terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Lição 1 — Crise no Céu, por Paul E. Penno



Para 26 de dezembro de 2015 a 2 de janeiro de 2016

Bem-vindos a um novo ciclo de lições da Escola Sabatina sobre o tema do grande conflito na Bíblia. Nosso objetivo é deixar a dinâmica da mensagem de 1888 resplandecer através dessas lições.
Podemos entender como guerras podem irromper neste mundo pecaminoso e escuro; mas, como poderia haver “guerra no céu”? (Apoc. 12:7) O céu é um lugar perfeito! Quem começou isso?
A Bíblia diz claramente que o pecado originou-se com Lúcifer, o mais elevado dos anjos.1 Ele procurou espalhar a rebelião. E muitos anjos se uniram a ele.2 Mas quem começou o conflito que resultou em “o grande dragão ... o Diabo, e Satanás” ser lançado fora (vs. 9)?
Ellen White diz que a nova ideia de Lucifer de “...exaltação do eu, ao contrário do plano do Criador, pressagiou o mal e o despertou nas mentes daqueles para quem a glória de Deus era suprema.”3 Esta quieta, inteligente e secreta “exaltação do eu” teria prosseguido e avançado mais e mais se não fossem algumas “mentes” leais a Deus “despertadas” para se oporem a ela. Foram os que começaram a “guerra no céu”! Eles não se contentaram em deixar essa obra dissimulada prosseguir sem oposição.
Esta guerra contra Deus não começou no inferno, pois não havia inferno na época, mas começou num lugar perfeito no céu. Foi lá que Satanás inventou o princípio do amor próprio. Esta era uma ideia nova no universo de paz de Deus que havia estado repleto com altruísmo e harmonia. O livro do Apocalipse descreve a guerra entre Satanás e “Miguel”, um outro nome para Cristo.
 “Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos batalharam contra o dragão, e combateram o dragão e os seus anjos, e não prevaleceram, nem o seu lugar se achou mais no céu. E o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo foi precipitado para a Terra, e os seus anjos foram expulsos com ele” (Apo. 12:7-9).
A partir disso aprendemos algumas verdades importantes. A arma de Satanás na batalha era a mentira; a arma de Cristo era a verdade. A verdade triunfou sobre a mentira (ela sempre triunfará!). Alguns dos anjos se juntaram a Satanás na sua rebelião, acreditando nas mentiras dele. Satanás enganou “o mundo inteiro”, de modo que agora ele e seus anjos estão neste planeta travando guerra contra Deus. Na sua grande maioria os habitantes da Terra são “enganados” pelo diabo e seus anjos maus (ou espíritos). Assim, não há segurança em seguir as multidões! Naquela fatídica manhã de sexta-feira na sala de julgamento de Pilatos, quando Jesus estava diante dele, foi a multidão que gritou: “Crucifica-o!” Aqueles que permaneceram leais a Jesus constituíam uma minoria, e sempre serão assim.
Satanás foi “precipitado para a Terra”, porque os nossos primeiros pais o acolheram (Gên. 3). Agora a controvérsia cósmica continua aqui até que “nossos irmãos” vençam a Satanás “pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho” (duas coisas!), e “não amaram suas vidas até à morte” ( Apoc. 12: 9-12). Quando entre eles aquela original “exaltação do eu” é renunciada a vitória final vem.
As mentiras de Satanás devem ser desmascaradas e ele deve ser derrotado para que o Reino de Deus seja estabelecido. A guerra entre o bem e o mal não pode continuar para sempre, pois se isso acontecer ele vai provar que Deus é impotente. E isso vai significar que a verdade não pode prevalecer. Nenhuma notícia poderia ser pior do que essa. A vitória para a justiça deve ocorrer.
E é aí que a mensagem de 1888, quanto à verdade do santuário, emerge brilhantemente. Durante o julgamento, muitas vezes mencionado como o “grande conflito”, Deus está para os habitantes desta Terra, pelo menos, numa espécie de exílio. Como o rei Davi se sentiu obrigado a desocupar o trono em Jerusalém e partir para o exílio temporário quando o seu filho Absalão se rebelou, assim Deus estabeleceu o Seu “quartel-general de campo” temporário onde a guerra é direcionada a pôr fim à rebelião. O santuário é o “tabernáculo” ou “tenda” de Deus.4
A honra do santuário é a honra do trono de Deus. Essa honra está em perigo até que os problemas sejam por fim resolvidos. Assim como a palavra “faraó” para os antigos egípcios denotava “casa do governo,” do mesmo modo a “purificação do santuário”, significa a reivindicação da “casa” ou governo de Deus em relação ao problema do pecado. O santuário é o cenário para todas as atividades de Cristo.
Vitória para a justiça é precisamente o cenário que a Bíblia revela no livro do Apocalipse: “E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte” (Apoc. 12:10, 11).
A verdadeira “salvação” é maior do que a nossa segurança pessoal. É a salvação da causa da justiça e da verdade. A nossa salvação pessoal está envolvida nessa salvação maior, como salvar o dedo de um afogamento está incluído na salvação do seu corpo. Na verdade, a nossa salvação pessoal seria inútil sem uma maior salvação ter sido alcançada. Não há nenhuma maneira em que almas “salvas” possam existir independentemente de Deus!
Este estabelecimento do “reino de Deus” é o mesmo que o objetivo da oração do Senhor: “Venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade assim na Terra como no céu” (Mat. 6:10).
A inimizade e guerra de Satanás são agora dirigidas contra os “nossos irmãos”, isto é, contra todos os que são leais a Deus. Aqueles que são leais a Satanás permanecem do seu lado. Todos os seres humanos estão, portanto, envolvidos nesta grande guerra espiritual, e ninguém pode eximir-se de estar de um ou outro lado.
A lealdade para com Deus é cara, pois significa (para muitos, pelo menos) o sacrifício da própria vida.
Mas isso não é difícil para eles, porque são leais “até à morte” por meio da fé “no sangue do Cordeiro”. Cristo foi leal a eles “até a morte”, “até mesmo a morte de cruz” (Fil. 2: 8). Eles dizem “obrigado” por tal sacrifício.

Paul E. Penno


Notas:

1) Eze. 28:12-15; Isa. 14:12-14;
2) "The third part," [A terceira parte] Apoc. 12:4;
3) Ellen G. White, O Grande Conflito pág.494;
4) Cf. Heb. 9:2; 9:11; Apoc.13:6; 15:5; 21:3;  

Nota: Esta lição e o seu vídeo em inglês estão na internet, em: http://1888mpm.org

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley  Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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