Para 31 de janeiro a 7 de fevereiro de 2015
O livro de Provérbios denota uma tentativa de
Salomão em registrar o máximo de sabedoria que Deus lhe deu quanto possível.
Ele usa declarações sucintas e às vezes expressivas que frequentemente repete
para dar ênfase. É fácil pensar nele como um livro de lições sobre a vida bem
sucedida, especialmente se são vistas simplesmente como bons conselhos a serem
tentados, mas num padrão elevado demais de se alcançar o tempo todo.
Não há nada errado em usar Provérbios como um
padrão de vida cristã, da mesma forma como a lei de Deus é o padrão final.
Todavia, tanto o aconselhamento em Provérbios quanto as diretivas na lei são
apenas normas, não tendo nenhuma delas poder para ajudar os pecadores a
colocá-los em prática, não importa quão sábio o conselho. Somos lembrados da
frustração do apóstolo Paulo: “Porque eu
sei que nada de bom habita em mim, isto é, na minha carne; pois o que desejo
está presente em mim, mas não o fazer o bem” (7:18 Rom., NVI).
Provérbios e a lei dizem-nos o que devemos fazer,
e com Paulo, “alegremente concordamos com
a lei de Deus ... mas vejo outra lei nos membros do meu corpo, guerreando
contra a lei da minha mente, e fazendo-me prisioneiro da lei do pecado que está
nos meus membros. Miserável homem que sou” (Rom. 7: 22-24)! Somos todos
esse “homem miserável” que quer fazer o bem, mas encontra resistência
em nossa carne humana.
Salomão frequentemente nos diz que a solução é o “temor” do Senhor (Prov. 1: 7, 29; 2:
5). Não há nada errado em temer a Deus, mas é apenas o começo da sabedoria. A
maior parte das pessoas que respondem a Deus ao chamá-las ao arrependimento
podem recordar que algum nível de medo de punição ou esperança de recompensa no
céu se misturou à sua experiência. Deus nos recebe onde quer que estejamos, mas
não precisamos permanecer nesse nível imaturo. O insensato pensa que se essa
foi a sua motivação inicial, é a única motivação para andar com Deus.
Como que para reforçar esse medo, Provérbios 15: 3
nos diz. “Os olhos do Senhor estão em
todo lugar, contemplando os maus e os bons”. Isso está muito perto da
canção de Papai Noel que diz às crianças, “ele o vê quando está dormindo, ele o
vê quando está acordado, ele sabe se foi bom ou ruim, por isso seja bom ...” Todo
mundo entende que o Papai Noel não pode esperar que sejamos bons o ano todo, e
brincamos sobre as desculpas de modo que Papai Noel ainda traga presentes. Deus
não é Papai Noel, e Ele nunca pestaneja ao pecado, mas está disposto a mudar os
nossos corações para que amemos a Sua lei e a observemos. A fé sábia nunca
confia na capacidade de “sermos bons” por nós mesmos, embora ver o que
consideramos desempenho correto seja reconfortante. Aqueles que receberam a
sabedoria de Deus sabem que andar pela fé, não pela vista, requer humildade.
Temos de admitir que não sabemos discernir o melhor caminho para nós, mas Deus
sabe. Um tolo confia em sua própria sabedoria, o sábio confia na de Deus.
Israel demonstrou isso na sua interpretação tola
do que Deus queria. Ele lhes pediu para fazerem uma tenda a fim de que pudesse
habitar no meio deles. Alonzo T. Jones, um dos “mensageiros” de 1.888, entendeu
este conceito: “Quando o tabernáculo foi confeccionado e armado no meio do
arraial de Israel, muitos dos filhos de Israel supunham que isso era o
suficiente; supuseram que seria aquela a maneira pela qual Deus habitaria no
meio deles. . . . Além do magnífico edifício e seu mobiliário, havia os
sacrifícios e as ofertas do povo . . . Havia os sacerdotes em seus serviços
contínuos; e lá estava o sumo sacerdote no seu santo ministério. Sem isso tudo,
o santuário era para Israel praticamente uma coisa vazia, mesmo que o Senhor
habitasse nele”.
Eles perderam a ideia de que o prédio, os
sacerdotes, e os serviços todos demonstravam o processo de expiação e perdão
obtidos. “Expiação em inglês é ‘atonement’
(at-one-ment) = numa só mente. O pecado e a culpa deles os tinham separado de
Deus. Mediante esses serviços eles eram tornados um com Deus. Perdoar é,
literalmente, dar em favor. Perdoar o pecado é dar algo pelo pecado. O perdão
do pecado vem somente de Deus. O que Deus dá? e o que Ele deu pelo pecado? Ele
deu a Cristo, e Cristo ‘deu-Se a si mesmo
por nossos pecados’. (Gál. 1: 4; Efé. 2:12-16; Rom. 5: 8-11)”. Os nossos
corações, não ações exteriores, é o que Lhe damos.
