quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Lição 9 - Legislador e Juiz, dos escritos do Pr. Roberto Wieland e Pr. Donald Short



Para 22 a 29 de novembro de 2014

Nem sempre é possível cobrir cada tópico em uma semana de lições da Escola Sabatina em um breve ensaio (*como fazemos neste blog), por isso tentamos abranger uma ou mais das "dinâmicas" da mensagem de 1888. Esta semana, a pergunta na parte inferior da lição de segunda-feira (página 109 do guia de estudos dos professores) indaga discutindo: "Recompensa ou punição, receberemos apenas uma das duas. Qual é a sua única esperança de recompensa?"
Uma das verdades primárias do evangelho da mensagem de 1888 é a seguinte: Uma maior motivação do que tem prevalecido na igreja em épocas passadas tornar-se-á apreciada no fim do tempo — uma preocupação por Cristo — que Ele receba sua recompensa e encontre seu "descanso" na erradicação final do pecado. Toda motivação egocêntrica baseada apenas em medo do inferno ou esperança de recompensa é menos eficaz. A maior motivação é simbolizada no clímax da Escritura (*Apoc. 19:7) — a Noiva de Cristo, fazendo-se "pronta".1
Tecnologia em processamento e armazenamento de dados nos ajuda a compreender que todas as informações sobre nossas vidas são registradas corretamente, incluindo os nossos pensamentos e motivos. A lei de Deus é o princípio sobre o qual Seu universo é fundado, o que Tiago chama de "a lei da liberdade" (2:12). Qualquer ato ou motivo que esteja em conflito com a lei do amor altruísta significa que o coração está em desacordo com Deus e com o universo. Assim, o egoísmo se torna uma parte de nosso histórico de vida os "livros", através dos quais João diz que seremos julgados.
Mas a boa notícia é que o juiz é o nosso irmão, o Filho do homem que tomou sobre Si "a semelhança da carne do pecado" e que sabe exatamente como "em tudo", somos tentados. "Porque naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados" (Rom. 8: 3; Heb. 4:15; 2:18). Seu trabalho atual é preparar-nos para passar no nosso exame final. Assim, a notícia do julgamento é infinitamente melhor do que você pode ter imaginado que fosse. O veredito no seu caso está em suas mãos.
Sem dúvida, o desejo do apóstolo João era apresentar Ágape e o julgamento no mais claro equilíbrio possível. Ele se atreveu a expressar uma equação que nenhum outro apóstolo pode formular: "Deus é Ágape" (*1ª João 4:8). Ele se esforça para apresentar o julgamento como consistente com aquele personagem totalmente singular. Ele apresenta o Pai, como a ninguém julgando, “mas deu ao Filho o poder de exercer o juízo porque Ele é o Filho do homem," o Par da humanidade (João 5:22 e 27).
E embora todo o julgamento seja "comprometido" com Cristo, Ele mesmo renunciar o privilégio de pronunciá-lo, dizendo que Ele não vai "condenar" qualquer descrente "no último dia". "Se alguém ouvir as Minhas palavras, e não crer, Eu não o julgo [não o condeno] porque Eu vim, não para julgar [condenar] o mundo, mas para salvar o mundo" (João 12:47).
"O remanescente vai saber que o assunto supremo perante o universo é o julgamento da verdade e da justiça — o caráter de Deus. A preocupação deles por uma recompensa de estar junto ao rio da vida ou andando na rua de ouro que conduz a uma mansão celestial vai desaparecer no pano de fundo. ...
"Por quanto tempo o povo de Deus estará obcecado com o desejo egoísta de sua própria salvação? Ele tornou a nossa segurança tranquila. Ele ajustou Sua situação perante o universo para nos assegurar Seu compromisso com a verdade e com a nossa salvação do pecado. O coração infinito de Deus anseia por algum reconhecimento de Seus filhos. Poderiam eles sentir um pouco de sacrifício? Poderiam eles ver o que está pendente? Poderiam eles entender que Deus também tem sentimentos? Quanto tempo vai levá-los a compreender a magnitude do plano da salvação?"2
