quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Lição 4 — Repreensão e represália, por Paulo E. Penno



Para 17 a 24 de outubro de 2015

“Repreensão e Retribuição” — Que título para um estudo da lição da Escola Sabatina. Alguém ainda dá ouvidos a esse tipo de coisa? Temos que nos indagar se o povo de Deus ficou tão espiritualmente “queimado” ao ponto de se fazer surdo para o que o Espírito diz sobre a nossa mensagem da chuva serôdia.
Uma boa maneira de se livrar da mensagem de Deus, de que não se goste, é condenar os mensageiros. Tem sido um velho problema do povo de Deus e ainda não aprendemos esta lição hoje.
Jeremias fez um poderoso pedido a Deus com base numa denúncia. “Não proclamei esta insuportável mensagem de minha própria imaginação. Antes, é o veredito sobre Judá, que me enviaste para anunciar” Mas, ó Senhor dos Exércitos, justo Juiz, que provas os rins e o coração, veja eu a Tua vingança sobre eles; pois a Ti descobri a minha causa”.  (Jer 11:20). Ele ora para que Deus proteja o seu mensageiro. “Sou apenas o mensageiro proclamando o que me confiaste”.
Jeremias submeteu sua causa Àquele que “julga justamente”. Ele está sendo maltratado por ser fiel ao que Deus lhe pediu para fazer. Maldade está tramada contra ele que está sofrendo pela causa da justiça. Os ímpios estão predominando. Esta é uma situação injusta. Deus precisa intervir e fazer algo para endireitar as coisas.
Jeremias convoca a Deus para “julgar e provar” esta causa do mal e do certo. Junto com o apelo de Jeremias para o acerto há uma reivindicação contrária a seus perseguidores. Veja eu a Tua vingança sobre eles; pois a Ti descobri a minha causa (Jer 11:20). Este apelo por “vingança” não é desejo de auto-justificação da parte de Jeremias. Ele está pensando mais sobre a causa de Deus do que sobre si mesmo. É a reputação de Deus que está em jogo se a injustiça continuar fora de controle. Deus deve vencer o Seu caso no grande conflito com o inimigo.
É um fato que Deus precisa de Seus mensageiros para se levantarem e reconhecerem que “é chegada a hora do Seu juízo” (Apo. 14:6). Ao se manifestarem fielmente por Deus, que está sob julgamento, Ele, por sua vez, ouve a sua reclamação contra os ímpios e dá um veredito de condenação ao erro. Em outras palavras, ao Deus ganhar o Seu caso, os justos sobre a Terra se incluem em Sua vitória.
A culpa dos que tramam contra Jeremias é estabelecida com estas palavras: “Portanto, assim diz o Senhor acerca dos homens de Anatote, que procuram a tua vida, dizendo: Não profetizes no nome do Senhor, para que não morras às nossas mãos” (Jer. 11:21). Os homens da cidade natal de Jeremias, Anatote, são culpados de tentar silenciar um profeta.
O delito de silenciar um profeta é escandaloso em Israel. Profetas são essenciais para a vida de uma comunidade religiosa. Silenciar profetas diminui a condição de Israel como povo escolhido de Deus
Aqui está a lição de 1888 que precisamos aprender. Ellen White afirmou inequivocamente que Jones e Waggoner foram diretos e verdadeiros em trazer uma mensagem de Deus para o Seu povo escolhido. “Deus está apresentando às mentes dos homens gemas preciosas de verdade divinamente designados, apropriadas para o nosso tempo”.1 “Deus havia enviado esses jovens, os pastores Jones e Waggoner, para lhes transmitir uma mensagem especial”.2
Ellen White reconheceu a seriedade da oposição a eles pessoalmente e à sua mensagem, e determinou a culpa final para a sua falha potencial “em grande medida” sobre os irmãos oponentes.3
