terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Lição 9 – Palavras de Verdade, por Paul E. Penno

Para 21 a 28 de fevereiro de 2015

Onde podemos encontrar nossa história de 1888 em Provérbios? “Compra a verdade, e não a vendas; também a sabedoria, a disciplina, e o entendimento” (Prov. 23:23).
Como é que Laodicéia “compra” a verdade? A voz do Salvador nos convida de maneira sincera e amorosa: “Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que sejas rico” (Apo. 3:18).
A verdadeira história de 1888 é uma de incredulidade profunda do coração, tão grave quanto a dos judeus que rejeitaram a Cristo há muito tempo.1 Mas há uma boa notícia na história. “Os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Rom.11:29 NVI).
Mesmo que o Seu povo não seja fiel, Ele deve permanece fiel. Ele deve esperar a chegada de uma geração que humilhe os seus corações e creia nEle. Cristo não abandonou Laodicéia; Ele ainda permanece de pé do lado de fora, batendo à porta. Embora Sua presença não esteja dentro, é um grande incentivo saber que Ele ainda quer entrar!
A história é mais claramente vista como um amor não correspondido. A linguagem em Apoc. 3:20 é uma citação direta da Septuaginta de Cantares de Salomão 5: 2-6, onde Cristo liga a experiência da Igreja remanescente com aquela “música” do amante decepcionado. Ele bate na porta, mas tem egoisticamente negada a entrada por aquele que é o único verdadeiro objeto do seu amor. “Ela” foi tola em não deixá-Lo entrar quando bateu mais de um século atrás; mas é honesta de coração, e chegará ao seu tempo de arrependimento.
Graças a Deus que a vitória de Satanás não foi total! A conclusão da comissão evangélica tem sido adiada, mas o confronto com a verdade nos dá uma nova oportunidade para o arrependimento. A história completa pode humilhar o nosso orgulho, mas vai fortalecer a nossa fé.
A honra e vindicação de Cristo exigem nosso arrependimento. A evidência indica que o Senhor dá a cada geração apenas uma chance de aceitar o dom precioso da chuva serôdia, como Ele deu à geração de israelitas que saía do Egito apenas uma chance (Cades-Barnea) de entrar na Terra Prometida. Em ambos os casos, a incredulidade rebelde conclusivamente atrasou a obra de Deus.
A serva do Senhor questionou “se a revolta genuína é sempre curável”.2 A história parece dizer que o arrependimento deve ser efetuado por uma nova geração, a não ser que esta decida se arrepender.
Antes que a nova geração pudesse entrar em Canaã sob Josué, eles tinham que ter o seu livro de Deuteronômio. Tiveram de compreender completamente a rebelião da geração anterior e arrepender-se num sentido corporativo. Só um povo arrependido pôde entrar em Canaã. Não foram eles que se rebelaram em Cades-Barnea (eram muito jovens); mas tiveram que se arrepender da rebelião dos seus pais, pois Moisés lhes disse repetidas vezes que eles foram os que haviam se rebelado. Não faz sentido,a menos que se perceba o relacionamento corporativo.
Da mesma forma, antes de Israel moderno poder voltar a receber o derramamento da chuva serôdia e proclamar a mensagem do alto clamor, tem de compreender completamente a verdade da rejeição de uma geração anterior da mesma bênção que agora procura–nossa nova experiência de Deuteronômio.
Este é o arrependimento corporativo e denominacional.Qual é o segredo da oposição de 1888? Quem está de volta nas sombras da oposição de 1888 é, naturalmente, o grande dragão de Apoc. 12:17. Isso traz à tona sua última batalha no grande conflito. Sua oposição a partir de dentrose centra no“testemunho de Jesus Cristo”, o Espírito de Profecia (Apoc. 3:17). De fora, (*se centra) nos mandamentos de Deus.
Os adventistas do sétimo dia sempre reconheceram que “o espírito de profecia” dado à igreja apostólica foi manifestado no ministério de Ellen G. White. A oposição persistente e irracional contra ela por todos esses anos marca a sua origem a partir desse “dragão”. Este atingiu um clímax em nossa experiência de 1888. A realidade completa do que ela escreveu deve ser apreciada: “Uma e outra vez dei meu testemunho para aqueles reunidos [em Mineápolis], porém aquele testemunho não foi recebido”. “[O Senhor] tem uma bênção para nós. Ele a tinha em Minneapolis, ... mas não houve acolhida”.3
A mensagem especial que o Senhor Jesus nos dirige (Apoc. 3: 14-21) indica que está relacionada com a nossa história: “Tu dizes, rico sou e estou enriquecido”. Estas palavras identificam nossas reivindicações em nossa história denominacional. Temos sido enriquecidos por uma aceitação da mensagem que era para iluminar a Terra com glória e preparar esta geração para a trasladação! No entanto, ninguém foi trasladado, e o alto clamor ainda não iluminou a Terra. Isto significa uma de duas coisas: a mensagem não era o que Ellen White disse que era, ou a nossa aceitação dela não foi como devia ter sido.
Só se rejeitarmos a verdade é que as boas novas podem se tornar más notícias. Podemos submeter todas as ideias falsas em troca da verdade como se troca dinheiro por algo que se “compra”. Talvez seja por isso que o Senhor diz: “compres de Mim ouro . . . e vestes brancas”.
Se ouvirmos a voz de Cristo e crermos no que Ele diz, as bênçãos há muito aguardadas da chuva serôdia e do alto clamor podem tornar-se realidade nesta geração. O poder estava inerente na própria mensagem objetiva, e graças a Deus, podemos recuperá-la.
--Paul E. Penno
Notas do autor:

