quinta-feira, 26 de julho de 2012

Lição 4 – Alegria e gratidão, por Daniel Peters

Para 21 a 28 de julho de 2012


"Olhando para Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que Lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-Se à destra do trono de Deus" (Heb. 12:2, Almeida Contemporânea). Em algumas versões da Bíblia você pode observar que a palavra "nossa" (*estando em itálico, significa que) não é uma parte do verso original. Isso realmente acrescenta ao nosso entendimento de que a fé é iniciada e finalizada por Cristo. A Versão Inglesa Revisada afirma que desta maneira: “Ele é o pioneiro e o aperfeiçoador da fé” (*A Almeida Fiel diz: "Ele é o autor e consumador da fé". A fé é dEle, portanto, é a fé de Jesus.
Isto torna a fé um dom, não uma parte natural da carne humana. Romanos 12:3 diz: "Deus tem repartido [dado] a cada um a medida de fé." A fé "repartida" por Deus a nós é ativada quando ouvimos o evangelho, pois se diz que "a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" (Rom. 10:17). Onde não existe a palavra de Deus não pode haver fé.
Paulo pregava Cristo e este crucificado aos Gálatas e eles receberam o Espírito pela pregação da fé. Como Abraão eles creram em Deus e foram considerados justos. (Gálatas 5:1-6). "Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também" (Atos 15:11).
Esta foi a experiência dos tessalonicenses. Quando ouviram que "Cristo morreu por nós quando éramos ainda pecadores, e que isto é a prova de Deus de Seu amor para conosco" (Rom. 5:8, Versão Inglesa Revisada), seus corações responderam com a alegria humilde de agradecimento! Sua resposta foi a "pregação da fé" (*Gál. 3:2 e 5, ú.p.) e esta fé operou neles o fruto do Espírito. Esta foi a razão de ação de graças de Paulo!
"A Bíblia ensina tão claramente que a justiça é pela fé. Portanto, o único elemento que o povo de Deus precisa para se preparar para a segunda vinda de Cristo é fé genuína. ... Fé é entendida, no seu verdadeiro sentido bíblico, isto é, uma apreciação de coração pelo Ágape de Cristo"1
Então, por que é que Paulo diz "obra da fé" e não suas obras e sua fé? Por que ele rejeita contribuição humana em adição à fé? Bem, aqui está o que ele disse sobre as obras e a natureza da fé: "Se estamos em união com Cristo Jesus, a circuncisão [contribuição humana / obras] não faz nenhuma diferença de modo algum, nem a falta dela, a única coisa que conta é a fé que se expressa através do amor [Ágape]" (Gál. 5:6, Versão Inglesa Revisada).
Isaías diz: "Toda a carne é erva, ... todas as nações são como nada perante Ele; Ele as considera menos do que nada e como uma coisa vã" (Isa. 40:6, 17). Paulo segue nesta verdade da Escritura, declarando: "Porque eu sei que em mim, isto é na minha carne, não habita bem algum" (Rom. 7:18).
Portanto, a questão é esta: "Como pode um homem, que é erva, e não é nada, e menos que nada, e sem valor, sem nada existir de bom nele de modo algum, contribuir com algo para sua salvação, especialmente considerando que Deus demonstrou Seu amor por nós, sem nossa participação, e antes mesmo de existirmos?"
Ellet J. Waggoner, um dos dois mensageiros de 1888, com credenciais celestes, escreveu: "O escândalo da cruz é que a cruz é uma confissão da fragilidade humana, do pecado e da incapacidade de fazer qualquer coisa boa. Tomar a cruz de Cristo significa depender apenas dEle para tudo, e esta é a humilhação de toda soberba humana. Os homens gostam de imaginar-se independentes. Mas deixe a cruz ser pregada, que seja dado a conhecer que no homem não habita bem algum e que tudo deve ser recebido como um dom, e alguém logo se ofende" (As Boas Novas, pág. 113).
A operação da fé nos tessalonicenses produziu a obra de amor e a paciência da esperança. Eles próprios não faziam isso. Pode-se perguntar, "Bem, então, como é que Paulo pode ter ficado tão alegre com eles?" Porque eles não resistiram ao Espírito que veio a eles através da pregação da fé, e a fé operou neles através do amor de Deus, o próprio Ágape de Deus agora estava sendo demonstrado nos tessalonicenses, sem qualquer contribuição humana deles próprios.
Alguém poderia perguntar: "E quanto à obediência aos mandamentos de Deus, então?" A obediência a todos os mandamentos de Deus "brota da sua fé e, portanto, não há chance para que ele fique engrandecido, uma vez que o ato de obediência não é ação pessoal sua, mas é a ação de sua fé, e creditada a ele como própria dele. O homem cuja alma se eleva nele, é o homem que pensa que pode de si mesmo fazer tudo o que é necessário, e que, consequentemente, não faz nada. Assim, "o orgulho vai adiante da destruição" (ver Waggoner, Signs of the Times, 4 de fevereiro de 1889).
A justiça é a obediência à lei de Deus, a justiça é pela fé que opera no homem pelo amor de Deus; a obediência é exclusivamente pela fé de Jesus; assim a justiça e a obediência são ambas obras de Cristo por meio do Espírito, que também veio a nós pela pregação da fé — é tudo da fé, ou é tudo da erva, (*quer dizer, não é) nada.
Todas as Escrituras ensinam que a fé opera. "A fé que opera pelo amor" (Gálatas 5:6) é declarado para ser a única coisa necessária. Os irmãos tessalonicenses foram elogiados por sua "obra da fé" (1ª Tess. 1:2, 3). "Assim, o exemplo de Abraão é usado como uma ilustração do modo como a fé funciona. Deus fez uma promessa a ele, ele creu na promessa, e sua fé foi imputada a ele como justiça. Sua fé era o tipo que opera justiça. ... O que Abraão fez foi uma obra de fé. Suas obras não produziram a sua fé, mas sua fé produziu suas obras. Ele foi justificado, não por fé e obras, mas pela fé que opera" (veja "O Chamado de Abraão. O Teste de Fé," de Ellet J.  Waggoner, publicado em The Present Truth, de 2 de julho de 1896. As ênfases são do original).
Sem fé nenhum ato pode ser realizado que vá satisfazer a aprovação de Deus. A Bíblia ensina isso dizendo que "tudo o que não é de fé é pecado" (Rom. 14:23).
"A fé, sendo dom de Deus, vindo pela palavra de Deus, e ela própria operando no homem as obras de Deus, não precisa de nenhuma das obras do homem pecador para torná-lo bom e aceitável a Deus. A própria fé opera no homem o que é bom, e é, por si só, suficiente para preencher toda a vida com a bondade de Deus, e não precisa do esforço imperfeito do homem pecador para torná-lo meritório. Essa fé dá ao homem boas obras, em vez de ser ela própria dependente do homem para “boas obras.” Não se expressa pela "fé e obras", mas pela "fé que opera" ("Editorial", publicado na Sentinela Americana, por Alonso T. Jones, em 31 de maio de 1894). E estamos a tomar as palavras de Jesus exatamente como Ele as proferiu: "A obra de Deus é esta, que creiais nAquele que Ele enviou" (João 6:29).
A fé vem pelo ouvir e então a própria fé opera pelo poder do Ágape, o amor de Deus que cria no homem um coração novo, coloca dentro dele a mente de Cristo, tornando-o uma criação totalmente nova.
Qualquer homem ou grupo de homens que ensine que a salvação é pela fé e obras, está ensinando um método de se esquecer de Deus, que (*no entanto) passa como (*se fosse) um método de se lembrar dEle.
Sugerir que a salvação é pela fé e obras é adicionar à palavra de Deus o que ela não diz ou ensina. Ouça o aviso: "Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que Eu vos mando" (Deut. 4:2; veja também Apocalipse 22:18).
A paciência vem como resultado das "obras da fé" e porque é a fé de Jesus, os mandamentos de Deus são guardados perfeitamente.
Agora, aqui estão os justos que viveram pela fé de Jesus, os santos em quem a obra da fé tem sido obediente a todos os mandamentos de Deus e produziu resistência à paciência da esperança. Aqui há alegria!
—Daniel H. Peters


