sexta-feira, 9 de maio de 2008

Lição 6 - O Desafio de Suas Declarações

"Assim foi que 'pela palavra do Senhor’ todas as coisas foram criadas. Ele simplesmente pronunciou a palavra, e o que foi falado aconteceu: a palavra falada, ela mesma, produziu a coisa.

"Assim foi na criação. E assim foi na redenção: Ele curou os doentes, Ele expulsou demônios, Ele acalmou a tempestade, Ele limpou os leprosos, Ele ressuscitou os mortos, Ele perdoou pecados, todo pela Sua palavra. Nisto, também, 'Ele falou, e aconteceu”..

"E assim Ele é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente. Ele é sempre o Criador. E sempre faz todas coisas pela Sua palavra somente. E sempre pode fazer todas coisas pela Sua palavra; porque é a própria característica da palavra de Deus, que é possuída do poder divino, pelo qual realiza a coisa que é falada.

"Este é o motivo porque é saber que, na palavra de Deus há este poder, o esperar a própria palavra realizar a coisa falada, e depender daquela própria palavra para fazer o que a palavra diz" (A. T. Jones, Lições de Fé, pág. 18; ou pág. 10, edição mais recente).

Os "ditos" de Jesus são palavras de Deus também, com exatamente o mesmo poder inerente para criar o que Seus enunciados dizem, como quando Ele disse, "Haja luz" —ainda que Jesus usasse metáforas e eufemismos comuns à época. Por exemplo, "Se a sua mão direita te causa pecar [te escandalizar], arranca-a" (Mat. 5:30), e "Eu... te tomo pela tua mão direita" (Isa. 41:13).

A mão direita, é a mão do poder para a maioria de pessoas, é a mão da ação; e nesta metáfora, é usada desta maneira. Por exemplo, Salmos 118:16, "A mão direita do Senhor se exalta: a mão direita do Senhor faz proezas". Exceção existe (*como o caso do) astuto Eúde em Juizes 3 (*:15-25), que era canhoto, cuja mão esquerda foi usada para sacar a espada. Então a metáfora de Mateus 5 realmente se refere a ações. Na linguagem hodierna, talvez leia-se assim: "Se suas ações são ofensivas ou incorretas, pare de as praticar, e, se for necessário, vende a televisão ou permanece longe desse lado da cidade—ou o que quer que seja". Além do mais, ao nos falar isto, Jesus deu-nos a vitória por fornecer o poder para vencer. A pergunta é: você crê na Sua palavra todo-poderosa? Jesus promete "segurar a sua mão direita" —para controlar suas ações—se você crer nEle, assim deixando-O ter seus pensamentos e afetos.

Outra expressão lidando com o mesmo assunto de cortar a sua mão direita tem que ver com o eunuco de Mateus 19. Jesus acabou de nos falar que a única razão moral para o divórcio é a infidelidade conjugal. Ao mesmo tempo, no entanto, Ele o permite para a condição determinada em Provérbios2: "As contendas de uma mulher são um gotejar contínuo. ... É melhor morar numa terra deserta (no sertão), do que com a mulher rixosa e irritadiça. ... É melhor morar num canto de telhado, do que com a mulher briguenta numa casa ampla” (Prov. 19:13; 21:19; 25:24).

Por assim dizer, Ele está permitindo a possibilidade de que cônjuges possam achar necessário, por razões de segurança física ou mental, viver separadamente, e isso sem se casarem novamente enquanto o outro está vivo e não se casa novamente. Os divórcios feitos na terra podem, em alguns casos, ser, para Deus, somente uma "separação legal". Isto é celibato voluntário: "Há eunucos, que se fizeram eunucos por causa do reino dos céus" (Mat. 19:12). Lembre-se de que as palavras de Jesus têm o poder inerente nelas de criar a coisa que diz.

Tome outro exemplo "Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos" (Lucas 9:60). A referência aos mortos parece indicar que o pai ainda está vivo1 porque os vivos não podem (ou não enterram) os vivos mais do que os mortos podem enterrar os mortos (ao menos tal nós esperamos!). Jesus é capaz de um pouco de humor irônico também, Ele está habilmente destacando a lógica defeituosa do homem: "Se você quer ir enterrar seu pai vivo, então os mortos de fato podem enterrar a si mesmos. Deixe-os fazê-lo e evite este problema para você mesmo. Venha comigo!”