1) Ellen G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 64, 75-80.

2) “Ponho em dúvida se a verdadeira rebelião será jamais curável. Estudai em Patriarcas e Profetas a rebelião de Coré, Datã e Abirã. Essa rebelião estendeu-se, incluindo mais de dois homens. Foi movida por duzentos e cinqüenta príncipes da congregação, homens de renome. Chamai a rebelião por seu verdadeiro nome e a apostasia pelo nome real, e então considerai que o que aconteceu ao antigo povo de Deus com todos os seus traços objetáveis foi fielmente registrado para passar à História. ... E se homens e mulheres que têm o conhecimento da verdade estão tão separados de seu grande Líder que tomem o grande líder da apostasia e o chamem Cristo Justiça nossa, é porque não se aprofundaram muito nas minas da verdade. Não são capazes de discernir entre o ouro precioso e o material ordinário” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 393).

3)Matérias de Ellen G White sobre 1888, págs. 251 e 640.



Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista ValleyCenter Seventh-dayAdventistChurch localizada no endereço:14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em
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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Liçao 8, Palavras de sabedoria, por Arlene Hill

Para 14 a 21 de fevereiro de 2015

Em seu livro Animal Farm [A Revolução dos Bichos], George Orwell descreve a desintegração de sua imaginária sociedade animal, dizendo que “todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais do que outros”. Nós empregamos esta frase comum para descrever uma situação em que se espera que pensemos ser iguais, mas na realidade não o somos. É frustrante, mas, por um acordo tácito, ninguém se propõe a discutir o assunto.
Deus não é enganoso assim. Ele nos diz que somos todos iguais, mas o motivo não é lisonjeiro. Provérbios 20: 9 nos diz que todos os seres humanos são iguais, porque ninguém pode reivindicar: “Eu tenho purificado o meu coração, estou limpo do meu pecado”. Somos todos igualmente pecadores que se apresentam ao pé da cruz em necessidade de graça.
Ao longo dos séculos, a Igreja cristã tem lutado com o ensinamento bíblico claro de que toda a humanidade é igualmente culpada. Se isso for verdade, apresenta-se o problema de quem será salvo e é aí que as coisas ficam confusas. Teorias foram desenvolvidas para explicar como pessoas igualmente culpadas de algum modo poderiam diferenciar-se diante de Deus a fim de que Ele as possa levar para o céu. Bem cedo, a igreja cristã primitiva desenvolveu um complexo sistema de confissão, penitência e indulgências para aqueles que podiam pagar por elas. O sistema não era totalmente confortador, pois se fazia impossível verificar se os esforços de alguém seriam suficientes para agradar a Deus. Esta situação também perpetuou o sistema, pelo menos até que Martinho Lutero tomou sua famosa posição de que a humanidade é salva pela graça, sem as obras. Por um tempo, parecia que a Igreja estava se afastando do erro rumo à verdade.
No entanto, o problema de quem chega ao céu persistiu. A ideia de que a graça tinha sido oferecida a todos era insustentável, porque isso poderia significar que todo mundo é salvo. A Bíblia ensina claramente o contrário disso.
O problema foi inicialmente resolvido quando João Calvino desenvolveu sua interpretação e exposição das Escrituras encontradas em suas Institutas da Religião Cristã (1536). Ela enfatiza a soberania de Deus na seleção de candidatos para a salvação e está intimamente associado com o puritanismo que é mais bem resumido pela sigla em inglês TULIP:
(1) Depravação total da humanidade.
(2) Eleição incondicional (unconditional, em inglês) por Deus daqueles que serão salvos.
(3) Expiação limitada em que nada foi feito por aqueles que não são eleitos.
(4) Graça irresistível, em que uma vez que Deus elege alguém, este indivíduo não pode rejeitá-la.
(5) Perseverança dos santos.