Nota:
1) Dez Grandes verdades do Evangelho que fazem da Mensagem de 1888 única, de Robert J. Wieland, nº 9..


O irmão Daniel Peters vive na parte leste da cidade de Los Angeles, Estado da Califórnia, EUA, e trabalha como Conselheiro Oficial antidrogas e álcool para mães e mulheres grávidas. O seu coração foi sensivelmente tocado pela “mui preciosa mensagem” (Test. p/ Ministros, págs. 91 e 92) e sua vida tem sido apaixonadamente dedicada a esta mensagem que Deus outorgou à Sua igreja em 1888. Ele e sua família são membros da igreja adventista do sétimo dia de Whittier, uma cidade a 19 kms ao sul de Los Angeles, localizada no nº 8841 na Calmada Avenue, Whittier, Ca. 90605, EUA. Ele é tataraneto de Ellet J. Waggoner. O irmão Daniel é um ardoroso estudante da Bíblia e do Espírito de Profecia e de toda literatura relativa à mensagem de 1888. Ele foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, realizado em 21 e 22 de maio de 2010) na Igreja Adventista do Sétimo Dia da cidade de Reno, estado de Nevada, localizada na 7125 Weest 4th Street.

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Lição 4 – Alegria e gratidão, por Michael Horton

Para 21 a 28 de julho de 2012

“Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações. Lembrando-nos, sem cessar, da obra da vossa fé, do trabalho do amor, e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai” (1ª Tessalonicenses 1: 2,3).
“Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus, porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós. E vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo no Espírito Santo. De maneira que fostes exemplo para todos os fieis na Macedônia e Acaia. Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e na Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma” (1ª Tessalonicenses 1: 4-8).
Os tessalonicenses ocupavam uma importante cidade no Império Romano. Era localizada na estrada Via Egnatia que ligava Roma, aos portos cruciais e cidades da região do Mar Egeu e Turquia. Quando Paulo veio pregar, os tessalonicenses se volveram de seus ídolos para o Deus vivo, porque receberam o evangelho como a Palavra de Deus que efetivamente operou neles. Veja 1ª Tessalonicenses 2:13.
Ao contemplar a bondade de Deus no evangelho de Jesus Cristo, gratidão e apreço brotou. Isso os levou ao arrependimento de tal forma que em se voltando para Ele em fé, e Seu grande Ágape, eles se afastaram deste mundo e sua tri partida maquinação: a concupiscência da carne; a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida (*veja 1ª João 2:16). Crucificados com Cristo, eles se tornaram exemplos que personificaram a fé de Jesus.
Habitar na presença de Deus significa estar em plenitude de alegria. A ironia é que às vezes essa alegria está no meio do sofrimento. E, entretanto, esta alegria é nossa força. Paulo ainda ora para que "o Deus da esperança vos [possa] encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis na esperança pela virtude do Espírito Santo" (Romanos 15:13). Esta alegria e paz estão enraizadas em cada elemento do evangelho — nos seus fatos históricos, no tempo e eternidade, seu fruto, e sua esperança.
Ao examinarmos 1ª e 2ª Tessalonicenses, é bom considerar que Paulo não se destaca apenas como apóstolo, mas como o teólogo inspirado, especialmente para nós hoje. Lidando com questões do evangelho eterno nos concertos — a história, o santuário, todas as Escrituras do Antigo Testamento, judaísmo e o mistério revelado do Evangelho aos gentios — a cruz se torna sua lente através da qual ele põe em foco e sentido todas estas questões. Paulo está na transição da igreja (os chamados para uma orientação de verdadeira missão, mas sempre a cruz de Jesus vai adiante dEle.
Os treze livros da Bíblia, Epístolas [cartas], escritas por ele, falam por si só. Mas Paulo estava ainda mais preocupado com epístolas vivas. É por isso que ele elogia os tessalonicenses. Eles não são meros expositores ou debatedores do evangelho, mas suas vidas exemplificam a obra do Cristo ressuscitado através do doce fruto do Espírito Santo. A teologia de Paulo diretamente amparou sua obra missionária, mostrando que a teologia prática informa, infunde com poder, e orienta o cumprimento da comissão evangélica.