Ellen G. White descreve isso de uma maneira mui tocante e sincera: "O amor de Deus é o próprio fundamento da religião. Empenhar-se em Seu serviço meramente pela esperança de recompensa ou medo do castigo, de nada serviria. Apostasia declarada não seria mais ofensiva a Deus do que a hipocrisia e o mero culto por formalidade" (Patriarcas e Profetas, pág. 523).
 “Não é o temor do castigo, ou a esperança da recompensa eterna, que leva os discípulos de Cristo a segui-Lo. Contemplam o incomparável amor do Salvador revelado em Sua peregrinação na Terra, da manjedoura de Belém à cruz do Calvário, e essa visão dEle atrai, abranda e subjuga o coração. O amor desperta na alma dos que O contemplam. Ouvem-Lhe a voz e seguem-nO" (O Desejado de Todas as Nações, pág. 480).
Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, os dois "mensageiros" que Deus "enviou," com o "começo" da mensagem de Apocalipse 18, apresentou o destino dos perdidos com uma ênfase na justiça de Deus, o Seu amor e compaixão. Eles eram, acima de tudo, "evangelistas," desejando ter uma mensagem de reconciliação. Eles queriam evitar qualquer aparência de pregação do tipo "fogo e enxofre," convencidos de que a verdadeira motivação para a conversão duradoura é uma apreciação do amor de Deus. Eles queriam encontrar uma compreensão mais clara do que esse amor tem significado para o mundo. Esta convicção permitiu-lhes "gloriarem-se na cruz" (*Gál. 6:14), como o verdadeiro coração da "mensagem do terceiro anjo, em verdade." Eles viram todos as nossas "doutrinas," naquela luz, e eles anteciparam declarações de Ellen White de O Desejo de Todas as Nações, anos antes de serem publicadas. Esta foi a sua ênfase.
A questão é evangelização, não teologia complexa; Que mensagem pode conciliar a Deus o coração alienado, e amante do mundo, autocentrado, "morno"? A menos que uma compreensão mais clara do evangelho torne-se envolvida, o resultado tem de ser inevitavelmente mais mornidão de devoção perpetuada de geração em geração durante séculos mais. A verdade de hoje apela com o pecador "em lugar de Cristo." Isto é, como ganhadores de almas permitimos que o pecador se identifique com Ele tão completamente que ele experimente um encontro em primeira mão com Cristo tão vívido como fez a mulher samaritana ou Nicodemos em sua entrevista à noite. Isto é evangelismo para ganhar almas e conservação de almas.
A mensagem dos três anjos é que Deus, certamente, terá um povo que traz glória a Ele. A principal preocupação de Apocalipse é a vindicação do Cordeiro que pagou um preço infinito para nos redimir. Mas Sua vindicação também envolve a nossa, pois somos um com Ele. Aqueles que fielmente se postam "com Ele" nesta luta final não vão fazê-lo a fim de ganhar uma recompensa para si próprios. A salvação é realmente um bom negócio, mas a obtenção de um bom negócio não será o motivo para quem realmente segue a Cristo nestes últimos dias. A pequena menina, daminha das flores em um casamento, é sempre muito doce e amável, mas tudo o que ela realmente se preocupa é em receber um pedaço do bolo e sorvete na recepção. A noiva, por outro lado, não se preocupa com as guloseimas. Seu interesse está no noivo, e só nele.
É possível que nós, seres humanos egoístas, que em toda a nossa vida ficamos imersos na busca do trivial interesse próprio, encontremos uma perspectiva mais ampla — uma genuína compaixão de coração com o Cordeiro de Deus? A apreciação dEle por Sua própria causa irá transcender tanto o nosso medo de se perder bem como uma esperança meramente egoísta de recompensa no céu. Esta é a fé madura para o qual Deus está nos chamando.