Assim, os “eleitos” são mais iguais do que aqueles entre os que não fazem parte dos eleitos. A ideia é que a morte de Cristo na cruz só incluiu essas pessoas eleitas, e nada foi realizado pelos outros. Assim, não importa o que façam ou deixem de fazer, eles não podem ser salvos.
Os ensinamentos de Jacobus Arminius e seus seguidores foram resumidos em cinco pontos que se destinavam a contrariar a ortodoxia calvinista predominante de sua época. São eles:
(1) Deus desde toda a eternidade predestinou para a vida eterna aqueles que Ele previu que permaneceriam firmes na fé até o fim.
(2) Cristo morreu por toda a humanidade, não somente pelos eleitos.
(3) Por meio do livre arbítrio, o homem coopera na sua conversão.
(4) Os seres humanos podem resistir à graça divina.
(5) É possível para os seres humanos cair da graça divina.
Uma forma modificada de arminianismo caracterizou o avivamento metodista do século XVIII e domina boa parte da teologia evangélica na América hoje.
A mensagem da expiação que A. T. Jones e E. J. Waggoner trouxeram para a Igreja adventista em 1888 capta o que é verdade no calvinismo e o que é verdade no arminianismo, mas rejeita o que é erro em ambos.
João 3:16 nos diz que Deus tomou, toma, e ainda continua a tomar a iniciativa na salvação do homem. A este respeito, o calvinismo é verdadeiro. Mas João 3:18, 19 ensina que aqueles que por fim se perderão tomaram e continuam a tomar a iniciativa de sua própria condenação (*rejeição). A este respeito, o calvinismo está errado.
Embora Deus seja o Soberano do universo, ao contrário do que o Calvino ensinou, o sacrifício de Cristo garantiu liberdade de escolha a todos os habitantes da terra (Lev. 25:10). A este respeito, o arminianismo está certo. No entanto, também ensina que o sacrifício de Cristo não faz qualquer bem a ninguém, a não ser que primeiro creia, aceite e obedeça, negando assim que Cristo é realmente o Salvador de toda a humanidade somente àqueles que fazem algo primeiro.
“‘Pela justiça de Um veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida’. [Rom. 5:18]. Não há exceção aqui. Tal como a condenação veio sobre todos, assim a justificação vem a todos. Cristo provou a morte por todos. Ele deu-Se a Si mesmo por todos. Não, Ele se deu por cada homem. O dom gratuito a todos veio. O fato de ser um dom gratuito evidencia que não há exceção. Se ele veio apenas àqueles que têm alguma qualificação especial, então não seria um dom gratuito. . . . não há a mínima razão para que todo homem que já viveu não deva ser herdeiro da vida eterna, a menos que não a deseje. Tantos desprezam o dom oferecido tão livremente” (E. J. Waggoner, Waggoner Sobre Romanos, p. 101, grifo nosso).
“‘Você está querendo ensinar salvação universal?’ alguém pode perguntar. Queremos ensinar apenas o que a Palavra de Deus ensina—que ‘a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens’ (Tito 2:11, RV). Deus operou a salvação para todos os homens e a eles a concedeu, mas na sua maioria a desprezam e a lançam fora. O juízo vai revelar o fato de que a salvação completa foi dada a cada um e que os perdidos deliberadamente jogaram fora sua posse da primogenitura” (Waggoner, The Glad Tidings, Gálatas Tornado Claro, pp. 13 e 14).
Esta verdade maravilhosa permanece controvertida. Que importa isso, uma vez que o sacrifício foi feito? Assim, muitas pessoas têm sido mantidas longe de terem qualquer coisa a ver com a religião, porque “nunca poderiam ser suficientemente boas para Deus aceitá-las”. Elas ouviram que diante de Deus todos são iguais, mas há uma mensagem de fundo que deixa transparecer que alguns são mais iguais do que outros. Quem dera soubessem que Deus lhes deu a vitória, mesmo antes de nascerem, não por causa de seu mérito, mas porque Deus é o Deus de amor. Isso levanta todo o peso que recai sobre as pessoas em nome da religião.
Arlene Hill
A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone 001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também vai ser oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, nesta semana, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, a ser realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.

