terça-feira, 12 de abril de 2016

Lição 3 — O Sermão do Monte, por Robert J. Wieland



Para 9 a 16 de abril de 2016

Jesus começou o Seu famoso Sermão do Monte com nove prescrições de cura certa, cada uma começando com, “Felizes são os que ...” (Mat. 5: 3-12, Bíblia na Linguagem de Hoje). Mesmo que a publicação de estudo da lição afirme que “precisamos... aplicá-lo [o sermão]”, talvez se surpreenda em notar que nenhuma daquelas nove “bem-aventuranças” nos diz o que fazer a fim de sermos “felizes”, como se Jesus fosse um guru propondo um programa de obras. A ênfase na mensagem da Boa Nova de Jesus não é fazer alguma coisa boa a fim de ser feliz, mas crer em alguma “boa notícia”.
Se a felicidade dependesse de fazermos a coisa certa, sempre chegaríamos ao ponto em que perceberíamos que não podemos fazer isso direito. Não importa o quanto tentemos, há sempre um elemento de falha ou não-cumprimento. Se Deus nos promete algo de bom sob a condição de que primeiro cumpramos certos pré-requisitos de coisas a fazer, as Suas promessas haverão de cair por terra porque não podemos realizá-las. Deus pode nos prometer o céu, mas é uma crueldade se Suas promessas forem anuladas por alguma condição impossível.
Tem por muito tempo havido uma questão de saber se Jesus pregou o Sermão da Montanha para os Seus discípulos ou para a multidão. Alguns dizem que Deus não é o Pai de “toda a humanidade”, apenas daqueles que são convertidos. Todos os demais são filhos do diabo. Mas Mateus 5:1 diz que quando Jesus viu “as multidões, subiu ao monte” e pregou, sobre “vosso Pai que está nos céus” (capítulos 6, 7).

“AMAI OS VOSSOS INIMIGOS ...”
No Seu Sermão do Monte, Jesus nos disse: “Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos desprezam e vos perseguem” (Mat. 5:44).
Mas ninguém sabia o que Ele queria dizer. Isso passou alto por sobre a cabeça das pessoas. Ninguém realmente entendeu as verdadeiras dimensões do “amor” até a cruz (cf. Ef. 3:18, 19). A palavra que Jesus usou para “amor” não era a comum, do dia-a-dia que as pessoas usavam no mundo grego ou latino — era Ágape. A ideia era nebulosa; não poderia ser definida até a cruz.1
O mundo se maravilha com o milagre da ressurreição de Cristo, depois de três dias no túmulo; mas o maior milagre foi o amor que Ele demonstrou. Foi sobrenatural — nunca tinha sido visto desde que o tempo começou. Cada crucificação executada pelos romanos tinha sido uma demonstração de pura maldição e ódio. Ali estava Aquele em que a vítima orou por seus assassinos! Tornou-Se falado por todo o Império. Nenhuma publicidade poderia ser comprada a qualquer preço que fosse mais eficaz para proclamar o evangelho.
Este amor conhecido como Ágape está numa categoria diferente daquele a que chamamos amor. Ao contrário do amor “natural” com que nascemos, que ama a si próprio ou pessoas agradáveis, Ágape ama as pessoas feias, pessoas más, pessoas indignas, sim, inimigos. Nunca ouvido antes! (A lição faz alusão a essa ideia quando o autor diz: “O enfoque desta seção [Mat. 5: 43-48] é o amor às pessoas, não simplesmente àquelas que qualquer um poderia amar, mas àquelas que, pelos padrões do mundo, geralmente não amaríamos ...” no entanto, o foco parece estar em nosso “amor”, não no de Deus, e a palavra Ágape não é usada).
Nos lábios dos apóstolos, tornou-se a palavra que “pôs o mundo de cabeça para baixo” (Atos 17: 6, KJV). Sua origem era sobrenatural. Tinha que ser “derramado em” corações humanos esvaziados de uma fonte externa (Rom. 5:5). Ele não pode ser transmitido por palestras, e não pode ser propagado pelo PowerPoint. Tem que ser comunicado por uma chama quente branca que queima num coração humano que haja sido profundamente tocado pelo Espírito Santo.