Criticar os mensageiros impulha-lhes um fardo mais pesado para transportar do que a oposição normal: “Qualquer caminho que o mensageiro siga será desagradável para os opositores da verdade; e vão capitalizar sobre cada defeito nas maneiras, costumes, ou caráter de seus defensores”.4
 “Alguns de nossos irmãos . . . cheios de ciúme e más suspeitas, . . . estão sempre prontos para mostrar em que forma diferem dos pastores Jones ou Waggoner”.5
Os dois homens falaram positiva e vigorosamente. Agudas percepções da verdade muitas vezes levam os que são “apenas homens” a falar dessa maneira. Mas isso era ofensivo à natureza humana, que estava à procura de uma desculpa para rejeitar a mensagem: “Que nenhuma alma se queixe dos servos de Deus que vieram a eles com uma mensagem enviada pelo céu. Não mais apanheis falhas neles, dizendo: ‘Eles são muito positivos, eles falam muito fortemente’. Eles podem falar fortemente, mas não é necessário”?6
O Senhor mesmo havia revestido os Seus mensageiros pessoais com evidências de autoridade, “credenciais celestiais”. Eles haviam perdido de vista o eu em seu amor a Cristo e Sua mensagem especial. O eu ainda não crucificado em outros estava contrariado:
 “Se fosse permitido que os raios de luz que brilharam em Mineápolis exercessem o seu poder convincente sobre aqueles que tomaram posição contra a luz, ... teriam recebido as mais ricas bênçãos, desapontado o inimigo, e se mantido como homens fiéis, fiéis a suas convicções. Eles teriam tido uma experiência rica, mas o eu disse: Não. O eu não era para ser recusado; o eu lutava pelo domínio”.7
Em Mineápolis, a personalidade de Jones e Waggoner se tornou o, consciente tropeço visível para a invisível, inconsciente, rejeição de Cristo, a Palavra. Isto é evidente, no seguinte: “Homens que professam piedade têm desprezado a Cristo na pessoa de Seus mensageiros. Como os judeus, eles rejeitam a mensagem de Deus. Os judeus perguntavam a respeito de Cristo: “Quem é este? Não é este o filho de José?” Ele não era o Cristo que os judeus estavam à procura. Assim, hoje as agências que Deus envia não são o que os homens têm procurado”.8
Se somos tentados a encontrar um caminho mais fácil, dizer que esse passado vergonhoso não deve preocupar nossa geração, pode o Senhor abrir novamente o caminho para enviar a chuva serôdia?
O Senhor nos chama a reconhecer nossa solidariedade para com os nossos “pais”. Embora sendo ele próprio inocente, Jeremias confessou e se arrependeu dos pecados de seus pais: Posto que as nossas maldades testificam contra nós, ó Senhor, age por amor do Teu nome; porque as nossas rebeldias se multiplicaram; contra Ti pecamos” (Jer 14:7).
Somente o arrependimento pode evitar a repetição dos pecados dos pais. A razão pela qual o Senhor exige arrependimento pelos pecados dos “nossos pais” é que sem ele somos programados a repeti-los. Compartilhamos uma humanidade comum. Por natureza não somos melhores do que os que rejeitaram a mensagem de 1888. Se estivéssemos no lugar deles, teríamos feito o mesmo. Isto é o que Ellen White quer dizer ao declarar: “Os livros do Céu registram os pecados que teriam sido cometidos se tivesse havido oportunidade”.9
Cristo não reconheceu repressão de culpa pelo pecado em absoluto. Ele permaneceu de pé diante de Deus por “fidelidade” e assim foi “justo”. Suas motivações eram puras e transparentes.
Este é apenas um prenúncio do tipo de pessoas que a mensagem do terceiro anjo reunirá por fim, pois também terão a “fé de Jesus” — não apenas a fé em Jesus, mas o próprio tipo de fé que Ele tinha, a fé de Jesus. Esta é a experiência profunda dada à igreja de Laodicéia — fé, discernimento espiritual, e a justiça de Cristo.
Paul E. Penno