A Estratégia Urbana
  1. Para o Apóstolo, o evangelho de Jesus Cristo era ao mesmo tempo teologia e missão, mas sempre encarna o objetivo final de transformação da vida. O ministério de Paulo envolveu-se em uma estratégia intensamente focada nas cidades, que nos desafia ainda hoje. Embora os tempos difíceis e perseguições à frente nos encorajem a preparar para uma orientação de vida rural, a realidade atual é que as maiores populações do mundo estão cada vez mais concentradas em áreas urbanas1. Assim, o trabalho de Paulo em Tessalônica, tanto quanto em Corinto, Atenas, Éfeso e outras cidades, evidencia que o Espírito o levou a procurar atingir o império de sua época através de suas cidades, ao longo das rotas de comércio e cultura.
O que isso significa para nós no século 21? Hoje, mais de 80% da população dos Estados Unidos, Coréia do Sul, Argentina e Brasil estão em áreas urbanas. Como um todo, a população do mundo está agora mais de 50% em áreas urbanas. É bem diferente dos 4% que eram em 1800, 14% em 1900, e 30% em 1950. Uma estratégia evangélica urbana, portanto, não é uma opção, é uma necessidade.
O esforço de Paulo estabeleceu igrejas com cristãos fortes, cuja fé abraçou a missão da cruz de Cristo, porque eles experimentaram a transformação, capacitadora do Ágape de Deus em Cristo. Este amor que se auto crucifica libera homens e mulheres para trabalho com alegria, e em louvor por eles poderem fazer parte de uma missão tão esplêndida para o mundo.
A confiança em Seu amor, a experiência da justiça pela fé de Cristoe em Cristo, e a consciência de Seu amparo, a santificação da Sua obra como sumo sacerdote, combinado com a esperança de Sua segunda vinda, inspirou nos corações e mentes dos tessalonicenses uma garantia em Cristo, que não podia ser abalada. A bem-aventurada esperança gerou dentro deles resistência para enfrentar o que poderia acontecer a eles, e a determinação para continuar trabalhando com fé e alegria.
As cidades esperam por nós, com suas multidões que um dia serão iluminadas por Sua glória, a única maneira segura de dissipar a escuridão ao seu redor. Isso acontecerá com o Seu poder como nossa autoridade, e Seu amor como nossa motivação. Cristo deve, e irá fazer isso por nós hoje.


Michael Horton

Nota:
1)       
A Sra. White reconheceu que as grandes cidades do mundo não eram lugares adequados para os cristãos viverem e constituir família, mas ela carregava um pesado fardo pelas pessoas não evangelizadas nas áreas urbanas populosas. Em 1909, ela instou: "Instrução me foi dada, ‘—Trabalhe nas cidades; trabalhe nas cidades ... Somos convidados a ir para as cidades e pregar o evangelho e curar os enfermos" (Boletim da Conferência Geral de 1909, 4 de julho de 1909)
A Obra nas Cidades. Um Ser [Deus] de dignidade e autoridade … falou deliberadamente e com perfeita segurança: “—O mundo todo é a grande vinha de Deus. As cidades e vilas constituem parte dessa vinha. Elas têm que ser atingidas. ... Não devemos ocultar a verdade nos recantos da Terra. Ela deve ser proclamada; deve brilhar em nossas grandes cidades. ... Jamais percam de vista o fato de que a mensagem é mundial. Deve ela ser dada a todas as cidades, a todas as vilas; deve ser proclamada nos caminhos e valados. ... Sua luz não deve se limitar a um espaço pequeno, nem ser posta debaixo do alqueire ou da cama; deve ser posta no castiçal, para que produza claridade para todos quantos estão na casa de Deuso mundo. É preciso ter mais ampla concepção da obra” (Testemunhos Para a Igreja, vol. 7, págs. 34 a 36, grifamos).
A Obra na Grande Nova Iorque. Chegou o tempo para fazer decididos esforços para proclamar a verdade em nossas grandes cidades. ... Deus suscitará obreiros para fazer esse trabalho. ...Sob a direção de Deus, foi iniciada a missão na cidade de Nova Iorque. Esse trabalho deve continuar no poder do mesmo Espírito que o estabeleceu” (ibidem, pág. 37).

Da compilação Mensagens Escolhidas, vol. 2, págs. 360 a 364 vemos os §§ que se seguem:
  “Guiado Pela Providência Divina. É chegado o tempo em que, conforme Deus abra o caminho, devem as famílias mudar-se para fora das cidades. Os filhos devem ser levados para o campo. Devem os pais procurar um lugar apropriado, segundo lho permitam os recursos” (Manuscrito 50, 1903). 
“Em tais lugares os filhos não estarão rodeados das corruptoras influências da vida da cidade. Deus ajudará o Seu povo a encontrar lares ... fora das cidades”  (Medicina e Salvação, pág. 310). 
    “Conforme o tempo avança, cada vez mais terá nosso povo de sair das cidades. Durante anos temos recebido a instrução de que nossos irmãos e irmãs, e especialmente as famílias que têm filhos, devem fazer planos para abandonar as cidades, conforme diante deles se abra o caminho para fazê-lo” (Review and Herald, 27 de setembro de 1906, grifamos). 
Da pág. 361, Conselhos e Admoestações Para os que Pretendem Sair das Cidades. Há muitas pessoas que estão profundamente animadas a se mudarem ... Cuidai de que não haja movimentos precipitados, em atenção ao conselho de se mudarem. ... Não façais coisa alguma sem buscar sabedoria de Deus, ... Fico perturbada, quando considero que até pode haver alguns de nossos professores que necessitem ser mais equilibrados e de são juízo. ... Grande cuidado devem ter esses homens … que correm o perigo de dar conselhos sem saber o que esses conselhos poderão levar outros a fazer.” 
Da pág. 362, “Considerai Cuidadosamente Cada Mudança. Nenhuma mudança se deve fazer sem que tal passo e tudo o que ele implica sejam cuidadosamente considerados - tudo pesado. ... Não saiais à pressa, sem saberdes o que estais fazendo”
Das págs. 362 e 362, “Há Perigo em Cada Nova Experiência. Nada se faça de maneira desordenada, para que não haja grande perda ou sacrifício de propriedade, devido a discursos ardentes e impulsivos que despertam um entusiasmo que não é segundo a vontade de Deus; Rogo, agora, a toda alma que não se volte tão vigorosa e confiadamente para os conselheiros humanos, mas busque mais fervorosamente a Deus”
Da pág. 364, “Colocar Cada Plano Diante de Deus. Na época atual, a sabedoria de qualquer instrumento humano não é suficiente para elaborar planos e fazer projetos. Apresentai cada plano a Deus com jejum, com humildade de alma diante do Senhor Jesus, e entregai vossos caminhos ao Senhor. A promessa segura é: Ele endireitará as tuas veredas” (Carta 45, 1893).