“E o posicionamento do tabernáculo no meio do
arraial de Israel era uma ilustração ... da verdade de que Ele habitaria no
meio de cada indivíduo” (Efé. 3: 16-19). Alguns daquela nação, em qualquer era,
viram no santuário esta grande verdade salvadora. Mas, como um corpo, em todas
as eras, Israel perdeu este pensamento de vista; detiveram-se apenas com o
pensamento de Sua morada na tenda no meio do acampamento, ficaram aquém de ter
a Sua própria presença pessoal habitando em suas vidas individualmente. Nesse
respeito, o seu culto tornou-se apenas exterior e formal, em vez de interior e
espiritual” (The Consecrated Way to
Christian Perfection, O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã, págs.
70-73. Começando no meio do terceiro parágrafo do capítulo “E Eu habitarei no meio deles”).
“Entrega as tuas
obras ao Senhor, e teus pensamentos serão estabelecidos” (Prov. 16: 3, NVI). A palavra
traduzida como “pensamentos” é traduzida como “preparações” em 16: 1, e
significa “planos”. Somos instruídos pelo homem sábio a apresentar nossos
planos ao Senhor; caso contrário, os melhores planos podem se extraviar.
Demasiadas vezes fazemos planos, mergulhamos num curso de ação, e como uma
reflexão tardia pedimos a Deus que abençoe o que estamos fazendo. Tardiamente
descobrimos que Ele não está em nossos planos de modo algum. No entanto, quando
consultamos a Deus desde o início, Ele estabelece os nossos pensamentos, isto
é, Ele nos guia no caminho que planejou. O Seu caminho é sempre o melhor.
A mensagem de 1888 destaca o plano de Deus para
nós, que vivemos nos últimos dias. O pequeno antigo “dia da expiação,” uma vez
por ano, ensinava as preciosas boas novas: “Naquele dia, o sacerdote fará
expiação por vós, para purificar-vos, para que possais estar limpos de todos os
vossos pecados perante o Senhor” (incluindo os até então desconhecidos, Lev.
16:30). Quem fez realmente a obra? O sacerdote—símbolo de nosso Senhor e
Salvador Jesus. O povo cooperava com o sacerdote. Eles mantiveram o pequeno dia
da expiação sagrado. Assim, estamos a observar o grande Dia da Expiação original,
que tem sido “agora”, desde 1844, o fim da profecia dos 2.300 anos.
Grave distorção desta boa notícia tem levado
alguns a pensar que isto é “perfeccionismo”, que se trata de uma heresia. Mas
acrescente-se a essa distorção da verdade a convicção universal de quão
imperfeitos todos somos, e como se cozendo um guisado terrível você chega à
ideia de sofridos eremitas adventistas do sétimo dia a apenas um passo da
auto-flagelação. Quem quer uma vida tão triste?, é a ideia dos jovens.
Corrigir essa distorção e criar as mais felizes
pessoas semelhantes a Cristo que já viveram sobre a Terra era o propósito de
Deus ao “nos” enviar a “mui preciosa mensagem” de 1888—o grande antítipo do
tipo de jardim da infância que ocorria a cada “décimo dia do sétimo mês”. Esse
dia terminou com uma nação inteira andando no ar! Eles estavam tão felizes por
mais uma vez estarem num só pensamento com Deus e uns com os outros. A “mui
preciosa mensagem” do Dia da Expiação é poderosa!
Naquele antigo dia as querelas se foram, as alienações
se curaram; maridos e esposas recuperaram o amor que uma vez os reunia; a
idolatria mais sedutora (que constantemente os fascinava!) foi abominada porque
algo melhor tinha sido provado naquele dia—o evangelho. São os corações
transformados por “Elias”! Era plano de Deus que o nosso “Dia da Expiação”
devesse terminar com a recepção (não rejeição!) da mensagem “mui preciosa” de
1888, que deve florescer e “iluminar a
terra com glória” em “rápidos movimentos finais;” nestas alturas, há muito
atrasado. Um povo inteiramente reconciliado com Deus e uns com os outros—é o
sentido do juízo hoje.
Mas é hora de uma mudança de paradigma no
pensamento: a questão não é o medo egocêntrico da nossa própria salvação (que
em grande parte permeia este Trimensário), mas uma nova preocupação de que
Cristo receba a Sua recompensa—não que “iremos vestir uma coroa na casa de
nosso Pai”, mas que, finalmente, Ele receba a Sua Noiva.
É sábio reconhecê-Lo diariamente como nosso Deus
Soberano. Quando deixamos de fazer isso, tornamo-nos tolos e nos esgotamos vida
afora, tentando fazer as coisas funcionarem com um mínimo, ou nenhum êxito. Não
encontramos qualquer alegria em nossos esforços, mas vivemos com medo de Deus
nos observando com desaprovação. É muito mais fácil reconhecê-Lo como Soberano,
submetendo nossos corações, planos e vontades a Ele. Que Deus nos dê a
humildade para fazer isso.
—Arlene Hill
A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora
mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina
na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante
Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja
Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th
Street , Reno, Nevada, USA, Telefone 001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também vai ser oradora do
seminário “Elias, convertendo corações”, nesta semana, nos dias 6 e 7 de
fevereiro de 2015, a ser realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church
localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley
Center, Califórnia.
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