Notas:

1) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 1, pág 139;
2) Idem, vol. 3, pág. 1043; 3) Idem, vol. 3, pág. 1127;                               
4) Idem, vol. 3, pág. 1061; 5) Idem, vol. 3, pág. 1043;
6) Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 410 a 413;
7) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 3, pág. 1030;
8) Fundamentos da Educação Cristã, pág. 472;
9) Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, pág. 1085.

Notas:
 Se você desejar copiar as 374 recomendações de Ellen G. White aos dois mensageiros de 1888 e sua mensagem, dadas de 1888 a 1896, acesse http://1888mpm.org e clique no título: "How Many Times Did Ellen White Endorse the Message of Jones and Waggoner From 1888-1896?"
No mesmo site você encontra o vídeo desta lição do pastor Paulo E. Penno, explanada no sábado passado, 17/10/15.
Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley  Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Lição 3 — Os últimos cinco reis de Israel, por Roberto Wieland



Para 10 a 17 de outubro de 2015

Milhões de adventistas do sétimo dia ao redor do mundo estão estudando esta semana sobre os últimos cinco reis de Judá, mas como a nossa lição começa com o rei Josias, o rei que fez tudo certo, o nosso foco principal será o seu governo. Podemos traçar paralelos entre a história de Josias, e a história da mensagem de 1888?
Josias sabia que o reino de Davi, do qual ele era agora o governante, estava à beira do abismo; sua própria existência estava a apenas um “milímetro” do desastre nacional, pois Deus estava a ponto de retirar o Seu cuidado e proteção deles, deixando-os à mercê dos babilônios pagãos.
O sumo sacerdote Hilquias havia encontrado o livro de Deuteronômio no Templo, e quando Safã, o escrivão o leu para o rei, este “rasgou as suas roupas” (2ª Reis 22: 8-13). Ele estava sendo totalmente sincero em seus esforços para evitar a ruína nacional que via se aproximando. Colocou toda a sua alma numa obra de arrependimento ao ver ser isso necessário; e ele levou o povo a um “arrependimento nacional” ou, pode-se dizer, a um “arrependimento corporativo”. Começou no palácio do rei, o lugar adequado para qualquer arrependimento nacional ou corporativo começar.
Jeremias espera não ter que enxugar as lágrimas dos seus olhos diante da angústia e rebelião incompreensíveis do próprio povo de Deus. A evidência indica que estão se arrependendo e fazendo o que é certo, porque seguem ao seu rei (Jer. 9: 1, 2).
Mas este foi exatamente o seu problema — estavam seguindo o seu rei. Isso foi o que fez Israel ao longo de sua história — seguiram os seus bons reis como Ezequias e Josias, e seguiram os seus maus reis como Manassés e Acabe. Eles nunca realmente seguiram ao Senhor!
Ellen White descreveu esta condição: “Depender do homem tem sido a grande fraqueza da Igreja. Os homens têm desonrado a Deus ao não apreciarem a Sua suficiência, por cobiçarem a influência do homem. Assim Israel se debilitou. O povo queria ser como as outras nações do mundo e pediram um rei. Desejavam ser guiados pelo poder humano que podiam ver, em vez da teocracia divina — o poder invisível que até então os havia conduzido e guiado, e lhes dado a vitória na batalha. Eles fizeram a sua própria escolha, e o resultado foi visto na destruição de Jerusalém e dispersão da nação”.1

A importância de dizer a verdade sobre a história
A pessoa que ama a verdade da Bíblia também está preocupada com a importância de historiadores que dizem a verdade sobre a história. A mesma preocupação honesta aplica-se à história da obra de Deus. Jeremias 8:8 revela o profeta como dizendo ao Reino de Judá que seus historiadores falsificaram sua história nacional e ao fazê-lo mergulharam a nação em ruínas. Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, e a lei do Senhor está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas”. Da mesma forma, os escribas e fariseus nos dias de Jesus manipularam falsamente a sua história e, assim, prepararam-se para liderar a nação na crucifixão do Filho de Deus. Ellen G. White advertiu a Igreja de que “nada temos a recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado”.2 Jesus diz: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane” (Mat. 24: 4). Ser enganado não é apenas um revés temporário, pode ser fatal.
Neste tempo de grande crise para o trabalho de Deus de proclamar o evangelho a todo o mundo, é especialmente importante que a história da obra do Espírito Santo não seja “falsificada”, como a escreveram os antigos escribas nos dias de Jeremias. Aqueles que pesquisam a fundo os fatos da história nacional ou da Igreja e os apresentam honestamente, devem ser bem acolhidos, e não serem objeto de ressentimento ou serem silenciados. “Examinai tudo”, diz o apóstolo inspirado, e “retende o que é bom” (1ª Tes. 5: 21). Você desejará que o seu médico seja cuidadoso e preciso quando se trata de sua saúde; também é importante lembrar que a saúde da Igreja está envolvida com a história honesta.