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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Lição 3 – Tessalônica nos dias de Paulo, por Paulo Penno





Para 14 a 21 de julho de 2012


 A cultura do mundo mediterrâneo, quando Paulo foi a Tessalônica tinha afundado em uma terrível depravação. Assistir pessoas morrerem com violência era tão divertido para as multidões como um jogo de futebol é para nós hoje. A visão de párias políticos, nus, se contorcendo em agonia, pregados a cruzes atraia espectadores como as corridas de stock car agora. Não admira que muitos, cansados ​​de seus prazeres e sadismo, desejassem se suicidar, tanto quanto hoje muitos querem ganhar um prêmio da loteria.
Ao palco de tal mundo veio a nova idéia de Ágape, um amor encarnado na vida e na morte de um obscuro Galileu. O que Ele trouxe à consideração foi uma idéia que derrubou todos os valores humanos, uma vez que revelou dimensões do caráter de Deus que ninguém jamais sonhou. O Filho de Deus realmente morreu como um paria cósmico, pregado em uma cruz romana. Poderia Ele, amar este mundo mau? As pessoas não conseguiam compreender isto.
Ele revelou um amor que foi tão longe como o inferno, e saiu do outro lado, redimindo toda a humanidade perdida. O próprio Deus estava buscando o homem e não vice-versa, como todos pensavam, e o preço que estava disposto a pagar foi infinitamente individualizado. Ou seja, cada ser humano, pessoalmente, era o objeto da soma total do seu amor. Escravos, parias, homens nobres desesperados, e senhoras igualmente, descobriram uma nova base para auto-estima saudável.
E com isto veio um novo senso de humanidade em favor do ser humano. O número de pessoas presentes aos combates de gladiadores caiu; crucificações perderam seu apelo, a gula foi esquecida, a escravidão tornou-se coisa do passado. O outrora desprezado homem da Galiléia Se tornou amplamente conhecido como o Salvador do mundo, e Sua cruz Seu mais honrado símbolo. Nenhuma outra religião ou filosofia já havia incorporado uma idéia como o amor Ágape. O mundo se tornou um lugar mais agradável para se viver. Ao a idéia de Ágape penetrar além da igreja cristã em si, tornou-se a fonte secreta de estabilidade para a raça humana, embora muitas vezes não reconhecida.
Agora nós estamos no tempo do qual Cristo falou: "E por se multiplicar a iniquidade, o amor [Ágape] de muitos “esfriará" (Mateus 24:12). A palavra (*iniqüidade que aparece na versão Almeida é, também em inglês, sinônimo de maldade). Esta palavra “maldade” (anomia, em grego) falada por Cristo, significa rebelião contra a santa lei de Deus, (*na versão King James aparece “lawlessness,” que é ausência de lei, anarquia, caos) uma irreverência cínica por Ágape, um ódio aos Seus mandamentos, todos com uma arrogante ostentação de julgamento divino.
O que vemos todas as noites na TV é um caso de amor cultural com a morte. Esta anomia mostra-se hoje na nossa capacidade de tornar em esporte a infidelidade sexual, a ganância materialista, a sensualidade, e até mesmo o crime. Hollywood os glorifica. Onde uma vez tais coisas despertaram raiva e justa indignação, hoje temos uma tolerância aberta. A maioria dos programas noturnos de TV caçoam da pureza e da fidelidade, e se deleitam em anomia. O que estamos vendo é realmente um caso de amor cultural com a morte.
Cristo disse que as pessoas de hoje seriam como aquelas dos dias de Noé: "Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e os consumiu a todos" (Lucas 17:27).
Poderá nossa espiral descendente de pecado ser evitada antes que ocorra o suicídio global?
Nossa única esperança é descobrir uma apreciação de coração pelo Ágape de Deus. O apóstolo João declarou que "Deus é amor [Ágape] (João 3:16). No Ágape é encontrado "toda a plenitude de Deus" (Efé. 3:19). Aquela palavra, corretamente apreciada, poria um fim às guerras, crime, egoísmo e corrupção, o que todos os cientistas e políticos do mundo são impotentes para fazer. Mas a Bíblia declara que o mundo atual, como um todo, nunca vai aceitar esta solução.
Mas como indivíduos, nós podemos aceitá-la (*podemos ter uma apreciação do fundo do coração pelo Ágape de Deus). Acreditar que Deus nos ama com este tipo especial de amor Ágape (*altruísta) que Se auto-sacrifica, nos dá um verdadeiro sentido de nossa importância aos olhos do Céu — somos cidadãos expatriados do universo não caído de Deus. Nós nos vemos como aliados com o Céu, membros de "toda a família nos céus e na terra" (Efé. 3:15), que podem ​​ser “participantes da natureza divina" (2ª Pedro 1:4). Essa experiência é o que o Novo Testamento quer dizer com a palavra "fé".
Encontrar a solução para o egoísmo não é algo que fazemos tanto quanto o que vemos. Paulo explica: "Me ponho de joelhos [oro para] ... poderdes perfeitamente compreender ... qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor [Ágape] de Cristo, que excede todo o entendimento" (Efé. 3:14-19). A pessoa que entendeu não tem de cerrar os dentes e forçar-se a contragosto para se afastar das tentações pecaminosas; Ágape o motiva a fazê-lo. O mal torna-se repugnante.
Nós ficamos maravilhados como os primeiros cristãos podiam suportar as privações sofridas ao seguir a Cristo naqueles dias de tirania. Nós interpretamos mal a história se acharmos que era uma mera esperança de ganhar o céu, um "investimento" que exigia renúncia a um bem presente, em troca de um bem maior por vir. Isso seria vizinho do egoísmo, um tipo de religião que sempre indaga “—o que é que eu ganho com isto?”
A proclamação do evangelho nos tempos do Novo Testamento foi fenomenal. A mensagem foi como fogo na palha seca. Cada novo converso tornou-se um evangelista, um condutor eficaz da mensagem aos outros, por puro amor à mensagem. No Pentecostes, o entusiasmo foi tão grande que 3000 foram convertidos e batizados em um dia. Embora seja verdade que muitos rejeitaram o evangelho, ele satisfez precisamente as necessidades dos corações das pessoas honestas que surgiram subitamente de todos os lugares.
Como a fé dos tessalonicenses surgiu, assim também a Bíblia promete uma proclamação nos últimos dias do evangelho, ainda maior em alcance e sucesso do que no Pentecostes. O único elemento que o povo de Deus precisa para se preparar para a segunda vinda de Cristo é a fé genuína. A mensagem que o mundo precisa ouvir é a verdade da justificação pela fé à luz da purificação do santuário — "a mensagem do terceiro anjo em verdade."1 A fé é entendida em seu verdadeiro sentido bíblico — uma apreciação de coração do Ágape de Cristo2.
Nos últimos anos do século 19, novas compreensões vieram através de dois jovens ministros ordenados (Ellet J. Waggoner e Alonzo T. Jones) que meditaram e compreenderam algo que aparentemente ninguém tinha entendido claramente antes. Eles simplesmente combinaram a idéia de Paulo da justificação pela fé com a verdade presente que estamos vivendo agora no final grande dia cósmico da Expiação. O Sumo Sacerdote do mundo, Jesus Cristo, havia começado Sua última obra de reconciliar totalmente os alienados corações humanos a Deus.
Era um trabalho antitípico no Santíssimo do Santuário celestial, que cumpriu o tipo de trabalho do antigo sumo sacerdote, quando ele entrava no segundo compartimento do tabernáculo terrestre (ver Hebreus 9). O objetivo de Cristo não foi apenas preparar as pessoas para morrerem e chegarem à primeira ressurreição (Apocalipse 20:6); agora Seu trabalho é preparar um povo para encontrar seu Senhor em pessoa na Sua segunda vinda (veja 1ª Tessalonicenses 4:16, 17. ), e ser trasladado. Somente quando o coração está limpo podemos estar em total unidade com o Senhor.3 Só então se poderá dizer, verdadeiramente, "aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus" (Apoc. 14:12).
A terra deverá ser "iluminada" com a glória de uma mensagem que vai ter dentro de si o poder de auto-propagação (Apoc. 18:1-4). O povo de Deus há 2000 anos atrás não era diferente do que as pessoas de coração honesto hoje. O ingrediente que falta não é a personalidade humana, ou a eficiência organizacional. O que falta é o conteúdo perdido da mensagem em si. O Evangelho dos apóstolos era uma mensagem de auto-propagação, pois proclamou Boa Nova sobre a cruz de Cristo e o que Ele realizou pelo Seu sacrifício. A notícia "constrangeu" aqueles que a ouviram e creram nela.
Não vai demorar muito tempo para o Senhor "terminar a obra" uma vez que Ele tenha um povo cujos corações sejam movidos e derretidos (*tocados) por seu Ágape visto na cruz. Aquele “acontecimento rápido” irá realizar não só o anúncio da "verdade do evangelho" a todo o mundo em uma geração (Gál. 2:5; Mat. 24:34), mas fará também o que nós pensamos que deveria levar décadas ou até mesmo séculos: preparar o povo de Deus para o encontro de Cristo quando Ele voltar. 1ª Tessalonicenses 4:16, 17 será completamente cumprida: eles vão se preparar para ser "trasladados" como Hebreus 11:5 descreve a experiência de Enoque. Tudo feito em um “acontecimento rápido!”
Agora é o momento em que a "bem-aventurança" do Senhor está sendo cumprida: "Bem-aventurados [felizes] os que têm fome e sede de justiça porque eles serão consolados" (Mateus 5:6). Você está com fome e sede? Não há nada que o Deus do céu quer dar-lhe mais que fome e sede. Peça isto a Ele!