A frase "setenta vezes sete" era um eufemismo (*expressão atenuante) comum, mas ainda que não fosse, é cheio de significado aqui. Olhe Daniel 9:24: "Setenta semanas [setenta vezes sete dias] estão determinadas para o teu povo e para a sua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expia a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo". Quando Jesus diz para perdoar "setenta vezes sete," Ele Se refere a Seu (*ato de) tomar Sua cruz e abandonar a esperança própria de vida eterna para que nós possamos ter o perdão dos pecados e a erradicação deles. Jesus apontava Seus discípulos à cruz. Estamos nós dispostos a abandonar a esperança de nossa própria vida eterna pela erradicação do pecado, a vindicação do nome de Deus, e a vinda de Cristo para receber Sua herança? Esta é a pergunta. Se estamos (*dispostos a isto), o que isto significa em nossos relacionamentos?3

Eu não acredito que Jesus jamais tenha usado a frase: "Tudo o que me pedirdes te darei, até metade do meu reino" (Marcos 6:23). Sabemos que Herodes a usou e também Assuero (*ao estender seu cetro de ouro) para Ester (* “Que é que queres, rainha Éster, ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará.” Ester 5: 3).

Esta (*proposição) significa que você pode ter o que quiser dentro de limites razoáveis. No entanto, Deus nunca diz isto, porque Ele não insere nenhum limite. Isto é o que Deus diz em Lucas 12:32: "Não temais, pequeno rebanho, porque o vosso Pai agradou dar-vos o reino". (*Veja!!!:) O reino INTEIRO—prontamente, "boa mediada, recalcada, sacudida e transbordando” (*Lucas 6: 38).

"Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo Seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com Ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; . . . e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.” (Ef. 2:4-6; 3:19, ênfases acrescidas).

Craig Barnes

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

O Irmão Craig Barnes é capelão e co-gerente, juntamente com sua esposa Joyce Barnes do LAR REFÚGIO PRIMAVERIL, perto de Nashville, Tennessee, nos EUA., Este lar é para pessoas com disfunções mentais, mas Craig tem pregado o evangelho a eles e se regozija na habilidade dos internos em captar as Boas-Novas do evangelho. Ele tem ministrado séries de palestras sobre Justificação pela Fé ali em Nashville, Tennessee. Ele foi o autor também das introspecções para a lição 4 do trimestre passado, 1º de 2008, clique na coluna direita deste blog na seta que indica o mês de janeiro de 2008, e depois na lição 4 com o título Lições de Candidatos a Discípulos.

Notas do tradutor:

1) O capelão adventista Craig Barnes abordou esta afirmação de Cristo na lição 04/1ºTrim/08. Repetimos aqui o que digitamos na nota 1 do rodapé daquela lição, extraída do SDABC (Comentário Bíblico Adventista), R & H, 1980, vol. 5, pág. 366;:

Lucas 9:59 e 14:26. “Este homem estava extremamente cauteloso. Ele disse a Cristo, em outras palavras, algo como, ‘Eu gostaria de O seguir, mas não posso enquanto meu pai vive’. Em resposta o Senhor falou, por assim dizer, ‘Eu reconheço completamente sua obrigação para com seus pais; entretanto, sua profissão para com o reino dos céus tem preferência até mesmo sobre isto.’ As reivindicações do evangelho transcendem os laços familiares—não que estes sejam desprezados de modo algum, mas que eles não devem ser uma desculpa para falhar em atender o chamado de Cristo para o serviço (veja Marcos 7:11 e 12, e Lucas 2:14)”

2) A propósito, o que é dito em Provérbios sobre as mulheres é também verdadeiro para os homens.

3) O amor (Ágape) é a essência da natureza divina. ‘Deus é ágape.’ (1a João 4: 8, 16). O contraste entre o amor humano — que, no fundo é apenas egoísmo — e o amor ágape, Divino, foi assim acentuado por Jesus: “... vosso Pai que está nos céus . . . Ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos. Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não fazem os gentios também o mesmo?” (Mateus 5.45-47).

O amor Ágape de Cristo é auto-esvaziador, um amor que se auto-sacrifica, cheio de abnegação, que não procura o seu próprio interesse. Quebra as paredes divisoras dos nossos preconceitos e nos permite lidar com nosso semelhante como Ele lidou conosco.

Será que a “mui preciosa mensagem” de 1888, que foi o começo da chuva serôdia, faz qualquer contribuição para destruir este egoísmo? Sim! Ela transfere nosso pensamento do nosso próprio interesse egocêntrico de salvação pessoal, para uma motivação diferente, de interesse pela honra e recompensa de Cristo e pela obra que Ele fez no Calvário. A motivação predominante que absorveu a igreja desde a rejeição da verdade na era de 1888, foi “o que devo fazer a fim de estar seguro de que passarei pelos portões de pérola?” Nossa oração tem sido, “Senhor, por favor, esteja seguro que eu e meus amados sejamos salvos!” O que é isto senão motivação egoística?

