Para 3 a 10
de outubro de 2015
Deus prometeu dar a Seu relutante profeta Jeremias palavras
para dizer, e Ele o fez, mas não eram palavras suaves. Judá tinha esquecido a
sua história e de como Deus tinha lhe conduzido e ensinado no passado. Jeremias
(capítulo 2) nos diz que todos, inclusive os sacerdotes e príncipes, eram
culpados de esquecer o passado, abandonando a Deus, e de construírem “cisternas
rotas” (vs. 13), que não retêm a água promotora de vida.
A fim de obter água, Judá a busca no caminho para o Egito
para que pudesse beber do Nilo, e da Assíria, para beber do Eufrates. Ambas
essas áreas geográficas representam nações pagãs que fizeram o povo de Deus de
escravos quando se esqueceram a Quem pertenciam. Viver como um escravo é mais
fácil, porque requer pouco pensamento e nenhuma fé. Uma vez um povo, ou mesmo
um indivíduo, se esqueça ou opte por negar a direção de Deus, não há nada
verdadeiro em que confiar. Substituições de ídolos recebem poder contra toda a
lógica. Mesmo quando Deus permite dificuldades alcançarem a atenção das
pessoas, a mentalidade de escravo as interpreta como abandono.
Anos antes, o reino do norte de Israel apostatara tão
completamente que Deus permitiu que fosse atacado por nações vizinhas e dispersos.
Ele pleiteia com Judá para aprender com a experiência de Israel e voltar a Ele.
Faz lembrar através de Jeremias que deu avisos repetidos, que foram ignorados
porque Meu povo é “louco”, “néscio”, e “não tem entendimento”. Eles são
“sábios” para praticar o mal e não o bem. Repetidamente, Deus também usa a
imagem de uma esposa infiel traindo o seu marido (Jer 4:19-22).
O que esse triste lamento ter a ver conosco hoje? Por que
estudar a terrível história de Israel e Judá? Se não podemos ver a sua história
como advertências proveitosas hoje,
estamos sendo tão loucos e néscios quanto Judá. Se não conseguirmos ver a
importância de rever a nossa história, nos falta a compreensão de nossa
verdadeira condição.
“A razão pela qual os
filhos de Israel deixaram ao Senhor foi que levantou-se uma geração que não
tinha sido instruída a respeito da grande libertação do Egito pela mão de Jesus
Cristo. Seus pais não lhes tinham recapitulado a história da tutela divina
sobre os filhos de Israel através de todas as suas jornadas no deserto. . .
. Se os pais tivessem cumprido o seu
dever, nunca teríamos o registro da geração que não conheceu a Deus, e,
portanto, foram entregues nas mãos dos perversos” (Ellen G. White, Review and Herald, 21 de maio, 1895).
Hoje, há aqueles que se recusam a discutir qualquer coisa
sobre a história da mensagem dada em 1888. Normalmente, a necessidade de
estudar o que realmente foi é julgada desnecessária, ou até mesmo tolice.
Estudiosos importantes empenham grandes esforços para declará-la errada, ou que
a Igreja a aceitou em 1888, ou pouco depois, por isso não há razão para
estudá-la. Alguns a criticam como sendo demasiado “liberal”, enquanto outros a
criticam como demasiado “conservadora”. É raro encontrar alguém que possa
articular o que a mensagem é, e mais raro encontrar alguém que tenha estudado
as fontes originais escritas pelos “mensageiros”, Jones, Waggoner, e White.
Enquanto os “sacerdotes”, “os que tratavam da lei”, e “pastores”
(Jeremias 2: 8) se recusam a reconhecer corporativamente que temos dado as
costas a Deus e à Sua mensagem, as pessoas nunca saberão da destruição que as
aguarda. Alguns podem achar conforto na declaração de Ellen White numa carta a
George Butler e S. N. Haskell em 1886: “A Igreja talvez pareça como prestes a
cair, mas não cai” (Carta 55, de 8 de dezembro de 1886). Aqueles que acham a
declaração reconfortante deixam de apreciar a condição terrível e desnecessária
em que a Igreja estará quando pareça “prestes a cair”. Por que nós, como filhos
de Deus, vamos querer deixar a Igreja se desviar para tão longe só porque Deus
a puxa através do tempo final.
