Para 31 de outubro a 7 de novembro de 2015
Deus
enviou mensagem após a mensagem a Judá por intermédio de Jeremias e de outros
profetas. Aparentemente cada uma foi universalmente ignorada. Como um pai
criativo, Deus tentou diversas maneiras de conseguir a atenção de Seus filhos
indiferentes em Judá. Quando as palavras não funcionavam, Ele recorria a ações
para demonstrar advertência. Estas mensagens simbólicas, embora percebidas,
foram rejeitadas. Podemos apenas imaginar o mal estar com que Jeremias foi
recebido.
Quando
Jeremias visita o oleiro, sua mensagem deve ter sido extremamente ofensiva para
os seus ouvintes. Eles não podiam ter deixado de perceber essa analogia
aplicada a eles do oleiro e do barro. Esta relação repreendeu o seu pensamento
arrogante de que Deus não tinha escolha quanto à forma que Judá tomou, e que se
esperava que Ele os abençoasse, independentemente de quantos outros deuses
adoravam. Deus lembra-lhes que tinha um plano específico para eles, quando
trouxe seus antepassados para fora do Egito, e que eles o estragaram
por sua apostasia. Novamente, Ele diz: “Eis que estou forjando mal contra vós; e projeto um
plano contra vós” (Jer 18:11). Ainda assim, a resposta deles foi: “Não há
esperança, porque andaremos segundo as nossas imaginações; e cada um fará
segundo o propósito do seu mau coração”. (vs. 12).
A
reação deles foi matar proverbialmente o mensageiro quando disseram “Vinde, e
maquinemos projetos contra Jeremias; porque não perecerá a lei do sacerdote,
nem o conselho do sábio, nem a palavra do profeta; vinde e firamo-lo com a
língua, e não atendamos a nenhuma das suas palavras” (Jer. 18:18).
O
símbolo do jarro quebrado (capítulo 19) representa o que Deus pretende fazer
com Judá, quebrá-los de modo a que não possam ser reparados. Esta não é a
primeira vez que Deus usou o símbolo de quebrantamento para advertir Israel. Um
dos exemplos mais gráficos é a história do levita e sua concubina como
registrada em Juízes 19 e 20. Nesse caso, Ele causou uma reação e reforma em
Israel.
A
quebra do vaso também pode se referir a Jeremias, capítulo 11, onde Deus diz
que eles quebraram a aliança que fez com os seus antepassados quando
os tirou do Egito. Este pacto é: “Dai ouvidos à Minha voz, e fazei conforme a tudo
quanto vos mando; e vós sereis o Meu povo, e Eu serei o vosso Deus”
(Jer 11: 4.).
Esta é
a essência do concerto eterno. A mensagem de 1888 ensina que a aliança de Deus
não é algo que as pessoas devem fazer, mas no que devem crer quando Deus diz “dai ouvidos”. As pessoas muitas vezes
pulam a parte do “dai ouvidos” e consideram
a questão como Deus fazendo uma barganha, pedindo-nos para “guardar” os Seus
mandamentos para que Ele seja o seu Deus. Pensam que sabem o que isso
significa, então nos pomos a fazer o que achamos que Deus quer. Infelizmente,
isso prova que não se está dando ouvidos.
Ellet
J. Waggoner aplicou isso a “nós”: “Não podemos viver uma vida justa por nossa
própria força mais do que poderíamos gerar a nós mesmos. A obra iniciada pelo
Espírito deve ser realizada até à conclusão pelo Espírito . ... O empenho de Paulo, e a primeira experiência
dos gálatas, esteve exatamente em paralelo com a experiência de Abraão, cuja fé
foi imputada como justiça. Lembremo-nos que os “falsos irmãos” que pregavam
‘outro evangelho’ [aos gálatas], chegando a ser o falso evangelho da justiça
pelas obras, eram judeus e reivindicavam Abraão por pai. ...
“As pessoas tomam o sinal por substância, o
fim pelo meio. Vêem que a justiça se revela em boas obras. Por isso, presumem
que as boas obras trazem a justiça. Justiça adquirida pela fé, boas obras
operadas sem trabalho, parecem-lhes impraticáveis e fantasiosas. Chamam-se
homens “práticos” e acreditam que a única maneira de se ter algo feito, é
fazê-lo. Mas a verdade é que todos esses homens são altamente impraticáveis.
