quinta-feira, 29 de maio de 2008

Lição 9 - A Ternura de Seu Amor

Esta semana nós temos o grande privilégio de estudar a ternura de amor de Deus. A lição de Sábado parece comparar compaixão com "amor genuíno," e conquanto compaixão é, certamente, uma parte do amor, o amor de Deus é muito mais. Mateus 4:23 conta-nos que Jesus Cristo teve um ministério de ensino, cura, e pregação. Se olhamos o registro nos primeiros três evangelhos nós vemos que Seu ministério de cura era significativo.

O evangelistas Mateus, Marcos, e Lucas freqüentemente nos contam muitas destas obras curadoras resultantes da compaixão de Cristo. Quando o leproso em Marcos 1 veio a Jesus para ser curado e disse, "Se queres (*bem podes limpar-me)," Jesus "movido de compaixão, estendeu a mão, e tocou-o..." (*vs. 40 e 41) Mateus registra em 9:35, 36: "Jesus percorria (*todas as cidades e aldeias)... curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque estavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor".

A lição corretamente salienta a amplitude da Sua compaixão—recebeu as criancinhas, Ele chorou no enterro do Lazaro, o Seu coração ficou quebrantado pela mulher pega em adultério assim como para com seus acusadores. Um dos meus (*episódios) pessoais favoritos, inclui o Seu coração quebrantado pela mulher com o fluxo de sangue por 12 anos, que fora banida de qualquer contato físico significativo com todos por tantos anos. Sua compaixão não a deixaria ir com somente um toque nas Suas vestes, pois ela tinha sido uma pária social, emotiva, mental, física, e espiritualmente por muito tempo. Ele teve que falar com ela face-a-face, encará-la e restaurá-la plenamente e chamá-la de Sua "filha" (*Marcos 5:30 e Lucas 8:45). Então há a história registrada em capítulo 13 de Lucas, da mulher que tinha um "espírito de enfermidade, havia já dezoito anos, e andava encurvada e não podia, de modo algum, endireitar-se" (vs.11), assim a curou no dia de Sábado. Sua compaixão saltou de quem Ele é, pois Deus é amor. Deixe-nos explorar em resumo algumas qualidades de Ágape, o amor do Deus, então nós olharemos a lição de quarta-feira.

Ágape: 1º) é altruísta, Se esvai, cheio de abnegação, renunciando-Se a Si mesmo, um amor que "não busca os seus próprios interesses” (*I Cor 13:5); 2º) II Corinthians 8:9 diz, "pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós Se fez pobre, para que pela sua pobreza fôsseis enriquecidos.” Soa como nova matemática tão contraditório que parece ser (tão de ponta cabeça). Mas a beleza de Ágape é que toma algo que normalmente nada valeria e o faz de inestimável valor. Cria valor no objeto de seu afeto e atenção. A parábola da pérola de grande preço nos conta que Jesus Cristo, o Comerciante celestial que buscava boas pérolas, "e encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e a comprou” (Mateus. 13:45 e 46). 3º) Ágape está disposto a descer. Jesus pediu a Seus discípulos em Lucas 22:27, "Pois qual é maior, quem está à mesa, ou quem serve? porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, estou entre vós como quem serve.” Pouco tempo depois João descreve como Jesus, no cenáculo, para a santa-ceia, pôs de lado suas vestes, “deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos (*e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido,” João 13:5). Jesus, sabendo da glória que Ele tinha (*junto ao Pai) antes do começo do tempo, podia ter-Se levantado da (*mesa de) jantar, posto à parte Suas roupas costumeiras, pedido um manto real, e ordenado a Seus discípulos para manterem distância dEle e O homenagearem. Mas ao contrário, Ágape não se ensoberbece, não busca Seus interesses, e ousa descer mais baixo, então Jesus podia demonstrar o maior exemplo de humildade.

A principal passagem descrevendo a condescendência de Cristo é Filipenses 2:5-8. Esta passagem também detalha um quarto aspecto de Ágape: que está disposto a perder a vida eterna. Como lemos Salmo 22 e Mateus 26, junto com comentários dos Ellen White em O Desejado de Todas as Nações, capítulos 74 (*“Getsêmani”) e 78 (*“O Calvário”), isto não era uma tarefa fácil. No jardim do Getsemani, Ele fez uma especial oração, solícitamente, por Seus três companheiros mais próximos, e Seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue. A agonia era tão intensa Seu rosto tornou-Se desfigurado de tal modo que os discípulos tiveram dificuldade para reconhece-Lo. Mas Ellen White, diz, que Cristo “ o desamparo do homem... As misérias e os ais do mundo condenado erguem-se ante Ele... Contempla-lhe a sorte iminente, e decide-Se: Salvará o homem custe o que custar de Sua parte” (págs. 690, 693)1. Na página 753 do mesmo livro ela diz, " O Salvador não podia enxergar para além dos portais do sepulcro. A esperança não Lhe apresentava Sua saída da sepultura como vencedor... Temia que o pecado fosse tão ofensivo a Deus, que Sua separação houvesse de ser eterna.” A maravilha do amor redentor! Ágape é poderoso e nos constrange a viver para o Filho de Deus que nos amou e Se deu por nós.

A lição da quarta-feira lida com o terno amor de Cristo por Seus inimigos. Mateus 5:44. 45 diz, "Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o Seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.” Jesus Cristo nosso irmão mais velho foi maltratado e perseguido, entretanto Ele "ia por toda parte fazendo o bem" (*Atos 10;38), até o máximo bem, que foi Sua morte na cruz por toda a humanidade. Ao ser pendurado na cruz Seu coração em direção a Seus inimigos clamava, "Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem” (*Lucas 23:34)

Romanos 5:6-10 dá-nos uma progressão de nossa condição. O verso 6 diz, "Quando ainda éramos fracos Cristo morreu... pelos ímpios". O verso 8 diz, "quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós," e finalmente, verso 10 diz, "Quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte do Seu Filho..." O terno Ágape de Jesus é tão poderoso, e tão constrangedor que a resposta de Paulo é a única apropriada, "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, O qual me amou, e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gal. 2:20). Isto nos chama à total rendição, e obediência. O zeloso amor de Deus—Ágape—é um amor que não nos deixará ir. O Senhor nos capacitará a, verdadeiramente, entender, apreciar, e estender esse amor a todo o mundo.

—Lyndi Schwartz

Linda Schwartz e seu marido, Brian, são médicos no Hospital Adventista na cidade de Kettering em Ohio. Ambos são ativos membros da igreja adventista local, localizada no nº 3939 na rodovia Stonebridge Road, cidade de Kettering, Ohio 45419, Fone (937) 298-2167 Fax: (937) 298-7839, www.ketsda.org. Ela é professora de uma das unidades da Escola Sabatina, e o Dr. Brian Schwartz é o presidente da mesa administrativa do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888 (8784, Valley Vew Drive, Berrien Spings, 49103, Michigan, USA, fone (269) 473-1888.

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Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

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Notas do tradutor:

1) De DTN, falando da experiência de Jesus no Getsemani, à pág. 690 lemos isto: “A humanidade do Filho de Deus tremia naquela probante hora. Não orava agora pelos discípulos, para que a fé deles não desfalecesse, mas por Sua própria alma assediada de tentação e angústia. O tremendo momento chegara—aquele momento que decidiria o destino do mundo. Na balança oscilava a sorte da humanidade. ... Trêmulas caem as palavras dos pálidos lábios de Jesus: "Pai Meu, se este cálice não pode passar de Mim sem Eu o beber, faça-se a Tua vontade." Mat. 26:42.

Três vezes proferiu essa oração. Três vezes recuou Sua humanidade do derradeiro, supremo sacrifício. Surge, porém, então, a história da raça humana diante do Redentor do mundo. Vê que os transgressores da lei, se deixados a si mesmos, têm de perecer. Vê o desamparo do homem. Vê o poder do pecado. As misérias e os ais do mundo condenado erguem-se ante Ele.

E da pág. 693: “Contempla-lhe a sorte iminente, e decide-Se: Salvará o homem custe o que custar de Sua parte. Aceita Seu batismo de sangue, para que, por meio dEle, milhões de almas a perecer obtenham a vida eterna. ... Havendo tomado a decisão, cai moribundo no solo do qual Se erguera parcialmente. ... O Salvador pisou sozinho o lagar, e do povo nenhum com Ele havia” (Grifos nossos).
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Introspecção condensada de e-mails de dois de nossos correspondentes:

Ao ler o relato da mulher adúltera em o DTN, alguns foram levados a crer que de Jesus teria escrito no chão a lei do apedrejamento de adúlteros que está em Levíticos 20:10 que diz: “Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera.” Dizem então estes que assim interpretam o relato de o DTN: "—aí vemos que para que a mulher fosse condenada teriam que ter trazido o adúltero, pois ela não cometeria adultério sozinha, se Ele portanto tivesse mandado que a apedrejassem, estaria cometendo um assassinato, pois faltava a prova do adultério, faltava o homem. Eles então aproximaram-se insistindo e viram o que ele estava escrevendo, isto é Levíticos 20:10, e levantando-se disse-lhes, aquele que dentre vós estiver sem pecado... e continuou a escrever, eles então lendo o que ele escrevia raciocinaram: Se eu atirar pedra nela estarei cometendo assassinato porque a lei na verdade manda apedrejar ambos, e só trouxemos a mulher, e assim todos vendo o que estava escrito não puderam condenar a mulher. Assim Jesus se livrou da dupla armadilha que lhe prepararam.”

Entretanto, entendemos que a melhor interpretação é a que está em Ciência do Bom Viver, pág. 88 nos diz: "Mas, quando seus olhos, seguindo os de Jesus, caíram no chão a Seus pés, suas vozes emudeceram. Ali, traçados diante deles, achavam-se os criminosos segredos da vida de cada um.”


sexta-feira, 23 de maio de 2008

Lição 8.- A Intensidade de Sua Caminhada


Ellen White ficou radiante de alegria com a mensagem da Justificação pela Fé, pregada há 120 anos (*em Mineapolis). Ela reconheceu que sua verdadeira identidade era (e é) o "começo", longamente-esperado, do Alto Clamor de Apocalípse 18.1

Mas ao findar a era de 1888, com a mensagem em grande parte pouco apreciada e rejeitada (cf. Mensagens Escolhidas, livro 1, págs. 234, 2352), declarou que "A decepção de Cristo está além de descrição". (“Review and Herald de 15 de Dezembro de 1904, 8º § do artigo Um Chamado ao Arrependimento”).3 Sua "decepção" era porque Ele ansiava que Seu povo se preparasse para Sua segunda vinda, representada pelas "bodas do Cordeiro" (*Apoc. 19:7). Sua avidez como um Noivo divino, era a causa da "decepção."4

Nossa Lição nos traz à experiência de Jesus na Sua cruz quando bradou em agonia, "Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste"? (*Mat. 27:46, Marcos 15:34).

