De
16 a 23 de abril de 2016
É fascinante percorrer os
Evangelhos do Novo Testamento. O primeiro livro, o Evangelho de Mateus, começa
na introdução com estas interessantes palavras: “o registro histórico de Jesus
Cristo”. Este Evangelho foi escrito segundo uma forte perspectiva judaica para
mostrar que Jesus é verdadeiramente o Messias prometido no Antigo Testamento.
Curiosamente, esta é a
época nos Estados Unidos (*e no Brasil) para a preparação de formulários do
imposto (*de renda). Há alguns indivíduos “sortudos” que devem receber dinheiro
de devolução, enquanto se calcula que outros terão que pagar ao governo. Então,
vamos nos familiarizar com Mateus. Ele é bem destacado como um publicano e um
coletor de impostos, uma profissão desprezada na Palestina. Seu nome era
realmente Levi, o coletor de impostos, provavelmente uma pessoa sagaz de sua
profissão na coleta de dinheiro de cada um. Em Marcos 2:14-17 vemos como Levi
aceitou a convocação de Jesus em segui-Lo. E, como resultado, Jesus o chamou de
Mateus, o que significa em hebraico, “presente de Deus”, depois que Levi
decidiu seguir a Jesus junto com outros discípulos que haviam há pouco se unido
ao Seu grupo.
No livro de Mateus estão
registrados inúmeros relatos de curas de Jesus — há pelo menos dezesseis
episódios dignos de serem lidos:
•
Leproso na Galileia (8:1-4).
•
Servo do centurião romano em Cafarnaum (8:5-13).
•
Sogra de Pedro doente com febre, em Cafarnaum (8:14-15).
•
Dois endemoniados de um túmulo, perto de Gadara (8:28-34).
•
Paralítico de Cafarnaum (9:2-8).
•
A filha de Jairo em Cafarnaum (9:18-19).
•
A mulher com fluxo de sangue em Cafarnaum (9:20-22).
•
Dois cegos em Cafarnaum (9:27-31).
•
Endemoniados mudos na Galileia (Mt 9:32-34.).
•
Homem com uma mão atrofiada, na sinagoga de Cafarnaum (12:10-13).
•
Endemoniado cego e surdo na Galileia (12:22-24).
•
Curas milagrosas em Genesaré (14:34-36).
•
Filha endemoniada de mulher gentia na região de Tiro e Sidom (15:21-28).
•
Cura de multidões perto da costa oriental da Galileia (15:29-31).
•
Filho epiléptico perto da cidade de Cesareia de Filipe (17:14-21).
•
Dois cegos saindo de Jericó (20:29-34).
Observem, por favor, o montante
de fé enfatizado em cada uma dessas curas, e como a incredulidade mudou para fé
milagrosa naqueles que tinham visto a mudança de trevas para luz radiante e
aqueles que experimentavam surdez para a audição.
Há uma história tocante em
Mateus 8:5-13 sobre um centurião romano, que exemplificou a fé no Novo
Testamento, fé “que opera pelo amor [Ágape]”
(Gal. 5:6). Um dos elementos-chave da mensagem de 1888. O centurião era um
oficial militar gentio que apresentou a Jesus o caso do seu servo acamado e
paralisado, que lhe era muito querido. O centurião foi surpreendido com a
oferta de Jesus de ir à sua casa para curar o servo. Nesse tempo, de acordo com
a lei judaica, judeus eram proibidos de entrar na casa de um gentio. É claro
que foi um choque para o centurião que Jesus tivesse compaixão de um gentio
como ele, indo curar o seu servo em sua casa; ele não desejaria causar qualquer
perturbação na comunidade que prejudicasse a Jesus.
Esta é a imagem não só do amor
redentor de Deus para toda a humanidade, mas da incrível fé que Jesus nunca
tinha visto em qualquer pessoa, como viu naquele centurião, que apenas
preferiria ouvir Jesus dar a ordem de comando para voltar para casa,
acreditando que seu servo estava curado. As palavras de Jesus ao centurião
foram: “Vai, e como creste te seja
feito”, e o servo ficou curado naquele momento. Isso foi demonstração de
incrível fé por parte do centurião, algo sobre que Jesus tinha de ensinar aos
Seus discípulos — lições sobre a fé.
As lições que vemos a partir do
centurião são:
(1) Ele entende sua
pecaminosidade à luz da justiça de Cristo, pois disse duas coisas: “Eu não sou digno de que entres debaixo do
meu teto” e “nem ainda me julguei
digno de ir ter contigo” (Lucas 7:6,7). A fé do centurião era uma relação
de confiança mental total, apreciação de coração.
