Para 19 a 26 de dezembro de 2015
“O Senhor,
justiça nossa” (Jer. 23: 6) é um identificador da origem da
mensagem de 1888.1 O que
isto significa?
Proclamar verdadeira justificação pela fé sempre foi o método do Senhor
no enfrentamento da apostasia. É assim que Paulo confronta a apostasia dos
gálatas. Jeremias apresentou “o Senhor,
justiça nossa” à antiga Judá. Isaías foi o profeta evangélico. Não
entendemos o ministério de Elias, a menos que notemos como ele proclamou uma
mensagem de reconciliação a Israel que fizesse “voltar o seu coração” e curar a alienação (1º Reis 18:37; Mal. 4:
5, 6). Os métodos de cura do Senhor não são de sangue, trovão, relâmpago, e
terremotos que quebram as rochas. “Chorar
em voz alta” de forma eficaz é mediante essa “voz mansa e delicada” da verdade do evangelho puro. Entender e
proclamar a pura Boa Nova de Deus!
O Senhor tem algo de especial para o Seu povo que vive no fim dos
tempos: “Ao que vencer lhe concederei que
se assente comigo no Meu trono, como Eu venci e Me assentei com o Meu Pai no
Seu trono” (Apoc. 3: 21). Ele ministra este privilégio especial agora
quando o pecado e a tentação parecem mais fortes e mais atraentes do que nunca,
e quando nós, seres humanos, somos ainda mais fracos e mais suscetíveis de
cair.
Nestes últimos dias, portanto, o Salvador tomando nossa decaída carne do
pecado, torna-Se uma verdade mais preciosa do que nunca. Sua superação não só é
um exemplo para nós. Um exemplo é inútil se você não sabe como segui-lo! Nosso
Exemplo torna-se nosso Exemplo para treinamento. Ele Se identifica com você e
você se identifica com Ele. Sua tentação se torna a Sua tentação; e seu
fracasso se torna a preocupação dEle. O seu sucesso é a Sua vitória, pois você
está unido num jugo com Ele, e Ele é o que puxa o peso pesado. Nossa tarefa é
ficar com Ele e cooperar com Ele, submetendo nossa vontade a Ele. Nunca deixe o
jugo feliz que lhe une a Ele. Esse é o melhor lugar onde se estar, para sempre.
Cristo sabia que nestes últimos dias Satanás levaria multidões de seres
humanos à toxicodependência, alcoolismo, crime, luxúria, abuso de crianças,
homossexualidade, pornografia, fornicação, adultério, bulimia — todas as
tentações que parecem irresistíveis porque temos uma natureza pecaminosa. A
ovelha perdida se afastou mais do que nunca do aprisco, mas o Bom Pastor vai
mais longe do que nunca “até
encontrá-la”. Isto significa que, como um psiquiatra divino, Ele investiga
cada vez mais profundamente o porquê das nossas fraquezas dos últimos dias, e
proporciona a cura completa. Abundante pecado significa que há graça muito mais
abundante.
Jeremias e Paulo falam da “justiça” de Cristo (Romanos 3: 21-26; 5:18.).
Esta frase significativa implicitamente requer o entendimento de que em Sua
encarnação Cristo tomou a natureza caída e pecaminosa do homem. A razão é óbvia.
“Justiça” é uma palavra que nunca
é usada para seres com uma natureza sem pecado. Lemos dos “santos” anjos ou
anjos não caídos, mas nunca de anjos justos. Adão e Eva antes da queda eram
inocentes e santos, mas nunca lemos que eles eram justos. Eles poderiam ter
desenvolvido um caráter justo se tivessem resistido à tentação, mas justiça
tornou-se um termo que significa santidade que confrontou tentação na natureza
humana pecaminosa e a venceu plenamente. E é isso que Cristo, como verdadeiro
homem-Deus, realizou.
A palavra significa justificação, e algo que é sem pecado não pode
precisar de justificação. O sentido inato da palavra é endireitar algo que é
torto, corrigir algo que é injusto.