Nunca qualquer ser humano experimentou antes este abandono total de Deus; mesmo as vítimas de multidões de crucificações romanas, nunca experimentaram o horror que Jesus sentiu. É verdade que Moisés tinha declarado que qualquer um que fosse pendurado seria "maldito de Deus" (Deut. 21:21-23) (*Ver também Gálatas 3:13), mas o que Deus tinha feito "em Cristo" dispensou a todos esses criminosos que morreram em Roma antiga de realmente experimentarem essa horrorosa “maldição”. Romanos 5: 15 a 18 deixa claro:

“Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, abundou em muitos. Também não é assim o dom como a ofensa, que veio por um só que pecou; porque o juízo veio, na verdade, de uma só ofensa para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação Porque, se pela ofensa de um só, a morte veio a reinar por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida.” Ou, como está em outra versão: “que concede vida”.

Cada criminoso pagão executado numa cruz por Roma antiga beneficiou-se deste ato "judicial... de absolvição" (*na cruz), à vista de Deus. Ninguém pagava o preço final pelo seu pecado ou crime, qualquer que fosse

Então a cada pecador que já morreu; Deus não "imputa" sua transgressão contra ele

(*Pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões...”, II Cor. 5:19). (*Mas quando o Sumo Sacerdote sair do Santíssimo, então “quem é injusto, faça injustiça ainda e quem é sujo suje-se ainda,” Apoc. 22;11).

O castigo pelo pecado não é agora; vem ao fim dos 1000 anos de Apocalipse 20, quando todos os perdidos que ressurgirem na segunda ressurreição se reunirem ao redor do Grande Trono Branco para o julgamento final.

Então cada um finalmente compreenderá que seu verdadeiro nome sempre foi "Esau," o homem que teve a "primogenitura" que ninguém podia ter tomado dele, mas que ele "desprezou" e "vendeu" por um prato de guisado (Gên. 25:34; Heb. 12:16, 17).

Cada alma que finalmente perecerá na "segunda morte" será uma alma que Jesus sempre amou desde seu nascimento, sim, mesmo desde a concepção (cf. Salmo 139:13-16). Na terra feita nova Deus limpará todas lágrimas de olhos do Seu povo (Apoc. 21:4); mas seguramente Ele mesmo derramará lágrimas antes desse tempo—quando observar os "Esaus" de todos os tempos perecerem em sua segunda morte que eles escolheram—a despeito de Ele mesmo já ter morrido em seu favor na Sua cruz.

É tempo agora para nós aprendermos a apreciar a "largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo o entendimento, para que sejais cheios até a inteira plenitude de Deus" (Ef. 3:14-21).

Esta ampla apreciação de coração de Ágape é a preparação para o tempo final de provação e trasladação (sem ver a morte, I Tess. 4:15-17) que o Senhor pretendeu para nós há 120 anos atrás quando Ele nos "enviou uma mui preciosa mensagem", mas que "nós" não apreciamos naquela época. "Nos" fizemos como os israelitas antigos que não puderam entrar na sua Terra Prometida por causa de sua incredulidade (cf. Heb 3:7-19).

Jesus Cristo tornou-Se um de nós; como um Noivo ávido, Ele anseia para que Seu "casamento do Cordeiro" venha logo (cf. Apoc. 19:7, 8).

Robert J. Wieland

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

Notas do tradutor:

1) Ellen White declarou que a mensagem da justificação pela fé foi o começo da chuva serôdia do Espírito Santo, assim como o Pentecostes foi a chuva temporã. Foi também o começo do Alto Clamor de Apocalipse 18. Seu poder era para iluminar a terra com a Sua glória. Mas, não foi o trabalho de homens, ou o suposto reavivamento da igreja no início de 1890, que começou a cumprir a profecia. Foi essa própria mensagem.

2) Mensagens Escolhidas, livro 1, págs. 234, 235:

A indisposição de ceder a opiniões preconcebidas, e de aceitar esta verdade, estava à base de grande parte da oposição manifestada em Mineápolis contra a mensagem do Senhor através dos irmãos [E. J.] Waggoner e [A. T.] Jones. Promovendo aquela oposição, Satanás teve êxito em afastar do povo, em grande medida, o poder especial do Espírito Santo que Deus anelava comunicar-lhes.”

“O inimigo impediu-os de obter a eficiência que poderiam ter tido em levar a verdade ao mundo, como os apóstolos a proclamaram depois do dia de Pentecostes. Sofreu resistência a luz que deve iluminar toda a Terra com a sua glória, e pela ação de nossos próprios irmãos tem sido, em grande medida, conservada afastada do mundo”;

3) Ellen G. White, no mencionado artigo da Review and Herald, de 15 de Dez. de 1904, descreve como Jesus sentiu-Se magoado depois do fracasso da liderança de igreja em 1888 em receber e transmitir a mensagem, e a perda da reconciliação conseqüente com Ele. No 8º parágrafo ela diz: “Deixar o primeiro amor é representado como uma queda espiritual. Muitos caíram assim. Em cada igreja em nossa terra (*nos EUA), há necessidade de confissão, arrependimento, e reconversão. A decepção de Cristo está além de descrição. A menos que esses que pecaram rapidamente se arrependam, os enganos dos últimos dias os ultrapassarão. Alguns, embora eles não o compreendam, estão se preparando para serem vencidos.. Deus conclama para arrependimento sem demora. Por muito tempo muitos têm brincado com a salvação que sua visão espiritual é ofuscada, e eles não podem discernir entre luz e trevas. Cristo é humilhado no seu povo. O primeiro amor se foi, a fé está fraca, há necessidade de uma completa transformação.

4) Sua avidezé retratada e enfatizada na repetição que a versão dos 70 faz em Cantares de Salomão cap. 5: 2, “... batendo, batendo ...”, repetida em Apocalipse 3:20, no grego, “...batendo, batendo ...”, circunstância esta que, claramente, demonstra serem os dois textos paralelos, o primeiro constituindo-se em uma profecia para o tempo presente eis que o último texto é parte da mensagem a Laodicéia. O paralelo entre os dois textos é também evidente por ambos terem alguém batendo à porta e requerendo de outrem abri-la para Ele.

A inspiração de Cantares já foi questionada ao longo dos tempos por ser, segundo estes, “uma simples história de amor, e, portanto não deveria ter sido incluí no cânon sagrado.” Mas alguns teólogos interpretam o texto como alegórico, dizendo que o amor exaltado é o amor entre Deus e Israel, ou entre Cristo e a Igreja. Jesus descreveu o livro de Cantares como "Escritura" em João 7: 37, 38, contraste com Cantares 4:15, onde “a fonte dos jardins, poço das águas vivas” é a Palavra de Deus (Profetas e Reis, pág. 234). Paulo o citou relativamente à igreja em Efésios 5:27, compare com Cantares 4:7,. O evangelho de Cristo é incontestavelmente amoroso. Para você que crê, Jesus é muito precioso (I Pedro 2:7); Ele é totalmente amoroso (Cantares de Salomão. 5:16). Nós o amamos porque Ele nos amou primeiro (IJoão 4:19). Os acadêmicos de longo tempo reconheceram que Jesus citou a versão da Septuaginta em Apocalipse 3:20. Em verdade a razão para ter sido selecionado pela PROVIDÊNCIA DIVINA para ser incluído na Bíblia, é que fala de Jesus e Seu amor por Sua igreja. É princípio de exegese firmemente estabelecido na IASD, que textos paralelos, se explicam. O apelo de Apoc. 3:19, “sê, pois, zeloso e arrepende-te” É um convite do Mestre para nos retratarmos e é, obviamente, um atestado de nossa falha. A esposa, em Cantares de Salomão 5:2-7, que tinha ido se deitar cedo e ficou irritada porque seu Amante batia em sua porta, representa a igreja remanescente que se ressentiu (na história de nossa igreja) com os apelos urgentes de nosso Senhor para render-se a Ele.

Dois são os desapontamentos na igreja de Laodicéia.

Primeiro: Em 1844, a noiva esperava o noivo que não veio. Os mileritas, inadvertidamente, tomaram como certa a idéia popular corrente de que o Santuário era esta terra, e concluíram que sua purificação significava a volta de Jesus com o conseqüente juízo de Deus. Este episódio tem sua contra-partida no erro dos discípulos em manterem a idéia popular de que o Messias estabeleceria seu Reino àquela época, a despeito das predições proféticas e inúmeras advertências que Cristo lhes fez, chamando-lhes a atenção para a primeira fase de seu ministério de sofrimento.

Segundo: Em 1888 o Noivo veio encontrar-Se com a noiva que não O recebeu prontamente. Compare a indiferença da liderança de então com a da noiva, a despeito de sempre chama-Lo de Amado ao longo de todo o livro (Cantares 5: 2 e 3).

Igualmente compare como a noiva se rende a seu futuro marido e decide deixa-Lo entrar. “Eu me levantei para abrir ao meu amado” (vs.5); “Eu abri ao meu amado, mas já o meu amado Se tinha retirado e Se tinha ido” (vs.6).

Neste estágio da profecia se encontra hoje a nossa querida igreja adventista, mas virá o momento em que se ouvirá dizer:

“São chegadas a bodas do cordeiro, e já a Sua noiva se aprontou”, Apoc. 19:7.