O grande amor altruísta que é Ágape é um amor que ousa desistir da salvação pessoal, e pode e deve manifestar-se em corações humanos pecaminosos, como Moisés pleiteou com Deus para apagar seu nome do livro da vida se Seu amor para com Israel não os pudesse salvar (Êxodo 32: 31, 32). Isso era Ágape manifestado em carne pecaminosa!

Outro exemplo do amor Divino, altruísta, incondicional, é o de Paulo, que em Rom. 9:1-3 disse: “EM Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo): Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne.”

Sem dúvida que tal amor é artificial para nós, seres humanos, centralizados em nós mesmos, e é impossível para nós o alcançarmos por nós mesmos. O segredo é “compreender” e “contemplar” as grandiosas dimensões do amor de Cristo revelado na Sua cruz e, assim, sermos “enraizados e firmados em Ágape” e ser “cheios de toda a plenitude de Deus” que é uma preparação para a transladação na segunda vinda de Jesus.

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Agora, um comentário extra para a lição desta semana:

Três textos mencionados na lição desta semana (Mat. 5: 29, 39 e 48), aparecem no capítulo 15 do excelente livro Como Ser Realmente Feliz, intituladoSede Vós Perfeitos’!, páginas 169 a 184. Não perca a excelente oferta, a preço de custo, na coluna direita deste blog.

“Sede Vós Perfeitos”1 O evangelho as boas-novas da salvação 'em Cristo'— ensina-nos como somos salvos da culpa e do poder da lei do egoísmo com a qual nascemos. O evangelho visa nos fornecer poder para dominar, constante e completamente, todas as tendências ao mal, hereditárias e cultivadas. Pela fé no poder criador de Palavra de Deus nenhum vício, paixão, defeito ou pecado são insuperáveis, imbatíveis.

A finalidade do evangelho é preparar pessoas para viverem eternamente; pessoas às quais seja seguro conceder-lhes a vida eterna, salvá-las; homens e mulheres nos quais Deus possa confiar plenamente, visto que 'Não se levantará por duas vezes a angústia.' (Naum 1.9). Seu objetivo não é apenas trazer-nos o perdão, mas também a restauração, i. é, a vitória completa sobre o poder da lei do pecado.

A 'angústia do pecado' não tornará a se levantar na Pátria celestial, pois todos os salvos serão, completamente, idôneos e dignos da confiança de nosso Pai Celestial. A 'vacina', provida por intermédio de Cristo, demonstrar-se-á eternamente eficiente.

A malignidade do pecado — qual veneno mortífero — reside também no fato de que, sob seu efeito e domínio, o culpado prefere, conscientemente, separar-se, eternamente, da Vida, escolher a não-existência, antes que suportar a presença de Deus.

A melhor decisão de vida!

A melhor e a mais importante decisão, que fazemos na vida, é a de crer no Senhor Jesus Cristo, como nosso Salvador pessoal; mas se, na seqüência, não houver também completa vitória sobre o pecado2, o nervosismo, o 'estopim curto', o ego, os vícios, os defeitos de caráter, e a gente continuar ainda sob o domínio deles, a triste realidade é que o inimigo estaria ainda nos controlando.

Apenas teria mudado de mão! Antes da conversão, nos controlava com a mão direita; e após, com a mão esquerda. Mas continuaria no controle. Não nos seria possível dar um basta nisso, vencer o mal,libertar-nos do domínio do maligno?

Mas ... É possível a nós, pobres mortais?

. Sim! É perfeitamente possível. Observe estas promessas: '... imprimirei’; ‘... escreverei ... ‘ (Jeremias 31.31-33; Hebreus 8.8-12). 'Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar.' (1a Cor. 10.13). A vitória é possível, pois!

Após nos ter informado que 'Todo o que comete pecado é escravo do pecado', Jesus nos garantiu completa vitória, liberdade integral do domínio do mal. 'Conhecereis a Verdade [Jesus] e a Verdade vos libertará' de continuar pecando, e não para continuar pecando, pois 'a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus.' E o que significa 'ser feito filho de Deus'? Recordemo-nos de Mateus 5.44-45: “Amai vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste ...” Portanto, 'ser feito um filho de Deus' significa também alcançar a vitória perfeita sobre o ego, dominá-lo pela fé no poder da Palavra, refletir perfeitamente o caráter de Cristo. 'Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres' do domínio do pecado. 'Para esta liberdade foi que Cristo nos libertou.' (João 8.34, 32; 1.12; 8.36; Gálatas 5.

