quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Lição 9 — O jugo de Jeremias, por Daniel Peters



Para 21 a 28 de novembro de 2015

Nunca há um momento em que não se esteja a levar um jugo — seja jugo de escravidão ou o
jugo de Cristo, recebido por aceitar o convite de Jesus para ser crucificado com Ele.
Jeremias trouxe uma mensagem de Deus aos líderes da nação e foi rejeitada — em 1888, Waggoner e Jones trouxeram uma mensagem de Deus para a liderança desta Igreja que também foi rejeitada. Nada mudou desde a época de Jeremias. Como houve consequências, então, assim haverá agora.
 “Há dois jugos e dois fardos. O fardo do pecado é realmente pesado e, se ele não for perdido ao pé da cruz, irá afundar o portador à perdição. Para todos os que estão fortemente carregados de pecado, Jesus diz: ‘Vinde a Mim, ... e Eu vos aliviarei’. Não há dúvida sobre isso. Se forem, diz Ele, ‘achareis descanso para as vossas almas’. Então, por que não ir? Por que carregar um fardo pesado, quando alguém oferece livremente transportá-lo para você? Em troca lhe dará a sua própria carga, que é leve. O ‘jugo de escravidão’ é um jugo mortificante. Deste Cristo irá livrar a quem for a Ele, e garante: ‘Se pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres’. João 8:36.1
A única parte desta lição que nos é dito para confiar à memória é: “Então Ele disse a todos: Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me”. (Lucas 9:23).
Ellen White, forte apoiadora da mensagem de 1888, escreve: “Devemos levar o jugo de Cristo para que possamos ser postos em completa união com Ele. ... Ouvi o que Deus diz: ‘Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me’. O jugo e a cruz são símbolos que representam a mesma coisa”.2 A Bíblia deixa claro que qualquer coisa que conduza à salvação que traga sobre si as impressões digitais do homem é um jugo de escravidão — o contínuo pecar.
 “O fracasso com muitas pessoas é que fazem uma distinção entre a cruz de Cristo e as suas próprias cruzes. Não há nenhuma cruz que venha a qualquer pessoa sobre a Terra, exceto a cruz de Cristo. Se sempre nos lembrarmos disso, será vida e alegria para nós.
 “O Senhor não nos dá algumas cruzes nossas próprias,-- pequenas cruzes adaptadas a diferentes pessoas, — um tendo uma cruz e outra levando outra. Não podemos separar Cristo da Sua cruz. Cristo está crucificado, Ele é o único crucificado; portanto, qualquer que seja a cruz que venha a nós deve ser a cruz de Cristo, e essa cruz está conosco continuamente. Mas na cruz de Cristo encontramos o próprio Cristo.
 “O que conseguimos através da cruz? — O perdão dos pecados, a reconciliação. 'Também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus' (1ª Pedro 3:18). ‘Para que pudesse reconciliar ambos com Deus em um só corpo pela cruz’. É a cruz, então, que nos une a Deus, e faz-nos um com Ele. Tudo, então, que seja uma cruz é vida para nós, porque nos leva a Deus. Tome as coisas que vêm a nós; novos deveres talvez, nos sejam revelados; pecados, talvez, nos sejam mostrados, que precisam ser negados. Coisas diferentes surgem que eliminam nossos hábitos e nosso próprio caminho e conveniência. Podemos carregá-los de uma forma dura e triste, reclamando sobre a nossa religião, e dando a todos que se aproximam com ideia que não concordam com as nossas, que temos de suportar o serviço de Cristo na esperança de que, no além, vamos obter algo melhor, quando sairmos deste serviço desgastante. Ou podemos encontrar a alegria na cruz e salvação e paz e descanso, ao reconhecermos nessa cruz a cruz de Cristo.
 “Suponha que somos mesquinhos. Bem, temos que fazer sacrifícios pela causa de Deus, e assim sabemos que temos de dar alguma coisa. Nós reclamamos sobre isso, e recuamos disso, mas finalmente à força de trabalho duro, conseguiremos realizar alguma coisa . Então penso sobre que cruz difícil carregamos. ... Não é assim; quando a consideramos dessa maneira, então é a nossa própria cruz, com Cristo deixado de fora, e não há salvação senão na cruz de Cristo.
 “Com mil outras coisas é o mesmo. Lamentamos sobre elas, e é somente pela força de vontade que temos força até o esgotamento, e tomamos o remédio amargo, consolando-nos com o pensamento de que, aos poucos, tudo isso vai acabar. Não haverá tempos difíceis quando chegarmos ao Reino.
 “Possivelmente destacamos isto fortemente e ainda esta é a ideia da vida cristã com um grande número de pessoas que professam ser cristãs. Cantamos sobre como 'descansaremos no celeste porvir’, e de alegrias a vir, dando ao mundo a ideia de que não há alegria no presente. A ideia também comumente é de quanto mais difícil for a cruz, mais alegria haverá quando isso tiver findado3. Isso não é cristianismo, em absoluto, mas paganismo.
 “Agora todas essas coisas sobre que temos laborado podem ser coisas que Deus exige que façamos. Ele não nos obriga a nos açoitar com chicotes, ou ir em peregrinação de joelhos; mas a única diferença entre nós mesmos, quando transformamos nossos deveres em encargos, e o homem que se chicoteia ou sobe escadas de joelhos é que tornamos penitências aquelas coisas que Deus exige, e o outro faz sua penitência além das coisas que o Senhor de nós requer. No entanto, julgamos ser melhores do que ele!
 “Ambas as classes estão tentando colocar uma cruz que tomaria o lugar da cruz de Cristo. As pessoas pedem ao Senhor para aceitar a sua oferta pelo pecado. Cada cruz que os homens carregam dessa forma é dura. Se isso fosse tudo o que há na cruz, essas cruzes deveriam ter servido ao seu propósito, pois foram amargas e cruéis o suficiente, então deve haver algo mais na cruz além de dureza. Popularmente a ideia é de que qualquer coisa que seja desconfortável – que uma pessoa não gosta de fazer — é uma cruz, e alguns homens realizam suas obrigações ... tornando-se desconfortáveis o tempo todo.
 “A ideia tem sido: ‘Nenhuma cruz, nenhuma coroa’; quanto mais sofremos, mais desfrutaremos do além. Este é tempo de sofrimento, no além termos o tempo de desfrute. Então, vamos suportar isso. Certamente, pensamos, essas cruzes nos levarão para mais perto de Deus.
“Sempre desejamos chegar mais perto, contudo encontrando-nos longe. Então não tivemos Cristo na cruz, embora nos convencêssemos de que estávamos acreditando em Cristo e levando a Sua cruz. ... O problema foi que tivemos uma cruz no lugar da cruz de Cristo, — um  substituto para ela.
 “Quem estava naquela cruz? — o Eu. O poder da cruz de Cristo é o poder de Sua vida, — o  poder de uma vida infinita. O poder em nossas cruzes era somente o poder da nossa própria vida, o que é nada, e não poderia trazer-nos para mais perto de Deus. Estávamos crucificando-nos em nossas próprias cruzes; e ao pensarmos que essas cruzes eram a cruz de Cristo, fomos nos colocando no lugar de Cristo”. [4]
Lembre-se, só há uma cruz real no mundo, e é a cruz de Jesus Cristo. Se aceitarmos o ponto de vista popular do velho concerto de que Cristo está apenas perto de nós, necessitaríamos de nos crucificar na nossa própria cruz perto de Cristo. Esta é uma falsa “verdade” sem salvação ou perdão dos pecados nela.
A mensagem trazida a nós em 1888 refutou esta opinião popular e restaurou a cruz de Cristo ao seu lugar de direito dentro da Igreja — dentro do crente. Essa restauração é que foi rejeitada.
 “A questão para todos é: ‘Você sabe que Cristo vive em você? Você está unido a Ele?’ Há muitas pessoas que são professos obreiros para Ele, que não ousam dizer que Cristo vive neles; não sabem que Cristo é um com eles. Quando estávamos transportando cruzes segundo a maneira que descrevemos, não poderíamos dizer, ‘Cristo vive em mim’. Assim, estávamos separados de Deus e, separados da Sua cruz. Era eu no lugar de Cristo, uma ‘forma de piedade, mas negando a eficácia dela’, pois o poder da divindade é a cruz de Cristo. Nós negamos a cruz de Cristo, por isso negamos o poder do Evangelho.
 “Cristo foi crucificado pelo pecado. Não houve cruz exceto para o pecado. Ele levou os nossos pecados. Há uma alegria maravilhosa derivada deste fato para nós, de que enquanto estamos ainda no pecado somos autorizados a reivindicar a Cristo como nosso, e dizer ‘Estou crucificado com Cristo; não obstante vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e a Si mesmo se entregou por mim’. Se nós não podíamos afirmar isso com toda segurança enquanto ainda pecadores, nunca poderemos fazê-lo. Mas, enquanto em pecado, podemos reivindicar a Cristo como nosso, e que Ele está em nós. Sabemos disso porque o Espírito Santo diz que é assim. Para o homem que crê no Senhor e se atreve a afirmá-lo, é força eterna.
 “Cristo é o Salvador presente de todos os homens. ... Tomar a cruz é levá-Lo. Negar a si mesmo é apropriar-se dEle. Crucificar o eu de fato é tomar a Sua vida, e a vida que vivemos com Ele não é de dureza e desconforto, e o exercício de deveres desagradáveis por causa do gozo do além, mas é o constante brotar de vida e da alegria; de forma que com alegria e sem resmungos tiramos água das fontes da salvação. Faz toda a diferença quando temos a Sua cruz”.5
Aceitaremos a mensagem que Deus nos enviou em 1888, ou vamos cegamente permanecer sob o jugo da escravidão, enquanto aguardando consequências eternas adicionais? Aceitaremos a mensagem de Cristo em nós — não apenas perto de nós?