Mas enquanto não chega este evento, ainda assim temos boas-novas para Laodicéia. Descobrir a razão para este longo atraso nos dá esperança. A mensagem que estamos proclamando hoje, como igreja, pode ser objetivamente avaliada a fim de que os contrastes entre esta e os conceitos de 1888 se tornem claros para todos. Está em nosso poder recuperar muito da mensagem, porque o Senhor, em Sua misericórdia, como preservou os Escritos sagrados, permitiu que ela fosse disponível em livros e revistas, que embora não estejam sendo impressos atualmente pelas editoras da Organização, podem, entretanto, ainda ser examinados, reimpressos, xerocopiados etc.. Infelizmente, no Brasil, as disponibilidades são bem menores. Entretanto diversos grupos têm sido despertados para a divulgação dos mesmos. E que isto é da providencia divina se vê do fato de que estão surgindo ao mesmo tempo, independentes uns dos outros, todos pregando a mesma mensagem da justiça de Cristo. (Assim ocorreu “com a grande reforma do século dezesseis,’ quando ‘o movimento do advento apareceu simultaneamente em vários países da cristandade”, GC, pág.357). A irmã White, em TM, págs. 91 em diante, viu a pregação de Waggoner e Jones em 1888 e anos seguintes, como uma “mui preciosa mensagem” de gloriosas boas novas, que deve ir ao mundo inteiro, revitalizando a mensagem do terceiro anjo, o evangelho eterno, que prende corações, e a relaciona com a particular mensagem adventista da purificação do santuário celestial. Aqueles cujos corações respondem a esta mensagem são confirmados e fortalecidos na sua lealdade e apoio à Organização da igreja. Dedicam as suas vidas para cooperarem com o Espírito Santo para este fim. Para que uma igreja iluminada e unificada venha a ser preparada para cooperar com o Céu num trabalho final de uma muito mais abundante graça para o mundo inteiro,

Veja o exemplo do apóstolo Paulo:

O evangelho da graça de Deus teve tal poder na vida dele que as pessoas achavam que ele estava fora de si em sua imensurável devoção à Cristo. Ele replicou que não era porque ele possuísse dotes mais valiosos do que eles a razão de sua capacidade de sofrer tanto por seu Salvador. A graça de Cristo, em seu incomparável amor na cruz, constrangia Paulo (cf. II Cor. 5:14), isto é, ela o motivava, o empurrava adiante, implacavelmente, quase como se fosse contra a sua própria vontade. Agora ele achava impossível viver para ele mesmo, ele fora feito nova criação. Ser reconciliado com Deus, ter removida a invisível barreira que estava anuviando a sua alma, toda a sua vida até então; era fantástico! O evento da cruz o cativou para sempre, e ele apela para que nós não olhemos para ela e bocejemos, em desinteresse. Ele diz: “não recebam a graça de Deus em vão” (II Cor. 6:1). A singularidade da mensagem de justificação pela fé que o Senhor nos enviou em 1888 reproduz no coração humano moderno a mesma devoção altruísta que motivou Paulo longo tempo atrás.

Um dos poucos líderes que aceitou a mensagem de todo o coração foi o pastor Nelson Haskell (Enciclopédia Adventista pág. 561). Ele demonstrou tal devoção que foi o pioneiro da mensagem na China, Japão, Austrália, e continuou a produzir os preciosos frutos da graça ate mesmo em sua velhice. Seus livros continuam ainda hoje sendo valiosos:

Quando o movimento da Carne Santa surgiu no estado de Indiana, EUA, os líderes da Conferência Geral enviaram os irmãos Nelson Haskell e A. J. Breed como delegados ao encontro campal marcado para Muncie, Indiana, de 13 a 23 de setembro de 1900. Ao retornar a Battle Creek, Haskell viu-se compelido a informar não apenas seus colegas da Conferência Geral, como também Ellen White. Ele lhe enviou uma carta, datada de 25 de setembro de 1900, para informá-la da situação.

Eis como Haskell apresentou o problema a Ellen White: “Quando nós declaramos que acreditávamos que Cristo nasceu da decaída humanidade, eles nos representavam como crendo que Cristo pecou,...”. Tão grave considerou ela a situação, que respondeu imediatamente. Sua carta datada de 10 de outubro de 1900, estabelece uma firme e clara postura contra o ensino do movimento da carne santa, que ela define como “estranha doutrina”, “teorias e métodos errôneos”, e “uma deplorável invenção do pensamento humano, preparada pelo pai da mentira.” Veja mais em Mensagens Escolhidas, livro. 2 cap. 3

O pastor Alonzo T. Jones, no boletim da Conferência Geral de 1895, pág. 351, nos diz: “Nós vivemos pela fé no Filho de Deus, que nos amou e a Si mesmo se entregou por nós”. Gálatas 2:20. Oh, Ele me amou! Ele Se deu em toda a Sua glória, todo o Seu maravilhoso dom por nós que nada somos. Será que é muito permitir que Ele tome posse de nós? Ele está desejoso e ansioso de assim o fazer.

Com oração e fome de alma, medite mais uma vez no glorioso poder da mensagem da graça de Deus. Mergulhe em Romanos 4, versos 13 e 16, e capítulo 5, versos 2,15,17,20 e 21; Capítulo Seis versos, 1, 14 e 15. Veja:

I) justificação pela fé não é uma teologia fria, é o ministério da graça;

II) Fé provê acesso a esta graça, isto é, uma apreciação do coração pelo imenso amor que o Senhor manifestou por nós, e abre os portões de acesso à esperança e gloria;

III) O dom da graça transbordou para muitos. “No dom incomparável de Seu Filho, Deus envolveu o mundo todo em uma atmosfera de graça tão real como o ar que circula ao redor do globo. Todos os que respirarem esta atmosfera vivificante hão de viver e crescer ate a estatura completa de homens e mulheres em Cristo Jesus”, Caminho a Cristo pág. 68;

IV) A graça é maior do que o nosso pecado. Isto é estupendo, creia nisso. Salvação do pecado certamente depende de haver mais poder na graça do que há no pecado. Onde quer que o poder da graça possa ter controle, será tão fácil fazer o que é correto, assim como é fácil fazer o errado sem a mesma. Nenhum homem ainda achou difícil fazer o que é errado, porque o homem, naturalmente, é escravo de um poder, do poder do pecado, que é absoluto em seu reino. Mas se um poder superior a esse tomar o controle, então será fácil servir o desejo deste poder superior;

V) Crida e recebida, a graça reina na vida como um rei, soberana;

VI) Graça em quantidade transbordante torna impossível para o crente continuar vivendo em pecado;

VII) Graça então, impõe um novo cativeiro, que é uma eterna motivação para santidade de vida. Podemos ter certeza de estar incluídos nesta graça, porque foi Ele quem prometeu. Prometeu que a graça de Deus se manifestou trazendo a salvação para todos os homens, Tito 2:11. É-nos prometida e garantida também em Efésios 4:7,12 e 13: “E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo, com vista ao aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé, e do pleno conhecimento do filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo”.

“Quer você ser semelhante à Jesus? Então simplesmente receba a graça que Ele tem tão completa e livremente dado. Permita que Ele a lance sobre você, na medida que Ele tem dado, não na que você pensa que merece. Exponha-se a ela, a fim de que possa trabalhar em você e para você com o maravilhoso propósito para a qual foi concedida. E ela fará a sua obra. Ela o fará como Cristo”. A. T. Jones, na revista Review and Herald de 17 de Abril de 1894.

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Outro aspecto em que a mensagem de 1888 lança luz em nosso estudo da lição de 19/5:

O Mistério da Piedade

Os textos escriturísticos da segunda pergunta da lição 8 nos revelam a fonte da fé e poder de Jesus: comunhão com o Pai pelo estudo da Palavra, jejum e oração.

Sim, como diz a lição, para se entender a intensidade da experiência de Jesus com Deus, é necessário compreender-se Sua divindade e sua humanidade. Entretanto, não podemos nos esquecer de que “...grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne...” (I Tim. 3:16).

O Comentário Bíblico Adventista (SDABC), vol. 6, pág 610, 2ª coluna, diz: “No Novo Testamento ‘mustērion’ (*do Gr.) se refere a algo que Deus deseja tornar conhecido àqueles que estão desejosos de receber a Sua revelação” (*grifamos duplamente) ver Rom. 16:25 e 26; 2:7; I Cor. 2:7; Efésios 3:3 e 4”. Revelação, somente o que nos foi revelado. Devemos assim evitar nos delongarmos em avançadas idéias científicas, extensas explicações e exemplos. A que Compararemos a Deus? ( Veja Isaias 40:25)

Para entender a condição de Cristo “vindo ao mundo em natureza humana”, e a comunhão entre o Filho e o Pai, leia o que diz o Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, pág. 309, 2ª coluna:

“Jesus não convidou a tentação, nem Ele, conscientemente, Se colocou no campo dos encantamentos do diabo. Ele recolheu-Se ao deserto para estar a sós com Seu Pai, e para meditar sobre a tarefa que estava posta perante Ele.”

“Jesus tomou sobre Si a natureza humana, e, com ela, a possibilidade de ceder ao pecado (DTN, pág. 117). Deus ‘permitiu que enfrentasse os perigos da vida em comum com toda a alma humana, combatesse o combate como qualquer filho da humanidade o tem de fazer, com risco de fracasso e ruína eterna’ (DTN, pág. 49). Somente assim poderia ser dito que Ele “... como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Heb. 4:15). Ao contrário, se, como alguns afirmam, Jesus, sendo divino, não pudesse ser tentado—então a Sua tentação foi uma farsa. Foi através de Sua natureza humana que Ele experimentou a tentação” (DTN, pág. 686). Tivesse Sua experiência com a tentação sido, em qualquer grau menos sedutora do que a nossa experiência com ela, Ele não estaria habilitado para nos socorrer’ (DTN, pág. 117).” Ver Hebreus 2:18. Gifamos.

E, da mesma página, “Temos um representante perante o Pai, que pode ‘compadecer-Se de nossas fraquezas’, porque Ele ‘foi em todos os pontos tentado como nós’, assim somos instados a nos achegarmos ‘com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno (Heb. 4: 15 e 16). Jesus sabe, por experiência o que a humanidade pode suportar. Ele prometeu abrandar o poder do tentador de acordo com a nossa força individual para suportar, e prover o meio de escape: E ‘fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar’ (I Cor. 10:13). Dentro do campo de ação de cada coração humano o grande conflito, pelo qual Cristo passou no deserto da tentação, é repetido. Sem teste—sem a oportunidade de escolher fazer o que é direito ou o que é errado—não pode haver desenvolvimento do caráter.”

