quinta-feira, 15 de maio de 2008

Lição 7 - O Enigma de Sua Conduta

Tanto as palavras de Jesus (*focalizadas na lição da semana passada) e Sua conduta (*na desta semana), têm hoje um propósito específico—para nos arrependermos e permitir que sejamos atraídos para mais próximos de Deus.

Não é fácil qualificar Jesus numa categoria ou classe particular, nem rígida, nem exclusiva. Alguns são genuinamente confundidos pela Sua conduta: Espera Ele que façamos isso, e na mesma maneira? Ao estudarmos a lição desta semana, vamos tentar descobrir os princípios subjacentes; cientes de que dois indivíduos podem ter impressões completamente diferentes do que os brocados de Jesus querem dizer.1

Os ensinos de Jesus fazem sentido maravilhoso a muitos porque eles os leram (*separada ou contextualmente) muitas vezes ou cresceram com eles. A um novo crente, no entanto, saber como nascer outra vez, ou ser perfeito, ou perdoar setenta-vezes sete (*Mat. 18:22) pode estar desafiando conceitos. Qual é a nossa responsabilidade?

Na passagem da lição de domingo (Lucas 2:41-51) claramente Maria e José negligenciaram ver que ele, Jesus, estava com o grupo viajando em direção ao norte de Jerusalém, para a Galiléia, depois da Festa da Páscoa. O verso 51 é explícito em sua declaração sobre a obediência de Jesus a Sua mãe Maria e a (*Seu Pai) José. Este incidente não teve nada a ver com qualquer irresponsabilidade de Jesus.

A missão de redenção começou a amanhecer na mente de Jesus ao observar as cerimônias de Páscoa. 2 Em resposta à pergunta da Sua mãe quanto a por que Ele tratou José e ela da maneira que o fez, Jesus suavemente repreendeu-a ao declarar que devia estar cuidando dos negócios de Seu Pai celestial. A implicação é que deviam ter sabido disto. A mensagem a Maria e José e a nós é a mesma: "Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te" (Apoc. 3:19).

Temos um claro e inexplicável incidente histórico de negligência e irresponsibilidade, em nosso passado não muito distante. Embora agudamente desaprovados e criticados pela liderança da igreja por suas crenças, Jones, Waggoner e Ellen G. White responderam à mensagem de Deus como suprema.3 E, conquanto obedientes à liderança, eles sabiam que seu primeiro dever era serem fieis à mensagem especial de Deus que começou em 1888. Essa mensagem era o levantar a Cristo, em tal maneira, a ponto de atrair todo o mundo a Ele, sendo levados ao arrependimento e fé. Quando o trio foi desfeito ao (*a Conferência Geral) enviar Ellen White à Austrália e Waggoner à Inglaterra, todos os três permaneceram firmes à mensagem do céu. Embora obedientes à voz da liderança, eles continuaram a pregar a mensagem de Cristo e Sua justiça e outros ensinos ligados a essa mensagem.

A lição de segunda-feira é sobre a raiva exibida por Jesus quando entrou nas cortes do templo e ouviu o barulho rouco, e viu vendedores e cambistas nesse lugar sagrado. Jesus exibiu justa raiva, não por Si, mas por Deus, indignado por causa da falsa mensagem de salvação subentendida pelos mascates e seus produtos. É a indignação de Cristo um exemplo para nós? Sim. Mas necessitamos ser excessivamente cuidadosos em entender a diferença entre uma raiva justa e santificada e a que brota do ego.

A lição de terça-feira é sobre a destruição de propriedade. Uma pergunta primeiro deve ser indagada: Os porcos eram realmente bens pessoais desses que os criaram, venderam e comeram? Outra pergunta surge: Jesus destruiu os porcos?5 Ou o demônio fugindo em pânico os lançou no precipício? Devemos ficar com a impressão de que Jesus praticou a destruição? Que tal hoje? Diante de destruições tais como Mianmar, Katrina, e 11 de setembro, quem é culpado? Deus? Mesmo nos Estados Unidos as seguradoras deixam de pagar indenizações a pessoas asseguradas, por destruições designadas como "atos de Deus" (*Que vergonha para as seguradoras).

A lição de quarta-feira faz duas perguntas persistentes, relacionadas ao sofrimento: (1ª) "Onde está Deus quando sofremos"? [nós também talvez devêssemos perguntar: "Onde estávamos nós quando Deus sofreu"?] Em resposta a esta pergunta nós podemos aprender algo sobre o sofrimento da Divindade ao o Pai ficar só (*nas trevas ao lado da) cruz quando Jesus sofreu e morreu. O sofrimento de Deus não começou nem acabou no Calvário. Hoje, Ele sofre por nós em silêncio.