—Paul E. Penno, e os escritos de Robert J. Wieland
Notas:
1) Ellen G. White, Evangelismo, pág. 190; originalmente publicado na Review and Herald, de 1º de abril de 1890;
2) Veja Dez Grandes verdades do Evangelho que fazem da Mensagem de 1888 única, de Robert J. Wieland, pág. 30. Veja o site www.adventistas.com/agosto2001/dez_grandes_verdades.htm;
3) Por mil e oitocentos anos, Jesus como Sumo Sacerdote estava envolvido em um ministério no primeiro compartimento no santuário celestial, preparando as pessoas para morrerem e resurgirem na primeira ressurreição. Se alguém vai morrer, ele deve olhar pela fé a Jesus para que seus pecados sejam perdoados. Mas, perguntamos, é um mero perdão legal para o pecado suficiente para o povo de Deus enfrentar o teste final da marca da besta e o tempo de angústia?
Jesus está agora envolvido em um ministério diferente depois de 1844 (Dan. 8:14), na preparação de um povo para estar vivo quando Ele retornar. É chamado de trasladação (1ª Tess. 4:17). Qual é a preparação especial necessária para ser trasladado de acordo com a mensagem de 1888?
Cristo vem com a glória de miríades de anjos, na sua própria glória e na glória do Pai (Mateus 24:27, 30, 31). Caso haja qualquer vestígio de pecado tanto conhecido como desconhecido, restantes na última geração, eles seriam devorados, pois "o nosso Deus é um fogo consumidor" (Hebreus 12:29;. Isa. 33:14-16). Isto é exatamente o que acontece com os ímpios que "não conhecem a Deus, e que não obedecem ao evangelho". Eles “por castigo, padecerão eterna perdição ante a face do Senhor e a glória do Seu poder, quando vier (para ser glorificado ... naquele dia em todos os que creem”) (2ª Tess. 1:8-10).
Uma obra especial de purificação é necessária a fim de permanecer vivo na vinda de Jesus. "Quando Ele [Cristo] Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque assim como é O veremos. E qualquer que nEle tem esta esperança purifica-se a si mesmo como também Ele é puro" (1ª João 3:2, 3); Matt. 5:8 (*diz: “Bem aventurado os limpos de coração, porque eles verão a Deus”). Neste grande dia cósmico da Expiação, esta é precisamente a obra do grande Sumo Sacerdote. Não O resista. Deixe que Ele faça isso (*em sua vida)..
O que está envolvido nesta preparação especial? Primeiro, Jesus envia o Seu Espírito Santo a partir do santuário como o feixe de laser de alta intensidade, que faz brilhar a luz da verdade da Sua cruz em cada canto escuro do coração, revelando os segredos e pecados. "E eu derramarei sobre a casa de Davi [liderança da igreja], e sobre os habitantes de Jerusalém [os membros da igreja], o espírito de graça e de súplicas, e olharão para Mim a quem traspassaram; e pranteá-Lo-ão sobre Ele, como quem pranteia pelo filho unigênito, e chorarão amargamente por Ele, como se chora amargamente pelo primogênito. Naquele dia será grande o pranto em Jerusalém .... " (Zacarias 12:10, 11). O Espírito Santo está dando o dom do arrependimento (“A benignidade de Deus te leva ao arrependimento”) Rom. 2:4).
Em seguida, vem a boa nova: "Haverá uma fonte aberta..." para a purificação (*“do pecado e da imundícia”) que fluirá em glória sem precedentes (Zacarias 13:1). A Graça vai abundar "muito mais", correspondente à "muito maior" convicção do pecado que o povo de Deus experimentará. A negativa final será compensada pela positiva final - um povo estará pronto!
Esta nota é parte da lição que postamos para o sábado 31 de março de 2012, que você pode localizar na coluna da direita deste blog.


Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
                                          
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho último, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones.
38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido, a despeito de inúmeras recomendações da serva do senhor à mensagem e às pessoas deles.
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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Lição 2 - Preservando Relacionamentos, por Arlene Hill

Para 7 a 14 de julho de 2012

Nossa lição desta semana analisa um pouco da história das relações de Paulo com a igreja em Tessalônica. O primeiro capítulo de 1ª Tessalonicenses mostra o coração de Paulo cheio de ardente preocupação para com os crentes de lá. Esta preocupação não é nada menos que um milagre ao você se inteirar de sua história anterior. Houve um tempo em sua vida quando ele caçava essas mesmas pessoas para as matar, na esperança de erradicar a mensagem do evangelho vinda diretamente de Deus. O que ele descobriu é que em cada época, Deus protegeu Seu evangelho que nunca será erradicado. O número dos que aceitam a mensagem pode ser pequeno, como quando Deus diz a Elias que havia 7.000 em Israel que não haviam se dobrado a Baal, 1ª Reis 19:18, mas em todos os tempos Deus sempre preservou um remanescente.
Sabemos que Paulo passou três anos na Arábia, Gál. 1:17, aprendendo a mensagem do evangelho diretamente do Senhor. Foi a mensagem que suavizou seu coração em direção a outros crentes na mudança dramática que passou de matança selvagem a simpatia e preocupação pastoral. O efeito de ouvir e receber a mensagem do evangelho é o mesmo hoje. A menos que à mensagem seja permitido mudar o coração, a mudança de comportamento exterior é apenas isso. Jesus usou a imagem de "sepulcros caiados" (Mat. 23:27) para descrever a condição de aparência agradável exterior, mas por dentro era morte e corrupção.
A preocupação de Paulo para com os crentes em Tessalônica sugere que o mais puro amor do evangelista se preocupava com aqueles que ouviam a mensagem de sua pregação. Se o seu senso de valor pessoal estava ligado a isso, em cada conversão sua auto-estima aumentava um pouco e em cada rejeição diminuia seu senso de valor. Isso insere o elemento pessoal na motivação do mesmo homem que escreveu aos crentes de Corinto que "o amor de Cristo nos constrange, ... e Ele nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por meio de nós rogasse...” (2ª Coríntios 5:14, 19, 20). Se isso não tivesse sido a sua motivação genuína para o evangelismo, Deus não teria permitido que ele escrevesse isso.
O mais provável, podemos supor que Paulo continuou a permitir que o Espírito Santo criasse o seu coração em direção a um ministério altruísta, para que ele não considerasse que a quantidade e a qualidade das pessoas que recebem a mensagem era de alguma forma um triunfo que lhe fosse imputável. Ele disse a Filemon, "Eu vim para ter muita alegria e conforto no teu amor, porque os corações dos santos têm sido reanimados através de você, irmão" (Filemom 1:7, NVI). Deus nunca nos dá o "sucesso" no ministério para aumentar a nossa auto-estima, porque os nossos esforços nunca trazem as pessoas para Cristo, é o Espírito Santo, falando aos seus corações através de nós. Nós somos apenas o vaso, e a gratidão por Ele nos usar é a única coisa que devemos sentir.
Paulo discorre sobre isso dizendo que Cristo não o enviara para batizar, "mas para evangelizar; ... para que a cruz de Cristo não se faça vã. Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus" (1ª Coríntios 1:17, 18, NVI).
As citações que se seguem, do livro Evangelismo (que é uma compilação), págs. 190 e 191, podem ser familiares para alguns. Elas definem claramente os elementos da mensagem de 1888 que movem o coração. Ressalta o endosso de Ellen White de se pregar a cruz como revelando o conceito de justificação pela fé:
"O sacrifício de Cristo como expiação pelo pecado é a grande verdade em torno da qual se agrupam todas as outras. A fim de ser devidamente compreendida e apreciada, toda verdade da Palavra de Deus, do Gênesis ao Apocalipse, precisa ser estudada à luz que dimana da cruz do Calvário. Eu apresento perante vós o grande, magno monumento de misericórdia e regeneração, salvação, e redenção — o Filho de Deus erguido na cruz. Isto tem de ser o fundamento de todo sermão feito por nossos ministros (Origfinalmente em Obreiros Evangélicos, pág. 312, escrito em 1915).
“Cristo e Sua justiça — seja esta a nossa plataforma, a própria vida de nossa fé” (Originalmente publicado na Review and Herald, de 31 de agosto de 1905).
"Várias pessoas me escreveram perguntando se a mensagem da justificação pela fé é a mensagem do terceiro anjo, e espondi ‘É a mensagem do terceiro anjo em verdade’ (Originalmente  publicado na Review and Herald, de 1º de abril de 1890).
"Esta mensagem destinava-se a apresentar mais preeminentemente ao mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava as pessoas a receber a justiça de Cristo, que se manifesta pela obediência a todos os mandamentos de Deus. Muitos haviam perdido de vista a Jesus. Deviam ter tido seus olhos dirigidos à Sua Pessoa Divina, a Seus méritos, e Seu imutável amor pela família humana. Todo o poder é dado em Suas mãos, para que Ele possa dispensar ricos dons aos homens, transmitindo o inestimável dom da Sua própria justiça ao impotente agente humano. Esta é a mensagem que Deus ordenou fosse transmitida ao mundo. É a mensagem do terceiro anjo, que deve ser proclamada com grande voz, e acompanhada do derramamento do Seu Espírito em grande medida (Originalmente em Testemunhos Para Ministros, págs. 91 e 92).
"O Salvador crucificado deve aparecer em Sua obra eficaz como o Cordeiro que foi morto, sentado no trono, para dispensar as inestimáveis ​​bênçãos do concerto, os benefícios que com Sua morte Ele comprou para cada alma que nEle cresse. João não podia expressar em palavras esse amor; era profundo e amplo demais; ele apela à família humana para que O contemple. Cristo intercede pela igreja nas cortes celestiais acima, rogando por aqueles por quem Ele pagou o preço da redenção — o Seu próprio sangue. Os séculos e as eras, nunca poderão diminuir a eficácia deste sacrifício expiatório. A mensagem do evangelho de Sua graça devia ser dada à igreja em linhas claras e distintas, para que o mundo não mais dissesse que os adventistas do sétimo dia falam na lei, na lei, mas não ensinam ou crêem em Cristo" (Idem, pág. 92).
Algum dia, em algum lugar, alguém, vai entender o "evangelho eterno" de Jesus Cristo de forma tão clara que o "outro anjo" descerá do céu com “grande poder" e iluminará a Terra, com a glória da verdade completa. Multidões que agora se sentam na escuridão verão uma grande luz e virão a ela (Apoc. 18:1-4, e Mat. 4:16).
E não será apenas "alguém" que entenderá, haverá muitos que estão em união sincera, em volta do mundo, de "toda nação, tribo, língua e povo" (Apoc. 14:6). Sem mais disputas teológicas!
Essa unidade será tanto um milagre como a percepção daquele "alguém" que verá, claramente o que o evangelho é, sem confusão contraditória. Essa harmonia será em cumprimento da oração de Jesus em João 17:20, 21. "O mundo" não vai crer até ver aquela "unicidade.”