Tanto para nós, como para Jesus a experiência de desenvolvimento era o que a Bíblia fala sobre crescer em sabedoria ...(Lucas 2:52). Na aprendizagem do ofício de carpinteiro Ele Se especializou para cada vez fazer melhor. Se fosse estudar violão e “esbarrasse o dedo em uma corda errada”, em próxima tentativa acertaria, estes erros não são pecados porque não dizem respeito à lei moral e não são deliberadas escolhas para fazer o que é errado.

Ainda outro ponto a se comentar nesta 8ª lição:

A lição anterior, de nº 7, nos pergunta, "Até que ponto é correto 'seguir Seu exemplo'?" [Lição de 3a.-feira, 13.05.08].

A lição desta semana, na parte de quinta feira, 22/5 nos indica que 'não podemos (e não devemos)' seguir-Lhe o exemplo em tudo o que o Senhor fez!!!?

1ª João 2:6 nos dá uma inequívoca orientação, “Aquele que diz que está nEle, também deve andar como Ele andou.” E o apostolo Paulo nos diz: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo.”

Tenham um feliz sábado.

João Soares da Silveira


quinta-feira, 15 de maio de 2008

Lição 7 - O Enigma de Sua Conduta

Tanto as palavras de Jesus (*focalizadas na lição da semana passada) e Sua conduta (*na desta semana), têm hoje um propósito específico—para nos arrependermos e permitir que sejamos atraídos para mais próximos de Deus.

Não é fácil qualificar Jesus numa categoria ou classe particular, nem rígida, nem exclusiva. Alguns são genuinamente confundidos pela Sua conduta: Espera Ele que façamos isso, e na mesma maneira? Ao estudarmos a lição desta semana, vamos tentar descobrir os princípios subjacentes; cientes de que dois indivíduos podem ter impressões completamente diferentes do que os brocados de Jesus querem dizer.1

Os ensinos de Jesus fazem sentido maravilhoso a muitos porque eles os leram (*separada ou contextualmente) muitas vezes ou cresceram com eles. A um novo crente, no entanto, saber como nascer outra vez, ou ser perfeito, ou perdoar setenta-vezes sete (*Mat. 18:22) pode estar desafiando conceitos. Qual é a nossa responsabilidade?

Na passagem da lição de domingo (Lucas 2:41-51) claramente Maria e José negligenciaram ver que ele, Jesus, estava com o grupo viajando em direção ao norte de Jerusalém, para a Galiléia, depois da Festa da Páscoa. O verso 51 é explícito em sua declaração sobre a obediência de Jesus a Sua mãe Maria e a (*Seu Pai) José. Este incidente não teve nada a ver com qualquer irresponsabilidade de Jesus.

A missão de redenção começou a amanhecer na mente de Jesus ao observar as cerimônias de Páscoa. 2 Em resposta à pergunta da Sua mãe quanto a por que Ele tratou José e ela da maneira que o fez, Jesus suavemente repreendeu-a ao declarar que devia estar cuidando dos negócios de Seu Pai celestial. A implicação é que deviam ter sabido disto. A mensagem a Maria e José e a nós é a mesma: "Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te" (Apoc. 3:19).

Temos um claro e inexplicável incidente histórico de negligência e irresponsibilidade, em nosso passado não muito distante. Embora agudamente desaprovados e criticados pela liderança da igreja por suas crenças, Jones, Waggoner e Ellen G. White responderam à mensagem de Deus como suprema.3 E, conquanto obedientes à liderança, eles sabiam que seu primeiro dever era serem fieis à mensagem especial de Deus que começou em 1888. Essa mensagem era o levantar a Cristo, em tal maneira, a ponto de atrair todo o mundo a Ele, sendo levados ao arrependimento e fé. Quando o trio foi desfeito ao (*a Conferência Geral) enviar Ellen White à Austrália e Waggoner à Inglaterra, todos os três permaneceram firmes à mensagem do céu. Embora obedientes à voz da liderança, eles continuaram a pregar a mensagem de Cristo e Sua justiça e outros ensinos ligados a essa mensagem.

A lição de segunda-feira é sobre a raiva exibida por Jesus quando entrou nas cortes do templo e ouviu o barulho rouco, e viu vendedores e cambistas nesse lugar sagrado. Jesus exibiu justa raiva, não por Si, mas por Deus, indignado por causa da falsa mensagem de salvação subentendida pelos mascates e seus produtos. É a indignação de Cristo um exemplo para nós? Sim. Mas necessitamos ser excessivamente cuidadosos em entender a diferença entre uma raiva justa e santificada e a que brota do ego.

A lição de terça-feira é sobre a destruição de propriedade. Uma pergunta primeiro deve ser indagada: Os porcos eram realmente bens pessoais desses que os criaram, venderam e comeram? Outra pergunta surge: Jesus destruiu os porcos?5 Ou o demônio fugindo em pânico os lançou no precipício? Devemos ficar com a impressão de que Jesus praticou a destruição? Que tal hoje? Diante de destruições tais como Mianmar, Katrina, e 11 de setembro, quem é culpado? Deus? Mesmo nos Estados Unidos as seguradoras deixam de pagar indenizações a pessoas asseguradas, por destruições designadas como "atos de Deus" (*Que vergonha para as seguradoras).

A lição de quarta-feira faz duas perguntas persistentes, relacionadas ao sofrimento: (1ª) "Onde está Deus quando sofremos"? [nós também talvez devêssemos perguntar: "Onde estávamos nós quando Deus sofreu"?] Em resposta a esta pergunta nós podemos aprender algo sobre o sofrimento da Divindade ao o Pai ficar só (*nas trevas ao lado da) cruz quando Jesus sofreu e morreu. O sofrimento de Deus não começou nem acabou no Calvário. Hoje, Ele sofre por nós em silêncio.

(2ª) "Como o comportamento de Jesus, em todo o episódio com João Batista, nos ajuda a entender o silêncio de Deus em nossas ocasiões de dificuldade?” (*e em nosso tempo de angústia "?) Deus pode estar silencioso, mas Ele não é descuidado. Irá mais que recompensar qualquer sofrimento ou inconveniência que nós possamos experimentar porque nós O servimos.

Nós necessitamos considerar a lição aprendida por João—o sofrimento por causa de Cristo é um pesado presente de Deus. "Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nEle, como também padecer por Ele" (Fil. 1:29)., Deus nunca negligencia esses que sofrem e/ou são perseguidos para Sua causa. Ao estudamos as vidas dos mártires nós aprendemos que a maioria deles morreu com sofrimento intenso, mas oravam e cantavam canções de triunfo em sua agonia. Sem dúvida alguma que eles foram encorajados ao meditarem nos sofrimentos de João e Jesus.

O crescente aumento de sofrimento e do número de desastres naturais tem levado muitas pessoas a se perguntarem: quem controla o tempo, Deus ou Satanás? Há alguns cristãos que acreditam que os poderes de Satanás são extremamente limitados, portanto é só Deus quem envia estes desastres "naturais". Isto, eles acreditam, é o que a Bíblia ensina, uma noção não diferente das interpretações dadas às, assim chamadas, duras declarações e ações de Jesus. No entanto, não pode haver sofrimento sem sentido para o crente, quer seja causado por homem ou por um acontecimento natural. Nós nem sempre podemos saber porque os atos maus e desastres naturais acontecem, mas podemos ter certeza de que em nossas provações todas as coisas contribuem, juntamente, para Sua glória e para nosso perpétuo bem (Rom. 8:18-28).

Jesus mencionou que muitos desastres naturais seriam uma triste realidade por toda a história e construiria em impacto ao nos aproximarmos do fim do tempo. Ele predisse: "Haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes e calamidades. Estas coisas são o princípio das dores, tribulações, angústia intolerável e sofrimentos (Marcos 13:8, Amplificado). Os desastres continuarão a causar danos em incontáveis milhares de pessoas ao redor do globo. Mas Deus diz, "... os céus desaparecerão como a fumaça, e a terra se envelhecerá como roupa, e os seus moradores morrerão semelhantemente; porém a minha salvação durará para sempre, e a minha justiça não será abolida" (Isa. 51:6).

A lição a ser aprendida concernente aos chamados, duros ditos, e à conduta de Jesus esta semana (e cada semana até o Seu retorno) é isto: arrepende-te e crê na Boa Nova. Quando esta lição for aprendida, Ele virá, assim como Ele teria vindo pouco depois de 1888, se o Seu povo tivesse se arrependido e crido em Sua mensagem que Deus intentou dar à igreja e ao mundo.

—Gerald L. Finneman

Gerald L. Finneman é um pastor adventista, já tendo atuado nos estados de Michigan, Pensilvânia e Califórnia nos EUA. Ele prepara materiais para encontros evangelísticos, incorporados com os conceitos das Boas-Novas da Mensagem de Justificação pela fé. Além de pastor da IASD ele atualmente é também o presidente do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888.

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira


Notas do tradutor:

1) Os livros da Dra. Deborah Tannen: You Just Don’t Understand (Você na Verdade Não Entendeu) e That’s Not What I Meant (Não é Isto o Que eu Quis Dizer), poderia ser usado para escrever a respeito de discursos humanos, como ilustração do estudo da lição desta semana. Como uma cientista social ela analisa a conversação e pode explicar porque dois indivíduos, ouvindo o mesmo diálogo, podem ter diferentes impressões do que foi dito;

2) O Desejado de Todas as Naçõe, pág. 78, – “Pela primeira vez, contemplou o menino Jesus o templo. ... Viu a ensangüentada vítima sobre o altar do sacrifício. ... Testemunhou os impressivos ritos da cerimônia pascoal. ... Cada ato parecia estar ligado a Sua própria vida. No íntimo acordavam-se-Lhe novos impulsos. Silencioso e absorto, parecia estudar a solução de um grande problema. O mistério de Sua missão desvendava-se ao Salvador.