O que possivelmente poderia impedir-nos de alcançar a perfeição mais do que pensar não ser ela esperada?”3 Deus a está esperando, conforme lemos nas Escrituras:

“Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mateus 5.48). “E isso é precisamente o que pedimos, a vossa perfeição ... tende as vistas voltadas para a perfeição.” (2a Cor. 13.9-11 Ed. Paulinas 1967).

Qual é, então, a perfeição que Jesus nos ordena obter? O que é perfeição bíblica, o perfeccionismo e o imperfeccionismo? Precisamos definir bem esses termos, chegar ao exato conceito bíblico, a fim de atingirmos o pretendido objetivo.

Provavelmente, a rejeição à doutrina bíblica da perfeição seja motivada por conceitos errôneos do que é ou do que não é a perfeição. Precisamos saber tanto o que significa, como o que não significa.

(a) Uma compreensão errônea ara um extremismo inatingível. Com as seguintes palavras, Jesus realçou o dever de sermos fiéis nas mínimas coisas: “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito.” (Lucas 16.10). Entretanto, de maneira alguma elas animam o perfeccionismo, que o Dicionário Aurélio define como 'tendência obsessivamente exagerada para atingir a perfeição na realização de alguma coisa.'

Seria, por exemplo, alimentarmos a falsa expectativa de não mais virmos a ter desejos pecaminosos ou pensamentos maus, o que equivale a alimentar a utopia de ser possível possuir carne santa, nesta vida, i. é, antes da volta de Jesus?

Ou criarmos a expectativa de que as hereditárias tendências ao mal seriam erradicadas também de nossa pecaminosa natureza humana. Elas permanecerão conosco enquanto estivermos neste mundo! Sabemos que, pela graça do Senhor, é perfeitamente possível erradicá-las de nosso caráter, mas de nossa carne, não. Isso será um feito impossível de se realizar nesta vida.

Ou distorcer um ensinamento bíblico de tal sorte que se torne um absurdo, ridículo ou impossível de praticá-lo, i.é, um absurdo.

Por exemplo: Considerar que, para cumprir a instrução do Mestre, em Mateus 5.39 [“Eu, porém vos digo: Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra.”] o cristão deveria, LITERALMENTE, oferecer o rosto para que o ofensor o esbofeteasse — o que seria ridículo — quando Jesus nos está ensinando a ter tal atitude de compreensão, mansidão, tolerância e amor perdoador ao ofensor, que nem nos sintamos ressentidos pelo mal que nos foi ou está sendo feito.

Ou que, para cumprir Mateus 5.29 [“Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; ... E se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti ...”], o cristão deveria, LITERALMENTE, arrancar seu olho, ou cortar fora a mão — o que seria absurdo e impossível — quando Jesus está Se referindo a 'negar o eu maldoso'.

(b) Uma compreensão errônea pode também nos desviar para uma desilusão:

“Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniqüidade.” (Mateus 7.23). Praticar a iniqüidade é sinônimo de transgredir a Lei de Deus, de não prestar uma obediência perfeita. Trata-se de imperfeição na obediência à Lei.

Se o perfeccionismo é, de fato, danoso, igualmente o é o imperfeccionismo — a doutrina da imperfeição — que, presunçosamente, espera que Deus o receba na Pátria celestial, ainda que aqui continue a transgredir, conscientemente, a lei.

“Continuar a cometer pecados, e mesmo assim esperar ter parte na vida eterna, é reiterar as palavras de Lúcifer: 'É certo que não morrereis.'(Gênesis 3.4).4

Ambos, tanto o perfeccionismo como o imperfeccionismo, poderão revelar-se desastrosos. Crer no imperfeccionismo significa descrer das promessas e do poder de Cristo de nos libertar do domínio do pecado, de continuar pecando. Significa esperar que Deus confie a vida eterna a quem é indigno da confiança dEle! Uma ilusão!

“Assim, se vocês não forem dignos de confiança em lidar com as riquezas deste mundo ímpio, quem lhes confiará as verdadeiras riquezas?” (Lucas 16.11, Bíblia Viva).

'Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.' (1a Cor. 6.9-10).

Os que são contrários à doutrina da perfeição costumam fazer perguntas semelhantes a estas: 'Você é perfeito?’ ou 'Você conhece alguém que seja perfeito?' A esses convém responder-lhes que tal julgamento não está dentro da alçada do homem

fazer. Apenas Deus é competente para responder a tais perguntas!

O que a perfeição não é:

a) Não se trata de perfeição absoluta. Essa é uma característica única e exclusiva de Deus. Todos os seres criados — anjos inclusive — estão excluídos dessa categoria de perfeição.

Jesus disse: “E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a Mim.” (João 12.32). Ele estava Se referindo ao fato que os próprios anjos bons ainda tinham dúvidas quanto a Lúcifer; mas, na cruz, seu caráter perverso se revelaria mais claramente, ao ponto de os anjos bons não terem mais dúvidas quanto ao caráter de Satanás.