Arlene Hill

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642.


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Lição 2 - Preservando Relacionamentos, por Patti Guthrie

 Para 7 a 14 de julho de 2012

Acabamos de concluir um trimestre inteiro estudando Evangelismo e Testemunho, e agora encontramos alguns destes temas sendo repetidos e ampliados neste trimestre em histórias sobre a primitiva igreja cristã em Tessalônica.
Se hoje a evangelização colocasse desafios para nós tão grandes como os enfrentados por Paulo, quão animado estaria você em testemunhar de Cristo?
Paulo (*e Silas) foram injustamente jogados na prisão, espancados, perseguidos, e seguidos por uma menina possuída por demônio. Seus ex-irmãos da igreja (os judeus) não pareciam muito gentis em seu zelo missionário. Eles fizeram o máximo para obstruir seu caminho e tornar sua vida difícil. A Escritura revela os motivos ocultos que motivaram esses agitadores: malícia e inveja. Então — como agora — pregadores do evangelho têm sofrido perseguição nas mãos de uma igreja que mantem apenas uma forma de piedade, negando o seu poder.
De uma perspectiva humana, quem gostaria de viver a vida de Paulo? No entanto, Paulo escolheu esta vereda ao invés de uma vida fácil. Parece que ele se divertia em ser levado à barra dos tribunais, pois cada novo desafio servia apenas para revelar mais plenamente a capacidade de Deus para salvar perfeitamente.
Nosso texto para memorização esta semana revela a motivação de Paulo para o serviço:
"Porque, qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura não sois vós também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em Sua vinda? Na verdade vós sois a nossa glória e gozo" (1ª Tess. 2:19, 20).
Paulo tinha um vislumbre do dom inestimável de Deus em Cristo. Sua gratidão deu lugar a uma vontade irreprimível de partilhar a boa nova com os outros. Paulo não se contentou com gozar as bênçãos da cruz e ser salvo sozinho — Não! — Ele sentia ser necessário confrontar o evangelho em todos os lugares que ia.
"O amor de Cristo nos constrange" disse ele. "Julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram, e Ele morreu por todos, para que, os que vivem, não vivam mais para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou" (2ª Cor. 5:14 e 15).
Alguma vez você já sentiu o seu coração "estranhamente aquecido"1 pela boa nova do evangelho?
Estaria Você contente em apenas experimentar esse bom sentimento, ou se sentiria também compelido a compartilhar com os outros o que aprendera?
Depois do seu brilhante discurso no Areópago, Paulo observa que do grande número dos que ouviram suas eloquentes palavras, apenas três foram convertidos à fé. "Ele então decidiu que a partir daquele momento ele iria manter a simplicidade do evangelho. Ele estava convencido de que a erudição do mundo era impotente para mover os corações dos homens, mas que o evangelho era o poder de Deus para a salvação"2
Experiências como esta devem ter cimentado a convicção de Paulo que está em 1ª Cor. 2:2 “—nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado."
Paulo reconheceu que a "palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus" (1ª Cor. 1:18). Portanto, Paulo pôde exclamar: "Não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê ... porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé" (Rom. 1:16, 17).
Quanto mais próximo a nossa mensagem e os métodos se alinharem com a simplicidade do evangelho, mais bem sucedidos serão os nossos esforços em ganhar almas para Cristo.
Recentemente, li uma linda compilação de escritos de Ellen White, intitulado Serviço Cristão. Este livro é cheio de conselhos apropriados para aqueles que estão buscando sabedoria para saber a melhor forma de compartilhar a Cristo. É leitura obrigatória para qualquer pessoa cujo coração foi tocado pela comovente mensagem do evangelho.
Alguns trechos eu compartilho com você aqui:
"Toda verdade importante recebida no coração tem de encontrar expressão na vida. É em proporção com o recebimento do amor de Cristo, que os homens desejam proclamar aos outros o seu poder, e o próprio ato de o proclamar, aprofunda e intensifica seu valor para sua própria alma" (Serviço Cristão, pág.  94. Originalmente publicado na Review and Herald de 19 de fevereiro de 1889).
"Virão tempos em que a igreja vai ser despertada pelo poder divino, e fervorosa atividade será o resultado, pois o vivificante poder do Espírito Santo inspirará seus membros a saírem e buscarem almas para Cristo. Mas quando essa atividade se manifestar, os mais fervorosos obreiros só estarão seguros se confiarem em Deus, por meio de constante e fervorosa oração. Terão necessidade de fazer fervorosas súplicas para que, pela graça de Cristo, sejam salvos de ficarem orgulhosos em seu trabalho, ou de fazerem de suas atividades um salvador. Têm de constantemente olhar a Jesus, a  fim de que reconheçam que é Seu poder o que faz a obra, e sejam assim habilitados a imputarem  a Deus toda a glória" (Serviço Cristão, pág. 98. Originalmente publicado na Review and Herald de 4 de julho de 1893)..
"Não há senão um remédio verdadeiro para a indolência espiritual, e esse é trabalhar — trabalhar pelas almas que necessitam de vosso auxílio" (Serviço Cristão, pág. 107. Originalmente publicado em Testemunhos para a Igreja, vol. 4, pág. 236).
"Devemos estudar métodos e meios de nos aproximar do povo" (Serviço Cristão, pág. 110. Originalmente publicado em Historical Sketches, págs. 289).
"Quando a igreja se possuir deveras do espírito da mensagem, seus membros porão todas as energias na obra de salvar as almas por quem Cristo morreu. Hão de penetrar em novos campos. Alguns que não são ministros ordenados cooperarão com Deus visitando as igrejas, buscando confirmar o que resta e está a ponto de perecer. Haverá membros leigos que se mudarão para vilas e cidades3, para lugares aparentemente remotos (out-of-the-way), a fim de que façam brilhar para outros a luz que Deus lhes confiou” (Serviço Cristão, pág.  180. Originalmente publicado na Review and Herald de 29 de setembro de 1891)..
"Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho." Amém. Ora vem, Senhor Jesus!" (Apocalipse 22:20)

