Para 22 a 29
de novembro de 2014
Nem sempre é possível cobrir cada tópico em uma semana de lições da
Escola Sabatina em um breve ensaio (*como fazemos neste blog), por isso
tentamos abranger uma ou mais das "dinâmicas" da mensagem de 1888. Esta
semana, a pergunta na parte inferior da lição de segunda-feira (página 109 do guia
de estudos dos professores) indaga discutindo: "Recompensa ou punição, receberemos
apenas uma das duas. Qual é a sua única esperança de recompensa?"
Uma das verdades primárias do evangelho da mensagem de 1888 é a
seguinte: Uma maior motivação do que tem prevalecido na igreja em épocas
passadas tornar-se-á apreciada no fim do tempo — uma preocupação por Cristo —
que Ele receba sua recompensa e encontre seu "descanso" na erradicação
final do pecado. Toda motivação egocêntrica baseada apenas em medo do inferno ou
esperança de recompensa é menos eficaz. A maior motivação é simbolizada no
clímax da Escritura (*Apoc. 19:7) — a Noiva de Cristo, fazendo-se "pronta".1
Tecnologia em processamento e armazenamento de dados nos ajuda a
compreender que todas as informações sobre nossas vidas são registradas
corretamente, incluindo os nossos pensamentos e motivos. A lei de Deus é o princípio
sobre o qual Seu universo é fundado, o que Tiago chama de "a lei da liberdade" (2:12). Qualquer ato ou motivo que
esteja em conflito com a lei do amor altruísta significa que o coração está em
desacordo com Deus e com o universo. Assim, o egoísmo se torna uma parte de nosso
histórico
de vida — os "livros", através dos quais João diz que
seremos julgados.
Mas a boa notícia é que o juiz é o nosso irmão, o Filho do homem que
tomou sobre Si "a semelhança da
carne do pecado" e que sabe exatamente como "em tudo", somos tentados. "Porque naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode
socorrer aos que são tentados" (Rom. 8: 3; Heb. 4:15; 2:18). Seu
trabalho atual é preparar-nos para passar no nosso exame final. Assim, a
notícia do julgamento é infinitamente melhor do que você pode ter imaginado que
fosse. O veredito no seu caso está em suas mãos.
Sem dúvida, o desejo do apóstolo João era apresentar Ágape e o julgamento no mais claro equilíbrio
possível. Ele se atreveu a expressar uma equação que nenhum outro apóstolo pode
formular: "Deus é Ágape" (*1ª
João 4:8). Ele se esforça para apresentar o julgamento como consistente com aquele
personagem totalmente singular. Ele apresenta o Pai, como a ninguém julgando, “mas deu ao Filho o poder de exercer o juízo
porque Ele é o Filho do homem," o Par da humanidade (João 5:22 e 27).
E embora todo o julgamento seja "comprometido" com Cristo, Ele
mesmo renunciar o privilégio de pronunciá-lo, dizendo que Ele não vai "condenar"
qualquer descrente "no último dia". "Se alguém ouvir as Minhas palavras, e não crer, Eu não o julgo
[não o condeno] porque Eu vim, não para
julgar [condenar] o mundo, mas para
salvar o mundo" (João 12:47).
"O remanescente vai saber que o assunto supremo perante o universo é
o julgamento da verdade e da justiça — o caráter de Deus. A preocupação deles por
uma recompensa de estar junto ao rio da vida ou andando na rua de ouro que
conduz a uma mansão celestial vai desaparecer no pano de fundo. ...
"Por quanto tempo o povo de Deus estará obcecado com o desejo egoísta
de sua própria salvação? Ele tornou a nossa segurança tranquila. Ele ajustou Sua
situação perante o universo para nos assegurar Seu compromisso com a verdade e com
a nossa salvação do pecado. O coração infinito de Deus anseia por algum
reconhecimento de Seus filhos. Poderiam eles sentir um pouco de sacrifício? Poderiam
eles ver o que está pendente? Poderiam eles entender que Deus também tem sentimentos?
Quanto tempo vai levá-los a compreender a magnitude do plano da salvação?"2
Ellen G. White descreve isso de uma maneira mui tocante e sincera:
"O amor de Deus é o próprio fundamento da religião. Empenhar-se em Seu
serviço meramente pela esperança de recompensa ou medo do castigo, de nada
serviria. Apostasia declarada não seria mais ofensiva a Deus do que a
hipocrisia e o mero culto por formalidade" (Patriarcas e Profetas, pág. 523).
“Não é o temor do castigo, ou a
esperança da recompensa eterna, que leva os discípulos de Cristo a segui-Lo.