Nota do tradutor:

  1. Estas cinco categorias não compreendem o calvinismo na totalidade. Eles simplesmente representam alguns dos seus principais pontos.
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Lição 7 – Como lidar com as contendas, por Roberto Wieland



A lição desta semana lida com problemas que têm se arrastado ao longo de toda a história da Bíblia, e são predominantes hoje. “Como Lidar Com as Contendas” inclui mais do quediscussões aos gritos, mas uma miríade de problemas entre maridos e esposas, com amigos pessoais, no local de trabalho, e até mesmo na corte de um rei com seus “ministros”. Mas há uma história na Bíblia que se aplica à ideia que o autor lição traz à tona de Provérbios 17: 1, a de que “o primeiro passo para resolver [os problemas] é reconhecer quais são as nossas prioridades ...”
Esta é a história de alguém que cometeu um erro, mas ao invés de “encobrir” o pecado, a pessoa foi perdoada, e como a nossa lição diz com razão: “O amor . . . deve ser a nossa resposta de alguém ao erro de outra pessoa”.
Você já ouviu a história do casamento que se desfez porque Deus disse ao homem, em primeiro lugar, para se casar com uma mulher má? Deus realmente disse a Seu profeta Oseias para se casar com uma prostituta (Oseias 3: 1). Como tal casamento não haveria de desmoronar?
Oseias foi forçado a ver sua esposa, Gomer, flertar com outros homens em sua presença. E, em seguida, o flerte transformou-se em direto adultério. Ela não tinha nenhuma desculpa, pois o registro é claro de que Oseias não foi um mau marido; ele deu a Gomer tudo quanto o seu coração poderia desejar. Ela era simplesmente destituída de fé, e não havia nada que o desconsiderado marido pudesse fazer, além de esperar.
O problema é que ele realmente amava aquela mulher! Na verdade, para ele não havia nenhuma outra no mundo que pudesse tomar o lugar dela. O coração de Oseias era de ouro, pois ele era cativo do seu amor por ela, o tipo de amor que Paulo diz: “nunca falha” (1 Cor. 13: 8). O que poderia o pobre homem fazer? Apenas sofrer.
Veio o tempo em que seus amantes inevitavelmente demonstraram a sua falta de fé, fazendo Gomer terminar num naufrágio miserável no mercado de escravos (Oseias 3: 2). Seu verdadeiro marido original a comprou por uma soma insignificante, foi bom para ela, e—milagre dos milagres—despertou um pouco de amor no seu coração devastado, ajudando-a a encontrar arrependimento. Antes que Oseias pudesse “salvar” uma alma, ele teve que começar do zero e “construir” uma alma ainda a ser salva. Eles finalmente saíram do palco bíblico de mãos dadas, no amor para sempre, o casamento “sem esperança” de todos os tempos.
Como poderia Oseias, pecador como era por natureza, chegar a ser capaz de amar uma mulher infiel e sem amor? Ele aprendeu como do Deus de Israel, que é o nosso “Salvador do mundo” (João 4:42). Gomer é Israel, e Israel somos “nós”, a Igreja—a noiva de Jesus. Há o suficiente nesta história para nos manter estudando, orando, meditando, e arrependendo-nos por toda a vida.
