sexta-feira, 23 de maio de 2008

Lição 8.- A Intensidade de Sua Caminhada


Ellen White ficou radiante de alegria com a mensagem da Justificação pela Fé, pregada há 120 anos (*em Mineapolis). Ela reconheceu que sua verdadeira identidade era (e é) o "começo", longamente-esperado, do Alto Clamor de Apocalípse 18.1

Mas ao findar a era de 1888, com a mensagem em grande parte pouco apreciada e rejeitada (cf. Mensagens Escolhidas, livro 1, págs. 234, 2352), declarou que "A decepção de Cristo está além de descrição". (“Review and Herald de 15 de Dezembro de 1904, 8º § do artigo Um Chamado ao Arrependimento”).3 Sua "decepção" era porque Ele ansiava que Seu povo se preparasse para Sua segunda vinda, representada pelas "bodas do Cordeiro" (*Apoc. 19:7). Sua avidez como um Noivo divino, era a causa da "decepção."4

Nossa Lição nos traz à experiência de Jesus na Sua cruz quando bradou em agonia, "Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste"? (*Mat. 27:46, Marcos 15:34).

Nunca qualquer ser humano experimentou antes este abandono total de Deus; mesmo as vítimas de multidões de crucificações romanas, nunca experimentaram o horror que Jesus sentiu. É verdade que Moisés tinha declarado que qualquer um que fosse pendurado seria "maldito de Deus" (Deut. 21:21-23) (*Ver também Gálatas 3:13), mas o que Deus tinha feito "em Cristo" dispensou a todos esses criminosos que morreram em Roma antiga de realmente experimentarem essa horrorosa “maldição”. Romanos 5: 15 a 18 deixa claro:

“Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, abundou em muitos. Também não é assim o dom como a ofensa, que veio por um só que pecou; porque o juízo veio, na verdade, de uma só ofensa para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação Porque, se pela ofensa de um só, a morte veio a reinar por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida.” Ou, como está em outra versão: “que concede vida”.

Cada criminoso pagão executado numa cruz por Roma antiga beneficiou-se deste ato "judicial... de absolvição" (*na cruz), à vista de Deus. Ninguém pagava o preço final pelo seu pecado ou crime, qualquer que fosse

Então a cada pecador que já morreu; Deus não "imputa" sua transgressão contra ele

(*Pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões...”, II Cor. 5:19). (*Mas quando o Sumo Sacerdote sair do Santíssimo, então “quem é injusto, faça injustiça ainda e quem é sujo suje-se ainda,” Apoc. 22;11).

O castigo pelo pecado não é agora; vem ao fim dos 1000 anos de Apocalipse 20, quando todos os perdidos que ressurgirem na segunda ressurreição se reunirem ao redor do Grande Trono Branco para o julgamento final.

Então cada um finalmente compreenderá que seu verdadeiro nome sempre foi "Esau," o homem que teve a "primogenitura" que ninguém podia ter tomado dele, mas que ele "desprezou" e "vendeu" por um prato de guisado (Gên. 25:34; Heb. 12:16, 17).

Cada alma que finalmente perecerá na "segunda morte" será uma alma que Jesus sempre amou desde seu nascimento, sim, mesmo desde a concepção (cf. Salmo 139:13-16). Na terra feita nova Deus limpará todas lágrimas de olhos do Seu povo (Apoc. 21:4); mas seguramente Ele mesmo derramará lágrimas antes desse tempo—quando observar os "Esaus" de todos os tempos perecerem em sua segunda morte que eles escolheram—a despeito de Ele mesmo já ter morrido em seu favor na Sua cruz.

É tempo agora para nós aprendermos a apreciar a "largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo o entendimento, para que sejais cheios até a inteira plenitude de Deus" (Ef. 3:14-21).

Esta ampla apreciação de coração de Ágape é a preparação para o tempo final de provação e trasladação (sem ver a morte, I Tess. 4:15-17) que o Senhor pretendeu para nós há 120 anos atrás quando Ele nos "enviou uma mui preciosa mensagem", mas que "nós" não apreciamos naquela época. "Nos" fizemos como os israelitas antigos que não puderam entrar na sua Terra Prometida por causa de sua incredulidade (cf. Heb 3:7-19).

Jesus Cristo tornou-Se um de nós; como um Noivo ávido, Ele anseia para que Seu "casamento do Cordeiro" venha logo (cf. Apoc. 19:7, 8).