Naquela época, um aposento ligado ao templo estava sendo ocupado por uma escola sagrada, à maneira das escolas dos profetas. ... Como pessoa que busca saber, interrogava esses mestres relativamente às profecias, ... Jesus Se apresentou como pessoa sedenta de conhecimento de Deus. Suas perguntas eram sugestivas de profundas verdades que havia muito jaziam obscurecidas, e eram, todavia, vitais para a salvação de almas. ... e perguntava-lhes o sentido daqueles textos que indicavam o sofrimento e a morte do Cordeiro de Deus. Os doutores voltavam-se para Ele com perguntas, e pasmavam de Suas respostas. Com a humildade de criança, repetia as palavras da Escritura, dando-lhes profundeza de sentido que os sábios não haviam alcançado. ... Se houvesse parecido que Jesus procurava ensiná-los, desdenhariam ouvi-Lo. ... A modéstia juvenil e a graça de Jesus lhes desarmava os preconceitos. Inconscientemente, seu espírito abriu-se à Palavra de Deus, e o Espírito Santo lhes falou ao coração.

Não puderam deixar de ver que sua expectação com respeito ao Messias, não tinha o apoio da profecia; mas não queriam renunciar as teorias que lhes tinham lisonjeado a ambição. Não admitiam haver compreendido mal as Escrituras que pretendiam ensinar. Interrogaram-se uns aos outros: Como tem esse rapaz conhecimento, não havendo nunca aprendido? A luz estava brilhando nas trevas; mas "as trevas não a compreenderam". João 1:5.

3) Após assembléia da Conferência Geral de 1888, em Minneapolis, ocorrida de 17/10 a 4/11, durante os poucos anos que se seguiram, E. J. Waggoner, A. T. Jones , e Ellen G. White, empenharam-se, por iniciativa própria, em espalhar a mensagem de Justificação pela fé em diferentes igrejas. Claude Webster, em Croscurrents in Adventist Christology (Encrusilhadas na Cristologia Adventista), capítulo 3;

4) "O Senhor não estava dirigindo nossa saída da América. ... O Senhor teria trabalhado pela Austrália por outros meios e uma forte influência teria sido mantida em Battle Creek, o grande coração da obra.” Carta de EGW ao então presidente da Conferência Geral, Pr. O.A. Olsen, carta 127, 1896.

5) A lição, de 3ª Feira, no 2º §, cita um texto de O Desejado de Todas as Nações, pág. 338:

“Fora por misericórdia para com os donos desses animais, que Jesus permitira lhes sobreviesse o prejuízo. Achavam-se absorvidos em coisas terrestres, e não se importavam com os grandes interesses da vida espiritual. Cristo desejava quebrar o encanto da indiferença egoísta, a fim de Lhe poderem aceitar a graça. “

Agora veja o restante da história: A população de Gergesa pediu insistentemente que Ele se retirasse de seus termos, Ele atendeu, . . . “foi tratado como intruso, e o Dom do Céu despedido de suas portas. . . . rejeitam-Lhe a graça e afugentam de si o Seu Espírito. Muito diverso, todavia, foi o sentimento dos restabelecidos endemoninhados. . . . rogaram que os deixasse estar sempre ao Seu lado, para que sempre O pudessem ouvir. Mas Jesus lhes mandou que fossem para casa e contassem quão grandes coisas o Senhor fizera por eles. . . . Não somente à sua casa e aos vizinhos falaram acerca de Jesus; mas foram através de Decápolis, declarando por toda parte Seu poder de salvar, e descrevendo como os libertara dos demônios. Assim fazendo, era maior a bênção,” ídem, pág. 339.

Eles “foram os primeiros missionários enviados por Cristo a pregar o evangelho na região de Decápolis. Só por poucos momentos tinham esses homens tido o privilégio de escutar os ensinos de Cristo. Nem um dos sermões de Seus lábios lhes caíra jamais ao ouvido. . . . Apresentavam, porém, em si mesmos o testemunho de que Jesus era o Messias. Podiam dizer o que sabiam; o que eles próprios tinham visto e ouvido, e experimentado do poder de Cristo. É o que a todo aquele cujo coração foi tocado pela graça de Deus, é dado fazer. . . . Podemos dar testemunho do que temos conhecido da graça de Cristo. É esse o testemunho que nosso Senhor pede de nós, e por falta do qual está o mundo a perecer.”

“Embora o povo de Gergesa não houvesse recebido a Jesus, Ele não os abandonou às trevas que tinham preferido. . . . Ele lhes tornou a enviar a luz por intermédio” dois endemoniados. Idem, pág. 340 “Quando Jesus voltou a Decápolis, o povo aglomerou-se ao Seu redor, e durante três dias, não somente os habitantes de uma cidade, mas milhares de toda a região circunvizinha, escutaram a mensagem da salvação. . . . Em face dos homens e dos anjos, foi Satanás revelado como inimigo e destruidor da humanidade; Cristo, como seu amigo e libertador. Seu Espírito desenvolverá no homem tudo quanto enobreça o caráter e dignifique a natureza. Ele edificará o homem para a glória de Deus, tanto no corpo, como na alma e no espírito,” Idem, pág. 341.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Lição 6 - O Desafio de Suas Declarações

"Assim foi que 'pela palavra do Senhor’ todas as coisas foram criadas. Ele simplesmente pronunciou a palavra, e o que foi falado aconteceu: a palavra falada, ela mesma, produziu a coisa.

"Assim foi na criação. E assim foi na redenção: Ele curou os doentes, Ele expulsou demônios, Ele acalmou a tempestade, Ele limpou os leprosos, Ele ressuscitou os mortos, Ele perdoou pecados, todo pela Sua palavra. Nisto, também, 'Ele falou, e aconteceu”..

"E assim Ele é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente. Ele é sempre o Criador. E sempre faz todas coisas pela Sua palavra somente. E sempre pode fazer todas coisas pela Sua palavra; porque é a própria característica da palavra de Deus, que é possuída do poder divino, pelo qual realiza a coisa que é falada.

"Este é o motivo porque é saber que, na palavra de Deus há este poder, o esperar a própria palavra realizar a coisa falada, e depender daquela própria palavra para fazer o que a palavra diz" (A. T. Jones, Lições de Fé, pág. 18; ou pág. 10, edição mais recente).

Os "ditos" de Jesus são palavras de Deus também, com exatamente o mesmo poder inerente para criar o que Seus enunciados dizem, como quando Ele disse, "Haja luz" —ainda que Jesus usasse metáforas e eufemismos comuns à época. Por exemplo, "Se a sua mão direita te causa pecar [te escandalizar], arranca-a" (Mat. 5:30), e "Eu... te tomo pela tua mão direita" (Isa. 41:13).

A mão direita, é a mão do poder para a maioria de pessoas, é a mão da ação; e nesta metáfora, é usada desta maneira. Por exemplo, Salmos 118:16, "A mão direita do Senhor se exalta: a mão direita do Senhor faz proezas". Exceção existe (*como o caso do) astuto Eúde em Juizes 3 (*:15-25), que era canhoto, cuja mão esquerda foi usada para sacar a espada. Então a metáfora de Mateus 5 realmente se refere a ações. Na linguagem hodierna, talvez leia-se assim: "Se suas ações são ofensivas ou incorretas, pare de as praticar, e, se for necessário, vende a televisão ou permanece longe desse lado da cidade—ou o que quer que seja". Além do mais, ao nos falar isto, Jesus deu-nos a vitória por fornecer o poder para vencer. A pergunta é: você crê na Sua palavra todo-poderosa? Jesus promete "segurar a sua mão direita" —para controlar suas ações—se você crer nEle, assim deixando-O ter seus pensamentos e afetos.

Outra expressão lidando com o mesmo assunto de cortar a sua mão direita tem que ver com o eunuco de Mateus 19. Jesus acabou de nos falar que a única razão moral para o divórcio é a infidelidade conjugal. Ao mesmo tempo, no entanto, Ele o permite para a condição determinada em Provérbios2: "As contendas de uma mulher são um gotejar contínuo. ... É melhor morar numa terra deserta (no sertão), do que com a mulher rixosa e irritadiça. ... É melhor morar num canto de telhado, do que com a mulher briguenta numa casa ampla” (Prov. 19:13; 21:19; 25:24).

Por assim dizer, Ele está permitindo a possibilidade de que cônjuges possam achar necessário, por razões de segurança física ou mental, viver separadamente, e isso sem se casarem novamente enquanto o outro está vivo e não se casa novamente. Os divórcios feitos na terra podem, em alguns casos, ser, para Deus, somente uma "separação legal". Isto é celibato voluntário: "Há eunucos, que se fizeram eunucos por causa do reino dos céus" (Mat. 19:12). Lembre-se de que as palavras de Jesus têm o poder inerente nelas de criar a coisa que diz.

Tome outro exemplo "Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos" (Lucas 9:60). A referência aos mortos parece indicar que o pai ainda está vivo1 porque os vivos não podem (ou não enterram) os vivos mais do que os mortos podem enterrar os mortos (ao menos tal nós esperamos!). Jesus é capaz de um pouco de humor irônico também, Ele está habilmente destacando a lógica defeituosa do homem: "Se você quer ir enterrar seu pai vivo, então os mortos de fato podem enterrar a si mesmos. Deixe-os fazê-lo e evite este problema para você mesmo. Venha comigo!”

A frase "setenta vezes sete" era um eufemismo (*expressão atenuante) comum, mas ainda que não fosse, é cheio de significado aqui. Olhe Daniel 9:24: "Setenta semanas [setenta vezes sete dias] estão determinadas para o teu povo e para a sua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expia a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo". Quando Jesus diz para perdoar "setenta vezes sete," Ele Se refere a Seu (*ato de) tomar Sua cruz e abandonar a esperança própria de vida eterna para que nós possamos ter o perdão dos pecados e a erradicação deles. Jesus apontava Seus discípulos à cruz. Estamos nós dispostos a abandonar a esperança de nossa própria vida eterna pela erradicação do pecado, a vindicação do nome de Deus, e a vinda de Cristo para receber Sua herança? Esta é a pergunta. Se estamos (*dispostos a isto), o que isto significa em nossos relacionamentos?3

Eu não acredito que Jesus jamais tenha usado a frase: "Tudo o que me pedirdes te darei, até metade do meu reino" (Marcos 6:23). Sabemos que Herodes a usou e também Assuero (*ao estender seu cetro de ouro) para Ester (* “Que é que queres, rainha Éster, ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará.” Ester 5: 3).

Esta (*proposição) significa que você pode ter o que quiser dentro de limites razoáveis. No entanto, Deus nunca diz isto, porque Ele não insere nenhum limite. Isto é o que Deus diz em Lucas 12:32: "Não temais, pequeno rebanho, porque o vosso Pai agradou dar-vos o reino". (*Veja!!!:) O reino INTEIRO—prontamente, "boa mediada, recalcada, sacudida e transbordando” (*Lucas 6: 38).

"Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo Seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com Ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; . . . e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.” (Ef. 2:4-6; 3:19, ênfases acrescidas).

Craig Barnes

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

O Irmão Craig Barnes é capelão e co-gerente, juntamente com sua esposa Joyce Barnes do LAR REFÚGIO PRIMAVERIL, perto de Nashville, Tennessee, nos EUA., Este lar é para pessoas com disfunções mentais, mas Craig tem pregado o evangelho a eles e se regozija na habilidade dos internos em captar as Boas-Novas do evangelho. Ele tem ministrado séries de palestras sobre Justificação pela Fé ali em Nashville, Tennessee. Ele foi o autor também das introspecções para a lição 4 do trimestre passado, 1º de 2008, clique na coluna direita deste blog na seta que indica o mês de janeiro de 2008, e depois na lição 4 com o título Lições de Candidatos a Discípulos.

Notas do tradutor:

1) O capelão adventista Craig Barnes abordou esta afirmação de Cristo na lição 04/1ºTrim/08. Repetimos aqui o que digitamos na nota 1 do rodapé daquela lição, extraída do SDABC (Comentário Bíblico Adventista), R & H, 1980, vol. 5, pág. 366;:

Lucas 9:59 e 14:26. “Este homem estava extremamente cauteloso. Ele disse a Cristo, em outras palavras, algo como, ‘Eu gostaria de O seguir, mas não posso enquanto meu pai vive’. Em resposta o Senhor falou, por assim dizer, ‘Eu reconheço completamente sua obrigação para com seus pais; entretanto, sua profissão para com o reino dos céus tem preferência até mesmo sobre isto.’ As reivindicações do evangelho transcendem os laços familiares—não que estes sejam desprezados de modo algum, mas que eles não devem ser uma desculpa para falhar em atender o chamado de Cristo para o serviço (veja Marcos 7:11 e 12, e Lucas 2:14)”

2) A propósito, o que é dito em Provérbios sobre as mulheres é também verdadeiro para os homens.

3) O amor (Ágape) é a essência da natureza divina. ‘Deus é ágape.’ (1a João 4: 8, 16). O contraste entre o amor humano — que, no fundo é apenas egoísmo — e o amor ágape, Divino, foi assim acentuado por Jesus: “... vosso Pai que está nos céus . . . Ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos. Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não fazem os gentios também o mesmo?” (Mateus 5.45-47).

O amor Ágape de Cristo é auto-esvaziador, um amor que se auto-sacrifica, cheio de abnegação, que não procura o seu próprio interesse. Quebra as paredes divisoras dos nossos preconceitos e nos permite lidar com nosso semelhante como Ele lidou conosco.

Será que a “mui preciosa mensagem” de 1888, que foi o começo da chuva serôdia, faz qualquer contribuição para destruir este egoísmo? Sim! Ela transfere nosso pensamento do nosso próprio interesse egocêntrico de salvação pessoal, para uma motivação diferente, de interesse pela honra e recompensa de Cristo e pela obra que Ele fez no Calvário. A motivação predominante que absorveu a igreja desde a rejeição da verdade na era de 1888, foi “o que devo fazer a fim de estar seguro de que passarei pelos portões de pérola?” Nossa oração tem sido, “Senhor, por favor, esteja seguro que eu e meus amados sejamos salvos!” O que é isto senão motivação egoística?

O grande amor altruísta que é Ágape é um amor que ousa desistir da salvação pessoal, e pode e deve manifestar-se em corações humanos pecaminosos, como Moisés pleiteou com Deus para apagar seu nome do livro da vida se Seu amor para com Israel não os pudesse salvar (Êxodo 32: 31, 32). Isso era Ágape manifestado em carne pecaminosa!

Outro exemplo do amor Divino, altruísta, incondicional, é o de Paulo, que em Rom. 9:1-3 disse: “EM Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo): Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne.”

Sem dúvida que tal amor é artificial para nós, seres humanos, centralizados em nós mesmos, e é impossível para nós o alcançarmos por nós mesmos. O segredo é “compreender” e “contemplar” as grandiosas dimensões do amor de Cristo revelado na Sua cruz e, assim, sermos “enraizados e firmados em Ágape” e ser “cheios de toda a plenitude de Deus” que é uma preparação para a transladação na segunda vinda de Jesus.

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Agora, um comentário extra para a lição desta semana:

Três textos mencionados na lição desta semana (Mat. 5: 29, 39 e 48), aparecem no capítulo 15 do excelente livro Como Ser Realmente Feliz, intituladoSede Vós Perfeitos’!, páginas 169 a 184. Não perca a excelente oferta, a preço de custo, na coluna direita deste blog.

“Sede Vós Perfeitos”1 O evangelho as boas-novas da salvação 'em Cristo'— ensina-nos como somos salvos da culpa e do poder da lei do egoísmo com a qual nascemos. O evangelho visa nos fornecer poder para dominar, constante e completamente, todas as tendências ao mal, hereditárias e cultivadas. Pela fé no poder criador de Palavra de Deus nenhum vício, paixão, defeito ou pecado são insuperáveis, imbatíveis.

A finalidade do evangelho é preparar pessoas para viverem eternamente; pessoas às quais seja seguro conceder-lhes a vida eterna, salvá-las; homens e mulheres nos quais Deus possa confiar plenamente, visto que 'Não se levantará por duas vezes a angústia.' (Naum 1.9). Seu objetivo não é apenas trazer-nos o perdão, mas também a restauração, i. é, a vitória completa sobre o poder da lei do pecado.

A 'angústia do pecado' não tornará a se levantar na Pátria celestial, pois todos os salvos serão, completamente, idôneos e dignos da confiança de nosso Pai Celestial. A 'vacina', provida por intermédio de Cristo, demonstrar-se-á eternamente eficiente.

A malignidade do pecado — qual veneno mortífero — reside também no fato de que, sob seu efeito e domínio, o culpado prefere, conscientemente, separar-se, eternamente, da Vida, escolher a não-existência, antes que suportar a presença de Deus.

A melhor decisão de vida!

A melhor e a mais importante decisão, que fazemos na vida, é a de crer no Senhor Jesus Cristo, como nosso Salvador pessoal; mas se, na seqüência, não houver também completa vitória sobre o pecado2, o nervosismo, o 'estopim curto', o ego, os vícios, os defeitos de caráter, e a gente continuar ainda sob o domínio deles, a triste realidade é que o inimigo estaria ainda nos controlando.

Apenas teria mudado de mão! Antes da conversão, nos controlava com a mão direita; e após, com a mão esquerda. Mas continuaria no controle. Não nos seria possível dar um basta nisso, vencer o mal,libertar-nos do domínio do maligno?

Mas ... É possível a nós, pobres mortais?

. Sim! É perfeitamente possível. Observe estas promessas: '... imprimirei’; ‘... escreverei ... ‘ (Jeremias 31.31-33; Hebreus 8.8-12). 'Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar.' (1a Cor. 10.13). A vitória é possível, pois!

Após nos ter informado que 'Todo o que comete pecado é escravo do pecado', Jesus nos garantiu completa vitória, liberdade integral do domínio do mal. 'Conhecereis a Verdade [Jesus] e a Verdade vos libertará' de continuar pecando, e não para continuar pecando, pois 'a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus.' E o que significa 'ser feito filho de Deus'? Recordemo-nos de Mateus 5.44-45: “Amai vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste ...” Portanto, 'ser feito um filho de Deus' significa também alcançar a vitória perfeita sobre o ego, dominá-lo pela fé no poder da Palavra, refletir perfeitamente o caráter de Cristo. 'Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres' do domínio do pecado. 'Para esta liberdade foi que Cristo nos libertou.' (João 8.34, 32; 1.12; 8.36; Gálatas 5.

O que possivelmente poderia impedir-nos de alcançar a perfeição mais do que pensar não ser ela esperada?”3 Deus a está esperando, conforme lemos nas Escrituras:

“Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mateus 5.48). “E isso é precisamente o que pedimos, a vossa perfeição ... tende as vistas voltadas para a perfeição.” (2a Cor. 13.9-11 Ed. Paulinas 1967).

Qual é, então, a perfeição que Jesus nos ordena obter? O que é perfeição bíblica, o perfeccionismo e o imperfeccionismo? Precisamos definir bem esses termos, chegar ao exato conceito bíblico, a fim de atingirmos o pretendido objetivo.

Provavelmente, a rejeição à doutrina bíblica da perfeição seja motivada por conceitos errôneos do que é ou do que não é a perfeição. Precisamos saber tanto o que significa, como o que não significa.

(a) Uma compreensão errônea ara um extremismo inatingível. Com as seguintes palavras, Jesus realçou o dever de sermos fiéis nas mínimas coisas: “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito.” (Lucas 16.10). Entretanto, de maneira alguma elas animam o perfeccionismo, que o Dicionário Aurélio define como 'tendência obsessivamente exagerada para atingir a perfeição na realização de alguma coisa.'

Seria, por exemplo, alimentarmos a falsa expectativa de não mais virmos a ter desejos pecaminosos ou pensamentos maus, o que equivale a alimentar a utopia de ser possível possuir carne santa, nesta vida, i. é, antes da volta de Jesus?

Ou criarmos a expectativa de que as hereditárias tendências ao mal seriam erradicadas também de nossa pecaminosa natureza humana. Elas permanecerão conosco enquanto estivermos neste mundo! Sabemos que, pela graça do Senhor, é perfeitamente possível erradicá-las de nosso caráter, mas de nossa carne, não. Isso será um feito impossível de se realizar nesta vida.

Ou distorcer um ensinamento bíblico de tal sorte que se torne um absurdo, ridículo ou impossível de praticá-lo, i.é, um absurdo.

Por exemplo: Considerar que, para cumprir a instrução do Mestre, em Mateus 5.39 [“Eu, porém vos digo: Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra.”] o cristão deveria, LITERALMENTE, oferecer o rosto para que o ofensor o esbofeteasse — o que seria ridículo — quando Jesus nos está ensinando a ter tal atitude de compreensão, mansidão, tolerância e amor perdoador ao ofensor, que nem nos sintamos ressentidos pelo mal que nos foi ou está sendo feito.