Uma Demonstração de Descrença na Antiga Aliança
Um breve apanhado da história de Israel sob o Velho Concerto demonstra que a incredulidade precipitou-os à ruína final. Monarca após monarca arrastou sua nação morro abaixo. Nenhum governante do reino do norte (*Israel) fez o que era “certo”, apesar de o Senhor implorar junto a eles por vários profetas e mensageiros (2º Reis 17: 13, 14). Finalmente, (*Deus guiou) a Assíria que os esmagou para sempre como nação e os espalhou irrevogavelmente entre os gentios.
Enquanto isso, Judá firmemente se rebelou. Vários de seus reis tentaram desesperadamente medidas “tapa-buracos” de reavivamento e reforma, como Josafá, Ezequias, e o último de todos, o amado jovem Josias. Mas a Escritura mostra que cada um deles simplesmente tentou renovar um renascimento do Velho Concerto. Nunca foi o Novo Concerto, a justificação pela fé recuperada (*grifos nossos). Eles estavam sinceramente cegos para a fé que Abraão tinha experimentado. O problema não era que tinham uma “organização”; era a alienação do seu coração.
Josias era a última esperança. Este zelo do jovem rei pelo Senhor era ilimitado. Mais uma vez, em profunda piedade, ele procurou renovar o Velho Concerto: E fez com que todos quantos se achavam em Jerusalém e em Benjamim o firmassem” (2º Crôn. 34:31, 32). Mas a profetisa Hulda tinha que lhe dizer, infelizmente, que já era tarde demais; toda essa “reforma” era apenas superficial. O desastre completo devia seguir o seu curso. O Velho Concerto continuava “gerando filhos para a servidão”, para a ruína da nação e seu cativeiro numa terra estranha (cf. Gal. 4:24).
Josias até superou Ezequias em sua devoção ao Espírito de Profecia, zeloso em seguir todos os detalhes como os conhecia — especialmente Deuteronômio. Nunca houve um rei a obedecer tão meticulosamente a palavra escrita. O jovem Jeremias regozijou-se. Mas, enquanto mantinha tal devoção ao Espírito de Profecia escrito, Josias conseguiu rejeitar a sua demonstração viva. O problema foi que o “dom espiritual” renovado veio pelo caminho mais improvável que se poderia imaginar — a boca de um rei supostamente pagão!
Faraó Neco do Egito estava conduzindo seu exército em oposição ao poder crescente de Babilônia. pensou que era seu dever atacá-lo. Não havia Moisés, no Espírito de Profecia, dito a Israel para se opor aos pagãos? Mas o rei zeloso não podia discernir como Neco estava a serviço de Deus. Ele alertou Josias, guarda-te de te opores a Deus, que é comigo, para que Ele não te destrua” (2º Crô. 35: 21). O cronista diz que o rei não deu ouvidos às palavras de Neco, que saíram da boca de Deus”. O Senhor foi forçado a deixar o jovem rei morrer de seus ferimentos de batalha (v. 22-24). Jeremias estava de coração partido, pois o renascimento de Josias fracassou com a sua morte prematura. A partir de então, foi decadência por todo o caminho.