Robert J. Wieland

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

Notas do tradutor:

1) Ellen White declarou que a mensagem da justificação pela fé foi o começo da chuva serôdia do Espírito Santo, assim como o Pentecostes foi a chuva temporã. Foi também o começo do Alto Clamor de Apocalipse 18. Seu poder era para iluminar a terra com a Sua glória. Mas, não foi o trabalho de homens, ou o suposto reavivamento da igreja no início de 1890, que começou a cumprir a profecia. Foi essa própria mensagem.

2) Mensagens Escolhidas, livro 1, págs. 234, 235:

A indisposição de ceder a opiniões preconcebidas, e de aceitar esta verdade, estava à base de grande parte da oposição manifestada em Mineápolis contra a mensagem do Senhor através dos irmãos [E. J.] Waggoner e [A. T.] Jones. Promovendo aquela oposição, Satanás teve êxito em afastar do povo, em grande medida, o poder especial do Espírito Santo que Deus anelava comunicar-lhes.”

“O inimigo impediu-os de obter a eficiência que poderiam ter tido em levar a verdade ao mundo, como os apóstolos a proclamaram depois do dia de Pentecostes. Sofreu resistência a luz que deve iluminar toda a Terra com a sua glória, e pela ação de nossos próprios irmãos tem sido, em grande medida, conservada afastada do mundo”;

3) Ellen G. White, no mencionado artigo da Review and Herald, de 15 de Dez. de 1904, descreve como Jesus sentiu-Se magoado depois do fracasso da liderança de igreja em 1888 em receber e transmitir a mensagem, e a perda da reconciliação conseqüente com Ele. No 8º parágrafo ela diz: “Deixar o primeiro amor é representado como uma queda espiritual. Muitos caíram assim. Em cada igreja em nossa terra (*nos EUA), há necessidade de confissão, arrependimento, e reconversão. A decepção de Cristo está além de descrição. A menos que esses que pecaram rapidamente se arrependam, os enganos dos últimos dias os ultrapassarão. Alguns, embora eles não o compreendam, estão se preparando para serem vencidos.. Deus conclama para arrependimento sem demora. Por muito tempo muitos têm brincado com a salvação que sua visão espiritual é ofuscada, e eles não podem discernir entre luz e trevas. Cristo é humilhado no seu povo. O primeiro amor se foi, a fé está fraca, há necessidade de uma completa transformação.

4) Sua avidezé retratada e enfatizada na repetição que a versão dos 70 faz em Cantares de Salomão cap. 5: 2, “... batendo, batendo ...”, repetida em Apocalipse 3:20, no grego, “...batendo, batendo ...”, circunstância esta que, claramente, demonstra serem os dois textos paralelos, o primeiro constituindo-se em uma profecia para o tempo presente eis que o último texto é parte da mensagem a Laodicéia. O paralelo entre os dois textos é também evidente por ambos terem alguém batendo à porta e requerendo de outrem abri-la para Ele.

A inspiração de Cantares já foi questionada ao longo dos tempos por ser, segundo estes, “uma simples história de amor, e, portanto não deveria ter sido incluí no cânon sagrado.” Mas alguns teólogos interpretam o texto como alegórico, dizendo que o amor exaltado é o amor entre Deus e Israel, ou entre Cristo e a Igreja. Jesus descreveu o livro de Cantares como "Escritura" em João 7: 37, 38, contraste com Cantares 4:15, onde “a fonte dos jardins, poço das águas vivas” é a Palavra de Deus (Profetas e Reis, pág. 234). Paulo o citou relativamente à igreja em Efésios 5:27, compare com Cantares 4:7,. O evangelho de Cristo é incontestavelmente amoroso. Para você que crê, Jesus é muito precioso (I Pedro 2:7); Ele é totalmente amoroso (Cantares de Salomão. 5:16). Nós o amamos porque Ele nos amou primeiro (IJoão 4:19). Os acadêmicos de longo tempo reconheceram que Jesus citou a versão da Septuaginta em Apocalipse 3:20. Em verdade a razão para ter sido selecionado pela PROVIDÊNCIA DIVINA para ser incluído na Bíblia, é que fala de Jesus e Seu amor por Sua igreja. É princípio de exegese firmemente estabelecido na IASD, que textos paralelos, se explicam. O apelo de Apoc. 3:19, “sê, pois, zeloso e arrepende-te” É um convite do Mestre para nos retratarmos e é, obviamente, um atestado de nossa falha. A esposa, em Cantares de Salomão 5:2-7, que tinha ido se deitar cedo e ficou irritada porque seu Amante batia em sua porta, representa a igreja remanescente que se ressentiu (na história de nossa igreja) com os apelos urgentes de nosso Senhor para render-se a Ele.