(2ª) "Como o comportamento de Jesus, em todo o episódio com João Batista, nos ajuda a entender o silêncio de Deus em nossas ocasiões de dificuldade?” (*e em nosso tempo de angústia "?) Deus pode estar silencioso, mas Ele não é descuidado. Irá mais que recompensar qualquer sofrimento ou inconveniência que nós possamos experimentar porque nós O servimos.

Nós necessitamos considerar a lição aprendida por João—o sofrimento por causa de Cristo é um pesado presente de Deus. "Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nEle, como também padecer por Ele" (Fil. 1:29)., Deus nunca negligencia esses que sofrem e/ou são perseguidos para Sua causa. Ao estudamos as vidas dos mártires nós aprendemos que a maioria deles morreu com sofrimento intenso, mas oravam e cantavam canções de triunfo em sua agonia. Sem dúvida alguma que eles foram encorajados ao meditarem nos sofrimentos de João e Jesus.

O crescente aumento de sofrimento e do número de desastres naturais tem levado muitas pessoas a se perguntarem: quem controla o tempo, Deus ou Satanás? Há alguns cristãos que acreditam que os poderes de Satanás são extremamente limitados, portanto é só Deus quem envia estes desastres "naturais". Isto, eles acreditam, é o que a Bíblia ensina, uma noção não diferente das interpretações dadas às, assim chamadas, duras declarações e ações de Jesus. No entanto, não pode haver sofrimento sem sentido para o crente, quer seja causado por homem ou por um acontecimento natural. Nós nem sempre podemos saber porque os atos maus e desastres naturais acontecem, mas podemos ter certeza de que em nossas provações todas as coisas contribuem, juntamente, para Sua glória e para nosso perpétuo bem (Rom. 8:18-28).

Jesus mencionou que muitos desastres naturais seriam uma triste realidade por toda a história e construiria em impacto ao nos aproximarmos do fim do tempo. Ele predisse: "Haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes e calamidades. Estas coisas são o princípio das dores, tribulações, angústia intolerável e sofrimentos (Marcos 13:8, Amplificado). Os desastres continuarão a causar danos em incontáveis milhares de pessoas ao redor do globo. Mas Deus diz, "... os céus desaparecerão como a fumaça, e a terra se envelhecerá como roupa, e os seus moradores morrerão semelhantemente; porém a minha salvação durará para sempre, e a minha justiça não será abolida" (Isa. 51:6).

A lição a ser aprendida concernente aos chamados, duros ditos, e à conduta de Jesus esta semana (e cada semana até o Seu retorno) é isto: arrepende-te e crê na Boa Nova. Quando esta lição for aprendida, Ele virá, assim como Ele teria vindo pouco depois de 1888, se o Seu povo tivesse se arrependido e crido em Sua mensagem que Deus intentou dar à igreja e ao mundo.

—Gerald L. Finneman

Gerald L. Finneman é um pastor adventista, já tendo atuado nos estados de Michigan, Pensilvânia e Califórnia nos EUA. Ele prepara materiais para encontros evangelísticos, incorporados com os conceitos das Boas-Novas da Mensagem de Justificação pela fé. Além de pastor da IASD ele atualmente é também o presidente do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888.

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira


Notas do tradutor:

1) Os livros da Dra. Deborah Tannen: You Just Don’t Understand (Você na Verdade Não Entendeu) e That’s Not What I Meant (Não é Isto o Que eu Quis Dizer), poderia ser usado para escrever a respeito de discursos humanos, como ilustração do estudo da lição desta semana. Como uma cientista social ela analisa a conversação e pode explicar porque dois indivíduos, ouvindo o mesmo diálogo, podem ter diferentes impressões do que foi dito;

2) O Desejado de Todas as Naçõe, pág. 78, – “Pela primeira vez, contemplou o menino Jesus o templo. ... Viu a ensangüentada vítima sobre o altar do sacrifício. ... Testemunhou os impressivos ritos da cerimônia pascoal. ... Cada ato parecia estar ligado a Sua própria vida. No íntimo acordavam-se-Lhe novos impulsos. Silencioso e absorto, parecia estudar a solução de um grande problema. O mistério de Sua missão desvendava-se ao Salvador.

