quarta-feira, 18 de julho de 2012

Lição 3 – Tessalônica nos dias de Paulo, por Paulo Penno





Para 14 a 21 de julho de 2012


 A cultura do mundo mediterrâneo, quando Paulo foi a Tessalônica tinha afundado em uma terrível depravação. Assistir pessoas morrerem com violência era tão divertido para as multidões como um jogo de futebol é para nós hoje. A visão de párias políticos, nus, se contorcendo em agonia, pregados a cruzes atraia espectadores como as corridas de stock car agora. Não admira que muitos, cansados ​​de seus prazeres e sadismo, desejassem se suicidar, tanto quanto hoje muitos querem ganhar um prêmio da loteria.
Ao palco de tal mundo veio a nova idéia de Ágape, um amor encarnado na vida e na morte de um obscuro Galileu. O que Ele trouxe à consideração foi uma idéia que derrubou todos os valores humanos, uma vez que revelou dimensões do caráter de Deus que ninguém jamais sonhou. O Filho de Deus realmente morreu como um paria cósmico, pregado em uma cruz romana. Poderia Ele, amar este mundo mau? As pessoas não conseguiam compreender isto.
Ele revelou um amor que foi tão longe como o inferno, e saiu do outro lado, redimindo toda a humanidade perdida. O próprio Deus estava buscando o homem e não vice-versa, como todos pensavam, e o preço que estava disposto a pagar foi infinitamente individualizado. Ou seja, cada ser humano, pessoalmente, era o objeto da soma total do seu amor. Escravos, parias, homens nobres desesperados, e senhoras igualmente, descobriram uma nova base para auto-estima saudável.
E com isto veio um novo senso de humanidade em favor do ser humano. O número de pessoas presentes aos combates de gladiadores caiu; crucificações perderam seu apelo, a gula foi esquecida, a escravidão tornou-se coisa do passado. O outrora desprezado homem da Galiléia Se tornou amplamente conhecido como o Salvador do mundo, e Sua cruz Seu mais honrado símbolo. Nenhuma outra religião ou filosofia já havia incorporado uma idéia como o amor Ágape. O mundo se tornou um lugar mais agradável para se viver. Ao a idéia de Ágape penetrar além da igreja cristã em si, tornou-se a fonte secreta de estabilidade para a raça humana, embora muitas vezes não reconhecida.
Agora nós estamos no tempo do qual Cristo falou: "E por se multiplicar a iniquidade, o amor [Ágape] de muitos “esfriará" (Mateus 24:12). A palavra (*iniqüidade que aparece na versão Almeida é, também em inglês, sinônimo de maldade). Esta palavra “maldade” (anomia, em grego) falada por Cristo, significa rebelião contra a santa lei de Deus, (*na versão King James aparece “lawlessness,” que é ausência de lei, anarquia, caos) uma irreverência cínica por Ágape, um ódio aos Seus mandamentos, todos com uma arrogante ostentação de julgamento divino.
O que vemos todas as noites na TV é um caso de amor cultural com a morte. Esta anomia mostra-se hoje na nossa capacidade de tornar em esporte a infidelidade sexual, a ganância materialista, a sensualidade, e até mesmo o crime. Hollywood os glorifica. Onde uma vez tais coisas despertaram raiva e justa indignação, hoje temos uma tolerância aberta. A maioria dos programas noturnos de TV caçoam da pureza e da fidelidade, e se deleitam em anomia. O que estamos vendo é realmente um caso de amor cultural com a morte.
Cristo disse que as pessoas de hoje seriam como aquelas dos dias de Noé: "Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e os consumiu a todos" (Lucas 17:27).
Poderá nossa espiral descendente de pecado ser evitada antes que ocorra o suicídio global?
Nossa única esperança é descobrir uma apreciação de coração pelo Ágape de Deus. O apóstolo João declarou que "Deus é amor [Ágape] (João 3:16). No Ágape é encontrado "toda a plenitude de Deus" (Efé. 3:19). Aquela palavra, corretamente apreciada, poria um fim às guerras, crime, egoísmo e corrupção, o que todos os cientistas e políticos do mundo são impotentes para fazer. Mas a Bíblia declara que o mundo atual, como um todo, nunca vai aceitar esta solução.
Mas como indivíduos, nós podemos aceitá-la (*podemos ter uma apreciação do fundo do coração pelo Ágape de Deus). Acreditar que Deus nos ama com este tipo especial de amor Ágape (*altruísta) que Se auto-sacrifica, nos dá um verdadeiro sentido de nossa importância aos olhos do Céu — somos cidadãos expatriados do universo não caído de Deus. Nós nos vemos como aliados com o Céu, membros de "toda a família nos céus e na terra" (Efé. 3:15), que podem ​​ser “participantes da natureza divina" (2ª Pedro 1:4). Essa experiência é o que o Novo Testamento quer dizer com a palavra "fé".
