quinta-feira, 29 de maio de 2008

Lição 9 - A Ternura de Seu Amor

Esta semana nós temos o grande privilégio de estudar a ternura de amor de Deus. A lição de Sábado parece comparar compaixão com "amor genuíno," e conquanto compaixão é, certamente, uma parte do amor, o amor de Deus é muito mais. Mateus 4:23 conta-nos que Jesus Cristo teve um ministério de ensino, cura, e pregação. Se olhamos o registro nos primeiros três evangelhos nós vemos que Seu ministério de cura era significativo.

O evangelistas Mateus, Marcos, e Lucas freqüentemente nos contam muitas destas obras curadoras resultantes da compaixão de Cristo. Quando o leproso em Marcos 1 veio a Jesus para ser curado e disse, "Se queres (*bem podes limpar-me)," Jesus "movido de compaixão, estendeu a mão, e tocou-o..." (*vs. 40 e 41) Mateus registra em 9:35, 36: "Jesus percorria (*todas as cidades e aldeias)... curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque estavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor".

A lição corretamente salienta a amplitude da Sua compaixão—recebeu as criancinhas, Ele chorou no enterro do Lazaro, o Seu coração ficou quebrantado pela mulher pega em adultério assim como para com seus acusadores. Um dos meus (*episódios) pessoais favoritos, inclui o Seu coração quebrantado pela mulher com o fluxo de sangue por 12 anos, que fora banida de qualquer contato físico significativo com todos por tantos anos. Sua compaixão não a deixaria ir com somente um toque nas Suas vestes, pois ela tinha sido uma pária social, emotiva, mental, física, e espiritualmente por muito tempo. Ele teve que falar com ela face-a-face, encará-la e restaurá-la plenamente e chamá-la de Sua "filha" (*Marcos 5:30 e Lucas 8:45). Então há a história registrada em capítulo 13 de Lucas, da mulher que tinha um "espírito de enfermidade, havia já dezoito anos, e andava encurvada e não podia, de modo algum, endireitar-se" (vs.11), assim a curou no dia de Sábado. Sua compaixão saltou de quem Ele é, pois Deus é amor. Deixe-nos explorar em resumo algumas qualidades de Ágape, o amor do Deus, então nós olharemos a lição de quarta-feira.

Ágape: 1º) é altruísta, Se esvai, cheio de abnegação, renunciando-Se a Si mesmo, um amor que "não busca os seus próprios interesses” (*I Cor 13:5); 2º) II Corinthians 8:9 diz, "pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós Se fez pobre, para que pela sua pobreza fôsseis enriquecidos.” Soa como nova matemática tão contraditório que parece ser (tão de ponta cabeça). Mas a beleza de Ágape é que toma algo que normalmente nada valeria e o faz de inestimável valor. Cria valor no objeto de seu afeto e atenção. A parábola da pérola de grande preço nos conta que Jesus Cristo, o Comerciante celestial que buscava boas pérolas, "e encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e a comprou” (Mateus. 13:45 e 46). 3º) Ágape está disposto a descer. Jesus pediu a Seus discípulos em Lucas 22:27, "Pois qual é maior, quem está à mesa, ou quem serve? porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, estou entre vós como quem serve.” Pouco tempo depois João descreve como Jesus, no cenáculo, para a santa-ceia, pôs de lado suas vestes, “deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos (*e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido,” João 13:5). Jesus, sabendo da glória que Ele tinha (*junto ao Pai) antes do começo do tempo, podia ter-Se levantado da (*mesa de) jantar, posto à parte Suas roupas costumeiras, pedido um manto real, e ordenado a Seus discípulos para manterem distância dEle e O homenagearem. Mas ao contrário, Ágape não se ensoberbece, não busca Seus interesses, e ousa descer mais baixo, então Jesus podia demonstrar o maior exemplo de humildade.

A principal passagem descrevendo a condescendência de Cristo é Filipenses 2:5-8. Esta passagem também detalha um quarto aspecto de Ágape: que está disposto a perder a vida eterna. Como lemos Salmo 22 e Mateus 26, junto com comentários dos Ellen White em O Desejado de Todas as Nações, capítulos 74 (*“Getsêmani”) e 78 (*“O Calvário”), isto não era uma tarefa fácil. No jardim do Getsemani, Ele fez uma especial oração, solícitamente, por Seus três companheiros mais próximos, e Seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue. A agonia era tão intensa Seu rosto tornou-Se desfigurado de tal modo que os discípulos tiveram dificuldade para reconhece-Lo. Mas Ellen White, diz, que Cristo “ o desamparo do homem... As misérias e os ais do mundo condenado erguem-se ante Ele... Contempla-lhe a sorte iminente, e decide-Se: Salvará o homem custe o que custar de Sua parte” (págs. 690, 693)1. Na página 753 do mesmo livro ela diz, " O Salvador não podia enxergar para além dos portais do sepulcro. A esperança não Lhe apresentava Sua saída da sepultura como vencedor... Temia que o pecado fosse tão ofensivo a Deus, que Sua separação houvesse de ser eterna.” A maravilha do amor redentor! Ágape é poderoso e nos constrange a viver para o Filho de Deus que nos amou e Se deu por nós.

