quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Lição 4 — Repreensão e represália, por Paulo E. Penno



Para 17 a 24 de outubro de 2015

“Repreensão e Retribuição” — Que título para um estudo da lição da Escola Sabatina. Alguém ainda dá ouvidos a esse tipo de coisa? Temos que nos indagar se o povo de Deus ficou tão espiritualmente “queimado” ao ponto de se fazer surdo para o que o Espírito diz sobre a nossa mensagem da chuva serôdia.
Uma boa maneira de se livrar da mensagem de Deus, de que não se goste, é condenar os mensageiros. Tem sido um velho problema do povo de Deus e ainda não aprendemos esta lição hoje.
Jeremias fez um poderoso pedido a Deus com base numa denúncia. “Não proclamei esta insuportável mensagem de minha própria imaginação. Antes, é o veredito sobre Judá, que me enviaste para anunciar” Mas, ó Senhor dos Exércitos, justo Juiz, que provas os rins e o coração, veja eu a Tua vingança sobre eles; pois a Ti descobri a minha causa”.  (Jer 11:20). Ele ora para que Deus proteja o seu mensageiro. “Sou apenas o mensageiro proclamando o que me confiaste”.
Jeremias submeteu sua causa Àquele que “julga justamente”. Ele está sendo maltratado por ser fiel ao que Deus lhe pediu para fazer. Maldade está tramada contra ele que está sofrendo pela causa da justiça. Os ímpios estão predominando. Esta é uma situação injusta. Deus precisa intervir e fazer algo para endireitar as coisas.
Jeremias convoca a Deus para “julgar e provar” esta causa do mal e do certo. Junto com o apelo de Jeremias para o acerto há uma reivindicação contrária a seus perseguidores. Veja eu a Tua vingança sobre eles; pois a Ti descobri a minha causa (Jer 11:20). Este apelo por “vingança” não é desejo de auto-justificação da parte de Jeremias. Ele está pensando mais sobre a causa de Deus do que sobre si mesmo. É a reputação de Deus que está em jogo se a injustiça continuar fora de controle. Deus deve vencer o Seu caso no grande conflito com o inimigo.
É um fato que Deus precisa de Seus mensageiros para se levantarem e reconhecerem que “é chegada a hora do Seu juízo” (Apo. 14:6). Ao se manifestarem fielmente por Deus, que está sob julgamento, Ele, por sua vez, ouve a sua reclamação contra os ímpios e dá um veredito de condenação ao erro. Em outras palavras, ao Deus ganhar o Seu caso, os justos sobre a Terra se incluem em Sua vitória.
A culpa dos que tramam contra Jeremias é estabelecida com estas palavras: “Portanto, assim diz o Senhor acerca dos homens de Anatote, que procuram a tua vida, dizendo: Não profetizes no nome do Senhor, para que não morras às nossas mãos” (Jer. 11:21). Os homens da cidade natal de Jeremias, Anatote, são culpados de tentar silenciar um profeta.
O delito de silenciar um profeta é escandaloso em Israel. Profetas são essenciais para a vida de uma comunidade religiosa. Silenciar profetas diminui a condição de Israel como povo escolhido de Deus
Aqui está a lição de 1888 que precisamos aprender. Ellen White afirmou inequivocamente que Jones e Waggoner foram diretos e verdadeiros em trazer uma mensagem de Deus para o Seu povo escolhido. “Deus está apresentando às mentes dos homens gemas preciosas de verdade divinamente designados, apropriadas para o nosso tempo”.1 “Deus havia enviado esses jovens, os pastores Jones e Waggoner, para lhes transmitir uma mensagem especial”.2
Ellen White reconheceu a seriedade da oposição a eles pessoalmente e à sua mensagem, e determinou a culpa final para a sua falha potencial “em grande medida” sobre os irmãos oponentes.3
Criticar os mensageiros impulha-lhes um fardo mais pesado para transportar do que a oposição normal: “Qualquer caminho que o mensageiro siga será desagradável para os opositores da verdade; e vão capitalizar sobre cada defeito nas maneiras, costumes, ou caráter de seus defensores”.4
 “Alguns de nossos irmãos . . . cheios de ciúme e más suspeitas, . . . estão sempre prontos para mostrar em que forma diferem dos pastores Jones ou Waggoner”.5
