quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Lição 7 — Domando a língua, por Arlene Hill



Para 8 a 15 de novembro de 2014

Há uma pequena canção de ninar (*americana) que tenta transmitir a diferença entre o dano físico e o emocional: "Paus e pedras podem quebrar seus ossos, mas palavras nunca podem machucá-lo." Podemos não ter uma escolha quando somos machucados fisicamente, mas podemos escolher se palavras vão nos ferir emocionalmente. Pelo menos esse é o sentimento, mas na realidade a maioria de nós não tem a coragem emocional para nunca ser afetado por palavras ferinas.
Uma criança cujos pais consistentemente dizem-lhe que ela é burra vai começar a acreditar que é verdade. Crianças abaixo de certa idade raramente têm discernimento para entender que podem rejeitar a avaliação da acuidade mental dos pais, uma vez que isto vem com a maturidade se a criança estiver disposta a pensar de forma independente sobre si mesma. Se tal maturidade nunca se desenvolve, a criança estará fadada a carregar as palavras negativas, permitindo que seus ecos formem a sua própria imagem ao longo da vida. O fracasso dos pais em controlar a língua é adotado pela criança, e se esta não for reprogramada vai repetir o pecado do pai e torná-lo seu próprio pecado.
Tiago nos diz que "por sua própria vontade, Ele [Deus] nos fez Seus próprios filhos através da Palavra da verdade, para que possamos ser, por assim dizer, os primeiros exemplares de Sua nova criação. Em vista do que Ele nos fez então, queridos irmãos, todo o homem seja pronto a ouvir, mas lento para usar a sua língua, e lento para perder a calma. Pois o temperamento de um homem nunca é o meio de alcançar a verdadeira bondade de Deus. Tendo já feito, então, com impureza e todos os outros males que toca a vida de outros, e humildemente aceitam a mensagem que Deus semeou em seus corações e que pode salvar as vossas almas. ... O homem que simplesmente ouve e não faz nada sobre isso é como alguém vendo o reflexo do seu próprio rosto em um espelho. Ele vê a si mesmo, é verdade, mas ele continua com o que ele estava fazendo sem a menor lembrança de que tipo de pessoa ele viu no espelho. Mas o homem que olha para o espelho perfeito da lei de Deus, a lei da liberdade, e faz disto um hábito, não é o homem que vê e esquece. Ele coloca a lei em prática e ganha verdadeira felicidade. Se alguém parece ser "religioso", mas não pode controlar a sua língua, engana-se a si mesmo e podemos estar certos de que a sua religião é inútil" (Tiago 1: 18-26, O Novo Testamento em Inglês Moderno, J.B. Phillips).
Não são apenas os indivíduos que podem olhar em um espelho e esquecer o que ele os mostra, mas (*também) é possível uma entidade coletiva cometer este erro. A mensagem dada durante o final de 1800 para a nossa Igreja Adventista do Sétimo Dia era um espelho muito especializado, destinada a corrigir um excesso de ênfase na observância da lei que nasceu de uma paixão compreensível para restaurar a importância de guardar o sábado do sétimo dia. Este fervor começou como nobre inspiração, mas logo se desintegrou em pregar a lei sem amor (Ágape) até que estávamos "secos como as colinas de Gilboa."
Ao dar a mensagem pura da justiça pela fé aos Seus mensageiros, Alonso T. Jones; Ellet J. Waggoner, e Ellen G. White, Deus estava tentando nos fazer discernir o que nós, como igreja tínhamos nos tornado. Em vez de humildemente aceitar a repreensão que a mensagem poderia semear em nossos corações, nós fomos lentos em ouvir e rápidos em usar a nossa língua para resistir a preciosa luz. Artigos foram escritos, sermões pregados, argumentos arquitetados, e os mensageiros foram atacados, tudo porque as pessoas estavam falando em vez de ouvir.
O corpo de Cristo é vertical, bem como horizontal. Ele abrange todos os que foram seus membros no passado e todos os que estarão no futuro. Entender o passado é essencial para compreender o presente e preparar o futuro. Aqueles que não conhecem a história estão fadados a repeti-la. Nós não poderemos compreender verdadeiramente nós mesmos, se não entendermos nossos antecessores denominacionais.