Os anjos bons também não tinham uma perfeita compreensão de todos os aspectos do pecado. Tinham um entendimento imperfeito.

E Perfeição nunca é igualdade com Cristo, porque nós cedemos às nossas hereditárias tendências ao mal, mas Ele nunca cedeu a elas.

b) Não se trata de perfeição da natureza física. Nosso físico continuará a se enfraquecer, a se deteriorar. Nossa memória, a falhar. As fraquezas físicas, mentais, doenças e enfermidades continuarão a existir.

c) Não se trata de um melhoramento ou da erradicação de nossa natureza tendente ao mal. Nem de convertê-la em 'carne santa'. Ela continuará inclinada ao mal, como sempre foi, até o dia da volta de Jesus. Não se reformará. Não melhorará. Não piorará. Continuará a insuflar tendências e desejos maus,

constantemente. Em hipótese alguma, há verdade na afirmação: 'Não sou como os demais homens.' (Lucas 18.11).

Nunca precisarei, portanto, incomodar-me com a minha reputação, i. é, com 'o que vão pensar de mim'. Na realidade, sou — e serei — bem pior do que o pior exagero ou que a mais desarrazoada avaliação negativa a meu respeito.

Se alguém vir alguma boa atitude em mim, será apenas uma manifestação de Cristo em mim e nunca devido a que o meu ego — minha natureza humana — tivesse melhorado: 'Se vós que sois maus ...' (Mat. 7.11). Poder-se-á ver o bem de Cristo em mim, mas nunca em meu próprio ego, pois nele nada de bom existe!

d) Não se trata de não sermos mais tentados pela carne.

“Os homens não são salvos por serem inteiramente libertos da carne; mas por receberem o poder para vencer, e dominar sobre todas as más tendências e sobre todos os desejos carnais. Os homens não desenvolvem o caráter — de fato, nunca poderiam fazê-lo — por serem libertos do reino da tentação; mas, por receberem poder, no campo da tentação exatamente onde estão, para vencerem toda tentação. ...

“Se os homens devessem ser salvos por se libertarem inteiramente da carne tal como ela é, então Jesus nunca precisaria ter vindo ao mundo. Se os homens devessem ser salvos por serem libertados de toda tentação, e colocados num ambiente isento de tentação, então Jesus não precisaria ter vindo ao mundo. Mas nunca, por qualquer tipo de libertação como essa, poderia o homem ter desenvolvido o caráter.”5

e) Não se trata de atingir um ponto, além do qual não haverá mais aperfeiçoamento. Nem onde já não haveria mais possibilidade de cair, onde estaríamos fora do alcance da tentação.

Ninguém — que Deus considera perfeito —sentirá que é perfeito, porque quanto mais próximos estivermos de Jesus, mais nitidamente manifestas nos serão as nossas imperfeições e pecaminosidade; veremos, em nós, outros defeitos insuspeitáveis e estaremos menos cientes de estarmos correspondendo aos Seus anseios.

f) Não se trata de uma realização humana: o homem esforçando-se e atingindo a perfeição ou, em outras palavras, tentando vencer as tentações SEM CITAR A PALAVRA, seria legalismo! Seria a ‘justiça pela lei [‘obras da lei’], justriça ´própria’, condenada também em Romanos 9:31-10:4, etc.

“Todas as formas de 'salvação pelas obras': seja salvação pelo estudo da Bíblia, salvação pela oração, ou salvação por falar em línguas, são uma negação da salvação pela graça mediante a fé no Salvador Jesus Cristo vivo.”6

Deveríamos compreender que, a correta tradução de Eclesiastes 7.20 é: 'não há [por si próprio!] homem justo sobre a terra, que faça o bem [por suas próprias forças!] e que não esteja sujeito a pecar'. Na maioria das traduções consta: ‘e que não peque’; porém nisso se equivocaram os tradutores, segundo Adam Clarke. E também que Ecl. 7:11, 15 e 16 não são afirmações de Deus, mas apenas ditos mundanos, combatidos em seguida.

O que é a perfeição:

a) Perfeição é “estar em Cristo”! Quando estamos 'em Cristo', não apenas legal mas também subjetivamente, crendo em Jesus como Salvador pessoal, Deus Pai nos credita o caráter perfeito, a obediência perfeita de Seu Filho. Nesse sentido, “estais perfeitos 'nEle'. (Col. 2.10).

