORDEIRO DE DEUS”
 “E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele” (Mat. 11:12). Ellen White comenta:
 “A violência aqui significava um zelo santo, como manifestado por Jacó. Não precisamos tentar alcançar um sentimento intenso, mas com calma, persistentemente, devemos apresentar nossas petições ao trono da graça. O nosso trabalho é humilhar nossas almas perante Deus, confessando os nossos pecados, e com fé aproximar-nos de Deus”.3
É provavelmente impossível imaginarmos o que acontecia antes dos dias de rádio ou TV ou qualquer fonte de notícia eletrônica que circunda o mundo piscando, num momento. A notícia que assombrou as pessoas saiu por todo o mundo: quando Jesus de Nazaré estava sendo crucificado, com cravos atravessando-Lhe os ossos do pulso e tornozelos, Ele orou pelos homens que faziam aquilo, “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). A notícia deu a volta ao mundo de boca em boca. Nunca na história das crucificações romanas (que foram muitas) havia uma vítima crucificada com essa crueldade inqualificável orado por seus assassinos. Isso era novidade!
As pessoas falavam sobre isso em todos os lugares. A notícia catalisou a humanidade: havia aqueles que desprezavam a Vítima divina; havia outros cujos corações foram profundamente impressionados e solenizados. Como o centurião honesto de coração que Lucas descreveu, disseram: “Verdadeiramente este homem era justo” (v 47).
No fim do tempo o mundo vai voltar a ser iluminado com a mensagem revolucionária de 1888/“Elias”, uma mensagem que prende alguns corações e os reconcilia com Deus e com a Sua santa lei; e que instiga outros a impor a “marca da besta” contra eles. Esta será a mensagem do quarto anjo de Apo. 18:1-4 que conduz a uma conclusão triunfante a obra do evangelho de Cristo; a mensagem dos três anjos do capítulo 14 não realiza essa grande obra; ele não pode fazê-lo.
--Paul E. Penno
Notas:
1)       O “anjo” da igreja dos laudiceanos tem que ser sua liderança (veja Obreiros Evangélicos, págs 13 e 14)

2)       Isto é o mesmo que o “perecer” daqueles que descrêem  em João 3:16; o “não pereça” está na voz intermediária do verbo grego significando aqueles que descrêem cometem seu próprio suicídio.

3)       “O Cuidado de Deus”, pág. 136

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley  Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.       
Nota:
O video do Pastor Paul Penno desta lição, em inglês, está na Internet no site:

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Lição 4— Fé e Cura, por Mary Chun



