quarta-feira, 6 de abril de 2016

Lição 2 — O Início do ministério de Cristo, por Arlene Hill



Para 2 a 9 de abril de 2016

O rito da circuncisão foi dado como um sinal a Abraão e seus descendentes de sua incapacidade de, por si mesmo, produzir o Herdeiro da promessa. Os organismos de Abraão e Sara estavam essencialmente mortos. O nascimento de Isaque foi um milagre prometido por Deus. Sem essa promessa, eles não poderiam produzir o Herdeiro final, que era Jesus.

A CERIMÔNIA DO BATISMO
A cerimônia do batismo é um sinal de que o crente se identifica com a morte de Cristo, para que possa dizer com Ele, “não posso de Mim mesmo, fazer coisa alguma” (*João 5:30). Somos absolutamente incapazes de produzir justiça pelas nossas próprias obras, porque estamos mortos em delitos e pecados.
Jesus não estava morto em delitos e pecados, então por que Se submeteu Ele à cerimônia do batismo? João se perguntou por que Jesus pedia o batismo, e Sua resposta é intrigante. “Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu” (Mat. 3:15). Jesus não disse que era para cumprir a lei, mas para cumprir “toda a justiça”.
O batismo não era desconhecido para o mundo pré-cristão. O livro de Levítico contém muitos rituais e requisitos de uso da água para higiene. Os fariseus amantes das obras perverteram os requisitos razoáveis de Deus tornando-os jugos insuportáveis. Embora a origem do batismo seja incerta, pode ter derivado do costume judaico de imersões rituais ou “mikves”. Antes que o judeu devoto pudesse frequentar o culto ou outras cerimônias, realizava o ritual de imersão, não necessariamente para higiene ou limpeza, mas para pureza espiritual. Presumivelmente, por causa deste simbolismo, ninguém achou estranho que João estivesse batizando.
Geralmente, a explicação do motivo pelo qual Jesus participou no batismo é que Ele é nosso exemplo, e isso é verdade. Mas Ele disse a João para batizá-Lo para “cumprir toda a justiça”. A palavra que Jesus usou em Mateus 3:15, dikaiosune, é o termo grego para justiça imputada. Esta é a justiça que Cristo, tendo vindo na semelhança da nossa carne pecaminosa, realizou por nós.
É sempre somente a justiça de Cristo — Ele é sempre o seu derradeiro valor. Ele é o único no universo que possui a justiça verdadeira, porque foi para a cruz e morreu a “segunda morte”. Sua escolha de livre arbítrio para morrer a segunda morte foi motivada por amor genuíno (Ágape), que por si só é verdadeira “justiça”.
O salário do pecado é a morte, a segunda morte. Enquanto os seres humanos podem experimentar a segunda morte (e isso se aplicará a muitos), ela não lhes acarretará nenhum bem pois não há ressurreição sem o poder divino. Uma vez que não temos o poder divino e, portanto, não podemos ressuscitar-nos, Cristo o fez por nós e nos imputa este “veredito judicial de absolvição” (Rom 5:16, REB), mas Ele é sempre o valor, ou garantia dessa justiça.
The wages of sin are death, the second death. While humans can (and many will) die the second death, it does them no good as there is no resurrection without divine power. Since we don't have divine power and thus cannot resurrect ourselves, Christ did it for us and imputes this "judicial verdict of acquittal" (Rom. 5:16, REB) to us, but He is always the value, or surety of that righteousness.

FEITO COMO SEUS IRMÃOS
A fim de Se qualificar e fazer isso por nós, Ele teve que ser feito semelhante a Seus irmãos (Heb. 2:17). Ele colocou de lado as prerrogativas da divindade (Fil. 2:5-8) e foi feito à semelhança da carne do pecado, para que pudesse fazer o que a lei não podia fazer — como oferta pelo pecado, condenou o pecado na carne (Rom . 8:3). Nenhum dos habitantes do vasto universo não-caído possui verdadeira justiça, pois ninguém, exceto Cristo, morreu a “segunda morte.” Nenhum anjo não-caído possui “justiça”. Eles têm apenas “santidade”.
Alonzo T. Jones, um dos “mensageiros” de 1888, expressou-o desta maneira: “Todos os nossos pecados que realmente cometemos foram colocados sobre Ele, a Ele imputados, para que a Sua justiça pudesse ser colocada sobre nós, a nós imputada. Também a nossa tendência para o pecado foi colocada sobre Ele, nEle sendo tornada carne, no ser Ele nascido de uma mulher, da mesma carne e sangue como nós temos, para que Sua justiça fosse realmente manifesta em nós como nossa vida diária. ... E para guardar-nos de pecar, a Sua justiça é concedida a nós em nossa carne; tal como (*é) a nossa carne, com a sua propensão para o pecado, foi dada a Ele. Assim, Ele é o Salvador completo. Ele salva de todos os pecados que temos efetivamente cometido; e salva-nos igualmente de todos os pecados que possamos cometer enquanto separados dEle”.1 Este conceito da mensagem de 1888 baseia-se na crença então prevalecente na Igreja Adventista do Sétimo Dia de que “Deus enviou o Seu próprio Filho à semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, condenou o pecado na carne” (Rom. 8: 3).
Justiça comunicada é uma expressão diferente na língua original — dikaiomata. É o dom da justiça de Cristo finalmente apreciada, recebida no coração para que a alma nunca seja movida; agora ela odeia o pecado com ódio tão completo que ele ou ela preferiria morrer para sempre a submeter-se a uma tentação pecaminosa; é o compartilhar desse Ágape de total negação do eu com Cristo, tornando-se um participante com Cristo da natureza divina (2ª Pedro 1:4).
A obra do Espírito Santo é administrar a justiça de Cristo, ou comunicá-la a nossos corações e mentes, como Jesus ministra no Lugar Santíssimo do santuário celestial. Este trabalho é específico para cada indivíduo segundo cada um participe e dê permissão para o processo de purificação. Apo. 14: 1-5 descreve um povo no final dos tempos que “são irrepreensíveis diante do trono de Deus”, e que “seguem o Cordeiro para onde quer que vá”. Eles recusam a “marca da besta” e recebem “o selo de Deus” (Apo. 13:16, 17; 7:1-4). Este processo resulta na justiça tornando-se parte de cada crente, mas isso só é possível através da fé.
Quando Cristo morreu por toda a raça humana, Ele deu valor ao Seu sacrifício que beneficiou toda a humanidade. Não há necessidade de qualquer um morrer a segunda morte, porque Cristo já fez isso.
Podemos concluir que, quando Jesus disse que João O batizasse a fim de cumprir “toda” a justiça, Ele estava incluindo tudo de quanto  os seres humanos caídos precisam, tanto imputado quanto comunicado. O Pai expressou a Sua aprovação dizendo: “Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo”. O Espírito Santo Se manifestou na forma de uma pomba para ungir a Jesus para a missão do ministério que Ele estava começando. Assim se dá conosco. Temos o poder de aceitar pela fé que a Divindade operou isto, e se aceitarmos que vamos receber todo o poder que o Céu tem para refletir a justiça de Cristo. Ore para que nenhum de nós rejeite este presente maravilhoso.
 
--Arlene Hill
Nota:
1)        Alonzo T. Jones, “O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã”, págs. 48 e 49.


Na edição de que disponho está à pág. 39.
A todos que desejarem poderei fornecer uma cópia deste livro.
Solicite-o a nós, nesta semana, e na próxima, respondendo-nos este e-mail.
Se o pedido vier no futuro faça referência ao título desta lição, e ao período de 2 a 9 de abril de 2016.


A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street, Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.
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