Revivendo a cegueira de Josias.
Como Josias, seria possível para nós, como adventistas do sétimo dia, pensarmos ser fiéis ao “Espírito de Profecia” e ao mesmo tempo rejeitar a sua demonstração viva? Isso realmente aconteceu em 1888; nossos irmãos estavam repetindo o “filme” de Josias. Ao rejeitar a “mais preciosa mensagem” “enviada do céu” eles imaginavam estarem sendo fiéis aos antigos escritos de Ellen White, pondo de lado a mensagem viva do Senhor.3
Será que estamos repetindo os revivamentos e reformas do Velho Concerto de Israel? A reflexão sóbria força uma resposta: como um corpo estamos tão mornos agora como estávamos há mais de um século atrás. Quando “nós” “em elevado grau” e “em grande medida” rejeitamos a “mui (*sic) preciosa” verdade do Novo Concerto que veio na época de 1888, nós nos trancamos em “muitos anos mais” de um desvio no Velho Concerto como certamente fez Israel no Sinai.4
A experiência de fé do Novo Concerto foi o principal foco da oposição da liderança à mensagem de 1888. Enquanto se opuseram a Jones e Waggoner, realmente preferiram os elementos essenciais do Velho Concerto. A Ellen White foi mostrado em visão que esses reverenciados líderes estavam perdendo tempo tentando incutir uma opinião diferente da do (*pastor) Waggoner, porque 0 foi “mostrado” à serva do Senhor que Waggoner estava certo.5
Ideias do Velho Concerto continuaram a predominar em nossa experiência. Nossos revivamentos e reformas seguiram o padrão dos de Israel, incluindo os do tempo de Esdras e Neemias. Ainda não temos como Igreja realmente recuperado o ///, que “nós” em grande parte rejeitamos um século atrás.
Quem pode estimar a confusão e trágicas apostasias que vieram por causa da fome não saciada dentro da Igreja (e do mundo) por esse “mui precioso” evangelho? Falando de como Uzá irreverentemente agarrou a arca sagrada, Ellen White em 1890 pleiteou com seus irmãos, “Tirai as mãos da arca de Deus, e deixai que o Espírito de Deus entre e opere com grande poder”.6
Essa pequena palavra “//” significa que o Espírito Santo está ansioso por entrar em ação. Quando a mensagem do Novo Concerto for resgatada do esquecimento dos arquivos, Ele pode alimentar com o maná celestial o nosso mundo faminto.
Um judeu convertido comparou o problema de seu povo com um agricultor dirigindo um cavalo e uma carroça para a cidade. Uma roda cai; ele a procurará mais adiante na estrada, ou voltará para onde ela caiu? Se os judeus devem recuperar o que perderam há 2.000 anos, é muito humilhante para nós voltarmos e recuperar o que perdemos ao longo de um século atrás? Recuar para recuperar o que o agricultor perdeu seria a única esperança dele, não seria?

- Dos escritos de Robert J. Wieland
Notas:

1) Manuscrito 159 de 1899
2) Mensagens Escolhidas, vol 3 pág. 162; Testemunho para Minsitros pág.31; originalmente em Boletim da Conferência Geral de 1893 , pág. 24 e em Life Skethes, pág. 196.
3) Veja, por exemplo, as cartas de Uriah Smith e G. I. Butler a Ellen White de 17 de fevereiro, 1890, e 24 setembro de 1892, respectivamente. (Manuscritos e Memórias de Minneapolis 1888, págs. 152-157, e 206-212). O Senhor não apenas enviou "profetas" para Israel, mas também "mensageiros" (Cron. 36:16) (*“Zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e mofaram de Seus profetas”).
4) Veja a carta 184, de 1901; e Evangelismo, pág. 696. (*Eu apelo a que os irmãos leiam esta página 696 de Evangelismo).
5) Veja as Cartas 30 e 59 de 1890.                           
6) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 2, pág. 543; originalmente em Manuscrito 9 de 1890).