Dois são os desapontamentos na igreja de Laodicéia.

Primeiro: Em 1844, a noiva esperava o noivo que não veio. Os mileritas, inadvertidamente, tomaram como certa a idéia popular corrente de que o Santuário era esta terra, e concluíram que sua purificação significava a volta de Jesus com o conseqüente juízo de Deus. Este episódio tem sua contra-partida no erro dos discípulos em manterem a idéia popular de que o Messias estabeleceria seu Reino àquela época, a despeito das predições proféticas e inúmeras advertências que Cristo lhes fez, chamando-lhes a atenção para a primeira fase de seu ministério de sofrimento.

Segundo: Em 1888 o Noivo veio encontrar-Se com a noiva que não O recebeu prontamente. Compare a indiferença da liderança de então com a da noiva, a despeito de sempre chama-Lo de Amado ao longo de todo o livro (Cantares 5: 2 e 3).

Igualmente compare como a noiva se rende a seu futuro marido e decide deixa-Lo entrar. “Eu me levantei para abrir ao meu amado” (vs.5); “Eu abri ao meu amado, mas já o meu amado Se tinha retirado e Se tinha ido” (vs.6).

Neste estágio da profecia se encontra hoje a nossa querida igreja adventista, mas virá o momento em que se ouvirá dizer:

“São chegadas a bodas do cordeiro, e já a Sua noiva se aprontou”, Apoc. 19:7.

Mas enquanto não chega este evento, ainda assim temos boas-novas para Laodicéia. Descobrir a razão para este longo atraso nos dá esperança. A mensagem que estamos proclamando hoje, como igreja, pode ser objetivamente avaliada a fim de que os contrastes entre esta e os conceitos de 1888 se tornem claros para todos. Está em nosso poder recuperar muito da mensagem, porque o Senhor, em Sua misericórdia, como preservou os Escritos sagrados, permitiu que ela fosse disponível em livros e revistas, que embora não estejam sendo impressos atualmente pelas editoras da Organização, podem, entretanto, ainda ser examinados, reimpressos, xerocopiados etc.. Infelizmente, no Brasil, as disponibilidades são bem menores. Entretanto diversos grupos têm sido despertados para a divulgação dos mesmos. E que isto é da providencia divina se vê do fato de que estão surgindo ao mesmo tempo, independentes uns dos outros, todos pregando a mesma mensagem da justiça de Cristo. (Assim ocorreu “com a grande reforma do século dezesseis,’ quando ‘o movimento do advento apareceu simultaneamente em vários países da cristandade”, GC, pág.357). A irmã White, em TM, págs. 91 em diante, viu a pregação de Waggoner e Jones em 1888 e anos seguintes, como uma “mui preciosa mensagem” de gloriosas boas novas, que deve ir ao mundo inteiro, revitalizando a mensagem do terceiro anjo, o evangelho eterno, que prende corações, e a relaciona com a particular mensagem adventista da purificação do santuário celestial. Aqueles cujos corações respondem a esta mensagem são confirmados e fortalecidos na sua lealdade e apoio à Organização da igreja. Dedicam as suas vidas para cooperarem com o Espírito Santo para este fim. Para que uma igreja iluminada e unificada venha a ser preparada para cooperar com o Céu num trabalho final de uma muito mais abundante graça para o mundo inteiro,

Veja o exemplo do apóstolo Paulo:

O evangelho da graça de Deus teve tal poder na vida dele que as pessoas achavam que ele estava fora de si em sua imensurável devoção à Cristo. Ele replicou que não era porque ele possuísse dotes mais valiosos do que eles a razão de sua capacidade de sofrer tanto por seu Salvador. A graça de Cristo, em seu incomparável amor na cruz, constrangia Paulo (cf. II Cor. 5:14), isto é, ela o motivava, o empurrava adiante, implacavelmente, quase como se fosse contra a sua própria vontade. Agora ele achava impossível viver para ele mesmo, ele fora feito nova criação. Ser reconciliado com Deus, ter removida a invisível barreira que estava anuviando a sua alma, toda a sua vida até então; era fantástico! O evento da cruz o cativou para sempre, e ele apela para que nós não olhemos para ela e bocejemos, em desinteresse. Ele diz: “não recebam a graça de Deus em vão” (II Cor. 6:1). A singularidade da mensagem de justificação pela fé que o Senhor nos enviou em 1888 reproduz no coração humano moderno a mesma devoção altruísta que motivou Paulo longo tempo atrás.