De 16 a 23 de abril de 2016
É fascinante percorrer os Evangelhos do Novo Testamento. O primeiro livro, o Evangelho de Mateus, começa na introdução com estas interessantes palavras: “o registro histórico de Jesus Cristo”. Este Evangelho foi escrito segundo uma forte perspectiva judaica para mostrar que Jesus é verdadeiramente o Messias prometido no Antigo Testamento.
 Curiosamente, esta é a época nos Estados Unidos (*e no Brasil) para a preparação de formulários do imposto (*de renda). Há alguns indivíduos “sortudos” que devem receber dinheiro de devolução, enquanto se calcula que outros terão que pagar ao governo. Então, vamos nos familiarizar com Mateus. Ele é bem destacado como um publicano e um coletor de impostos, uma profissão desprezada na Palestina. Seu nome era realmente Levi, o coletor de impostos, provavelmente uma pessoa sagaz de sua profissão na coleta de dinheiro de cada um. Em Marcos 2:14-17 vemos como Levi aceitou a convocação de Jesus em segui-Lo. E, como resultado, Jesus o chamou de Mateus, o que significa em hebraico, “presente de Deus”, depois que Levi decidiu seguir a Jesus junto com outros discípulos que haviam há pouco se unido ao Seu grupo.
No livro de Mateus estão registrados inúmeros relatos de curas de Jesus — há pelo menos dezesseis episódios dignos de serem lidos:
• Leproso na Galileia (8:1-4).
• Servo do centurião romano em Cafarnaum (8:5-13).
• Sogra de Pedro doente com febre, em Cafarnaum (8:14-15).
• Dois endemoniados de um túmulo, perto de Gadara (8:28-34).
• Paralítico de Cafarnaum (9:2-8).
• A filha de Jairo em Cafarnaum (9:18-19).
• A mulher com fluxo de sangue em Cafarnaum (9:20-22).
• Dois cegos em Cafarnaum (9:27-31).
• Endemoniados mudos na Galileia (Mt 9:32-34.).
• Homem com uma mão atrofiada, na sinagoga de Cafarnaum (12:10-13).
• Endemoniado cego e surdo na Galileia (12:22-24).
• Curas milagrosas em Genesaré (14:34-36).
• Filha endemoniada de mulher gentia na região de Tiro e Sidom (15:21-28).
• Cura de multidões perto da costa oriental da Galileia (15:29-31).
• Filho epiléptico perto da cidade de Cesareia de Filipe (17:14-21).
• Dois cegos saindo de Jericó (20:29-34).
Observem, por favor, o montante de fé enfatizado em cada uma dessas curas, e como a incredulidade mudou para fé milagrosa naqueles que tinham visto a mudança de trevas para luz radiante e aqueles que experimentavam surdez para a audição.
Há uma história tocante em Mateus 8:5-13 sobre um centurião romano, que exemplificou a fé no Novo Testamento, fé “que opera pelo amor [Ágape]” (Gal. 5:6). Um dos elementos-chave da mensagem de 1888. O centurião era um oficial militar gentio que apresentou a Jesus o caso do seu servo acamado e paralisado, que lhe era muito querido. O centurião foi surpreendido com a oferta de Jesus de ir à sua casa para curar o servo. Nesse tempo, de acordo com a lei judaica, judeus eram proibidos de entrar na casa de um gentio. É claro que foi um choque para o centurião que Jesus tivesse compaixão de um gentio como ele, indo curar o seu servo em sua casa; ele não desejaria causar qualquer perturbação na comunidade que prejudicasse a Jesus.
Esta é a imagem não só do amor redentor de Deus para toda a humanidade, mas da incrível fé que Jesus nunca tinha visto em qualquer pessoa, como viu naquele centurião, que apenas preferiria ouvir Jesus dar a ordem de comando para voltar para casa, acreditando que seu servo estava curado. As palavras de Jesus ao centurião foram: “Vai, e como creste te seja feito”, e o servo ficou curado naquele momento. Isso foi demonstração de incrível fé por parte do centurião, algo sobre que Jesus tinha de ensinar aos Seus discípulos — lições sobre a fé. 
As lições que vemos a partir do centurião são: 
(1) Ele entende sua pecaminosidade à luz da justiça de Cristo, pois disse duas coisas: “Eu não sou digno de que entres debaixo do meu teto” e “nem ainda me julguei digno de ir ter contigo” (Lucas 7:6,7). A fé do centurião era uma relação de confiança mental total, apreciação de coração.
(2) Havia um amor incomum a encher o coração daquele centurião, preocupado com o seu servo, e não consigo mesmo. Esta foi a fé que o transformou do egoísmo, não eu, mas Cristo.
E. J. Waggoner, um dos “mensageiros de 1888”, escreveu um pequeno comentário de um parágrafo sobre a fé do centurião:1
“Havia uma coisa em que nosso Senhor Se maravilhou enquanto aqui na Terra, a incredulidade. Muitas coisas causaram grande surpresa a Seus discípulos e às multidões que O acompanhavam, mas a coisa mais surpreendente ao próprio Cristo foi a cegueira e dureza do coração humano. Isso foi o que impediu em Sua própria terra que Ele ali realizasse qualquer milagre, e “admirou-se da incredulidade deles” (Marcos 6:5, 6). Além disso, quando Ele curou o servo do centurião (Lucas 7:2-9) maravilhou-Se, não porque o centurião tinha fé, mas porque o Seu próprio povo tinha menos fé do que aquele romano. A incredulidade é uma coisa tão estranha quanto o milagre mais poderoso já realizado; porque há uma causa para cada milagre, mas para a incredulidade não há nenhuma causa. Não é de surpreender que Deus faça coisas por demais surpreendentes, pois Ele é onipotente e onisciente; mas é realmente estranho que o homem não creia em Sua palavra. É tão estranho quanto a ser absolutamente sem razão. Você crê no Senhor? Se não, por que não? 
Waggoner, em outro artigo2, escreveu que o relato da cura do servo do centurião é dado por Mateus e Lucas, o último autor oferecendo alguns detalhes omitidos pelo primeiro. Ele diz que para obter a narrativa completa, ambos os relatos devem ser lidos em conjunto, porque o leitor poderia supor que haja conflito nos dois relatos, mas não há nenhuma contradição.
Esta história nos ajuda a compreender que o ingrediente essencial de todo verdadeiro milagre de cura é a fé, a apreciação de coração pelo sacrifício de Cristo. E o fato de que a palavra de Jesus, tão logo seja proferida, se realiza. Eu também preciso crescer de minha pouca fé para perceber o elemento surpreendente da fé na cura.
Esta foi própria mensagem do Evangelho, que atingiu o coração de um jovem amigo japonês chamado Sadako, que se alegra em saber como essa fé de Jesus iria curar e restaurar a escuridão neste mundo que nos rodeia. Isso é mais do que eu experimentei no campo da medicina quando trabalhava no hospital, com pacientes de todos os tipos de doença e enfermidade. E mesmo na minha viagem à Terra Santa, em turnê por todos os lugares por onde Jesus andou, onde as próprias curas tiveram lugar, não importa o que você seja, uma pessoa sem-teto, uma pessoa miserável e suja, ou tal verme como eu, maravilha-me perceber que somos considerados uma propriedade valiosa por Ele, um Salvador amoroso. Tal amor e graça aumenta a minha fé em saber que temos o Grande Médico em restaurar o nosso coração, alma e incredulidade.
--Mary Chun
Notas:
[1] E. J. Waggoner, "A Marvellous Thing," The Present Truth, Sept. 20, 1894.
[2] E. J. Waggoner, "The Commentary. Notes on the International Lesson. The Centurion's Faith," The Signs of the Times, Sept. 15, 1887.
* Na Internete você encontra esta lição em  http://1888mpm.org