Como esta história se relaciona com a mensagem de 1888? É uma história de um problema que só o amor—Ágape—de Deus pode resolver. Quando a Bíblia diz: “Deus é amor”, ela diz: “Deus é Ágape”.Ágape pode resolver os problemas apresentados em nossa lição. Ágape é o fundamento da mensagem de 1888, e uma apreciação doÁgape de Cristo nos livra da motivação egocêntrica “o amor [Ágape] de Cristo nos constrange” (2 Coríntios 5:14, 15).
Ágape é o tipo de amor que ama o inamável, até mesmo os inimigos. A Bíblia diz que a menos que tenhamos Ágape, mesmo que possamos falar “a língua dos anjos”, isso nada mais é do que fazer soar um gongo. Se nós conhecêssemos “todos os mistérios”, e até mesmo tivéssemos toda a fé, para que montes fossem transportados, sem o Ágape, nada somos. Podemos até dar tudo para sustento dos pobres, e dar o nosso corpo para ser queimado, ainda que “de nada aproveita” sem este dom maravilhoso de Ágape (ver 1 Cor. 13: 2, 3).
O tempestuoso casamento de Oseias com Gomer é um retrato do caso de amor de Cristo com Israel (sim, e a Igreja de hoje). Oseias era um “cativo” do seu amor por Gomer; ele havia se apaixonado por ela, embora ela, por natureza, fosse dada à infidelidade. Mas o profeta vai ficar na história como o homem que mais de perto representou a Cristo em relação ao seu povo de Israel e à sua Igreja. O Senhor colocou o livro de Oseias na Bíblia para a nossa especial atenção nestes últimos dias.
A profecia implícita em Oseias são boas notícias para a Igreja remanescente que está envolvida numa letargia em todo o mundo, atormentada com dissensão e “ramificações”. Tão certo como Gomer finalmente respondeu ao eterno amor de Oseias, assim certamente será a resposta da Igreja corporativa ao Ágape eterno de Cristo. Cristo deu-Se a si mesmo na morte por esta Igreja; Seu sacrifício não pode se revelar um fracasso; uma humanidade arrependida não pode permanecer mais infiel a Ele do que foi a heroína arrependida do livro de Oseias ao marido terreno; Deus tem fé em nós que não deve revelar-se fútil.
Como podemos deixar Oséias ser mais bem sucedido do que Cristo? Se Cristo arriscou tudo no Seu sacrifício, este não pode falhar. Mas a menos que Sua Igreja não vença finalmente para tornar-se a Sua Noiva arrependida e fiel, Seu sacrifício será em vão.
Alguns têm concluído dos fatos dolorosos de nossa história passada e atual que o Senhor descartou esta Igreja institucionalizada, organizada. Mas se esquecem do tipo de amor retratado no livro de Oseias, o amor que vai desfazer todos os problemas discutidos em nossa lição.
Ellen G. White disse isto muito bem: “Não é o medo da punição, ou a esperança de recompensa eterna, que leva os discípulos de Cristo a segui-Lo. Eles contemplam o incomparável amor do Salvador, revelado em toda a Sua peregrinação terrena, desde a manjedoura de Belém até a cruz do Calvário, e a visão dEle atrai, suaviza e subjuga a alma. O amor se desperta no coração dos espectadores. Eles ouvem a sua voz, e O seguem” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 480).
A partir dos escritos de Roberto Wieland