Um dos poucos líderes que aceitou a mensagem de todo o coração foi o pastor Nelson Haskell (Enciclopédia Adventista pág. 561). Ele demonstrou tal devoção que foi o pioneiro da mensagem na China, Japão, Austrália, e continuou a produzir os preciosos frutos da graça ate mesmo em sua velhice. Seus livros continuam ainda hoje sendo valiosos:

Quando o movimento da Carne Santa surgiu no estado de Indiana, EUA, os líderes da Conferência Geral enviaram os irmãos Nelson Haskell e A. J. Breed como delegados ao encontro campal marcado para Muncie, Indiana, de 13 a 23 de setembro de 1900. Ao retornar a Battle Creek, Haskell viu-se compelido a informar não apenas seus colegas da Conferência Geral, como também Ellen White. Ele lhe enviou uma carta, datada de 25 de setembro de 1900, para informá-la da situação.

Eis como Haskell apresentou o problema a Ellen White: “Quando nós declaramos que acreditávamos que Cristo nasceu da decaída humanidade, eles nos representavam como crendo que Cristo pecou,...”. Tão grave considerou ela a situação, que respondeu imediatamente. Sua carta datada de 10 de outubro de 1900, estabelece uma firme e clara postura contra o ensino do movimento da carne santa, que ela define como “estranha doutrina”, “teorias e métodos errôneos”, e “uma deplorável invenção do pensamento humano, preparada pelo pai da mentira.” Veja mais em Mensagens Escolhidas, livro. 2 cap. 3

O pastor Alonzo T. Jones, no boletim da Conferência Geral de 1895, pág. 351, nos diz: “Nós vivemos pela fé no Filho de Deus, que nos amou e a Si mesmo se entregou por nós”. Gálatas 2:20. Oh, Ele me amou! Ele Se deu em toda a Sua glória, todo o Seu maravilhoso dom por nós que nada somos. Será que é muito permitir que Ele tome posse de nós? Ele está desejoso e ansioso de assim o fazer.

Com oração e fome de alma, medite mais uma vez no glorioso poder da mensagem da graça de Deus. Mergulhe em Romanos 4, versos 13 e 16, e capítulo 5, versos 2,15,17,20 e 21; Capítulo Seis versos, 1, 14 e 15. Veja:

I) justificação pela fé não é uma teologia fria, é o ministério da graça;

II) Fé provê acesso a esta graça, isto é, uma apreciação do coração pelo imenso amor que o Senhor manifestou por nós, e abre os portões de acesso à esperança e gloria;

III) O dom da graça transbordou para muitos. “No dom incomparável de Seu Filho, Deus envolveu o mundo todo em uma atmosfera de graça tão real como o ar que circula ao redor do globo. Todos os que respirarem esta atmosfera vivificante hão de viver e crescer ate a estatura completa de homens e mulheres em Cristo Jesus”, Caminho a Cristo pág. 68;

IV) A graça é maior do que o nosso pecado. Isto é estupendo, creia nisso. Salvação do pecado certamente depende de haver mais poder na graça do que há no pecado. Onde quer que o poder da graça possa ter controle, será tão fácil fazer o que é correto, assim como é fácil fazer o errado sem a mesma. Nenhum homem ainda achou difícil fazer o que é errado, porque o homem, naturalmente, é escravo de um poder, do poder do pecado, que é absoluto em seu reino. Mas se um poder superior a esse tomar o controle, então será fácil servir o desejo deste poder superior;

V) Crida e recebida, a graça reina na vida como um rei, soberana;

VI) Graça em quantidade transbordante torna impossível para o crente continuar vivendo em pecado;

VII) Graça então, impõe um novo cativeiro, que é uma eterna motivação para santidade de vida. Podemos ter certeza de estar incluídos nesta graça, porque foi Ele quem prometeu. Prometeu que a graça de Deus se manifestou trazendo a salvação para todos os homens, Tito 2:11. É-nos prometida e garantida também em Efésios 4:7,12 e 13: “E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo, com vista ao aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé, e do pleno conhecimento do filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo”.

“Quer você ser semelhante à Jesus? Então simplesmente receba a graça que Ele tem tão completa e livremente dado. Permita que Ele a lance sobre você, na medida que Ele tem dado, não na que você pensa que merece. Exponha-se a ela, a fim de que possa trabalhar em você e para você com o maravilhoso propósito para a qual foi concedida. E ela fará a sua obra. Ela o fará como Cristo”. A. T. Jones, na revista Review and Herald de 17 de Abril de 1894.