A irmã Maria Chun é uma enfermeira padrão (com as graduações: RN e BSN), graduada pela Universidade Adventista Andrews, e vive na área de Loma Linda. Ela é membro ativa da igreja da Universidade de Loma Linda, e é a diretora do ministério de Saúde da Universidade de Loma Linda - CHIP = Coronary Health Improvement Project (Projeto de Melhora da Saúde Coronária). Maria cresceu no sul da California, em cultura chinesa de crenças místicas, mas converteu-se ao adventismo do sétimo dia e agora gosta de estudar a "mui preciosa mensagem" da Justiça de Cristo.
Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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terça-feira, 12 de abril de 2016

Lição 3 — O Sermão do Monte, por Robert J. Wieland



Para 9 a 16 de abril de 2016

Jesus começou o Seu famoso Sermão do Monte com nove prescrições de cura certa, cada uma começando com, “Felizes são os que ...” (Mat. 5: 3-12, Bíblia na Linguagem de Hoje). Mesmo que a publicação de estudo da lição afirme que “precisamos... aplicá-lo [o sermão]”, talvez se surpreenda em notar que nenhuma daquelas nove “bem-aventuranças” nos diz o que fazer a fim de sermos “felizes”, como se Jesus fosse um guru propondo um programa de obras. A ênfase na mensagem da Boa Nova de Jesus não é fazer alguma coisa boa a fim de ser feliz, mas crer em alguma “boa notícia”.
Se a felicidade dependesse de fazermos a coisa certa, sempre chegaríamos ao ponto em que perceberíamos que não podemos fazer isso direito. Não importa o quanto tentemos, há sempre um elemento de falha ou não-cumprimento. Se Deus nos promete algo de bom sob a condição de que primeiro cumpramos certos pré-requisitos de coisas a fazer, as Suas promessas haverão de cair por terra porque não podemos realizá-las. Deus pode nos prometer o céu, mas é uma crueldade se Suas promessas forem anuladas por alguma condição impossível.
Tem por muito tempo havido uma questão de saber se Jesus pregou o Sermão da Montanha para os Seus discípulos ou para a multidão. Alguns dizem que Deus não é o Pai de “toda a humanidade”, apenas daqueles que são convertidos. Todos os demais são filhos do diabo. Mas Mateus 5:1 diz que quando Jesus viu “as multidões, subiu ao monte” e pregou, sobre “vosso Pai que está nos céus” (capítulos 6, 7).

“AMAI OS VOSSOS INIMIGOS ...”
No Seu Sermão do Monte, Jesus nos disse: “Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos desprezam e vos perseguem” (Mat. 5:44).
Mas ninguém sabia o que Ele queria dizer. Isso passou alto por sobre a cabeça das pessoas. Ninguém realmente entendeu as verdadeiras dimensões do “amor” até a cruz (cf. Ef. 3:18, 19). A palavra que Jesus usou para “amor” não era a comum, do dia-a-dia que as pessoas usavam no mundo grego ou latino — era Ágape. A ideia era nebulosa; não poderia ser definida até a cruz.1
O mundo se maravilha com o milagre da ressurreição de Cristo, depois de três dias no túmulo; mas o maior milagre foi o amor que Ele demonstrou. Foi sobrenatural — nunca tinha sido visto desde que o tempo começou. Cada crucificação executada pelos romanos tinha sido uma demonstração de pura maldição e ódio. Ali estava Aquele em que a vítima orou por seus assassinos! Tornou-Se falado por todo o Império. Nenhuma publicidade poderia ser comprada a qualquer preço que fosse mais eficaz para proclamar o evangelho.
Este amor conhecido como Ágape está numa categoria diferente daquele a que chamamos amor. Ao contrário do amor “natural” com que nascemos, que ama a si próprio ou pessoas agradáveis, Ágape ama as pessoas feias, pessoas más, pessoas indignas, sim, inimigos. Nunca ouvido antes! (A lição faz alusão a essa ideia quando o autor diz: “O enfoque desta seção [Mat. 5: 43-48] é o amor às pessoas, não simplesmente àquelas que qualquer um poderia amar, mas àquelas que, pelos padrões do mundo, geralmente não amaríamos ...” no entanto, o foco parece estar em nosso “amor”, não no de Deus, e a palavra Ágape não é usada).
Nos lábios dos apóstolos, tornou-se a palavra que “pôs o mundo de cabeça para baixo” (Atos 17: 6, KJV). Sua origem era sobrenatural. Tinha que ser “derramado em” corações humanos esvaziados de uma fonte externa (Rom. 5:5). Ele não pode ser transmitido por palestras, e não pode ser propagado pelo PowerPoint. Tem que ser comunicado por uma chama quente branca que queima num coração humano que haja sido profundamente tocado pelo Espírito Santo.