A lição da quarta-feira lida com o terno amor de Cristo por Seus inimigos. Mateus 5:44. 45 diz, "Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o Seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.” Jesus Cristo nosso irmão mais velho foi maltratado e perseguido, entretanto Ele "ia por toda parte fazendo o bem" (*Atos 10;38), até o máximo bem, que foi Sua morte na cruz por toda a humanidade. Ao ser pendurado na cruz Seu coração em direção a Seus inimigos clamava, "Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem” (*Lucas 23:34)

Romanos 5:6-10 dá-nos uma progressão de nossa condição. O verso 6 diz, "Quando ainda éramos fracos Cristo morreu... pelos ímpios". O verso 8 diz, "quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós," e finalmente, verso 10 diz, "Quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte do Seu Filho..." O terno Ágape de Jesus é tão poderoso, e tão constrangedor que a resposta de Paulo é a única apropriada, "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, O qual me amou, e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gal. 2:20). Isto nos chama à total rendição, e obediência. O zeloso amor de Deus—Ágape—é um amor que não nos deixará ir. O Senhor nos capacitará a, verdadeiramente, entender, apreciar, e estender esse amor a todo o mundo.

—Lyndi Schwartz

Linda Schwartz e seu marido, Brian, são médicos no Hospital Adventista na cidade de Kettering em Ohio. Ambos são ativos membros da igreja adventista local, localizada no nº 3939 na rodovia Stonebridge Road, cidade de Kettering, Ohio 45419, Fone (937) 298-2167 Fax: (937) 298-7839, www.ketsda.org. Ela é professora de uma das unidades da Escola Sabatina, e o Dr. Brian Schwartz é o presidente da mesa administrativa do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888 (8784, Valley Vew Drive, Berrien Spings, 49103, Michigan, USA, fone (269) 473-1888.

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Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

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Notas do tradutor:

1) De DTN, falando da experiência de Jesus no Getsemani, à pág. 690 lemos isto: “A humanidade do Filho de Deus tremia naquela probante hora. Não orava agora pelos discípulos, para que a fé deles não desfalecesse, mas por Sua própria alma assediada de tentação e angústia. O tremendo momento chegara—aquele momento que decidiria o destino do mundo. Na balança oscilava a sorte da humanidade. ... Trêmulas caem as palavras dos pálidos lábios de Jesus: "Pai Meu, se este cálice não pode passar de Mim sem Eu o beber, faça-se a Tua vontade." Mat. 26:42.

Três vezes proferiu essa oração. Três vezes recuou Sua humanidade do derradeiro, supremo sacrifício. Surge, porém, então, a história da raça humana diante do Redentor do mundo. Vê que os transgressores da lei, se deixados a si mesmos, têm de perecer. Vê o desamparo do homem. Vê o poder do pecado. As misérias e os ais do mundo condenado erguem-se ante Ele.

E da pág. 693: “Contempla-lhe a sorte iminente, e decide-Se: Salvará o homem custe o que custar de Sua parte. Aceita Seu batismo de sangue, para que, por meio dEle, milhões de almas a perecer obtenham a vida eterna. ... Havendo tomado a decisão, cai moribundo no solo do qual Se erguera parcialmente. ... O Salvador pisou sozinho o lagar, e do povo nenhum com Ele havia” (Grifos nossos).
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Introspecção condensada de e-mails de dois de nossos correspondentes:

Ao ler o relato da mulher adúltera em o DTN, alguns foram levados a crer que de Jesus teria escrito no chão a lei do apedrejamento de adúlteros que está em Levíticos 20:10 que diz: “Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera.” Dizem então estes que assim interpretam o relato de o DTN: "—aí vemos que para que a mulher fosse condenada teriam que ter trazido o adúltero, pois ela não cometeria adultério sozinha, se Ele portanto tivesse mandado que a apedrejassem, estaria cometendo um assassinato, pois faltava a prova do adultério, faltava o homem. Eles então aproximaram-se insistindo e viram o que ele estava escrevendo, isto é Levíticos 20:10, e levantando-se disse-lhes, aquele que dentre vós estiver sem pecado... e continuou a escrever, eles então lendo o que ele escrevia raciocinaram: Se eu atirar pedra nela estarei cometendo assassinato porque a lei na verdade manda apedrejar ambos, e só trouxemos a mulher, e assim todos vendo o que estava escrito não puderam condenar a mulher. Assim Jesus se livrou da dupla armadilha que lhe prepararam.”

Entretanto, entendemos que a melhor interpretação é a que está em Ciência do Bom Viver, pág. 88 nos diz: "Mas, quando seus olhos, seguindo os de Jesus, caíram no chão a Seus pés, suas vozes emudeceram. Ali, traçados diante deles, achavam-se os criminosos segredos da vida de cada um.”