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Outro aspecto em que a mensagem de 1888 lança luz em nosso estudo da lição de 19/5:

O Mistério da Piedade

Os textos escriturísticos da segunda pergunta da lição 8 nos revelam a fonte da fé e poder de Jesus: comunhão com o Pai pelo estudo da Palavra, jejum e oração.

Sim, como diz a lição, para se entender a intensidade da experiência de Jesus com Deus, é necessário compreender-se Sua divindade e sua humanidade. Entretanto, não podemos nos esquecer de que “...grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne...” (I Tim. 3:16).

O Comentário Bíblico Adventista (SDABC), vol. 6, pág 610, 2ª coluna, diz: “No Novo Testamento ‘mustērion’ (*do Gr.) se refere a algo que Deus deseja tornar conhecido àqueles que estão desejosos de receber a Sua revelação” (*grifamos duplamente) ver Rom. 16:25 e 26; 2:7; I Cor. 2:7; Efésios 3:3 e 4”. Revelação, somente o que nos foi revelado. Devemos assim evitar nos delongarmos em avançadas idéias científicas, extensas explicações e exemplos. A que Compararemos a Deus? ( Veja Isaias 40:25)

Para entender a condição de Cristo “vindo ao mundo em natureza humana”, e a comunhão entre o Filho e o Pai, leia o que diz o Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, pág. 309, 2ª coluna:

“Jesus não convidou a tentação, nem Ele, conscientemente, Se colocou no campo dos encantamentos do diabo. Ele recolheu-Se ao deserto para estar a sós com Seu Pai, e para meditar sobre a tarefa que estava posta perante Ele.”

“Jesus tomou sobre Si a natureza humana, e, com ela, a possibilidade de ceder ao pecado (DTN, pág. 117). Deus ‘permitiu que enfrentasse os perigos da vida em comum com toda a alma humana, combatesse o combate como qualquer filho da humanidade o tem de fazer, com risco de fracasso e ruína eterna’ (DTN, pág. 49). Somente assim poderia ser dito que Ele “... como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Heb. 4:15). Ao contrário, se, como alguns afirmam, Jesus, sendo divino, não pudesse ser tentado—então a Sua tentação foi uma farsa. Foi através de Sua natureza humana que Ele experimentou a tentação” (DTN, pág. 686). Tivesse Sua experiência com a tentação sido, em qualquer grau menos sedutora do que a nossa experiência com ela, Ele não estaria habilitado para nos socorrer’ (DTN, pág. 117).” Ver Hebreus 2:18. Gifamos.

E, da mesma página, “Temos um representante perante o Pai, que pode ‘compadecer-Se de nossas fraquezas’, porque Ele ‘foi em todos os pontos tentado como nós’, assim somos instados a nos achegarmos ‘com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno (Heb. 4: 15 e 16). Jesus sabe, por experiência o que a humanidade pode suportar. Ele prometeu abrandar o poder do tentador de acordo com a nossa força individual para suportar, e prover o meio de escape: E ‘fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar’ (I Cor. 10:13). Dentro do campo de ação de cada coração humano o grande conflito, pelo qual Cristo passou no deserto da tentação, é repetido. Sem teste—sem a oportunidade de escolher fazer o que é direito ou o que é errado—não pode haver desenvolvimento do caráter.”

Tanto para nós, como para Jesus a experiência de desenvolvimento era o que a Bíblia fala sobre crescer em sabedoria ...(Lucas 2:52). Na aprendizagem do ofício de carpinteiro Ele Se especializou para cada vez fazer melhor. Se fosse estudar violão e “esbarrasse o dedo em uma corda errada”, em próxima tentativa acertaria, estes erros não são pecados porque não dizem respeito à lei moral e não são deliberadas escolhas para fazer o que é errado.

Ainda outro ponto a se comentar nesta 8ª lição:

A lição anterior, de nº 7, nos pergunta, "Até que ponto é correto 'seguir Seu exemplo'?" [Lição de 3a.-feira, 13.05.08].

A lição desta semana, na parte de quinta feira, 22/5 nos indica que 'não podemos (e não devemos)' seguir-Lhe o exemplo em tudo o que o Senhor fez!!!?

1ª João 2:6 nos dá uma inequívoca orientação, “Aquele que diz que está nEle, também deve andar como Ele andou.” E o apostolo Paulo nos diz: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo.”

Tenham um feliz sábado.

João Soares da Silveira