PERFEIÇÃO
Nossa lição afirma: “De todos os ensinos do Sermão do Monte, esse tem sido um dos mais surpreendentes, o mais ‘radical’. Ser tão perfeito como nosso ‘Pai celeste’? O que isso significa?” (1º § da lição de 4ª feira, pág. 33 da edição dos professores).
Alonzo T. Jones, um dos “mensageiros” de 1888, em seu livro de grande peso, “O Caminho Consagrado à Perfeição Cristã2, escreve:
 “Esta perfeição é, em todos os sentidos, obtida através do sacerdócio, do sacrifício e do serviço deste nosso grande Sumo Sacerdote à destra do trono da Majestade nos céus, em Seu ministério no santuário e no verdadeiro tabernáculo, que o Senhor fundou, e não o homem. ...
 Perfeição, perfeição do caráter é o alvo do cristão — perfeição, obtida na carne humana neste mundo. Cristo obteve esta perfeição na carne humana neste mundo, e consagrou um caminho pelo qual, nEle, cada crente pode obter a mesma. Ele, tendo alcançado isso, tornou-Se assim o nosso grande Sumo Sacerdote, pelo Seu ministério sacerdotal no verdadeiro santuário, para habilitar-nos de a obter (*isto é, nos permitir atingir esse objetivo).
 “A perfeição é o grande alvo dos cristãos; e o sumo sacerdócio e o ministério de Cristo no verdadeiro santuário é o único caminho pelo qual cada alma pode obter este verdadeiro alvo neste mundo. ‘O teu caminho, ó Deus, está no santuário’” (Sal. 77:13, Almeida Fiel).

UMA MENSAGEM SERENA QUE AQUECE O CORAÇÃO
Deus não pode atrair a atenção de Seu povo por uma exigência sem precedentes motivada pelo medo de uma vida santa. O meio que o Senhor vai empregar será uma mensagem serena, que aquece o coração da “justiça dos santos”, uma mensagem que atrai o coração — “justificação pela fé”.
Quando o último grande anjo desce com a mensagem que vai “iluminar a terra com glória” será uma mensagem para ir para a “toda nação, e tribo, e língua, e povo”, com o impacto poderoso que o Sermão de Jesus no Monte teve no mundo há dois mil anos, porque será simples (Apo. 18: 1-4; 14: 6, 7). O Senhor não sobrecarrega você (Ap 2:24). Apenas insiste que estude! 
From the writings of Robert J. Wieland

Notas:

1)        Veja o sermão do pr. Roberto Wieland: Amor [Ágape] - A Palavra que Alvoroçou o Mundo, anexo;

2)        Alonzo T. Jones, “O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã”, págs. 87-89.
Na edição de que disponho está à pág. 77-79.
A todos que desejarem poderei fornecer uma cópia deste livro.  
A cópia de que disponho foi publicado na Alemanha pela igreja “Sabbath Rest Advent Church”, localizada na rua Waldstrasse, nº 37 na cidade de Dickendorf, 57520, Germany.
Veja o site deles WWW.srac.de e-mail: sabbath@sabbath-rest-advent.org;   
Em português solicite-o a nós, nesta semana e na próxima, simplesmente respondendo-nos este e-mail.
Se o pedido vier no futuro faça referência ao título desta lição e ao período de 9 a 16 de abril de 2016.
Em inglês você poderá copiar o livro inteiro do site:

Nota:
O vídeo desta lição, ministrada no sábado passado pelo Pr. Paulo Penno, pode ser visto em https://www.youtube.com/watch?v=s9ihl4yXX7s
Também esta lição pode ser localizada na Internet em: http://1888mpm.org

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, pediram à Conferência Geral que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888.
Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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