A mensagem de Jeremias é que o arrependimento iniciado por
uma liderança bem informada pode evitar devastação tanto quanto o
arrependimento do rei de Nínive foi aceito por toda a comunidade e o desastre
foi evitado.
Há muitos judeus devotos que ficam junto ao “Muro das
Lamentações” em Jerusalém, pedindo a Deus para enviar o Messias tão esperado.
Deus nunca pode “responder” a essas orações porque se recusam a ver que isso já
aconteceu. Da mesma forma, a nossa Igreja tem orado pelo derramamento da chuva
serôdia para bem mais de 150 anos, mas Deus não pode responder às nossas
orações até que reconheçamos e admitamos os pecados de nossos antepassados,
incluindo os nossos anos de negação desde então. Admitir a verdade de nossa
história vai nos prevenir de perpetuar os seus erros, e nos levará a um
profundo arrependimento por nossa própria descrença.
Às vezes, parece desanimador que Deus precise disciplinar o
Seu povo, mas Ele sempre dá esperança. “Contudo, ainda naqueles dias, diz o Senhor, não farei de vós uma
destruição final”. (Jeremias 5:18). Deus ama demais o Seu
povo para deixá-lo em risco de completa destruição. Então, o que isso tem a ver
conosco? Deus precisava castigar Judá e Israel porque O estavam ignorando; Ele
queria que O ouvissem. Em vez de pensar que o conselho é para todos os demais,
precisamos ouvir a Deus individualmente. Devemos prestar atenção à advertência
como sendo para nós mesmos antes que possamos cuidar dos outros. A mensagem de
1888 é a mensagem final que vai preparar um povo que se dispõe a participar
plenamente do processo de purificação como tipificado no Dia da Expiação.
“O trabalho iniciado
em 1844, no final dos 2.300 anos, é único no universo e traz a Cristo e o
remanescente a um novo tipo de união. Haverá uma compreensão mútua que faz com
que o Seu remanescente vá com Ele para o lugar Santíssimo. Ali o casamento é
consumado. Ali o pecado é apagado. Ali Cristo se assenta com o Seu
remanescente, e lhe assegura que o “verdadeiro tabernáculo”, o Seu lugar de
habitação, está purificado. Sua vitória em conquistar o eu é uma garantia de
que Ele foi em todos os pontos tentado semelhantemente aos irmãos, pois todo
pecado nasce de um amor ao eu. Assim, ao permanecer com Ele no Lugar
Santíssimo, os do remanescente vão, pela fé, ter unida a sua humanidade com a
Sua divindade, e serão um com Ele em propósito, assim estando “casados” com
Ele. Eles têm a fé de Jesus, que previne os mortais de pecar. Então o trabalho
do Mediador será concluído, o santuário será purificado e restaurado ao seu
legítimo lugar, os corações dos 144.000 terão sido purificados. O pecado não
vai se levantará novamente. Esta experiência aguarda o remanescente, sempre que
optar por aceitar o colírio do discernimento celestial oferecido pela
Testemunha Verdadeira. E quando sua cegueira se for e, finalmente, puder 'ver',
então a Noiva vai sentar-se com o Rei em Seu trono, como prometeu, pois ambos
venceram pelo sangue do Cordeiro” (Donald K. Short, “Then Shall the Sanctuary
be Cleansed,” pág. 92).
Este é o trabalho da última geração antes que Cristo venha.
Se o número 144.000 é literal ou não, aqueles dentre nós que viverem no tempo final
precisam ver-se como semelhantes ao antigo Israel, um povo que precisava ouvir
e agir segundo as advertências de Deus. Nunca devemos buscar conforto em que
nossa Igreja, a própria noiva de Cristo, está “a ponto de cair”. Nossa missão é
participar individualmente do processo de limpeza, mas também preocupar-nos com
todos os que findarão formando esse grupo remanescente. Ao estudarmos a
mensagem de Jeremias pelos próximos três meses, vamos considerá-la uma mensagem
especial só para nós.
Arlene Hill
A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora
mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina
na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante
Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista
do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno,
Nevada, USA, Telefone 001 XX
(775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do
seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro
de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church
localizada no endereço:
14919
Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.