PERFEIÇÃO
Nossa lição afirma: “De todos os ensinos do Sermão do Monte, esse tem sido um dos mais surpreendentes, o mais ‘radical’. Ser tão perfeito como nosso ‘Pai celeste’? O que isso significa?” (1º § da lição de 4ª feira, pág. 33 da edição dos professores).
Alonzo T. Jones, um dos “mensageiros” de 1888, em seu livro de grande peso, “O Caminho Consagrado à Perfeição Cristã2, escreve:
 “Esta perfeição é, em todos os sentidos, obtida através do sacerdócio, do sacrifício e do serviço deste nosso grande Sumo Sacerdote à destra do trono da Majestade nos céus, em Seu ministério no santuário e no verdadeiro tabernáculo, que o Senhor fundou, e não o homem. ...
 Perfeição, perfeição do caráter é o alvo do cristão — perfeição, obtida na carne humana neste mundo. Cristo obteve esta perfeição na carne humana neste mundo, e consagrou um caminho pelo qual, nEle, cada crente pode obter a mesma. Ele, tendo alcançado isso, tornou-Se assim o nosso grande Sumo Sacerdote, pelo Seu ministério sacerdotal no verdadeiro santuário, para habilitar-nos de a obter (*isto é, nos permitir atingir esse objetivo).
 “A perfeição é o grande alvo dos cristãos; e o sumo sacerdócio e o ministério de Cristo no verdadeiro santuário é o único caminho pelo qual cada alma pode obter este verdadeiro alvo neste mundo. ‘O teu caminho, ó Deus, está no santuário’” (Sal. 77:13, Almeida Fiel).

UMA MENSAGEM SERENA QUE AQUECE O CORAÇÃO
Deus não pode atrair a atenção de Seu povo por uma exigência sem precedentes motivada pelo medo de uma vida santa. O meio que o Senhor vai empregar será uma mensagem serena, que aquece o coração da “justiça dos santos”, uma mensagem que atrai o coração — “justificação pela fé”.
Quando o último grande anjo desce com a mensagem que vai “iluminar a terra com glória” será uma mensagem para ir para a “toda nação, e tribo, e língua, e povo”, com o impacto poderoso que o Sermão de Jesus no Monte teve no mundo há dois mil anos, porque será simples (Apo. 18: 1-4; 14: 6, 7). O Senhor não sobrecarrega você (Ap 2:24). Apenas insiste que estude! 
From the writings of Robert J. Wieland

Notas:

1)        Veja o sermão do pr. Roberto Wieland: Amor [Ágape] - A Palavra que Alvoroçou o Mundo, anexo;

2)        Alonzo T. Jones, “O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã”, págs. 87-89.
Na edição de que disponho está à pág. 77-79.
A todos que desejarem poderei fornecer uma cópia deste livro.  
A cópia de que disponho foi publicado na Alemanha pela igreja “Sabbath Rest Advent Church”, localizada na rua Waldstrasse, nº 37 na cidade de Dickendorf, 57520, Germany.
Veja o site deles WWW.srac.de e-mail: sabbath@sabbath-rest-advent.org;   
Em português solicite-o a nós, nesta semana e na próxima, simplesmente respondendo-nos este e-mail.
Se o pedido vier no futuro faça referência ao título desta lição e ao período de 9 a 16 de abril de 2016.
Em inglês você poderá copiar o livro inteiro do site:

Nota:
O vídeo desta lição, ministrada no sábado passado pelo Pr. Paulo Penno, pode ser visto em https://www.youtube.com/watch?v=s9ihl4yXX7s
Também esta lição pode ser localizada na Internet em: http://1888mpm.org

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, pediram à Conferência Geral que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888.
Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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