Ou que, para cumprir Mateus 5.29 [“Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; ... E se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti ...”], o cristão deveria, LITERALMENTE, arrancar seu olho, ou cortar fora a mão — o que seria absurdo e impossível — quando Jesus está Se referindo a 'negar o eu maldoso'.

(b) Uma compreensão errônea pode também nos desviar para uma desilusão:

“Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniqüidade.” (Mateus 7.23). Praticar a iniqüidade é sinônimo de transgredir a Lei de Deus, de não prestar uma obediência perfeita. Trata-se de imperfeição na obediência à Lei.

Se o perfeccionismo é, de fato, danoso, igualmente o é o imperfeccionismo — a doutrina da imperfeição — que, presunçosamente, espera que Deus o receba na Pátria celestial, ainda que aqui continue a transgredir, conscientemente, a lei.

“Continuar a cometer pecados, e mesmo assim esperar ter parte na vida eterna, é reiterar as palavras de Lúcifer: 'É certo que não morrereis.'(Gênesis 3.4).4

Ambos, tanto o perfeccionismo como o imperfeccionismo, poderão revelar-se desastrosos. Crer no imperfeccionismo significa descrer das promessas e do poder de Cristo de nos libertar do domínio do pecado, de continuar pecando. Significa esperar que Deus confie a vida eterna a quem é indigno da confiança dEle! Uma ilusão!

“Assim, se vocês não forem dignos de confiança em lidar com as riquezas deste mundo ímpio, quem lhes confiará as verdadeiras riquezas?” (Lucas 16.11, Bíblia Viva).

'Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.' (1a Cor. 6.9-10).

Os que são contrários à doutrina da perfeição costumam fazer perguntas semelhantes a estas: 'Você é perfeito?’ ou 'Você conhece alguém que seja perfeito?' A esses convém responder-lhes que tal julgamento não está dentro da alçada do homem

fazer. Apenas Deus é competente para responder a tais perguntas!

O que a perfeição não é:

a) Não se trata de perfeição absoluta. Essa é uma característica única e exclusiva de Deus. Todos os seres criados — anjos inclusive — estão excluídos dessa categoria de perfeição.

Jesus disse: “E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a Mim.” (João 12.32). Ele estava Se referindo ao fato que os próprios anjos bons ainda tinham dúvidas quanto a Lúcifer; mas, na cruz, seu caráter perverso se revelaria mais claramente, ao ponto de os anjos bons não terem mais dúvidas quanto ao caráter de Satanás.

Os anjos bons também não tinham uma perfeita compreensão de todos os aspectos do pecado. Tinham um entendimento imperfeito.

E Perfeição nunca é igualdade com Cristo, porque nós cedemos às nossas hereditárias tendências ao mal, mas Ele nunca cedeu a elas.

b) Não se trata de perfeição da natureza física. Nosso físico continuará a se enfraquecer, a se deteriorar. Nossa memória, a falhar. As fraquezas físicas, mentais, doenças e enfermidades continuarão a existir.

c) Não se trata de um melhoramento ou da erradicação de nossa natureza tendente ao mal. Nem de convertê-la em 'carne santa'. Ela continuará inclinada ao mal, como sempre foi, até o dia da volta de Jesus. Não se reformará. Não melhorará. Não piorará. Continuará a insuflar tendências e desejos maus,

constantemente. Em hipótese alguma, há verdade na afirmação: 'Não sou como os demais homens.' (Lucas 18.11).

Nunca precisarei, portanto, incomodar-me com a minha reputação, i. é, com 'o que vão pensar de mim'. Na realidade, sou — e serei — bem pior do que o pior exagero ou que a mais desarrazoada avaliação negativa a meu respeito.

Se alguém vir alguma boa atitude em mim, será apenas uma manifestação de Cristo em mim e nunca devido a que o meu ego — minha natureza humana — tivesse melhorado: 'Se vós que sois maus ...' (Mat. 7.11). Poder-se-á ver o bem de Cristo em mim, mas nunca em meu próprio ego, pois nele nada de bom existe!

d) Não se trata de não sermos mais tentados pela carne.

“Os homens não são salvos por serem inteiramente libertos da carne; mas por receberem o poder para vencer, e dominar sobre todas as más tendências e sobre todos os desejos carnais. Os homens não desenvolvem o caráter — de fato, nunca poderiam fazê-lo — por serem libertos do reino da tentação; mas, por receberem poder, no campo da tentação exatamente onde estão, para vencerem toda tentação. ...

“Se os homens devessem ser salvos por se libertarem inteiramente da carne tal como ela é, então Jesus nunca precisaria ter vindo ao mundo. Se os homens devessem ser salvos por serem libertados de toda tentação, e colocados num ambiente isento de tentação, então Jesus não precisaria ter vindo ao mundo. Mas nunca, por qualquer tipo de libertação como essa, poderia o homem ter desenvolvido o caráter.”5

e) Não se trata de atingir um ponto, além do qual não haverá mais aperfeiçoamento. Nem onde já não haveria mais possibilidade de cair, onde estaríamos fora do alcance da tentação.

Ninguém — que Deus considera perfeito —sentirá que é perfeito, porque quanto mais próximos estivermos de Jesus, mais nitidamente manifestas nos serão as nossas imperfeições e pecaminosidade; veremos, em nós, outros defeitos insuspeitáveis e estaremos menos cientes de estarmos correspondendo aos Seus anseios.

f) Não se trata de uma realização humana: o homem esforçando-se e atingindo a perfeição ou, em outras palavras, tentando vencer as tentações SEM CITAR A PALAVRA, seria legalismo! Seria a ‘justiça pela lei [‘obras da lei’], justriça ´própria’, condenada também em Romanos 9:31-10:4, etc.

“Todas as formas de 'salvação pelas obras': seja salvação pelo estudo da Bíblia, salvação pela oração, ou salvação por falar em línguas, são uma negação da salvação pela graça mediante a fé no Salvador Jesus Cristo vivo.”6

Deveríamos compreender que, a correta tradução de Eclesiastes 7.20 é: 'não há [por si próprio!] homem justo sobre a terra, que faça o bem [por suas próprias forças!] e que não esteja sujeito a pecar'. Na maioria das traduções consta: ‘e que não peque’; porém nisso se equivocaram os tradutores, segundo Adam Clarke. E também que Ecl. 7:11, 15 e 16 não são afirmações de Deus, mas apenas ditos mundanos, combatidos em seguida.

O que é a perfeição:

a) Perfeição é “estar em Cristo”! Quando estamos 'em Cristo', não apenas legal mas também subjetivamente, crendo em Jesus como Salvador pessoal, Deus Pai nos credita o caráter perfeito, a obediência perfeita de Seu Filho. Nesse sentido, “estais perfeitos 'nEle'. (Col. 2.10).

E todo aquele que — após ter crido em Jesus — mantém sua consciência limpa, por ter-Lhe pedido perdão de seus pecados, continua sendo perfeito 'nEle'. Amém?

b) Perfeição é o amadurecimento do caráter cristão; é o resultado da obediência a Cristo pela fé; é o resultado final da Justiça de Cristo pela Fé. Em Apoc. 14.15, relata-se que 'já a seara da terra amadureceu' _ está pronta para a colheita _ i. é, finalmente, o povo de Deus, os cristãos, estarão refletindo perfeitamente o caráter de Jesus.

Entende-se impecabilidade como um caráter sem pecado e isso é possível sempre que escolhermos não pecar. Um cristão maduro é aquele que, independentemente da circunstância em que se encontrar, já não escolhe mais pecar. Sempre opta por não se rebelar, e a Palavra lhe confere todas as vitórias.

c) Perfeição é 'sair de Babilônia' (Apoc. 18.4). “Agora volvamo-nos ao estudo do que significa sair de Babilônia. Todos sabem agora que sair de Babilônia é sair do mundo e separar-se de Babilônia é separar-se do mundo. ... Mas o homem, que está ligado a si mesmo, está ligado ao mundo, e o mundo é Babilônia. Vocês separaram-se do pecado, separaram-se deste mundo, para estar fora de Babilônia.

'Tendo forma de piedade, negando, porém, o seu poder' [2a Tim. 3.5] é simplesmente outra expressão que descreve Babilônia e sua condição nos últimos dias.

“Sendo assim, se eu ... tenho a forma de piedade sem o poder: pertenço a Babilônia; não importa como me intitule a mim próprio, sou um babilônico; tenho sobre mim uma capa babilônica. Trago Babilônia para a igreja onde quer que eu vá. ... Assim, sendo que devo fugir de mim mesmo, onde fica Babilônia? Onde fica o mundo? Inteiramente no eu.”7

Vemos, assim, que não basta estar pertencendo a uma denominação religiosa, uma igreja, para se ter saído de Babilônia. Só se 'sai dela' quando se obtém completa vitória sobre o ego, sobre os defeitos de caráter e as tentações pela fé no poder da Palavra, ao citá-la. 'Retirai-vos dela, povo Meu.' (Apoc. 18.4).

A prova de que 'temos a verdade' não está na apresentação de um rol de doutrinas, ainda que sólida e verdadeiramente bíblicas e, sim, em termos a Cristo vivendo Sua vida vitoriosa em nós, é em, pelo poder dEle, estarmos tendo sucesso em vencer o ego! Cuidado com o formalismo!

d) Perfeição é uma realização de Cristo, não do homem. Não se trata do que o homem pode fazer apenas por seu esforço próprio, mas sim, do que Deus prometeu e realiza em nós, quando consentimos e colaboramos, com todo o nosso empenho. Para se obter a verdadeira vitória sobre o nosso ego, o esforço humano e a onipotência divina devem estar combinados, assim como o cloro e o sódio, para produzir o sal de cozinha.

“Sendo isso assim, abandonemos, então, para sempre, toda idéia de que perfeição é algo que devemos lograr por nós mesmos. Deus a espera e fez provisões para isso. Para isso é que fomos criados.

“O único objetivo de nossa existência é sermos exatamente isto: perfeitos com a perfeição de Deus, o Seu caráter. Não devemos ter um caráter semelhante ao dEle; o Seu caráter em si deve ser o nosso. E somente essa é a perfeição cristã.”8.

e) Perfeição é um ideal. Por definição, ideal é um objetivo, do qual podemos nos aproximar mais e mais, facultando contínuo progresso na semelhança com o Modelo divino, mas que sempre estará numa posição inatingível, muito acima da posição em que nos encontrarmos.

