Para 17 a 24 de outubro de 2015
“Repreensão e Retribuição” — Que
título para um estudo da lição da Escola Sabatina. Alguém ainda dá ouvidos a
esse tipo de coisa? Temos que nos indagar se o povo de Deus ficou tão
espiritualmente “queimado” ao ponto de se fazer surdo para o que o Espírito diz
sobre a nossa mensagem da chuva serôdia.
Uma boa maneira de se livrar da
mensagem de Deus, de que não se goste, é condenar os mensageiros. Tem sido um
velho problema do povo de Deus e ainda não aprendemos esta lição hoje.
Jeremias fez um poderoso pedido a
Deus com base numa denúncia. “Não proclamei esta insuportável mensagem de minha
própria imaginação. Antes, é o veredito sobre Judá, que me enviaste para
anunciar” “Mas,
ó Senhor dos Exércitos, justo Juiz, que provas os rins e o coração, veja eu a Tua
vingança sobre eles; pois a Ti descobri a minha causa”. (Jer 11:20). Ele ora para que Deus proteja
o seu mensageiro. “Sou apenas o mensageiro proclamando o que me confiaste”.
Jeremias submeteu sua causa Àquele
que “julga justamente”. Ele está sendo maltratado por ser fiel ao que Deus lhe
pediu para fazer. Maldade está tramada contra ele que está sofrendo pela causa
da justiça. Os ímpios estão predominando. Esta é uma situação injusta. Deus
precisa intervir e fazer algo para endireitar as coisas.
Jeremias convoca a Deus para “julgar
e provar” esta causa do mal e do certo. Junto com o apelo de Jeremias para o
acerto há uma reivindicação contrária a seus perseguidores. “Veja eu a
Tua vingança sobre eles; pois a Ti descobri a minha causa” (Jer
11:20). Este apelo por “vingança” não é desejo de auto-justificação da parte de
Jeremias. Ele está pensando mais sobre a causa de Deus do que sobre si mesmo. É
a reputação de Deus que está em jogo se a injustiça continuar fora de controle.
Deus deve vencer o Seu caso no grande conflito com o inimigo.
É um fato que Deus precisa de Seus
mensageiros para se levantarem e reconhecerem que “é chegada a hora do Seu juízo” (Apo. 14:6). Ao se manifestarem
fielmente por Deus, que está sob julgamento, Ele, por sua vez, ouve a sua
reclamação contra os ímpios e dá um veredito de condenação ao erro. Em outras
palavras, ao Deus ganhar o Seu caso, os justos sobre a Terra se incluem em Sua
vitória.
A culpa dos que tramam contra
Jeremias é estabelecida com estas palavras: “Portanto,
assim diz o Senhor acerca dos homens de Anatote, que procuram a tua vida,
dizendo: Não profetizes no nome do Senhor, para que não morras às nossas mãos” (Jer.
11:21). Os homens da cidade natal de Jeremias, Anatote, são culpados de tentar
silenciar um profeta.
O delito de silenciar um profeta é
escandaloso em Israel. Profetas são essenciais para a vida de uma comunidade
religiosa. Silenciar profetas diminui a condição de Israel como povo escolhido
de Deus
Aqui está a lição de 1888 que
precisamos aprender. Ellen White afirmou inequivocamente que Jones e Waggoner
foram diretos e verdadeiros em trazer uma mensagem de Deus para o Seu povo
escolhido. “Deus está apresentando às mentes dos homens gemas preciosas de
verdade divinamente designados, apropriadas para o nosso tempo”.1 “Deus havia enviado esses jovens, os pastores Jones
e Waggoner, para lhes transmitir uma mensagem especial”.2
Ellen White reconheceu a seriedade
da oposição a eles pessoalmente e à sua mensagem, e determinou a culpa final
para a sua falha potencial “em grande medida” sobre os irmãos oponentes.3
Criticar os mensageiros impulha-lhes
um fardo mais pesado para transportar do que a oposição normal: “Qualquer
caminho que o mensageiro siga será desagradável para os opositores da verdade;
e vão capitalizar sobre cada defeito nas maneiras, costumes, ou caráter de seus
defensores”.4
“Alguns de nossos irmãos . . . cheios de ciúme
e más suspeitas, . . . estão sempre prontos para mostrar em que forma diferem dos
pastores Jones ou Waggoner”.5
Os dois homens falaram positiva e
vigorosamente. Agudas percepções da verdade muitas vezes levam os que são
“apenas homens” a falar dessa maneira. Mas isso era ofensivo à natureza humana,
que estava à procura de uma desculpa para rejeitar a mensagem: “Que nenhuma
alma se queixe dos servos de Deus que vieram a eles com uma mensagem enviada
pelo céu. Não mais apanheis falhas neles, dizendo: ‘Eles são muito positivos,
eles falam muito fortemente’. Eles
podem falar fortemente, mas não é necessário”?6
O Senhor mesmo havia revestido os
Seus mensageiros pessoais com evidências de autoridade, “credenciais