... Só no Senhor há justiça e força (Isa 45:24). “Entrega o teu caminho ao Senhor; confia
nEle, e Ele o fará. E Ele fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu
juízo como o meio-dia” (Salmo 37: 5,6). Abraão é o pai de todos os
que crêem para a justiça, e desses somente. A única coisa “prática” é crer,
assim como ele fez”.1
Os
judeus dos dias de Paulo alegavam ser justos pelo ato da circuncisão. O povo de
Judá nos dias de Jeremias cometeram o mesmo erro, mas também afirmavam que Deus
tinha que continuar a abençoá-los porque diziam, “Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este” (Jer.
7:4). Pensavam que podiam manter práticas pagãs no templo e ainda chamá-lo de “o templo do Senhor.” É fácil pensar que
o antigo Judá era tão primitivo que hoje nunca iríamos cometer o erro de
encontrar força em edifícios, ou qualquer outra coisa que tente o nosso orgulho
denominacional.
Outra
“lição” simbólica é encontrada em Jeremias capítulo 13, o cinto arruinado. Isto
parece misterioso, mas é uma aplicação exclusivamente pessoal. Um cinto ou cós
é usado para impedir sua roupa de cair. Algumas pessoas até adicionam
suspensórios porque temem a vergonha da nudez. O pecado causou esse medo. Judá
não sabia que tinham perdido a sua cobertura e estavam nus. Em sua cegueira não
podiam ver que os edifícios, rituais, ou guardar a lei não fez nada para
livrá-los de ter a sua vergonha exposta. Poderia haver uma relação entre a
mensagem de Deus a Judá, e Sua mensagem à igreja de Laodiceia: “... não sabes que és miserável, e pobre, e
cego e nu” (Apoc. 3:17)?
Deus
quis revelar tal orgulho para o povo de Judá. Ele queria mostrar-lhes que
tinham perdido o elemento que os unia a Ele nos níveis mais íntimos. Queria que
esses laços nunca fossem quebrados, mas a sua ignorância de como guardar a Sua
lei resultou na perda da sua proteção e os fez passar vergonha. Eles
persistiram em pensar que adicionar deuses pagãos, mas ainda tentar guardar a
lei de Deus era aceitável. Em vez disso, perderam tudo. Só por estarmos
intimamente ligados a Deus através do trabalho do Espírito Santo podemos
receber a salvação realizada por Jesus. É um trabalho íntimo do coração que
exige humildade e honestidade.
Ellen
G. White aplica este conceito de “obra do coração” de 1888 tão belamente: “Toda
a verdadeira obediência vem do coração. Deste procedia também a de Cristo. E se
consentirmos, Ele por tal forma Se identificará com os nossos pensamentos e ideais,
dirigirá nosso coração e espírito em tanta conformidade com Seu querer, que,
obedecendo-Lhe, não estaremos senão seguindo os nossos próprios impulsos. A
vontade, refinada, santificada, encontrará o seu mais elevado deleite em fazer
o Seu serviço. Quando conhecermos a Deus como nos é dado o privilégio de O conhecer,
nossa vida será de contínua obediência. Mediante o apreço do caráter de Cristo,
por meio da comunhão com Deus, o pecado se tornará aborrecível”.2
Que
bendita promessa. Podemos crer nela.
--Arlene
Hill
Endnotes:
1) The Glad Tidings [As Boas Novas], escrito por Ellet J. Waggoner, págs. 52 a 54. Este é um comentário ao livro de Gálatas)
*À pág. 72, ele declara: “Não se esqueçam que o concerto e a
promessa são a mesma coisa’ [e aqui ele está falando do Concerto Eterno) ‘e
transmite terra, a terra tornada nova, para Abraão e seus filhos. E lembre-se
também que, considerando que apenas a justiça habitará o novo céu e a nova
terra, a promessa inclui tornar justos a todos quantos creem. Isso é realizado
em Cristo, em Quem a promessa é confirmada.”
*Que maravilhosas boas novas temos aqui: MEDIANTE O
EVANGELHO Cristo está preparando um povo perfeito para habitar a Terra
restaurada.’
2) O Desejado
de Todas as Nações, pág. 668.
A irmã Arlene Hill
é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno,
estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista
local. Ela foi um dos
principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”,
que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista
do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno,
Nevada, USA, Telefone 001 XX
(775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do
seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro
de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church
localizada no endereço:
14919
Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
Nota:
Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.
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