Para 26 de março a 2 de abril de 2016
O tema da nossa
lição neste novo trimestre de estudos de Mateus se fixa na genealogia de
Cristo. Em outras palavras, Jesus aprendeu de Sua herança terrena, ancestral.
Ao assumir sobre Sua natureza divina, a natureza humana caída, pecaminosa, de
Seus ancestrais terrestres, Ele reuniu em Si próprio as lições dos tempos, e
venceu o pecado, onde haviam caído.
Como o homem é
desde que se tornou sujeito à morte, isto é o que “vemos Jesus” ser. A morte
não poderia tê-Lo tocado tivesse Ele vindo na natureza sem pecado de Adão antes
da queda. Ele é “o filho de Abraão” (Mat. 1:1). Isto é, Ele tomou sobre Si a
herança total imposta pela linha genética de Abraão para que pudesse
ministrar-lhes, não para os anjos não-caídos.
Nós nunca podemos
sugerir que Cristo tinha uma natureza pecaminosa. Ele tinha uma isenta de
pecado; mas Ele tomou a nossa natureza pecaminosa.1 (*Ele Se
revestiu dela, Ele assumiu este equipamento defeituoso). Este é o glorioso
evangelho de esperança que muitos têm sido impedidos de ver. Mas o Senhor o deu
para os adventistas do sétimo dia, e Ellen White disse que “Deus ordenou que
fosse dado ao mundo”.2
Apresenta um Cristo que sabe como o pecador é tentado e pode salvá-lo da
perdição.
Tem sido geralmente
presumido que levar a sério o vencer significa somente uma tarefa enfadonha,
dificil. Mas 1888 tinha uma boa notícia. Aqui estão amostras dos dois
“mensageiros” de 1888:
Escreve A. T.
Jones: “Jesus veio ao mundo, e colocou-Se na carne, exatamente onde os homens
estão; e enfrentou essa carne, tal como ela é, com todas as suas tendências e
desejos; e pelo poder divino que trouxe pela fé, Ele ‘condenou é o pecado na carne’
e, assim, trouxe a toda a humanidade essa fé divina que contém o poder divino
ao homem para livrá-lo do poder da carne e da lei do pecado, exatamente onde
ele está, e dar-lhe o domínio assegurado sobre a carne, assim como é”.3
Escreve E. J.
Waggoner: “Aquele que toma a Deus como parte da sua herança, tem um poder
operando nele para a justiça mais forte do que o poder das más tendências
hereditárias quanto nosso Pai celeste é maior do que os nossos pais terrenos”.4
Se um povo deve
receber uma mensagem tão integralmente, não irá estar preparado para a
trasladação quando da vinda de Jesus?
Não somos as
primeiras pessoas a entender mal uma mensagem que Deus enviou. Os antigos
judeus trouxeram tristeza ao Messias porque estavam certos de que entendiam — mas
não o fizeram. O Seu chamado não atendido para arrepender-se dificilmente
poderia ter trazido mais desgosto para o Salvador do que a resposta morna, sem
conhecimento, que recebeu da última das “sete igrejas” da história.
Os judeus estavam
esperando que o Filho de Davi assumisse o trono e governasse em esplendor. Sua
rejeição nacional dEle deve certamente fazer paralelo com o deixarmos que Ele
permaneça fora da porta, ainda batendo por admissão. A história de nossos
antepassados espirituais exige compreensão clara.
Umas dez vezes
Mateus se refere a Jesus Cristo como “filho de Davi”. Isso é falado em dois
sentidos: (1) a descendência legal, linear, genética, de Cristo desde Davi, e
(2) Sua experiência espiritual pessoal, que foi idêntica à de Davi, como
revelada no livro dos Salmos.