Os dois homens falaram positiva e vigorosamente. Agudas percepções da verdade muitas vezes levam os que são “apenas homens” a falar dessa maneira. Mas isso era ofensivo à natureza humana, que estava à procura de uma desculpa para rejeitar a mensagem: “Que nenhuma alma se queixe dos servos de Deus que vieram a eles com uma mensagem enviada pelo céu. Não mais apanheis falhas neles, dizendo: ‘Eles são muito positivos, eles falam muito fortemente’. Eles podem falar fortemente, mas não é necessário”?6
O Senhor mesmo havia revestido os Seus mensageiros pessoais com evidências de autoridade, “credenciais celestiais”. Eles haviam perdido de vista o eu em seu amor a Cristo e Sua mensagem especial. O eu ainda não crucificado em outros estava contrariado:
 “Se fosse permitido que os raios de luz que brilharam em Mineápolis exercessem o seu poder convincente sobre aqueles que tomaram posição contra a luz, ... teriam recebido as mais ricas bênçãos, desapontado o inimigo, e se mantido como homens fiéis, fiéis a suas convicções. Eles teriam tido uma experiência rica, mas o eu disse: Não. O eu não era para ser recusado; o eu lutava pelo domínio”.7
Em Mineápolis, a personalidade de Jones e Waggoner se tornou o, consciente tropeço visível para a invisível, inconsciente, rejeição de Cristo, a Palavra. Isto é evidente, no seguinte: “Homens que professam piedade têm desprezado a Cristo na pessoa de Seus mensageiros. Como os judeus, eles rejeitam a mensagem de Deus. Os judeus perguntavam a respeito de Cristo: “Quem é este? Não é este o filho de José?” Ele não era o Cristo que os judeus estavam à procura. Assim, hoje as agências que Deus envia não são o que os homens têm procurado”.8
Se somos tentados a encontrar um caminho mais fácil, dizer que esse passado vergonhoso não deve preocupar nossa geração, pode o Senhor abrir novamente o caminho para enviar a chuva serôdia?
O Senhor nos chama a reconhecer nossa solidariedade para com os nossos “pais”. Embora sendo ele próprio inocente, Jeremias confessou e se arrependeu dos pecados de seus pais: Posto que as nossas maldades testificam contra nós, ó Senhor, age por amor do Teu nome; porque as nossas rebeldias se multiplicaram; contra Ti pecamos” (Jer 14:7).
Somente o arrependimento pode evitar a repetição dos pecados dos pais. A razão pela qual o Senhor exige arrependimento pelos pecados dos “nossos pais” é que sem ele somos programados a repeti-los. Compartilhamos uma humanidade comum. Por natureza não somos melhores do que os que rejeitaram a mensagem de 1888. Se estivéssemos no lugar deles, teríamos feito o mesmo. Isto é o que Ellen White quer dizer ao declarar: “Os livros do Céu registram os pecados que teriam sido cometidos se tivesse havido oportunidade”.9
Cristo não reconheceu repressão de culpa pelo pecado em absoluto. Ele permaneceu de pé diante de Deus por “fidelidade” e assim foi “justo”. Suas motivações eram puras e transparentes.
Este é apenas um prenúncio do tipo de pessoas que a mensagem do terceiro anjo reunirá por fim, pois também terão a “fé de Jesus” — não apenas a fé em Jesus, mas o próprio tipo de fé que Ele tinha, a fé de Jesus. Esta é a experiência profunda dada à igreja de Laodicéia — fé, discernimento espiritual, e a justiça de Cristo.
Paul E. Penno

Notas:

1) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 1, pág 139;
2) Idem, vol. 3, pág. 1043; 3) Idem, vol. 3, pág. 1127;                               
4) Idem, vol. 3, pág. 1061; 5) Idem, vol. 3, pág. 1043;
6) Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 410 a 413;
7) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 3, pág. 1030;
8) Fundamentos da Educação Cristã, pág. 472;
9) Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, pág. 1085.

Notas:
 Se você desejar copiar as 374 recomendações de Ellen G. White aos dois mensageiros de 1888 e sua mensagem, dadas de 1888 a 1896, acesse http://1888mpm.org e clique no título: "How Many Times Did Ellen White Endorse the Message of Jones and Waggoner From 1888-1896?"
No mesmo site você encontra o vídeo desta lição do pastor Paulo E. Penno, explanada no sábado passado, 17/10/15.
Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley  Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
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