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.
Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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terça-feira, 6 de outubro de 2015

Lição 2 — A Crise (interna e externa), por Arlene Hill



Para 3 a 10 de outubro de 2015

Deus prometeu dar a Seu relutante profeta Jeremias palavras para dizer, e Ele o fez, mas não eram palavras suaves. Judá tinha esquecido a sua história e de como Deus tinha lhe conduzido e ensinado no passado. Jeremias (capítulo 2) nos diz que todos, inclusive os sacerdotes e príncipes, eram culpados de esquecer o passado, abandonando a Deus, e de construírem “cisternas rotas” (vs. 13), que não retêm a água promotora de vida.
A fim de obter água, Judá a busca no caminho para o Egito para que pudesse beber do Nilo, e da Assíria, para beber do Eufrates. Ambas essas áreas geográficas representam nações pagãs que fizeram o povo de Deus de escravos quando se esqueceram a Quem pertenciam. Viver como um escravo é mais fácil, porque requer pouco pensamento e nenhuma fé. Uma vez um povo, ou mesmo um indivíduo, se esqueça ou opte por negar a direção de Deus, não há nada verdadeiro em que confiar. Substituições de ídolos recebem poder contra toda a lógica. Mesmo quando Deus permite dificuldades alcançarem a atenção das pessoas, a mentalidade de escravo as interpreta como abandono.
Anos antes, o reino do norte de Israel apostatara tão completamente que Deus permitiu que fosse atacado por nações vizinhas e dispersos. Ele pleiteia com Judá para aprender com a experiência de Israel e voltar a Ele. Faz lembrar através de Jeremias que deu avisos repetidos, que foram ignorados porque Meu povo é “louco”, “néscio”, e “não tem entendimento”. Eles são “sábios” para praticar o mal e não o bem. Repetidamente, Deus também usa a imagem de uma esposa infiel traindo o seu marido (Jer 4:19-22).
O que esse triste lamento ter a ver conosco hoje? Por que estudar a terrível história de Israel e Judá? Se não podemos ver a sua história como advertências proveitosas ​​hoje, estamos sendo tão loucos e néscios quanto Judá. Se não conseguirmos ver a importância de rever a nossa história, nos falta a compreensão de nossa verdadeira condição.
 “A razão pela qual os filhos de Israel deixaram ao Senhor foi que levantou-se uma geração que não tinha sido instruída a respeito da grande libertação do Egito pela mão de Jesus Cristo. Seus pais não lhes tinham recapitulado a história da tutela divina sobre os filhos de Israel através de todas as suas jornadas no deserto. . . .  Se os pais tivessem cumprido o seu dever, nunca teríamos o registro da geração que não conheceu a Deus, e, portanto, foram entregues nas mãos dos perversos” (Ellen G. White, Review and Herald, 21 de maio, 1895).
Hoje, há aqueles que se recusam a discutir qualquer coisa sobre a história da mensagem dada em 1888. Normalmente, a necessidade de estudar o que realmente foi é julgada desnecessária, ou até mesmo tolice. Estudiosos importantes empenham grandes esforços para declará-la errada, ou que a Igreja a aceitou em 1888, ou pouco depois, por isso não há razão para estudá-la. Alguns a criticam como sendo demasiado “liberal”, enquanto outros a criticam como demasiado “conservadora”. É raro encontrar alguém que possa articular o que a mensagem é, e mais raro encontrar alguém que tenha estudado as fontes originais escritas pelos “mensageiros”, Jones, Waggoner, e White.
Enquanto os “sacerdotes”, “os que tratavam da lei”, e “pastores” (Jeremias 2: 8) se recusam a reconhecer corporativamente que temos dado as costas a Deus e à Sua mensagem, as pessoas nunca saberão da destruição que as aguarda. Alguns podem achar conforto na declaração de Ellen White numa carta a George Butler e S. N. Haskell em 1886: “A Igreja talvez pareça como prestes a cair, mas não cai” (Carta 55, de 8 de dezembro de 1886). Aqueles que acham a declaração reconfortante deixam de apreciar a condição terrível e desnecessária em que a Igreja estará quando pareça “prestes a cair”. Por que nós, como filhos de Deus, vamos querer deixar a Igreja se desviar para tão longe só porque Deus a puxa através do tempo final.