-Patti Guthrie


Patti Guthrie é uma adventista de berço. É esposa, mãe e professora dos próprios filhos. Ela é estudante da Bíblia, escritora e musicista.  Faz parte do comitê de música para leigos adventistas. A família Guthrie aparece no canal de televisão adventista Three Angels Broadcasting Network [Canal de Televisão Três Anjos] com música tanto vocal quanto instrumental. O marido de Patti, Todd Guthrie, é médico e membro da Mesa administrativa do Comitê de Estudos de Mensagem de 1888. Ele também é ancião na sua igreja adventista local, e constantemente está envolvido em organizar e executar programas musicais para acontecimentos importantes da Igreja Adventista nos EUA e em outros países.


Notas do tradutor:

1) João Wesley escreveu em 1738: “À noite eu fui ansiosamente a uma reunião na rua Aldersgate onde alguém estava lendo o prefácio à carta aos Romanos, de Lutero. Por volta da 8:45, enquanto ele estava descrevendo a mudança que Deus operou no coração através da fé em Cristo, eu senti o meu coração estranhamente aquecido.
2) Comentário de Ellen G. White sobre Atos 17: 28 na Review and Herald, de 17 de Abril de 1888, e de 3 de agosto de 1911.  Na composição do Comentário Bíblico Adventista, no início da década de 1950, este mesmo texto aparece no vol. 6, à pág. 1062, na 2ª coluna, sob o comentário do verso 34 de Atos 17, com o título Simplicidade do Evangelho versus Cultura do Mundo.
3) "—Saí das cidades, saí das cidades!’ é a mensagem do Senhor que me foi dada.” EGW, Vida no Campo, pág. 35.
 “Não está muito distante o tempo em que, como os antigos discípulos, seremos forçados a buscar refúgio em lugares desolados e solitários. Como o cerco de Jerusalém pelos exércitos romanos era o sinal de fuga para os cristãos judeus, assim o arrogar-se nossa nação o poder para decretar obrigatório o dia de repouso papal será uma advertência para nós. Será então tempo de deixar as grandes cidades, passo preparatório ao sair das menores para lares retirados em lugares solitários entre as montanhas” (Testemunhos para a Igreja, vol. 5, págs. 464 e 465; Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 166. Vida no Campo, pág. 47; Eventos Finais, pág. 121).
“Educai nosso povo a sair das cidades para o campo, onde possam obter um pequeno pedaço de terra, e fazer um lar para si e para seus filhos” (Mensagens Escolhidas, vol. 2. pág. 142; Maranata, Meditação Matinal de 1977, pág. 178; Vida no Campo, pág. 16).
“Dentro em breve haverá tal luta e confusão nas cidades, que os que as quiserem abandonar não o poderão fazer” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 142; originalmente publicado no Boletim da Conferência Geral, de 6 de abril de 1903). 
Como se sabe, a onda de assaltos se espalhará pelo globo todo. E é de se esperar que as autoridades tomem alguma providência quanto à segurança dos que habitam nos campos. Também aqui no Brasil, o aumento dos assaltos às propriedades rurais muito em breve, provavelmente, forçará as autoridades a fazerem uma lei proibindo-se que se faça mais casas de moradias nas áreas rurais. Recentemente as autoridades do Oeste do Paraná apresentaram ao Gov. Beto Richa forte e emocionada reclamação quanto à ineficiência das Patrulhas Rurais em proteger os que moram no campo!!! Em todas as nações, bem como aqui no Brasil, é muito provável que as autoridades venham a tomar a decisão de proibir que os da cidade se mudem para o campo, visando dar ao povo do campo uma proteção melhor do que a que lhes é hoje oferecida. Porque, obviamente, é impossível policiar-se cada propriedade rural! Ao ser feita tal lei, obviamente os que estiverem JÁ morando no campo poderão, a critério de cada um, ali permanecer enquanto desejarem ... mas os que quiserem se mudar da cidade para o campo estarão proibidos de assim proceder ou de fazer casas lá, sob o pretexto da insegurança, devido aos incontidos assaltos, e à bandidagem. Assim essa lei 'enforcaria' o povo, forçando-os a viver nas cidades, e nessas a corrupção e assaltos se tornarão indescritíveis, conforme o alerta acima vindo da pena de EGW.

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