terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Lição 7 – Como lidar com as contendas, por Roberto Wieland



A lição desta semana lida com problemas que têm se arrastado ao longo de toda a história da Bíblia, e são predominantes hoje. “Como Lidar Com as Contendas” inclui mais do quediscussões aos gritos, mas uma miríade de problemas entre maridos e esposas, com amigos pessoais, no local de trabalho, e até mesmo na corte de um rei com seus “ministros”. Mas há uma história na Bíblia que se aplica à ideia que o autor lição traz à tona de Provérbios 17: 1, a de que “o primeiro passo para resolver [os problemas] é reconhecer quais são as nossas prioridades ...”
Esta é a história de alguém que cometeu um erro, mas ao invés de “encobrir” o pecado, a pessoa foi perdoada, e como a nossa lição diz com razão: “O amor . . . deve ser a nossa resposta de alguém ao erro de outra pessoa”.
Você já ouviu a história do casamento que se desfez porque Deus disse ao homem, em primeiro lugar, para se casar com uma mulher má? Deus realmente disse a Seu profeta Oseias para se casar com uma prostituta (Oseias 3: 1). Como tal casamento não haveria de desmoronar?
Oseias foi forçado a ver sua esposa, Gomer, flertar com outros homens em sua presença. E, em seguida, o flerte transformou-se em direto adultério. Ela não tinha nenhuma desculpa, pois o registro é claro de que Oseias não foi um mau marido; ele deu a Gomer tudo quanto o seu coração poderia desejar. Ela era simplesmente destituída de fé, e não havia nada que o desconsiderado marido pudesse fazer, além de esperar.
O problema é que ele realmente amava aquela mulher! Na verdade, para ele não havia nenhuma outra no mundo que pudesse tomar o lugar dela. O coração de Oseias era de ouro, pois ele era cativo do seu amor por ela, o tipo de amor que Paulo diz: “nunca falha” (1 Cor. 13: 8). O que poderia o pobre homem fazer? Apenas sofrer.
Veio o tempo em que seus amantes inevitavelmente demonstraram a sua falta de fé, fazendo Gomer terminar num naufrágio miserável no mercado de escravos (Oseias 3: 2). Seu verdadeiro marido original a comprou por uma soma insignificante, foi bom para ela, e—milagre dos milagres—despertou um pouco de amor no seu coração devastado, ajudando-a a encontrar arrependimento. Antes que Oseias pudesse “salvar” uma alma, ele teve que começar do zero e “construir” uma alma ainda a ser salva. Eles finalmente saíram do palco bíblico de mãos dadas, no amor para sempre, o casamento “sem esperança” de todos os tempos.
Como poderia Oseias, pecador como era por natureza, chegar a ser capaz de amar uma mulher infiel e sem amor? Ele aprendeu como do Deus de Israel, que é o nosso “Salvador do mundo” (João 4:42). Gomer é Israel, e Israel somos “nós”, a Igreja—a noiva de Jesus. Há o suficiente nesta história para nos manter estudando, orando, meditando, e arrependendo-nos por toda a vida.
Como esta história se relaciona com a mensagem de 1888? É uma história de um problema que só o amor—Ágape—de Deus pode resolver. Quando a Bíblia diz: “Deus é amor”, ela diz: “Deus é Ágape”.Ágape pode resolver os problemas apresentados em nossa lição. Ágape é o fundamento da mensagem de 1888, e uma apreciação doÁgape de Cristo nos livra da motivação egocêntrica “o amor [Ágape] de Cristo nos constrange” (2 Coríntios 5:14, 15).
Ágape é o tipo de amor que ama o inamável, até mesmo os inimigos. A Bíblia diz que a menos que tenhamos Ágape, mesmo que possamos falar “a língua dos anjos”, isso nada mais é do que fazer soar um gongo. Se nós conhecêssemos “todos os mistérios”, e até mesmo tivéssemos toda a fé, para que montes fossem transportados, sem o Ágape, nada somos. Podemos até dar tudo para sustento dos pobres, e dar o nosso corpo para ser queimado, ainda que “de nada aproveita” sem este dom maravilhoso de Ágape (ver 1 Cor. 13: 2, 3).
O tempestuoso casamento de Oseias com Gomer é um retrato do caso de amor de Cristo com Israel (sim, e a Igreja de hoje). Oseias era um “cativo” do seu amor por Gomer; ele havia se apaixonado por ela, embora ela, por natureza, fosse dada à infidelidade. Mas o profeta vai ficar na história como o homem que mais de perto representou a Cristo em relação ao seu povo de Israel e à sua Igreja. O Senhor colocou o livro de Oseias na Bíblia para a nossa especial atenção nestes últimos dias.
A profecia implícita em Oseias são boas notícias para a Igreja remanescente que está envolvida numa letargia em todo o mundo, atormentada com dissensão e “ramificações”. Tão certo como Gomer finalmente respondeu ao eterno amor de Oseias, assim certamente será a resposta da Igreja corporativa ao Ágape eterno de Cristo. Cristo deu-Se a si mesmo na morte por esta Igreja; Seu sacrifício não pode se revelar um fracasso; uma humanidade arrependida não pode permanecer mais infiel a Ele do que foi a heroína arrependida do livro de Oseias ao marido terreno; Deus tem fé em nós que não deve revelar-se fútil.
Como podemos deixar Oséias ser mais bem sucedido do que Cristo? Se Cristo arriscou tudo no Seu sacrifício, este não pode falhar. Mas a menos que Sua Igreja não vença finalmente para tornar-se a Sua Noiva arrependida e fiel, Seu sacrifício será em vão.
Alguns têm concluído dos fatos dolorosos de nossa história passada e atual que o Senhor descartou esta Igreja institucionalizada, organizada. Mas se esquecem do tipo de amor retratado no livro de Oseias, o amor que vai desfazer todos os problemas discutidos em nossa lição.
Ellen G. White disse isto muito bem: “Não é o medo da punição, ou a esperança de recompensa eterna, que leva os discípulos de Cristo a segui-Lo. Eles contemplam o incomparável amor do Salvador, revelado em toda a Sua peregrinação terrena, desde a manjedoura de Belém até a cruz do Calvário, e a visão dEle atrai, suaviza e subjuga a alma. O amor se desperta no coração dos espectadores. Eles ouvem a sua voz, e O seguem” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 480).
A partir dos escritos de Roberto Wieland

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.Ele é autor de dezenas de livros.Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White.38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.

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