E todo aquele que — após ter crido em Jesus — mantém sua consciência limpa, por ter-Lhe pedido perdão de seus pecados, continua sendo perfeito 'nEle'. Amém?

b) Perfeição é o amadurecimento do caráter cristão; é o resultado da obediência a Cristo pela fé; é o resultado final da Justiça de Cristo pela Fé. Em Apoc. 14.15, relata-se que 'já a seara da terra amadureceu' _ está pronta para a colheita _ i. é, finalmente, o povo de Deus, os cristãos, estarão refletindo perfeitamente o caráter de Jesus.

Entende-se impecabilidade como um caráter sem pecado e isso é possível sempre que escolhermos não pecar. Um cristão maduro é aquele que, independentemente da circunstância em que se encontrar, já não escolhe mais pecar. Sempre opta por não se rebelar, e a Palavra lhe confere todas as vitórias.

c) Perfeição é 'sair de Babilônia' (Apoc. 18.4). “Agora volvamo-nos ao estudo do que significa sair de Babilônia. Todos sabem agora que sair de Babilônia é sair do mundo e separar-se de Babilônia é separar-se do mundo. ... Mas o homem, que está ligado a si mesmo, está ligado ao mundo, e o mundo é Babilônia. Vocês separaram-se do pecado, separaram-se deste mundo, para estar fora de Babilônia.

'Tendo forma de piedade, negando, porém, o seu poder' [2a Tim. 3.5] é simplesmente outra expressão que descreve Babilônia e sua condição nos últimos dias.

“Sendo assim, se eu ... tenho a forma de piedade sem o poder: pertenço a Babilônia; não importa como me intitule a mim próprio, sou um babilônico; tenho sobre mim uma capa babilônica. Trago Babilônia para a igreja onde quer que eu vá. ... Assim, sendo que devo fugir de mim mesmo, onde fica Babilônia? Onde fica o mundo? Inteiramente no eu.”7

Vemos, assim, que não basta estar pertencendo a uma denominação religiosa, uma igreja, para se ter saído de Babilônia. Só se 'sai dela' quando se obtém completa vitória sobre o ego, sobre os defeitos de caráter e as tentações pela fé no poder da Palavra, ao citá-la. 'Retirai-vos dela, povo Meu.' (Apoc. 18.4).

A prova de que 'temos a verdade' não está na apresentação de um rol de doutrinas, ainda que sólida e verdadeiramente bíblicas e, sim, em termos a Cristo vivendo Sua vida vitoriosa em nós, é em, pelo poder dEle, estarmos tendo sucesso em vencer o ego! Cuidado com o formalismo!

d) Perfeição é uma realização de Cristo, não do homem. Não se trata do que o homem pode fazer apenas por seu esforço próprio, mas sim, do que Deus prometeu e realiza em nós, quando consentimos e colaboramos, com todo o nosso empenho. Para se obter a verdadeira vitória sobre o nosso ego, o esforço humano e a onipotência divina devem estar combinados, assim como o cloro e o sódio, para produzir o sal de cozinha.

“Sendo isso assim, abandonemos, então, para sempre, toda idéia de que perfeição é algo que devemos lograr por nós mesmos. Deus a espera e fez provisões para isso. Para isso é que fomos criados.

“O único objetivo de nossa existência é sermos exatamente isto: perfeitos com a perfeição de Deus, o Seu caráter. Não devemos ter um caráter semelhante ao dEle; o Seu caráter em si deve ser o nosso. E somente essa é a perfeição cristã.”8.

e) Perfeição é um ideal. Por definição, ideal é um objetivo, do qual podemos nos aproximar mais e mais, facultando contínuo progresso na semelhança com o Modelo divino, mas que sempre estará numa posição inatingível, muito acima da posição em que nos encontrarmos.

Paulo o expressou assim: “Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas vou prosseguindo, para ver se poderei alcançar aquilo para o que fui também alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus. Pelo que todos quantos somos perfeitos tenhamos este sentimento.” (Filip. 3.12-15). Paulo estava inconsciente da posição que, pela graça, alcançara.

Ainda durante toda a eternidade, haverá contínuo e inesgotável crescimento rumo à perfeição, pois essa escada sempre terá mais um degrau, anteriormente desconhecido.

Está o Senhor aguardando a perfeição?

Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum. Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? ... Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e, sim, da graça.” (Rom. 6.1-14)

“Conservai-vos longe de toda a aparência do mal. E Ele próprio, o Deus da paz, vos santifique até à perfeição, e que todo o vosso ser, o espírito, a alma e o corpo, se conserve irrepreensível para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. É fiel Aquele que vos chama e realizará as Suas promessas.” (1ª Tess. 5.22.24 Edições Paulinas, 1967).

“Aquele que é poderoso para impedi-los de cair e para apresentá-los diante de Sua glória sem mácula e com grande alegria.” (Judas 24).