-Extraído dos escritos de Robert J. Wieland e Donald K. Short

Notas finais:

[1] Robert J. Wieland, Dez grandes verdades do evangelho que tornam a Mensagem de 1888 Única, págs. 27-29.

[2] Donald K. Short,
"Made Like ... His Brethren," (feito semelhante ... a Seus irmãos) pág. 111.
     
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.


Donald K.SHORT foi um missionário adventista do sétimo dia na África, desde a década de 1950. Foi editor de nossa casa publicadora ali. Foi também editor do Boletim mensal do Comitê de Estudos da mensagem de 1888, e escreveu alguns dos melhores livros sobre a mensagem de 1888. Ele e o irmão Roberto Wieland escreveram o livro 1888 Re-examinado, que despertou muitas mentes dentro do adventismo para as belezas e encantamentos de Cristo contidos na mensagem. Ele morreu em 2005 ou 2006?

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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Lição 8 - A humildade da sabedoria celestial, por Paulo Penno



Para 15 a 22 de novembro de 2014
Tiago tem uma instrução prática, do dia-a-dia, sobre como vencer a tentação. Ele tem a ideia da Boa Nova que Jesus ensinou sobre o Bom Pastor.
A mensagem de 1888 traz ao nosso conhecimento que o pastor não espera em casa pela ovelhas perdida O encontrar. Se ele o fizesse, a ovelha perdida nunca iria encontrar o seu caminho do aprisco. Pelo contrário, o Bom Pastor não fica feliz até que Ele tenha procurado em serras e nos vales pela ovelha perdida. Em outras palavras, Deus toma a iniciativa de encontrar você, pobre pecador, e carrega-lo todo o caminho de casa sobre os seus ombros, se você O permitir. Assim é fácil ser salvo e difícil se perder se você entender essa maravilhosa realidade sobre o seu Salvador.
Tiago escreveu, como uma verdade para todos os tempos, que "a amizade do mundo é inimizade contra Deus, Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4: 4). "Além do diabo e do mundo, cada um tem seu próprio eu, o pior inimigo de todos, para se lutar contra."1 "A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser" (Rom. 8: 7).
O evangelho puro sempre perturba os membros mornos da igreja. O entendimento usual que foi semeado entre nosso povo, e especialmente entre nossos jovens, é o de que é muito difícil ser um bom cristão, e muito fácil se perder. Mas Jesus diz o contrário, como qualquer um pode ver ao considerar Suas palavras de vida em Mat. 11:28 e 29. (*“Vinde a Mim, ... Eu vos aliviarei, ... e encontrareis descanso para as vossas almas”).
O que Tiago disse (em 4: 5) é geralmente entendido ao contrário também. "O Espírito que em nós habita tem ciúmes?" A má notícia vem, quase sempre, quando olhamos para isso de uma perspectiva do velho concerto.2 Por causa da condenação universal de que todos nós somos imperfeitos, nos convencemos de que não podemos esperar fazer as coisas boas que sabemos serem certas.
Por causa da mensagem de 1888, podemos ter confiança no que este verso está dizendo. A Bíblia Inglêsa Revisada traz a boa nova de forma mais clara: "O espírito que Deus plantou em nós está cheio de desejos invejosos" (Tiago 4: 5). O Espírito Santo não tolera o Seu povo tentando ser amigo do mundo. O contexto é o da condenação da amizade do mundo. Deus deseja celebrar com Seu povo um casamento exclusivo, como o de um cônjuge, e se eles procuram ser amigos do mundo, eles podem ser chamados de "adúlteros".
A primeira parte de Tiago 4: 5, "Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura. ...", apresenta a segunda parte do verso como suporte para a advertência contra o adultério espiritual. O ciúme de Deus por Sua noiva está em foco. O Espírito de Deus, com ciúme, anseia pela nossa fidelidade.
Satanás não pode forçá-lo a transgredir; mesmo que ele tente assustá-lo, batendo o pé, você não precisa intimidar-se com ele, pois Tiago diz que se você "resistir ao diabo, ele fugirá de vós" (Tiago 4: 7). Você não precisa sofrer qualquer sedução ou terror de Satanás!