As marcas de
identificação são numerosas: É óbvio que num sentido de antecipação, Davi
prefigurou a experiência de Cristo na cruz: a perfuração de Suas mãos e Seus
pés (Salmo 22:16), a repartição das Suas vestes entre os soldados, o lançamento
de sorte para Sua “veste” (vs. 18), a zombaria dos espectadores (vs. 7), as
provocações dos sacerdotes e governantes (vs. 8), o clamor de Cristo em Seu
abandono (v. 1, 2). Todos esses detalhes foram literalmente reduplicados na
experiência de Cristo. Davi escreveu profecias íntimas.
Agora, podemos nós,
como crentes em Cristo “adotar” experiências de Davi como nossas, também? Se
Jesus o fez, por que não podemos? Quando Cristo Se tornou “Emanuel, ... Deus conosco”, Sua humanidade o obrigou a orar. Ele
não podia ter vivido sem oração. Nem podemos
nós!
A identificação com
Cristo é um aspecto essencial da mensagem de 1888. Se Cristo era “o filho de
Davi”, identificando-Se com as experiências de Davi, então nós também podemos
identificar-nos com Davi “em Cristo”. Estamos “crucificados com Cristo”, e “permanecemos
nEle” o que significa que vivemos nEle. Nós nos identificamos com Cristo;
Suas experiências no combate à tentação se tornam nossas experiências. Mesmo
que nunca haja conhecido um momento de dor ou tristeza, você pode “crescer” “à medida da estatura da plenitude de Cristo” por meio da
identificação com Ele em Mateus. Então, quando finalmente encontrá-Lo face a
face, você não vai se sentir como um estranho em Sua presença.
A boa notícia é que
Jesus Cristo já Se identificou com você. Ele sabe o que você herdou, sabe que
você cresceu aprendendo e fazendo. Ele até conhecia o seu coração, pulmões,
braços, pernas e outros órgãos que foram reunidos no ventre de sua mãe (Salmo
139:13).
Isso não é tudo que
Ele tem escrito sobre você. Ele reescreveu a sua história, Ele redimiu você e
toda a família humana desde o abismo, ou mais literalmente da cova do inferno.
Deus escolheu cada um de nós para estar nEle antes que a Terra fosse formada
para sermos irrepreensíveis diante dEle em amor. Ele já sentiu em Sua própria
pessoa nossas doenças e dores. Não volveremos nossa face de Seu tipo de amor,
não O abandonaremos. Ele por nós Se fez pobre para que pudéssemos pela Sua
pobreza nos tornar ricos (2ª Cor. 8:9).
Em vista de Daniel
8:14, é hora de “vencer”, onde
gerações passadas falharam. Todo o movimento da história antiga até os tempos
modernos se incorpora nos 2.300 anos a partir de 457 AC a 1844 AD. Não foi
senão até depois de 1844 que o povo de Deus poderia assumir todos os altos e
baixos da história cristã e aprender com ela. Só então a Igreja com o
discernimento do evangelho da verdade do santuário poderia aprender a superar
os erros das gerações anteriores. O povo de Deus deve aprender com a sua
história.
—Paul E. Penno
Notas:
1)
“Ele tomou sobre Si a descendência de Abraão” (Heb. 2:16, Alm. Fiel; a KJV diz: “… a semente de Adão”);
2)
Matérias de Ellen G. White sobre 1888, vol. 3, pág. 1337;
3)
Alonzo Trevier Jones, “Estudos sobre Gálatas”, Gal. 5: 16-18;
Revista Adventista e Arauto do Sábado de 18 de setembro de 1900;
4)
Ellet José Waggoner, “O Concerto Eterno”, 1900, pág. 66.
Nota: O vídeo desta lição explanada pelo Pastor
Paulo E. Penno no sábado passado (26/3/16) está na internet em: https://www.youtube.com/watch?v=V9ZK6kF6mKA
Paulo Penno é pastor evangelista da igreja
adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte
Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward,
Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos.
Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews.
Recentemente ele preparou uma extensiva antologia das mensagens de justificação
pela fé, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen
G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os
Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos
anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação
pela fé. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim
nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal
orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro
de 2015, realizado na igreja adventista Valley
Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
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