Contemplam o incomparável amor do Salvador revelado em Sua peregrinação na
Terra, da manjedoura de Belém à cruz do Calvário, e essa visão dEle atrai,
abranda e subjuga o coração. O amor desperta na alma dos que O contemplam.
Ouvem-Lhe a voz e seguem-nO" (O
Desejado de Todas as Nações, pág. 480).
Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, os dois "mensageiros" que
Deus "enviou," com o "começo" da mensagem de Apocalipse 18,
apresentou o destino dos perdidos com uma ênfase na justiça de Deus, o Seu amor
e compaixão. Eles eram, acima de tudo, "evangelistas," desejando ter uma
mensagem de reconciliação. Eles queriam evitar qualquer aparência de pregação
do tipo "fogo e enxofre,"
convencidos de que a verdadeira motivação para a conversão duradoura é uma
apreciação do amor de Deus. Eles queriam encontrar uma compreensão mais clara
do que esse amor tem significado para o mundo. Esta convicção permitiu-lhes "gloriarem-se na cruz" (*Gál.
6:14), como o verdadeiro coração da "mensagem do terceiro anjo, em verdade."
Eles viram todos as nossas "doutrinas," naquela luz, e eles anteciparam
declarações de Ellen White de O Desejo de
Todas as Nações, anos antes de serem publicadas. Esta foi a sua ênfase.
A questão é evangelização, não teologia complexa; Que mensagem pode conciliar
a Deus o coração alienado, e amante do mundo, autocentrado, "morno"? A menos que uma
compreensão mais clara do evangelho torne-se envolvida, o resultado tem de ser
inevitavelmente mais mornidão de devoção perpetuada de geração em geração durante
séculos mais. A verdade de hoje apela com o pecador "em lugar de
Cristo." Isto é, como ganhadores de almas permitimos que o pecador se identifique
com Ele tão completamente que ele experimente um encontro em primeira mão com
Cristo tão vívido como fez a mulher samaritana ou Nicodemos em sua entrevista à
noite. Isto é evangelismo para ganhar almas e conservação de almas.
A mensagem dos três anjos é que Deus, certamente, terá um povo que traz glória
a Ele. A principal preocupação de Apocalipse é a vindicação do Cordeiro que pagou
um preço infinito para nos redimir. Mas Sua vindicação também envolve a nossa, pois
somos um com Ele. Aqueles que fielmente se postam "com Ele" nesta
luta final não vão fazê-lo a fim de ganhar uma recompensa para si próprios. A
salvação é realmente um bom negócio, mas a obtenção de um bom negócio não será
o motivo para quem realmente segue a Cristo nestes últimos dias. A pequena menina,
daminha das flores em um casamento, é sempre muito doce e amável, mas tudo o
que ela realmente se preocupa é em receber um pedaço do bolo e sorvete na
recepção. A noiva, por outro lado, não se preocupa com as guloseimas. Seu
interesse está no noivo, e só nele.
É possível que nós, seres humanos egoístas, que em toda a nossa vida ficamos
imersos na busca do trivial interesse próprio, encontremos uma perspectiva mais
ampla — uma genuína compaixão de coração com o Cordeiro de Deus? A apreciação dEle
por Sua própria causa irá transcender tanto o nosso medo de se perder bem como
uma esperança meramente egoísta de recompensa no céu. Esta é a fé madura para o
qual Deus está nos chamando.
-Extraído dos escritos de Robert J. Wieland e Donald K. Short
Notas finais:
[1] Robert J. Wieland, Dez grandes verdades do evangelho que tornam a Mensagem de 1888 Única, págs. 27-29.
[2] Donald K. Short, "Made Like ... His Brethren," (feito semelhante ... a Seus irmãos) pág. 111.
O irmão
Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na
África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial
adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde
que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na
Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de
dezenas de livros. Em 1950 ele e o
pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles
nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que
fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de
Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de
Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência
Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes
com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido
até hoje não foi o mesmo ainda atendido.
Donald
K.SHORT foi um missionário adventista
do sétimo dia na África, desde a década de 1950.
Foi editor de nossa casa publicadora ali. Foi também editor do
Boletim mensal do Comitê de Estudos da mensagem de 1888,
e escreveu alguns dos melhores livros sobre a mensagem de 1888. Ele e
o irmão Roberto Wieland escreveram o livro 1888 Re-examinado, que despertou
muitas mentes dentro do adventismo para as belezas e encantamentos de Cristo
contidos na mensagem. Ele morreu em 2005
ou 2006?
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