"Ele dá maior graça" (Tiago 4: 6), que faz mais do que nos ensinar vitórias negativas (*tal qual a espectativa de crer na salvação pecando até Jesus voltar. Ele veio nos salvar do pecado e não no pecado. Agora:) ela nos ensina como viver belos, nobres, uma vida sem pecado. Você ainda tem uma natureza pecaminosa (mas Jesus tomou sobre Si mesmo nossa natureza pecaminosa, e Ele nunca pecou!); quanto mais perto você se chegar de Cristo pode ser que mais você sentirá as tentações de Satanás, mas mais decididas (*e reais) serão as suas vitórias sobre ele. 
Cristo, como nós, "em tudo foi tentado, mas sem pecado," (Heb. 4:15), e muito embora você seja tentado você também pode vencer "assim como [Ele] venceu" (Apoc. 3: 21). E isso é hoje; você não precisa esperar até a sua morte. Como Cristo, você vai aprender instantaneamente a dizer ao diabo, "Para trás de mim!" (*Mat. 16:23). 
Sim, você tem algo a fazer: "resistir ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tiago 4: 7). Mas você diz: "— Esse é o meu problema, eu não tenho a força para resistir!" Então, leia a primeira parte do mesmo verso: "Sujeitai-vos, pois, a Deus." Venha para o Salvador, cantando: "Tal qual estou, sem uma razão senão que Teu sangue foi derramado por mim"3 e você vai achar que "Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade" (Fil. 2.13). Isso é liberdade. É um milagre, mas é verdade. Mas, por favor, não espere que você nunca vá ser tentado novamente. É seu privilégio sempre exercer o poder de escolha.4
O Senhor tomou a iniciativa no amor e procurou você! Ele não está tentando esconder-Se de você. Portanto seja respossivel a Ele. O Espírito Santo anseia com ciúme por você. Agora, "Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós" (Tiago 4: 8).
Provavelmente boas pessoas sinceras têm batido em uma ideia errada a respeito de Deus (talvez até mesmo do púlpito). Deus não está esperando por você para manter um relacionamento com Ele; Ele quer que você saiba que Ele está mantendo um relacionamento com você. Tudo começa com a iniciativa dEle, não sua. Ele quer te ver salvo mais do que você o deseja.
Quando Jesus veio, Ele mudou as nossas ideias sobre Seu Pai. O Bom Pastor não está à espera de sua ovelha perdida encontrá-Lo; Ele está buscando a ovelha (Lucas 15: 3-32). O texto sobre "Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto" (Isaías 55: 6) precisa de uma tradução mais clara. O verbo hebraico para "buscar" não é o comum, em busca de um objeto perdido; significa "preste atenção em Mim, porque Eu estou perto! Eu não estou longe, nunca!"
Esta ideia de trabalhar duro para manter o nosso relacionamento com o Senhor é uma ideia sutil do velho concerto que tem sido apresentada. Quando você começa a entender o amor Cristo, que nos busca, Sua cruz, você vai ter "fome e sede" de Sua "verdade do evangelho." Este evangelho vai expulsar seu amor por diversão; ele vai te curar de seu tédio da Bíblia. Mas "ande suavemente": se você está em um coma espiritual, sim, esforça-te a ler a Bíblia e a orar. Mas, por favor ... creia no novo concerto.

-Paul E. Penno

Notas finais (a segunda, após o 1º parágrafo, e a terceira, são do tradutor):

[1] Ellet J. Waggoner, em "Reflexões sobre o livro de Salmos," foi publicado em Signs of the Times, de 18 de junho de 1885, pág. 375.
[2] Até mesmo a lição de quarta-feira é confusa quando diz: "Tiago 4: 5 não é fácil de entender ... O verso mais difícil do Novo Testamento", e faz referencia à "ambiguidade do texto grego."