(2) Havia um amor incomum a
encher o coração daquele centurião, preocupado com o seu servo, e não consigo
mesmo. Esta foi a fé que o transformou do egoísmo, não eu, mas Cristo.
E. J. Waggoner, um dos
“mensageiros de 1888”, escreveu um pequeno comentário de um parágrafo sobre a
fé do centurião:1
“Havia uma coisa em que nosso
Senhor Se maravilhou enquanto aqui na Terra, a incredulidade. Muitas coisas
causaram grande surpresa a Seus discípulos e às multidões que O acompanhavam,
mas a coisa mais surpreendente ao próprio Cristo foi a cegueira e dureza do
coração humano. Isso foi o que impediu em Sua própria terra que Ele ali
realizasse qualquer milagre, e “admirou-se
da incredulidade deles” (Marcos 6:5, 6). Além disso, quando Ele curou o
servo do centurião (Lucas 7:2-9) maravilhou-Se, não porque o centurião tinha
fé, mas porque o Seu próprio povo tinha menos fé do que aquele romano. A
incredulidade é uma coisa tão estranha quanto o milagre mais poderoso já
realizado; porque há uma causa para cada milagre, mas para a incredulidade não
há nenhuma causa. Não é de surpreender que Deus faça coisas por demais
surpreendentes, pois Ele é onipotente e onisciente; mas é realmente estranho
que o homem não creia em Sua palavra. É tão estranho quanto a ser absolutamente
sem razão. Você crê no Senhor? Se não, por que não?
Waggoner, em outro artigo2, escreveu que o relato da cura do servo do centurião é
dado por Mateus e Lucas, o último autor oferecendo alguns detalhes omitidos
pelo primeiro. Ele diz que para obter a narrativa completa, ambos os relatos
devem ser lidos em conjunto, porque o leitor poderia supor que haja conflito
nos dois relatos, mas não há nenhuma contradição.
Esta história nos ajuda a
compreender que o ingrediente essencial de todo verdadeiro milagre de cura é a
fé, a apreciação de coração pelo sacrifício de Cristo. E o fato de que a
palavra de Jesus, tão logo seja proferida, se realiza. Eu também preciso
crescer de minha pouca fé para perceber o elemento surpreendente da fé na cura.
Esta foi própria mensagem do
Evangelho, que atingiu o coração de um jovem amigo japonês chamado Sadako, que
se alegra em saber como essa fé de Jesus iria curar e restaurar a escuridão
neste mundo que nos rodeia. Isso é mais do que eu experimentei no campo da
medicina quando trabalhava no hospital, com pacientes de todos os tipos de
doença e enfermidade. E mesmo na minha viagem à Terra Santa, em turnê por todos
os lugares por onde Jesus andou, onde as próprias curas tiveram lugar, não
importa o que você seja, uma pessoa sem-teto, uma pessoa miserável e suja, ou
tal verme como eu, maravilha-me perceber que somos considerados uma propriedade
valiosa por Ele, um Salvador amoroso. Tal amor e graça aumenta a minha fé em
saber que temos o Grande Médico em restaurar o nosso coração, alma e
incredulidade.
--Mary
Chun
Notas:
[1] E. J. Waggoner, "A Marvellous Thing," The Present Truth, Sept. 20, 1894.
[2] E. J. Waggoner, "The Commentary. Notes on the International Lesson. The Centurion's Faith," The Signs of the Times, Sept. 15, 1887.
[1] E. J. Waggoner, "A Marvellous Thing," The Present Truth, Sept. 20, 1894.
[2] E. J. Waggoner, "The Commentary. Notes on the International Lesson. The Centurion's Faith," The Signs of the Times, Sept. 15, 1887.
A irmã Maria Chun é uma
enfermeira padrão (com as graduações: RN e BSN), graduada pela Universidade
Adventista Andrews, e vive na área de Loma Linda. Ela é membro ativa da igreja
da Universidade de Loma Linda, e é a diretora do ministério de Saúde da Universidade
de Loma Linda - CHIP = Coronary Health Improvement Project (Projeto de Melhora
da Saúde Coronária). Maria cresceu no sul da California, em cultura chinesa de
crenças místicas, mas converteu-se ao adventismo do sétimo dia e agora gosta de
estudar a "mui preciosa mensagem" da Justiça de Cristo.
Asteriscos (*) indicam
acréscimos do tradutor.
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