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.Ele é autor de dezenas de livros.Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White.38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.

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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Lição 6, O que você vai receber não é o que está vendo, por Arlene Hill



Para 31 de janeiro a 7 de fevereiro de 2015


O livro de Provérbios denota uma tentativa de Salomão em registrar o máximo de sabedoria que Deus lhe deu quanto possível. Ele usa declarações sucintas e às vezes expressivas que frequentemente repete para dar ênfase. É fácil pensar nele como um livro de lições sobre a vida bem sucedida, especialmente se são vistas simplesmente como bons conselhos a serem tentados, mas num padrão elevado demais de se alcançar o tempo todo.
Não há nada errado em usar Provérbios como um padrão de vida cristã, da mesma forma como a lei de Deus é o padrão final. Todavia, tanto o aconselhamento em Provérbios quanto as diretivas na lei são apenas normas, não tendo nenhuma delas poder para ajudar os pecadores a colocá-los em prática, não importa quão sábio o conselho. Somos lembrados da frustração do apóstolo Paulo: “Porque eu sei que nada de bom habita em mim, isto é, na minha carne; pois o que desejo está presente em mim, mas não o fazer o bem” (7:18 Rom., NVI).
Provérbios e a lei dizem-nos o que devemos fazer, e com Paulo, “alegremente concordamos com a lei de Deus ... mas vejo outra lei nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, e fazendo-me prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que sou” (Rom. 7: 22-24)! Somos todos esse “homem miserável” que quer fazer o bem, mas encontra resistência em nossa carne humana.
Salomão frequentemente nos diz que a solução é o “temor” do Senhor (Prov. 1: 7, 29; 2: 5). Não há nada errado em temer a Deus, mas é apenas o começo da sabedoria. A maior parte das pessoas que respondem a Deus ao chamá-las ao arrependimento podem recordar que algum nível de medo de punição ou esperança de recompensa no céu se misturou à sua experiência. Deus nos recebe onde quer que estejamos, mas não precisamos permanecer nesse nível imaturo. O insensato pensa que se essa foi a sua motivação inicial, é a única motivação para andar com Deus.
Como que para reforçar esse medo, Provérbios 15: 3 nos diz. “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons”. Isso está muito perto da canção de Papai Noel que diz às crianças, “ele o vê quando está dormindo, ele o vê quando está acordado, ele sabe se foi bom ou ruim, por isso seja bom ...” Todo mundo entende que o Papai Noel não pode esperar que sejamos bons o ano todo, e brincamos sobre as desculpas de modo que Papai Noel ainda traga presentes. Deus não é Papai Noel, e Ele nunca pestaneja ao pecado, mas está disposto a mudar os nossos corações para que amemos a Sua lei e a observemos. A fé sábia nunca confia na capacidade de “sermos bons” por nós mesmos, embora ver o que consideramos desempenho correto seja reconfortante. Aqueles que receberam a sabedoria de Deus sabem que andar pela fé, não pela vista, requer humildade. Temos de admitir que não sabemos discernir o melhor caminho para nós, mas Deus sabe. Um tolo confia em sua própria sabedoria, o sábio confia na de Deus.
Israel demonstrou isso na sua interpretação tola do que Deus queria. Ele lhes pediu para fazerem uma tenda a fim de que pudesse habitar no meio deles. Alonzo T. Jones, um dos “mensageiros” de 1.888, entendeu este conceito: “Quando o tabernáculo foi confeccionado e armado no meio do arraial de Israel, muitos dos filhos de Israel supunham que isso era o suficiente; supuseram que seria aquela a maneira pela qual Deus habitaria no meio deles. . . . Além do magnífico edifício e seu mobiliário, havia os sacrifícios e as ofertas do povo . . . Havia os sacerdotes em seus serviços contínuos; e lá estava o sumo sacerdote no seu santo ministério. Sem isso tudo, o santuário era para Israel praticamente uma coisa vazia, mesmo que o Senhor habitasse nele”.
Eles perderam a ideia de que o prédio, os sacerdotes, e os serviços todos demonstravam o processo de expiação e perdão obtidos. “Expiação em inglês é ‘atonement’ (at-one-ment) = numa só mente. O pecado e a culpa deles os tinham separado de Deus. Mediante esses serviços eles eram tornados um com Deus. Perdoar é, literalmente, dar em favor. Perdoar o pecado é dar algo pelo pecado. O perdão do pecado vem somente de Deus. O que Deus dá? e o que Ele deu pelo pecado? Ele deu a Cristo, e Cristo ‘deu-Se a si mesmo por nossos pecados’. (Gál. 1: 4; Efé. 2:12-16; Rom. 5: 8-11)”. Os nossos corações, não ações exteriores, é o que Lhe damos.