Encontrar a solução para o egoísmo não é algo que fazemos tanto quanto o que vemos. Paulo explica: "Me ponho de joelhos [oro para] ... poderdes perfeitamente compreender ... qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor [Ágape] de Cristo, que excede todo o entendimento" (Efé. 3:14-19). A pessoa que entendeu não tem de cerrar os dentes e forçar-se a contragosto para se afastar das tentações pecaminosas; Ágape o motiva a fazê-lo. O mal torna-se repugnante.
Nós ficamos maravilhados como os primeiros cristãos podiam suportar as privações sofridas ao seguir a Cristo naqueles dias de tirania. Nós interpretamos mal a história se acharmos que era uma mera esperança de ganhar o céu, um "investimento" que exigia renúncia a um bem presente, em troca de um bem maior por vir. Isso seria vizinho do egoísmo, um tipo de religião que sempre indaga “—o que é que eu ganho com isto?”
A proclamação do evangelho nos tempos do Novo Testamento foi fenomenal. A mensagem foi como fogo na palha seca. Cada novo converso tornou-se um evangelista, um condutor eficaz da mensagem aos outros, por puro amor à mensagem. No Pentecostes, o entusiasmo foi tão grande que 3000 foram convertidos e batizados em um dia. Embora seja verdade que muitos rejeitaram o evangelho, ele satisfez precisamente as necessidades dos corações das pessoas honestas que surgiram subitamente de todos os lugares.
Como a fé dos tessalonicenses surgiu, assim também a Bíblia promete uma proclamação nos últimos dias do evangelho, ainda maior em alcance e sucesso do que no Pentecostes. O único elemento que o povo de Deus precisa para se preparar para a segunda vinda de Cristo é a fé genuína. A mensagem que o mundo precisa ouvir é a verdade da justificação pela fé à luz da purificação do santuário — "a mensagem do terceiro anjo em verdade."1 A fé é entendida em seu verdadeiro sentido bíblico — uma apreciação de coração do Ágape de Cristo2.
Nos últimos anos do século 19, novas compreensões vieram através de dois jovens ministros ordenados (Ellet J. Waggoner e Alonzo T. Jones) que meditaram e compreenderam algo que aparentemente ninguém tinha entendido claramente antes. Eles simplesmente combinaram a idéia de Paulo da justificação pela fé com a verdade presente que estamos vivendo agora no final grande dia cósmico da Expiação. O Sumo Sacerdote do mundo, Jesus Cristo, havia começado Sua última obra de reconciliar totalmente os alienados corações humanos a Deus.
Era um trabalho antitípico no Santíssimo do Santuário celestial, que cumpriu o tipo de trabalho do antigo sumo sacerdote, quando ele entrava no segundo compartimento do tabernáculo terrestre (ver Hebreus 9). O objetivo de Cristo não foi apenas preparar as pessoas para morrerem e chegarem à primeira ressurreição (Apocalipse 20:6); agora Seu trabalho é preparar um povo para encontrar seu Senhor em pessoa na Sua segunda vinda (veja 1ª Tessalonicenses 4:16, 17. ), e ser trasladado. Somente quando o coração está limpo podemos estar em total unidade com o Senhor.3 Só então se poderá dizer, verdadeiramente, "aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus" (Apoc. 14:12).
A terra deverá ser "iluminada" com a glória de uma mensagem que vai ter dentro de si o poder de auto-propagação (Apoc. 18:1-4). O povo de Deus há 2000 anos atrás não era diferente do que as pessoas de coração honesto hoje. O ingrediente que falta não é a personalidade humana, ou a eficiência organizacional. O que falta é o conteúdo perdido da mensagem em si. O Evangelho dos apóstolos era uma mensagem de auto-propagação, pois proclamou Boa Nova sobre a cruz de Cristo e o que Ele realizou pelo Seu sacrifício. A notícia "constrangeu" aqueles que a ouviram e creram nela.
Não vai demorar muito tempo para o Senhor "terminar a obra" uma vez que Ele tenha um povo cujos corações sejam movidos e derretidos (*tocados) por seu Ágape visto na cruz. Aquele “acontecimento rápido” irá realizar não só o anúncio da "verdade do evangelho" a todo o mundo em uma geração (Gál. 2:5; Mat. 24:34), mas fará também o que nós pensamos que deveria levar décadas ou até mesmo séculos: preparar o povo de Deus para o encontro de Cristo quando Ele voltar. 1ª Tessalonicenses 4:16, 17 será completamente cumprida: eles vão se preparar para ser "trasladados" como Hebreus 11:5 descreve a experiência de Enoque. Tudo feito em um “acontecimento rápido!”
Agora é o momento em que a "bem-aventurança" do Senhor está sendo cumprida: "Bem-aventurados [felizes] os que têm fome e sede de justiça porque eles serão consolados" (Mateus 5:6). Você está com fome e sede? Não há nada que o Deus do céu quer dar-lhe mais que fome e sede. Peça isto a Ele!