Naquela época, um aposento ligado ao templo estava sendo ocupado por uma escola sagrada, à maneira das escolas dos profetas. ... Como pessoa que busca saber, interrogava esses mestres relativamente às profecias, ... Jesus Se apresentou como pessoa sedenta de conhecimento de Deus. Suas perguntas eram sugestivas de profundas verdades que havia muito jaziam obscurecidas, e eram, todavia, vitais para a salvação de almas. ... e perguntava-lhes o sentido daqueles textos que indicavam o sofrimento e a morte do Cordeiro de Deus. Os doutores voltavam-se para Ele com perguntas, e pasmavam de Suas respostas. Com a humildade de criança, repetia as palavras da Escritura, dando-lhes profundeza de sentido que os sábios não haviam alcançado. ... Se houvesse parecido que Jesus procurava ensiná-los, desdenhariam ouvi-Lo. ... A modéstia juvenil e a graça de Jesus lhes desarmava os preconceitos. Inconscientemente, seu espírito abriu-se à Palavra de Deus, e o Espírito Santo lhes falou ao coração.

Não puderam deixar de ver que sua expectação com respeito ao Messias, não tinha o apoio da profecia; mas não queriam renunciar as teorias que lhes tinham lisonjeado a ambição. Não admitiam haver compreendido mal as Escrituras que pretendiam ensinar. Interrogaram-se uns aos outros: Como tem esse rapaz conhecimento, não havendo nunca aprendido? A luz estava brilhando nas trevas; mas "as trevas não a compreenderam". João 1:5.

3) Após assembléia da Conferência Geral de 1888, em Minneapolis, ocorrida de 17/10 a 4/11, durante os poucos anos que se seguiram, E. J. Waggoner, A. T. Jones , e Ellen G. White, empenharam-se, por iniciativa própria, em espalhar a mensagem de Justificação pela fé em diferentes igrejas. Claude Webster, em Croscurrents in Adventist Christology (Encrusilhadas na Cristologia Adventista), capítulo 3;

4) "O Senhor não estava dirigindo nossa saída da América. ... O Senhor teria trabalhado pela Austrália por outros meios e uma forte influência teria sido mantida em Battle Creek, o grande coração da obra.” Carta de EGW ao então presidente da Conferência Geral, Pr. O.A. Olsen, carta 127, 1896.

5) A lição, de 3ª Feira, no 2º §, cita um texto de O Desejado de Todas as Nações, pág. 338:

“Fora por misericórdia para com os donos desses animais, que Jesus permitira lhes sobreviesse o prejuízo. Achavam-se absorvidos em coisas terrestres, e não se importavam com os grandes interesses da vida espiritual. Cristo desejava quebrar o encanto da indiferença egoísta, a fim de Lhe poderem aceitar a graça. “

Agora veja o restante da história: A população de Gergesa pediu insistentemente que Ele se retirasse de seus termos, Ele atendeu, . . . “foi tratado como intruso, e o Dom do Céu despedido de suas portas. . . . rejeitam-Lhe a graça e afugentam de si o Seu Espírito. Muito diverso, todavia, foi o sentimento dos restabelecidos endemoninhados. . . . rogaram que os deixasse estar sempre ao Seu lado, para que sempre O pudessem ouvir. Mas Jesus lhes mandou que fossem para casa e contassem quão grandes coisas o Senhor fizera por eles. . . . Não somente à sua casa e aos vizinhos falaram acerca de Jesus; mas foram através de Decápolis, declarando por toda parte Seu poder de salvar, e descrevendo como os libertara dos demônios. Assim fazendo, era maior a bênção,” ídem, pág. 339.

Eles “foram os primeiros missionários enviados por Cristo a pregar o evangelho na região de Decápolis. Só por poucos momentos tinham esses homens tido o privilégio de escutar os ensinos de Cristo. Nem um dos sermões de Seus lábios lhes caíra jamais ao ouvido. . . . Apresentavam, porém, em si mesmos o testemunho de que Jesus era o Messias. Podiam dizer o que sabiam; o que eles próprios tinham visto e ouvido, e experimentado do poder de Cristo. É o que a todo aquele cujo coração foi tocado pela graça de Deus, é dado fazer. . . . Podemos dar testemunho do que temos conhecido da graça de Cristo. É esse o testemunho que nosso Senhor pede de nós, e por falta do qual está o mundo a perecer.”

“Embora o povo de Gergesa não houvesse recebido a Jesus, Ele não os abandonou às trevas que tinham preferido. . . . Ele lhes tornou a enviar a luz por intermédio” dois endemoniados. Idem, pág. 340 “Quando Jesus voltou a Decápolis, o povo aglomerou-se ao Seu redor, e durante três dias, não somente os habitantes de uma cidade, mas milhares de toda a região circunvizinha, escutaram a mensagem da salvação. . . . Em face dos homens e dos anjos, foi Satanás revelado como inimigo e destruidor da humanidade; Cristo, como seu amigo e libertador. Seu Espírito desenvolverá no homem tudo quanto enobreça o caráter e dignifique a natureza. Ele edificará o homem para a glória de Deus, tanto no corpo, como na alma e no espírito,” Idem, pág. 341.