Ellen White discerniu a verdade. A razão por que a mensagem de 1888 foi apenas o "começo" da chuva serôdia e do alto clamor e não a conclusão, é que, em grande medida, a mensagem foi rejeitada pela liderança da igreja (*veja Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 234 e 235; e Testemunhos par Ministros, págs. 91 e seguintes). Infelizmente, aqueles que tão fervorosamente creram na doutrina do segundo advento na verdade a adiaram por gerações. Eles se olharam no espelho, mas esqueceram o que viram. Se fôssemos ter outra sessão de 1888, onde o Espírito Santo Se manifestasse com a Chuva Serôdia, nós novamente O insultaríamos? A menos que haja arrependimento, por fazê-lo a primeira vez, a resposta tem que ser sim.
Desde 1888, a discussão corporativa da denominação a respeito da mensagem, se houve alguma, tem-se centrado em questões paralelas: se foi aceita; ou a versão de quem é certa; ou se ela foi apenas a mensagem de Martinho Lutero, caso em que então não houve nada de novo.  Muito do que as publicações oficiais da igreja focam são isso ou é a interpretação que o escritor dá à mensagem. Este é o "espelho" errado para se estar olhando. Os escritos originais dos três mensageiros a quem Deus usou estão bem preservados e são agora mais facilmente disponíveis, através das fontes de mídia de massa (a Amazon pode obtê-los). No entanto, muitos têm medo de lê-los, preferindo as opiniões dos comentaristas modernos. Em alguns casos, esses comentaristas omitem completamente as caraterísticas vitais, como o fato de que Cristo, assumiu a semelhança da carne pecaminosa, no entanto não pecou, mas formou um caráter perfeito que pode ser nosso pela fé. Ao longo de décadas a nossa querida igreja insistiu em pregar a observância da lei como um requisito para a salvação. O pêndulo oscilou entre as linhas conservadoras e liberais. Nós realmente não entendemos onde este pêndulo deveria estar, mas alguém geralmente é rápido em criticar dizendo sempre que onde quer que o pêndulo esteja agora, é errado. A maioria desiste e diz que não é possível, por isso não deve ser necessário.
No entanto, o anjo celestial predisse em Daniel 8:14, "Até 2300 dias, então o santuário será purificado." Os livros do Céu não podem ser purificados do registro dos pecados até que nossos corações sejam purificados, o que traz a questão da justificação pela fé a um claro foco. A justificação pela fé é mais do que uma mera declaração legal; ela faz que a alma em inimizade esteja em contato com Deus. No santuário terrestre, ao submeter-se ao processo de purificação no (*dia 10 do 7º mês), o Dia da Expiação do Antigo Israel, era requerido alcançar-se a unidade do corpo, mesmo que por apenas um dia. O Dia Cósmico da Expiação em que temos vivido desde 1844 irá alcançar uma unidade que é firmada em cada indivíduo de forma permanente.
Há uma diferença entre culpa corporativa e condenação. Como parte da raça humana compartilhamos a culpa corporativa pelo assassinato do Filho de Deus, mas não somos responsabilizados ou condenados a menos que recusemos o dom do arrependimento (ver João 3:16, e Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 38). Como modernos adventistas do sétimo dia, compartilhamos a culpa corporativa dos nossos lideres do passado pela rejeição do início da chuva serôdia e Alto Clamor, mas não seremos condenados por aquele pecado, se aceitarmos o dom do arrependimento. Nós aceitamos esse dom ao aceitarmos a mensagem real, estudando-a, e compartilhando-a com aqueles que estão dispostos a ouvir.
Por um longo tempo, o Senhor Jesus tem esperado por Laodicéia humilhar-se e aceitar o colírio consubstanciado na mensagem de 1888. Somente com ele podemos nos ver no espelho dos olhos de Deus. então estaremos prontos para ouvir e lentos para nos justificar com nossas línguas.
--Arlene Hill

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642.