A mensagem de Jeremias é que o arrependimento iniciado por uma liderança bem informada pode evitar devastação tanto quanto o arrependimento do rei de Nínive foi aceito por toda a comunidade e o desastre foi evitado.
Há muitos judeus devotos que ficam junto ao “Muro das Lamentações” em Jerusalém, pedindo a Deus para enviar o Messias tão esperado. Deus nunca pode “responder” a essas orações porque se recusam a ver que isso já aconteceu. Da mesma forma, a nossa Igreja tem orado pelo derramamento da chuva serôdia para bem mais de 150 anos, mas Deus não pode responder às nossas orações até que reconheçamos e admitamos os pecados de nossos antepassados, incluindo os nossos anos de negação desde então. Admitir a verdade de nossa história vai nos prevenir de perpetuar os seus erros, e nos levará a um profundo arrependimento por nossa própria descrença.
Às vezes, parece desanimador que Deus precise disciplinar o Seu povo, mas Ele sempre dá esperança. “Contudo, ainda naqueles dias, diz o Senhor, não farei de vós uma destruição final”. (Jeremias 5:18). Deus ama demais o Seu povo para deixá-lo em risco de completa destruição. Então, o que isso tem a ver conosco? Deus precisava castigar Judá e Israel porque O estavam ignorando; Ele queria que O ouvissem. Em vez de pensar que o conselho é para todos os demais, precisamos ouvir a Deus individualmente. Devemos prestar atenção à advertência como sendo para nós mesmos antes que possamos cuidar dos outros. A mensagem de 1888 é a mensagem final que vai preparar um povo que se dispõe a participar plenamente do processo de purificação como tipificado no Dia da Expiação.
 “O trabalho iniciado em 1844, no final dos 2.300 anos, é único no universo e traz a Cristo e o remanescente a um novo tipo de união. Haverá uma compreensão mútua que faz com que o Seu remanescente vá com Ele para o lugar Santíssimo. Ali o casamento é consumado. Ali o pecado é apagado. Ali Cristo se assenta com o Seu remanescente, e lhe assegura que o “verdadeiro tabernáculo”, o Seu lugar de habitação, está purificado. Sua vitória em conquistar o eu é uma garantia de que Ele foi em todos os pontos tentado semelhantemente aos irmãos, pois todo pecado nasce de um amor ao eu. Assim, ao permanecer com Ele no Lugar Santíssimo, os do remanescente vão, pela fé, ter unida a sua humanidade com a Sua divindade, e serão um com Ele em propósito, assim estando “casados” com Ele. Eles têm a fé de Jesus, que previne os mortais de pecar. Então o trabalho do Mediador será concluído, o santuário será purificado e restaurado ao seu legítimo lugar, os corações dos 144.000 terão sido purificados. O pecado não vai se levantará novamente. Esta experiência aguarda o remanescente, sempre que optar por aceitar o colírio do discernimento celestial oferecido pela Testemunha Verdadeira. E quando sua cegueira se for e, finalmente, puder 'ver', então a Noiva vai sentar-se com o Rei em Seu trono, como prometeu, pois ambos venceram pelo sangue do Cordeiro” (Donald K. Short, “Then Shall the Sanctuary be Cleansed,” pág. 92).
Este é o trabalho da última geração antes que Cristo venha. Se o número 144.000 é literal ou não, aqueles dentre nós que viverem no tempo final precisam ver-se como semelhantes ao antigo Israel, um povo que precisava ouvir e agir segundo as advertências de Deus. Nunca devemos buscar conforto em que nossa Igreja, a própria noiva de Cristo, está “a ponto de cair”. Nossa missão é participar individualmente do processo de limpeza, mas também preocupar-nos com todos os que findarão formando esse grupo remanescente. Ao estudarmos a mensagem de Jeremias pelos próximos três meses, vamos considerá-la uma mensagem especial só para nós.

Arlene Hill

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, na igreja adventista Valley  Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.