Aquele que tem apenas uma natureza sem pecado seria santo, mas não pode
ser referido como justo. Cristo não tinha pecado, mas Ele “tomou” nossa
natureza pecaminosa distorcida e nela viveu uma vida perfeita de santidade.
Isso Lhe concede o direito de trazer esse nome glorioso, “O SENHOR, JUSTIÇA NOSSA” (Jer. 23: 6).
Por isso Judas diz que Ele “é
capaz de guardar-vos de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis diante da
presença de Sua glória, com alegria” (v 24). A revelação corrobora esta
promessa, exibindo um povo que é “irrepreensível
diante do trono de Deus”. Assim, Ele pode dizer do seu povo, “Jerusalém vai . . . ser chamada: O Senhor a
Nossa Justiça” (Jer. 33:16).
O segredo de sua vitória não é um programa especial de obras de tentar
mais duramente do que nunca. É a recuperação de uma fé mais pura do que
qualquer geração anterior atingiu, uma intimidade anteriormente não conquistada
de simpatia com Cristo, uma apreciação dEle de coração, um “levantamento” da
Sua cruz com todo o derretimento de corações congelados que se segue. Nada mais
do que uma preocupação contrita de honrar a Cristo pode “guardar de tropeçar”. Preocupação egoísta, medo do inferno,
trabalhar para recompensas no céu, irão falhar.
Ellen White ficou radiante quando ouviu a mensagem da justificação pela
fé dos lábios de A. T. Jones e E. J. Waggoner. Para ela, esse claro ensino era
consoante com a mensagem dos três anjos: “É
chegada a hora do Seu juízo” e nosso Sacerdote está purificando o santuário
celeste. Que relação existe entre a justificação pela fé e a purificação do
santuário celeste por Jesus nosso Sumo Sacerdote?
A resposta é que Jesus desde 1844 vem realizando o ministério do Dia da
Expiação — a eliminação dos pecados. Mas antes que o santuário seja purificado
no céu, o templo (*do coração) do Seu povo na Terra deve ser purificado. A
fonte de poluição do pecado deve ser encerrada em Seu povo. A honra de Deus e
da integridade da Sua aliança estavam em jogo. Deus tem a solução para o
problema do pecado. O evangelho de Jesus Cristo pode perdoar pecados, e Sua
justiça tem o poder, em virtude do Espírito Santo, de purificar o templo da
alma. Isso Deus prometeu em Sua aliança eterna (Jer. 31:33).
Assim, quando ela ouviu esta mensagem, reconheceu nela o poder e a força
do evangelho que iria preparar o povo de Deus para apresentar-se com um caráter
puro no dia da segunda vinda de Cristo. Seriam um testemunho vivo de Deus em
meio à hora de crise. Seriam parte dos 144.000 a serem trasladados sem ver a
morte em Seu retorno. Seriam um testemunho vivo do poder de Deus para a
salvação do pecado. Vivendo na carne do pecado, tentados, provados e aflitos, o
mistério da piedade seria revelado neles — “Cristo
em vós, a esperança da glória” (Colossenses 1:27).
—Paul E. Penno
Nota do autor
1)
Deus olha para
Seu Filho morrendo sobre a cruz e está satisfeito, e Jesus é chamado “O Senhor Justiça nossa”. Então, que o pecador se aproprie, pela fé,
dos méritos do sangue de um Redentor crucificado ao seu próprio caso —‘O Senhor
minha justiça.’” Ellen G. White, “Experience Following
the 1888 Minneapolis Conference,” [Experiência após a reunião de Minneapolis em
1888]. Material de Ellen G. White sobre 1888, vol. 1, pág. 375 (Manuscrito 30,
de 1889).
Paulo
Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na
Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no
endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi
ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na
Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos
escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva
Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele
escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja
Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos
sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também
pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E.
Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”,
nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church
localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley
Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando
a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em
Nota:
Esta lição, em inglês, e seu vídeo estão na internet no site: http://1888mpm.org
Atenção,
asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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