—Paul E. Penno, e os escritos de Robert J. Wieland
Notas:
1) Ellen G. White, Evangelismo, pág. 190; originalmente publicado na Review and Herald, de 1º de abril de 1890;
2) Veja Dez Grandes verdades do Evangelho que fazem da Mensagem de 1888 única, de Robert J. Wieland, pág. 30. Veja o site www.adventistas.com/agosto2001/dez_grandes_verdades.htm;
3) Por mil e oitocentos anos, Jesus como Sumo Sacerdote estava envolvido em um ministério no primeiro compartimento no santuário celestial, preparando as pessoas para morrerem e resurgirem na primeira ressurreição. Se alguém vai morrer, ele deve olhar pela fé a Jesus para que seus pecados sejam perdoados. Mas, perguntamos, é um mero perdão legal para o pecado suficiente para o povo de Deus enfrentar o teste final da marca da besta e o tempo de angústia?
Jesus está agora envolvido em um ministério diferente depois de 1844 (Dan. 8:14), na preparação de um povo para estar vivo quando Ele retornar. É chamado de trasladação (1ª Tess. 4:17). Qual é a preparação especial necessária para ser trasladado de acordo com a mensagem de 1888?
Cristo vem com a glória de miríades de anjos, na sua própria glória e na glória do Pai (Mateus 24:27, 30, 31). Caso haja qualquer vestígio de pecado tanto conhecido como desconhecido, restantes na última geração, eles seriam devorados, pois "o nosso Deus é um fogo consumidor" (Hebreus 12:29;. Isa. 33:14-16). Isto é exatamente o que acontece com os ímpios que "não conhecem a Deus, e que não obedecem ao evangelho". Eles “por castigo, padecerão eterna perdição ante a face do Senhor e a glória do Seu poder, quando vier (para ser glorificado ... naquele dia em todos os que creem”) (2ª Tess. 1:8-10).
Uma obra especial de purificação é necessária a fim de permanecer vivo na vinda de Jesus. "Quando Ele [Cristo] Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque assim como é O veremos. E qualquer que nEle tem esta esperança purifica-se a si mesmo como também Ele é puro" (1ª João 3:2, 3); Matt. 5:8 (*diz: “Bem aventurado os limpos de coração, porque eles verão a Deus”). Neste grande dia cósmico da Expiação, esta é precisamente a obra do grande Sumo Sacerdote. Não O resista. Deixe que Ele faça isso (*em sua vida)..
O que está envolvido nesta preparação especial? Primeiro, Jesus envia o Seu Espírito Santo a partir do santuário como o feixe de laser de alta intensidade, que faz brilhar a luz da verdade da Sua cruz em cada canto escuro do coração, revelando os segredos e pecados. "E eu derramarei sobre a casa de Davi [liderança da igreja], e sobre os habitantes de Jerusalém [os membros da igreja], o espírito de graça e de súplicas, e olharão para Mim a quem traspassaram; e pranteá-Lo-ão sobre Ele, como quem pranteia pelo filho unigênito, e chorarão amargamente por Ele, como se chora amargamente pelo primogênito. Naquele dia será grande o pranto em Jerusalém .... " (Zacarias 12:10, 11). O Espírito Santo está dando o dom do arrependimento (“A benignidade de Deus te leva ao arrependimento”) Rom. 2:4).
Em seguida, vem a boa nova: "Haverá uma fonte aberta..." para a purificação (*“do pecado e da imundícia”) que fluirá em glória sem precedentes (Zacarias 13:1). A Graça vai abundar "muito mais", correspondente à "muito maior" convicção do pecado que o povo de Deus experimentará. A negativa final será compensada pela positiva final - um povo estará pronto!
Esta nota é parte da lição que postamos para o sábado 31 de março de 2012, que você pode localizar na coluna da direita deste blog.


Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
                                          
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho último, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones.
38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido, a despeito de inúmeras recomendações da serva do senhor à mensagem e às pessoas deles.
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