quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Lição 10 — A destruição de Jerusalém, por Arlene Hill

Para 28 de novembro a 5 de dezembro e 2015

Porque a visão é ainda para o tempo determinado, mas se apressa para o fim, e não enganará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará. Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá”. (Hab 2: 3, 4.).

O contexto deste versículo é previsão do cativeiro babilônico de Judá. Mas a linguagem é ampla o suficiente para abranger grande parte da história humana, mesmo no fim dos tempos. Deus não mais fala em termos condicionais. Séculos de avisos condicionais para arrependimento foram dados e cada um foi ridicularizado, explicados distorcidamente e os mensageiros desacreditados ou simplesmente ignorados. Julgamento ocorreu e será executado; “certamente virá”. Mesmo que pareça improvável por aparentemente “tardar”, ou atrasar, “certamente virá”.

Em Jeremias 37:1-10, o Senhor deu instruções ao rei Zedequias de que sua tentativa de aliar-se com o Egito por sua ajuda contra o cerco dos caldeus seria um fracasso e que eles iriam ser capturados. Jeremias foi chamado de traidor e lançado na prisão.

Que lição este momento triste na história de Judá têm para nós hoje? Se vemos isso apenas como detalhe para embelezar o registro histórico, perdemos uma bênção vital. A marcha de Judá à apostasia era completamente injustificada e evitável. Instruções e advertências ao longo de séculos de Deus parecem simples, do nosso ponto de vista, curioso e inexplicável. Pensamos que “nunca faríamos isso”. Mas, antes de nos empenharmos em excessiva auto-satisfação, um exame de consciência caberia muito bem.

Na Assembleia da Associação Geral de 1901, o pastor William Warren Prescott comparou o tempo apenas antes da destruição de Jerusalém e do cativeiro babilônico:

Agora estamos atravessando as mesmas circunstâncias de novo [A Igreja] está ameaçada de destruição E por quê? Pela mesma razão que em tempos antigos — porque eles recusaram a verdade, porque haviam recusado a mensagem de Deus, porque tinham se afastado de um serviço de coração e haviam aceitado forma e cerimônia em lugar daquela operação da vida de Deus no coração e alma”.1

Referindo-se à Assembleia da Associação Geral de 1901, Ellen White disse: “O resultado da última Assembleia da Associação Geral tem sido a maior e mais terrível tristeza da minha vida Nenhuma alteração foi feita O espírito que devia ter sido trazido a toda a Obra como resultado dessa reunião não se deu porque os homens não receberam os testemunhos do Espírito de Deus. ... Assim, hoje sobre aqueles que tiveram luz e evidências, mas que se recusaram a dar ouvidos às advertências e apelos do Senhor, os ais celestiais são pronunciados”.2

Em 18 de fevereiro de 1902, o edifício principal do Sanatório de Battle Creek — o hospital — foi incendiado. Dez meses depois, em 30 de dezembro de 1902, a Review and Herald experimentou a mesma sorte.

Hoje Deus está vendo o Seu povo. Devemos procurar descobrir o que Ele quer dizer quando arrasa o nosso sanatório e a nossa editora. Não vamos continuar avançando como se não houvesse nada de errado”.3
Pouco tempo depois que o fogo destruiu o escritório da Review and Herald, um artigo de Ellen White foi impresso na Review”, em que era claramente afirmado que a destruição do Sanatório e do escritório da Review pelo fogo era uma visitação de Deus por conta dos desvios persistentes dos Seus caminhos, e o fracasso em agir de acordo com o aviso e instrução que tinham sido dados por muitos anos através do Espírito de Profecia.” No entanto, pouco tempo depois de 1903 a Assembleia da Associação Geral, numa “reunião dos acionistas da Review and Herald, a declaração foi reiterada perante uma audiência pública de que aqueles incêndios não foram os juízos de Deus. …

Aqueles que estão familiarizados com as circunstâncias de nosso trabalho e de nossas instituições aqui, especialmente durante os últimos dez ou quinze anos, não precisam ser lembrados das muitas palavras de advertência e instrução que o Senhor nos enviou através de Seu porta-voz escolhido, até que o juízo de Deus caiu em cima de nós pelo nosso fracasso em obedecer, e é totalmente inútil e, pior do que inútil, tentar esconder isso de nossos próprios olhos ou dos olhos do mundo. O que poderia ter sido salvo por acatar a palavras de instrução e aviso tornou-se agora uma calamidade pública sobre nós, mas, apesar de tudo isso, há ainda vozes que dizem que este não é um julgamento sobre nós”.4

O principal problema de Israel era o orgulho. O orgulho nos leva a rejeitar o conselho de Deus em favor de nossas próprias fantasias, não importa quão longe esteja da verdade. Há aqueles que afirmam que nós, como Igreja, aceitamos a verdade da mensagem de 1888. Dizem que a temos ensinado desde então, por isso não há necessidade de uma investigação mais aprofundada. Este é um “espírito de preconceito e crítica farisaicos. Tão logo isso seja acatado, os anjos se afastam de nós, pois eles não podem ministrar em pecado. Vós possuís em grande medida o mesmo espírito que foi revelado na Assembleia de Mineápolis. O engano que dominava mentes ainda existe. Alguns não estão dispostos a ver e reconhecer seus erros, e sua cegueira de espírito permanece”.5

Alguns falam em louvor, [da mensagem] como se fosse um cavalo ou uma vaca que estivessem inspecionando visando à compra, se os termos lhes convierem. A verdade precisa ser trazida para a sua própria experiência de vida, o Espírito Santo tem que ser um poder duradouro na vida, santificando a alma dia após dia, e preparando, moldando e formando o caráter segundo o modelo divino”.6

Se a incredulidade que resultou nos juízos enviados por Deus à nossa Igreja na destruição de nossa principal editora e hospital há tantos anos persiste até hoje, podemos esperar consequências diferentes em nossa geração? Talvez ele não virá na forma de prédios em chama, mas as pessoas pensantes hoje estão preocupadas com a perda trágica de muitos de nossos jovens. Eles ouviram ideias do Velho Concerto de que a religião é difícil e que agradar a Deus é quase impossível. A mensagem do Novo Concerto que podemos acreditar é de que a justiça realmente é pela fé, e é isso que os jovens de qualquer idade precisam ouvir. Devemos ver a perda da nossa juventude como uma calamidade muito maior do que a perda de um par de edifícios.

--Arlene Hill
Notas:


1) Sermão pregado pelo pastor William Warren Prescott em 15 de Abril de 1901, publicado no Boletim da Conferencia Geral do dia 17;
2) Carta de Ellen G. White escrita ao Juiz Jesse Arthur em 14 de Janeiro de 1903, publicada em Manuscript Releases, vol. 13, págs. 122, 123;
3) Sermão “Lições do Reinado de Josias”, pregado por Ellen G. White em 30 de março de 1903, registrado no Boletim da Conferência Geral de 1903 em 1º de abril de 1903;
4) Nota editorial "Instruction and Response," [Instruções e Respostas] publicado na Review and Herald, em 19 de maio de 1903;
5) Ellen G. White, Boletim Diário da Conferência Geral, de 13 de Abril de 1891;
[6] Carta de nº 22, de Ellen G. White ao pastor Ole Andres Olsen, então presidente da Associação Geral, escrita em 23 de novembro de 1892; publicado em Pamphlets, [Panfletos] Nº 2, com o título "Appeal and Suggestions to Conference Officers," [Apelos e Sugestões aos oficiais da Conferência Geral] 1893.


A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street, Reno, Nevada, USA, Telefone 001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.


Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.
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