celestiais”. Eles haviam perdido de vista o eu em seu amor a Cristo e Sua
mensagem especial. O eu ainda não crucificado em outros estava contrariado:
“Se fosse permitido que os raios de luz que
brilharam em Mineápolis exercessem o seu poder convincente sobre aqueles que tomaram
posição contra a luz, ... teriam recebido as mais ricas bênçãos, desapontado o
inimigo, e se mantido como homens fiéis, fiéis a suas convicções. Eles teriam
tido uma experiência rica, mas o eu disse: Não. O eu não era para ser recusado;
o eu lutava pelo domínio”.7
Em Mineápolis, a personalidade de Jones
e Waggoner se tornou o, consciente tropeço visível para a invisível,
inconsciente, rejeição de Cristo, a Palavra. Isto é evidente, no seguinte:
“Homens que professam piedade têm desprezado a Cristo na pessoa de Seus
mensageiros. Como os judeus, eles rejeitam a mensagem de Deus. Os judeus
perguntavam a respeito de Cristo: “Quem é este? Não é este o filho de José?”
Ele não era o Cristo que os judeus estavam à procura. Assim, hoje as agências
que Deus envia não são o que os homens têm procurado”.8
Se somos tentados a encontrar um
caminho mais fácil, dizer que esse passado vergonhoso não deve preocupar nossa
geração, pode o Senhor abrir novamente o caminho para enviar a chuva serôdia?
O Senhor nos chama a reconhecer
nossa solidariedade para com os nossos “pais”. Embora sendo ele próprio
inocente, Jeremias confessou e se arrependeu dos pecados de seus pais: “Posto que as
nossas maldades testificam contra nós, ó Senhor, age por amor do Teu nome;
porque as nossas rebeldias se multiplicaram; contra Ti pecamos” (Jer
14:7).
Somente o arrependimento pode evitar
a repetição dos pecados dos pais. A razão pela qual o Senhor exige
arrependimento pelos pecados dos “nossos pais” é que sem ele somos programados
a repeti-los. Compartilhamos uma humanidade comum. Por natureza não somos
melhores do que os que rejeitaram a mensagem de 1888. Se estivéssemos no lugar
deles, teríamos feito o mesmo. Isto é o que Ellen White quer dizer ao declarar:
“Os livros do Céu registram os pecados que teriam sido cometidos se tivesse
havido oportunidade”.9
Cristo não reconheceu repressão de
culpa pelo pecado em absoluto. Ele permaneceu de pé diante de Deus por
“fidelidade” e assim foi “justo”. Suas
motivações eram puras e transparentes.
Este é apenas um prenúncio do tipo
de pessoas que a mensagem do terceiro anjo reunirá por fim, pois também terão a
“fé de Jesus” — não apenas a fé em
Jesus, mas o próprio tipo de fé que Ele tinha, a fé de Jesus. Esta é a
experiência profunda dada à igreja de Laodicéia — fé, discernimento espiritual,
e a justiça de Cristo.
—Paul E.
Penno
Notas:
1) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 1, pág 139;
2) Idem, vol. 3, pág. 1043; 3) Idem, vol. 3, pág. 1127;
4) Idem, vol. 3, pág. 1061; 5) Idem, vol. 3, pág. 1043;
6) Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 410 a 413;
7) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 3, pág. 1030;
8) Fundamentos da Educação Cristã, pág. 472;
9) Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, pág. 1085.
Notas:
Se você desejar copiar as 374 recomendações de
Ellen G. White aos dois mensageiros de 1888 e sua mensagem, dadas de 1888 a
1896, acesse http://1888mpm.org e clique no título: "How
Many Times Did Ellen White Endorse the Message of Jones and Waggoner From
1888-1896?"
No mesmo
site você encontra o vídeo desta lição do pastor Paulo E. Penno, explanada no
sábado passado, 17/10/15.
Paulo
Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na
Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no
endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi
ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na
Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos
escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva
Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele
escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja
Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos
sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também
pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E.
Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo
corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada
no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente,
explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na
Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
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