Paulo o expressou assim: “Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas vou prosseguindo, para ver se poderei alcançar aquilo para o que fui também alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus. Pelo que todos quantos somos perfeitos tenhamos este sentimento.” (Filip. 3.12-15). Paulo estava inconsciente da posição que, pela graça, alcançara.

Ainda durante toda a eternidade, haverá contínuo e inesgotável crescimento rumo à perfeição, pois essa escada sempre terá mais um degrau, anteriormente desconhecido.

Está o Senhor aguardando a perfeição?

Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum. Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? ... Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e, sim, da graça.” (Rom. 6.1-14)

“Conservai-vos longe de toda a aparência do mal. E Ele próprio, o Deus da paz, vos santifique até à perfeição, e que todo o vosso ser, o espírito, a alma e o corpo, se conserve irrepreensível para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. É fiel Aquele que vos chama e realizará as Suas promessas.” (1ª Tess. 5.22.24 Edições Paulinas, 1967).

“Aquele que é poderoso para impedi-los de cair e para apresentá-los diante de Sua glória sem mácula e com grande alegria.” (Judas 24).

“A vós também, que noutro tempo, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou no corpo da Sua carne, pela morte, para, perante Ele, vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis." (Col. 1:19-22).

"Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, como também nos elegeu nEle, antes da fundação do mundo para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dEle em amor." (Efésios 1.3-4).

"Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-Lo como Ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nEle tem esta esperança, assim como Ele é puro. ...

“Todo aquele que permanece nEle não vive pecando; todo aquele que vive pecando não O viu, nem O conheceu ... Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio... Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nEle é a divina Semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus." (I João 3.2-9).

"Por isso digo: Vivam pelo Espírito [i. é, citem a Palavra na hora da tentação], e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne." (Gálatas 5.16).

Não devemos supor que os maus hábitos e pecados sejam poderosos demais para Deus. Demonstraríamos isso, ao aceitar que é impossível subjugá-los pela fé.

Há diferença entre SER perfeito e afirmar, fazer ALARDE, de ser perfeito! É possível atingirmos a perfeição de caráter, pois eis que está escrito: 'não se achou mentira na sua boca; não têm mácula.' (Apoc. 14:5), i. é, são perfeitos! Entretanto, “Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós.” (I João 1.8). Os que são perfeitos não estão cientes da posição atingida! Assim, nem passa pelas suas mentes a idéia de declarar o fato! Continuam humildes!

Considere, então, que existe uma grande diferença entre afirmar que é perfeito e estar, realmente atingindo a perfeição, segundo a avaliação e o critério de Deus, o único juiz.

Busquemos a perfeição bíblica com afinco, como quem tem ‘fome e sede’ dela! (Mat. 5.6).

Notas:

1) Capítulo 15 do livro Como Ser Realmente Feliz.

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2) “Pecado é transgressão da lei” (1ª João 3:4);

3) Alonzo T Jones, Lições de Fé, Ênfase acrescida

4) Afirmação pessoal feita por Sérgio Linhares;

5) Alonzo T Jones, Lições de Fé, Review & Herald, de 18 de setembro de 1900;

6) Alonzo T Jones, Lições de Fé;

7) Alonzo T Jones, Boletim da assembléia da Conferência Geral de 1895 (Ênfases acrescidas);

8) Alonzo T Jones, Lições de Fé;

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A Perfeição Cristã, segundo Ellen G. White.

De O Desejado de todas as Nações, pág. 311, § 3º, lemos:

“O ideal de Deus para Seus filhos é mais alto do que pode alcançar o pensamento humano. "Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos Céus." Mat. 5:48. Este mandamento é uma promessa. O plano da redenção visa ao nosso completo libertamento do poder de Satanás. Cristo separa sempre do pecado a alma contrita. Veio para destruir as obras do diabo, e tomou providências para que o Espírito Santo fosse comunicado a toda alma arrependida, para guardá-la de pecar.

Caminho a Cristo pág. 57 a 65: Aqui você tem o ca

De Caminho a Cristo lemos:

“Se bem que nada possamos fazer para mudar o coração ou pôr-nos em harmonia com Deus; se bem que não devamos absolutamente confiar em nós mesmos ou em nossas boas obras, nossa vida revelará se a graça de Deus está habitando em nós” (pág. 57). . . . “Os que se tornaram novas criaturas em Cristo Jesus, produzirão os frutos do Espírito, Gál. 5:22 e 23(pág. 59). . . . “Quando, como seres pecaminosos e sujeitos ao erro, chegamos a Cristo e nos tornamos participantes de Sua graça perdoadora, surge o amor em nosso coração. Todo peso se torna leve; pois é suave o jugo que Cristo impõe. O dever torna-se deleite, o sacrifício prazer. O caminho que dantes parecia envolto em trevas, torna-se iluminado pelos raios do Sol da Justiça.

Aquele que procura tornar-se santo por suas próprias obras, guardando a lei, tenta o impossível. ...

“O erro oposto e não menos perigoso é o de que a crença em Cristo isente o homem da observância da lei de Deus; que, visto como só pela fé é que nos tornamos participantes da graça de Cristo, nossas obras nada têm que ver com nossa redenção(pág. 60). . . . Implantado no coração o princípio do amor, renovado o homem segundo a imagem dAquele que o criou, cumpre-se a promessa do novo concerto: "Porei as Minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos." Heb. 10:16. . . . "Porque esta é a caridade [ou amor] de Deus: que guardemos os Seus mandamentos." I João 5:3. "Aquele que diz: Eu conheço-O e não guarda os Seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade." I João 2:4. É a fé, e ela só, que, em vez de dispensar-nos da obediência, nos torna participantes da graça de Cristo, a qual nos habilita a prestar obediência(pág. 60 e 61). . . .

“Não ganhamos a salvação por nossa obediência; Pois a salvação é dom gratuito de Deus, e que obtemos pela fé. Mas a obediência é fruto da fé. "Bem sabeis que Ele Se manifestou para tirar os nossos pecados; e nEle não há pecado. Qualquer que permanece nEle não peca: qualquer que peca não O viu nem O conheceu". I João 3:5 e 6. . . . “A chamada fé em Cristo que professa desobrigar os homens da obediência a Deus, não é fé, mas presunção. "Pela graça sois salvos, por meio da fé." Efés. 2:8. Mas "a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma". Tia. 2:17. Jesus disse de Si mesmo, antes de descer à Terra: "Deleito-Me em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu; sim, a Tua lei está dentro do Meu coração." Sal. 40:8. E justamente antes de ascender para o Céu, declarou: "Tenho guardado os mandamentos de Meu Pai e permaneço no Seu amor." João 15:10. Diz a Escritura: "Nisto sabemos que O conhecemos: se guardarmos os Seus mandamentos. Aquele que diz que está nEle também deve andar como Ele andou." I João 2:3 e 6. "Pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as Suas pisadas." I Ped. 2:21

“A condição de vida eterna é hoje justamente a mesma que sempre foi - exatamente a mesma que foi no paraíso, antes da queda de nossos primeiros pais - perfeita obediência à lei de Deus, perfeita justiça. Se a vida eterna fosse concedida sob qualquer condição inferior a essa, correria perigo a felicidade do Universo todo. Estaria aberto o caminho para que o pecado, com todo o seu cortejo de infortúnios e misérias, se imortalizasse. “Era possível a Adão, antes da queda, formar um caráter justo pela obediência à lei de Deus. Mas deixou de o fazer e, devido ao seu pecado, nossa natureza se acha decaída, e não podemos tornar-nos justos. Visto como somos pecaminosos, profanos, não podemos obedecer perfeitamente a uma lei santa. Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual pudéssemos satisfazer às exigências da lei de Deus. Mas Cristo nos proveu um meio de escape. Viveu na Terra em meio de provas e tentações como as que nos sobrevêm a nós. Viveu uma vida sem pecado. Morreu por nós, e agora Se oferece para nos tirar os pecados e dar-nos Sua justiça. Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis então, por pecaminosa que tenha sido vossa vida, considerados justos por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis aceitos diante de Deus exatamente como se não houvésseis pecado(pág. 61 e 62).

“E ainda mais, Cristo mudará o coração. Nele habitará, pela fé. Pela fé e contínua submissão de vossa vontade a Cristo, deveis manter essa ligação com Ele; e enquanto isso fizerdes, Ele operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade. Podereis então . . . Nosso único motivo de esperança está na justiça de Cristo a nós imputada, e naquela atuação do Seu Espírito em nós e através de nós. . . . O coração que em seu estado irregenerado não era sujeito à lei de Deus, agora se deleita em Seus santos preceitos, exclamando com o salmista: "Oh! quanto amo a Tua lei! É a minha meditação em todo o dia!" Sal. 119:97. E cumpre-se a justiça da lei em nós, os que não andamos "segundo a carne, mas segundo o espírito". Rom. 8:1. ” (pág. 62 e 63).

Muitas vezes, teremos de prostrar-nos e chorar aos pés de Jesus, por causa de nossas faltas e erros; mas não nos devemos desanimar. . . . Diz o amado João: "Estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo." I João 2:1. . . . “Quanto mais perto vos chegardes de Jesus, tanto mais cheio de faltas parecereis aos vossos olhos; porque vossa visão será mais clara e vossas imperfeições se verão em amplo e vivo contraste com Sua natureza perfeita. Isto é prova de que os enganos de Satanás perderam seu poder; que a influência vivificante do Espírito de Deus está a despertar-vos” Pág. 64).

“Não pode habitar um amor profundo e arraigado no coração daquele que não reconhece sua pecaminosidade. “Quanto menos virmos em nós mesmos digno de estima, tanto mais havemos de ver digno de estima na infinita pureza e amabilidade de nosso Salvador. A vista de nossa pecaminosidade impele-nos para Ele, que é capaz de perdoar; e quando a alma, reconhecendo o seu desamparo, anseia por Cristo, Ele Se revelará em poder. Quanto mais a sensação de nossa necessidade nos impelir para Ele e para a Palavra de Deus, tanto mais exaltada visão teremos de Seu caráter, e tanto mais plenamente refletiremos a Sua imagem” (Pág. 65).

Sobre a glutonaria, veja Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 133 §3º