“A vós também, que noutro tempo, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou no corpo da Sua carne, pela morte, para, perante Ele, vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis." (Col. 1:19-22).

"Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, como também nos elegeu nEle, antes da fundação do mundo para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dEle em amor." (Efésios 1.3-4).

"Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-Lo como Ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nEle tem esta esperança, assim como Ele é puro. ...

“Todo aquele que permanece nEle não vive pecando; todo aquele que vive pecando não O viu, nem O conheceu ... Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio... Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nEle é a divina Semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus." (I João 3.2-9).

"Por isso digo: Vivam pelo Espírito [i. é, citem a Palavra na hora da tentação], e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne." (Gálatas 5.16).

Não devemos supor que os maus hábitos e pecados sejam poderosos demais para Deus. Demonstraríamos isso, ao aceitar que é impossível subjugá-los pela fé.

Há diferença entre SER perfeito e afirmar, fazer ALARDE, de ser perfeito! É possível atingirmos a perfeição de caráter, pois eis que está escrito: 'não se achou mentira na sua boca; não têm mácula.' (Apoc. 14:5), i. é, são perfeitos! Entretanto, “Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós.” (I João 1.8). Os que são perfeitos não estão cientes da posição atingida! Assim, nem passa pelas suas mentes a idéia de declarar o fato! Continuam humildes!

Considere, então, que existe uma grande diferença entre afirmar que é perfeito e estar, realmente atingindo a perfeição, segundo a avaliação e o critério de Deus, o único juiz.

Busquemos a perfeição bíblica com afinco, como quem tem ‘fome e sede’ dela! (Mat. 5.6).

Notas:

1) Capítulo 15 do livro Como Ser Realmente Feliz.

(Não perca a excelente oferta deste livro, a preço de custo, na coluna direita deste blog).

2) “Pecado é transgressão da lei” (1ª João 3:4);

3) Alonzo T Jones, Lições de Fé, Ênfase acrescida

4) Afirmação pessoal feita por Sérgio Linhares;

5) Alonzo T Jones, Lições de Fé, Review & Herald, de 18 de setembro de 1900;

6) Alonzo T Jones, Lições de Fé;

7) Alonzo T Jones, Boletim da assembléia da Conferência Geral de 1895 (Ênfases acrescidas);

8) Alonzo T Jones, Lições de Fé;

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A Perfeição Cristã, segundo Ellen G. White.

De O Desejado de todas as Nações, pág. 311, § 3º, lemos:

“O ideal de Deus para Seus filhos é mais alto do que pode alcançar o pensamento humano. "Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos Céus." Mat. 5:48. Este mandamento é uma promessa. O plano da redenção visa ao nosso completo libertamento do poder de Satanás. Cristo separa sempre do pecado a alma contrita. Veio para destruir as obras do diabo, e tomou providências para que o Espírito Santo fosse comunicado a toda alma arrependida, para guardá-la de pecar.

Caminho a Cristo pág. 57 a 65: Aqui você tem o ca

De Caminho a Cristo lemos:

“Se bem que nada possamos fazer para mudar o coração ou pôr-nos em harmonia com Deus; se bem que não devamos absolutamente confiar em nós mesmos ou em nossas boas obras, nossa vida revelará se a graça de Deus está habitando em nós” (pág. 57). . . . “Os que se tornaram novas criaturas em Cristo Jesus, produzirão os frutos do Espírito, Gál. 5:22 e 23(pág. 59). . . . “Quando, como seres pecaminosos e sujeitos ao erro, chegamos a Cristo e nos tornamos participantes de Sua graça perdoadora, surge o amor em nosso coração. Todo peso se torna leve; pois é suave o jugo que Cristo impõe. O dever torna-se deleite, o sacrifício prazer. O caminho que dantes parecia envolto em trevas, torna-se iluminado pelos raios do Sol da Justiça.

Aquele que procura tornar-se santo por suas próprias obras, guardando a lei, tenta o impossível. ...

“O erro oposto e não menos perigoso é o de que a crença em Cristo isente o homem da observância da lei de Deus; que, visto como só pela fé é que nos tornamos participantes da graça de Cristo, nossas obras nada têm que ver com nossa redenção(pág. 60). . . . Implantado no coração o princípio do amor, renovado o homem segundo a imagem dAquele que o criou, cumpre-se a promessa do novo concerto: "Porei as Minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos." Heb. 10:16. . . . "Porque esta é a caridade [ou amor] de Deus: que guardemos os Seus mandamentos." I João 5:3. "Aquele que diz: Eu conheço-O e não guarda os Seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade." I João 2:4. É a fé, e ela só, que, em vez de dispensar-nos da obediência, nos torna participantes da graça de Cristo, a qual nos habilita a prestar obediência(pág. 60 e 61). . . .