*Esta é a perspectiva do velho concerto, que Satanás criou em contrafação ao NOVO Concerto. Vejamos a verdade primeiro: O novo concerto é o concerto eterno feito por Deus Com Adão, Gên. 3:15, e repetido a Noé, Gên. 6:18, depois a Abraão, Isaque, Jacó, e é o mesmo concerto que Ele queria fazer com o povo no deserto. No capítulo 19:5 Ele diz “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a Minha voz e guardardes a Minha Aliança (ou CONCERTO), então sereis a Minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é Minha.” Agora você me responda: Que mandamento Deus deu por escrito, até então, em todos estes concertos? NENHUM!!!  Até então Deus havia prometido escrever nos corações Seus princípios, e nem mesmo havia pedido a nenhuma de suas criaturas inteligentes que prometesse obediência alguma. Este é o concerto eterno. É UNILATERAL. Deus faz a promessa, e não pede que os seres inteligentes prometam coisa alguma. Eles simplesmente têm que crer, confiar.
*Agora, ALGO CURIOSO: Ao sair da arca Noé ouve uma aliança pronunciada por Deus: “Estabeleço a Minha aliança convoco, e com vossa descendência” (Gên. 9:9). Bem, até ai nada de novo, é um concerto unilateral feito com seres racionais. Mas veja o verso 10: “E com toda a alma vivente, que convosco está: aves, gado, ... e, enfim, com todo animal da terra.” Interessante. O que aves, gado e demais animais prometem a Deus??? NADA!!! Eles simplesmente ao amanhecer colhem o seu alimento que Deus lhes dá. As aves coletam gravetos e fazem seus ninhos, colhem mais alimento e sustentam seus filhotes. O filhote dos mamíferos, inocente, confiante e instintivamente, encontra seu alimento no seio de sua mãe, sem mesmo que ela lhe mostre esta fonte de alimento..
*E é isto que Deus espera que os seres racionais também façam: simplesmente colham os benefícios de Suas promessas, sem ter que prometer coisa alguma. Este é o Novo Concerto, o Concerto Eterno. Novamente dizemos: unilateral, você não tem que obrar nem prometer, só crer.
*Mas o que é o Velho Concerto referido pelo Pr. Paulo Penno?: é o concerto de obras que Deus fez com o povo de Israel. “—Espere um pouco,’ [você dirá] ‘está você me dizendo que Deus fez com o Seu povo um concerto de obras? SIM!!! Em Êxodo 19: 8 os israelitas, insolentemente julgando-se capacitados a seguir as instruções de Deus, prometeram: “Tudo que o Senhor tem falado, faremos.” Eles não entendiam que eram incapazes de, por si mesmos, cumprirem qualquer ordenamento divino. Deus sabia que eles não poderiam cumprir o que prometiam, mas para que sentissem a necessidade de confiar nEle, e em Suas promessas; para que, após fracassarem, como ocorreu dias depois, caíssem em si, e sentissem a necessidade de um Salvador, Jesus; eis porque Deus fez este concerto de obras com o povo, Hebreus 8:9; para que tivessem o concerto de Deus no coração, verso 10, porque o concerto de obras é incapaz de trazer salvação a qualquer pecador.
*Assim, tem-se a impressão de que Deus não intentava dar Seus mandamentos por escrito ao Seu povo, e sim, simplesmente, fazer com eles a mesma aliança que fizera com Seus pais, e que intentava agora fazer com eles, como vimos de Êxodo 19:5, que seria um concerto funcional, pois no verso 6 Deus diz: E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo.”
*Mas como, confiantes de si mesmos, prometeram no verso 8: “Tudo que o Senhor tem falado, faremos,” Deus resolveu impressionar terrivelmente o povo com “trovões e relâmpagos, ... espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial” (vs. 16) e “todo o monte fumegava” .. 0 que era “como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente; e o sonido da buzina ia crescendo cada vez mais” (vs. 18 e 19).
*Deus determinou que Moisés e Arão subissem o monte Sinai, vs. 24, e Moisés desceu, vs. 25, e trazendo as duas taboas da lei, “disse ao povo isto: (vs. 25), entenda-se, ele leu ao povo o que estava escrito nas duas taboas de pedra, os dez mandamentos, Êxodo 20, que começam assim: “Eu Sou o Senhor teu Deus que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (vs.2). Esta é uma indicação de  que todos os mandamentos de Deus são, em verdade, promessas de poder para cumpri-los. Ellen G. White diz: “Todas as Suas ordens são promessas habilitadoras” (Parábolas de Jesus, pág. 333). Vê-se ai que os dez mandamentos, corretamente compreendidos e obedecidos, fazem parte do novo concerto, e seria desnecessário tê-los por escrito em frias taboas de pedra se você os traz dentro de um coração aquecido pelo amor Ágape de Cristo.
*Os capítulos 21 a 23 são diversas leis, leis e mais leis, afinal eles tinham dito que “tudo que o Senhor falar faremos e OBEDECEREMOS” (24:7), e todas aquelas leis (do cap. 20 ao 23) corretamente entendidas e cumpridas, são parte do novo concerto. Então, em Êxodo 24: 5-8 Deus celebrou com eles o concerto de obras que prometeram. Falharam logo depois.
*Êxodo 25:8 é um dos mais trágicos versos da Bíblia: “E Me farão um santuário e habitarei no meio deles.” Pela aliança de Deus Ele queria habitar no coração deles, mas como O rejeitaram, Deus ideou um meio de estar no meio deles.
Conclusão: Para identificar-se um concerto deve-se ver quem fez a promessa. No novo concerto Deus é quem faz a promessa. No velho concerto a promessa é do homem. O Novo Concerto é mais velho do que o velho concerto, uma vez que veio antes, e mesmo porque ele é eterno. O velho concerto foi ratificado com simples sacrifícios de animais, plural, Êxodo 24: 5 a 8). O novo concerto foi ratificado com a morte do Cordeiro de Deus, uma vez por todas. É chamado de novo simplesmente porque este Cordeiro, que tira o pecado do mundo, foi crucificado depois daquele imolado em Êxodo 24:5.
3) Versão original do hino composto por Charlotte Elliott em Londres, em 1835; o hino 278 do Hinário Adventista, tem a versão que conhecemos; “Tal qual estou, eu venho a Ti, ... Confiante sou em Teu amor.” Quando eu era jovem cantávamos assim: “Tal qual estou, eu venho a Ti, pois o Teus sangue remidor...” que era mais fiel ao original trazido pelo Pr. Paulo Penno acima.
[4] “O que deveis compreender é a verdadeira força da vontade. Esta é o poder que governa a natureza do homem, o poder da decisão ou de escolha. Tudo depende da reta ação da vontade. O poder da escolha deu-o Deus ao homem; a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo. Podeis dar-Lhe a vossa vontade; Ele então operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, pág. 47).


Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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