--Daniel Peters
Notas:                                 Endnotes:

1) E. J. Waggoner, "Judgment and Mercy," [Julgamentoe Misericórdia] The Signs of the Times, 3 de Nov. de 1887;

2) Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, pág. 1090;

3) E. J. Waggoner, "The Cross and Crosses," [A Cruz e Cruzes]  The Present Truth, 22 de Feb. 22, de 1894;

4) Iibidem;

5) Ibidem.           

O irmão Daniel Peters e sua esposa Linda, vivem na parte leste da cidade de Los Angeles, Estado da Califórnia, EUA. Ele trabalha como conselheiro oficial antidrogas e álcool para mães e mulheres grávidas. O seu coração foi sensivelmente tocado pela “mui preciosa mensagem” (Test. p/ Ministros, págs . 91 e 92) e sua vida tem sido apaixonadamente dedicada a esta mensagem que Deus outorgou à Sua igreja em 1888. Ele e sua família são membros da igreja adventista do sétimo dia de Whittier, uma cidade a 19 kms ao sul de Los Angeles, localizada no nº 8841 na Calmada Avenue, Whittier, Ca. 90605, EUA. Ele é tataraneto de Ellet J. Waggoner. O irmão Daniel é um ardoroso estudante da Bíblia e do Espírito de Profecia e de toda literatura relativa à mensagem de 1888. Ele foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, realizado em 21 e 22 de maio de 2010) na Igreja Adv. Do 7º Dia da cidade de Reno, estado de Nevada, localizada na 7125 Weest 4th Street.
          Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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