“E o posicionamento do tabernáculo no meio do arraial de Israel era uma ilustração ... da verdade de que Ele habitaria no meio de cada indivíduo” (Efé. 3: 16-19). Alguns daquela nação, em qualquer era, viram no santuário esta grande verdade salvadora. Mas, como um corpo, em todas as eras, Israel perdeu este pensamento de vista; detiveram-se apenas com o pensamento de Sua morada na tenda no meio do acampamento, ficaram aquém de ter a Sua própria presença pessoal habitando em suas vidas individualmente. Nesse respeito, o seu culto tornou-se apenas exterior e formal, em vez de interior e espiritual” (The Consecrated Way to Christian Perfection, O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã, págs. 70-73. Começando no meio do terceiro parágrafo do capítulo “E Eu habitarei no meio deles”).
“Entrega as tuas obras ao Senhor, e teus pensamentos serão estabelecidos” (Prov. 16: 3, NVI). A palavra traduzida como “pensamentos” é traduzida como “preparações” em 16: 1, e significa “planos”. Somos instruídos pelo homem sábio a apresentar nossos planos ao Senhor; caso contrário, os melhores planos podem se extraviar. Demasiadas vezes fazemos planos, mergulhamos num curso de ação, e como uma reflexão tardia pedimos a Deus que abençoe o que estamos fazendo. Tardiamente descobrimos que Ele não está em nossos planos de modo algum. No entanto, quando consultamos a Deus desde o início, Ele estabelece os nossos pensamentos, isto é, Ele nos guia no caminho que planejou. O Seu caminho é sempre o melhor.
A mensagem de 1888 destaca o plano de Deus para nós, que vivemos nos últimos dias. O pequeno antigo “dia da expiação,” uma vez por ano, ensinava as preciosas boas novas: “Naquele dia, o sacerdote fará expiação por vós, para purificar-vos, para que possais estar limpos de todos os vossos pecados perante o Senhor” (incluindo os até então desconhecidos, Lev. 16:30). Quem fez realmente a obra? O sacerdote—símbolo de nosso Senhor e Salvador Jesus. O povo cooperava com o sacerdote. Eles mantiveram o pequeno dia da expiação sagrado. Assim, estamos a observar o grande Dia da Expiação original, que tem sido “agora”, desde 1844, o fim da profecia dos 2.300 anos.
Grave distorção desta boa notícia tem levado alguns a pensar que isto é “perfeccionismo”, que se trata de uma heresia. Mas acrescente-se a essa distorção da verdade a convicção universal de quão imperfeitos todos somos, e como se cozendo um guisado terrível você chega à ideia de sofridos eremitas adventistas do sétimo dia a apenas um passo da auto-flagelação. Quem quer uma vida tão triste?, é a ideia dos jovens.
Corrigir essa distorção e criar as mais felizes pessoas semelhantes a Cristo que já viveram sobre a Terra era o propósito de Deus ao “nos” enviar a “mui preciosa mensagem” de 1888—o grande antítipo do tipo de jardim da infância que ocorria a cada “décimo dia do sétimo mês”. Esse dia terminou com uma nação inteira andando no ar! Eles estavam tão felizes por mais uma vez estarem num só pensamento com Deus e uns com os outros. A “mui preciosa mensagem” do Dia da Expiação é poderosa!
Naquele antigo dia as querelas se foram, as alienações se curaram; maridos e esposas recuperaram o amor que uma vez os reunia; a idolatria mais sedutora (que constantemente os fascinava!) foi abominada porque algo melhor tinha sido provado naquele dia—o evangelho. São os corações transformados por “Elias”! Era plano de Deus que o nosso “Dia da Expiação” devesse terminar com a recepção (não rejeição!) da mensagem “mui preciosa” de 1888, que deve florescer e “iluminar a terra com glória” em “rápidos movimentos finais;” nestas alturas, há muito atrasado. Um povo inteiramente reconciliado com Deus e uns com os outros—é o sentido do juízo hoje.
Mas é hora de uma mudança de paradigma no pensamento: a questão não é o medo egocêntrico da nossa própria salvação (que em grande parte permeia este Trimensário), mas uma nova preocupação de que Cristo receba a Sua recompensa—não que “iremos vestir uma coroa na casa de nosso Pai”, mas que, finalmente, Ele receba a Sua Noiva.
É sábio reconhecê-Lo diariamente como nosso Deus Soberano. Quando deixamos de fazer isso, tornamo-nos tolos e nos esgotamos vida afora, tentando fazer as coisas funcionarem com um mínimo, ou nenhum êxito. Não encontramos qualquer alegria em nossos esforços, mas vivemos com medo de Deus nos observando com desaprovação. É muito mais fácil reconhecê-Lo como Soberano, submetendo nossos corações, planos e vontades a Ele. Que Deus nos dê a humildade para fazer isso.

Arlene Hill



A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também vai ser oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, nesta semana, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, a ser realizado na igreja adventista Valley  Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
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