“Não ganhamos a salvação por nossa obediência; Pois a salvação é dom gratuito de Deus, e que obtemos pela fé. Mas a obediência é fruto da fé. "Bem sabeis que Ele Se manifestou para tirar os nossos pecados; e nEle não há pecado. Qualquer que permanece nEle não peca: qualquer que peca não O viu nem O conheceu". I João 3:5 e 6. . . . “A chamada fé em Cristo que professa desobrigar os homens da obediência a Deus, não é fé, mas presunção. "Pela graça sois salvos, por meio da fé." Efés. 2:8. Mas "a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma". Tia. 2:17. Jesus disse de Si mesmo, antes de descer à Terra: "Deleito-Me em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu; sim, a Tua lei está dentro do Meu coração." Sal. 40:8. E justamente antes de ascender para o Céu, declarou: "Tenho guardado os mandamentos de Meu Pai e permaneço no Seu amor." João 15:10. Diz a Escritura: "Nisto sabemos que O conhecemos: se guardarmos os Seus mandamentos. Aquele que diz que está nEle também deve andar como Ele andou." I João 2:3 e 6. "Pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as Suas pisadas." I Ped. 2:21

“A condição de vida eterna é hoje justamente a mesma que sempre foi - exatamente a mesma que foi no paraíso, antes da queda de nossos primeiros pais - perfeita obediência à lei de Deus, perfeita justiça. Se a vida eterna fosse concedida sob qualquer condição inferior a essa, correria perigo a felicidade do Universo todo. Estaria aberto o caminho para que o pecado, com todo o seu cortejo de infortúnios e misérias, se imortalizasse. “Era possível a Adão, antes da queda, formar um caráter justo pela obediência à lei de Deus. Mas deixou de o fazer e, devido ao seu pecado, nossa natureza se acha decaída, e não podemos tornar-nos justos. Visto como somos pecaminosos, profanos, não podemos obedecer perfeitamente a uma lei santa. Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual pudéssemos satisfazer às exigências da lei de Deus. Mas Cristo nos proveu um meio de escape. Viveu na Terra em meio de provas e tentações como as que nos sobrevêm a nós. Viveu uma vida sem pecado. Morreu por nós, e agora Se oferece para nos tirar os pecados e dar-nos Sua justiça. Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis então, por pecaminosa que tenha sido vossa vida, considerados justos por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis aceitos diante de Deus exatamente como se não houvésseis pecado(pág. 61 e 62).

“E ainda mais, Cristo mudará o coração. Nele habitará, pela fé. Pela fé e contínua submissão de vossa vontade a Cristo, deveis manter essa ligação com Ele; e enquanto isso fizerdes, Ele operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade. Podereis então . . . Nosso único motivo de esperança está na justiça de Cristo a nós imputada, e naquela atuação do Seu Espírito em nós e através de nós. . . . O coração que em seu estado irregenerado não era sujeito à lei de Deus, agora se deleita em Seus santos preceitos, exclamando com o salmista: "Oh! quanto amo a Tua lei! É a minha meditação em todo o dia!" Sal. 119:97. E cumpre-se a justiça da lei em nós, os que não andamos "segundo a carne, mas segundo o espírito". Rom. 8:1. ” (pág. 62 e 63).

Muitas vezes, teremos de prostrar-nos e chorar aos pés de Jesus, por causa de nossas faltas e erros; mas não nos devemos desanimar. . . . Diz o amado João: "Estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo." I João 2:1. . . . “Quanto mais perto vos chegardes de Jesus, tanto mais cheio de faltas parecereis aos vossos olhos; porque vossa visão será mais clara e vossas imperfeições se verão em amplo e vivo contraste com Sua natureza perfeita. Isto é prova de que os enganos de Satanás perderam seu poder; que a influência vivificante do Espírito de Deus está a despertar-vos” Pág. 64).

“Não pode habitar um amor profundo e arraigado no coração daquele que não reconhece sua pecaminosidade. “Quanto menos virmos em nós mesmos digno de estima, tanto mais havemos de ver digno de estima na infinita pureza e amabilidade de nosso Salvador. A vista de nossa pecaminosidade impele-nos para Ele, que é capaz de perdoar; e quando a alma, reconhecendo o seu desamparo, anseia por Cristo, Ele Se revelará em poder. Quanto mais a sensação de nossa necessidade nos impelir para Ele e para a Palavra de Deus, tanto mais exaltada visão teremos de Seu caráter, e tanto mais plenamente refletiremos a Sua imagem” (Pág. 65).

Sobre a glutonaria, veja Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 133 §3º