Para 26 de setembro a 3 de outubro de 2015
Como o fabricante de um fino instrumento musical, Deus criou
Jeremias como um porta-voz para a palavra do Senhor. O Senhor estava pensando
em Seu profeta Jeremias antes de ele nascer (Jer. 1: 4, 5).
Da mesma forma, o Senhor “faz
resplandecer o seu rosto sobre nós” (Salmo 67: 1). Deus sorrir para nós com
aprovação é o mesmo que Ele nos justificar, pois esse é o seu significado. Deus
tem um plano para a sua vida exatamente como tinha um plano para Jeremias antes
de ele nascer, o que incluía o perdão dos pecados. Somos nós justificados
diante de Deus por nossas boas obras, ou pela graça mediante a fé? Por causa da
mensagem de 1888, vemos no chamado de Jeremias, como para nós, que a nossa
justificação é um direito de primogenitura de Deus.
O Senhor comissionou Jeremias para “ir para todos que Eu te enviar, e tudo quanto te mandar, falarás” (Jer.
1: 7). “Eis que ponho as Minhas palavras
na tua boca” (Jer. 1: 9). Sua mensagem foi amplamente ignorada. Pela
simples aparência dos fatos, o seu desempennho deve ser julgado um fracasso
abismal. Muitas vezes ele chorou porque amava o povo, mas eles se recusaram a
ouvir o que Deus lhes estava dizendo.
Deus designou Jeremias para um ministério internacional “para destruíres, e para arruinares; e
também para edificares e para plantares” (Jer. 1:10). Crenças e práticas
errôneas devem ser destruídas antes que a reconstrução possa ter lugar. Um novo
edifício não pode ser construído até a velha estrutura que irá substituir ter
sido demolida.
Judá, sob o rei Manassés e um sacerdócio corrompido, foi
levado à idolatria, ao culto a Baal, e ao sacrifício humano. Todas as suas
ideias sobre apaziguar um deus irado tinham de ser derrubadas antes de
substituir isso tudo com a verdadeira palavra de justiça de Deus pela fé.
Embora as pessoas não recebessem a mensagem, Deus avaliou o ministério de
Jeremias como um sucesso porque ele fielmente proclamou a palavra de Deus.
As boas novas de salvação e libertação de Deus são as mesmas
em todas as gerações. O grande Sacrifício de Deus é a única solução para o
nosso problema humano comum de rebelião contra Ele.
“A mensagem que nos
foi dada por A. T. Jones e E. J. Waggoner é a mensagem de Deus para a igreja de
Laodiceia, e ai de quem professa crer na verdade e ainda não reflete a outros
os raios dados por Deus.”1
Durante o outono de 1882, com a idade de 27 anos, E. J.
Waggoner teve uma experiência que veio a descrever como o ponto de viragem da
sua vida. Sentado sob uma tenda de reunião campal numa tarde bastante chuvosa
em Healdsburg, Califórnia, ouvindo o evangelho apresentado por Ellen White, de
repente ele viu uma luz brilhando sobre ele, e a tenda iluminada como se o sol
estivesse brilhando. Ele teve uma “revelação de Cristo Crucificado” distinta
para ele. Mais tarde escreveu que foi revelado pela primeira vez em sua vida
que Deus o amava, e que Cristo se entregou por ele pessoalmente — fora tudo por
ele. A luz que brilhou sobre ele naquele dia da cruz de Cristo tornou-se o guia
em todo o seu estudo da Bíblia. Ele resolveu que o resto de sua vida seria
dedicado a descobrir a mensagem do amor de Deus pelos pecadores individuais
encontrada nas páginas da Escritura, e tornar essa mensagem clara para os
outros.2
No fim do estudo de nossa lição na sexta-feira (Na seção
“Perguntas para reflexão”) uma pergunta muito importante é colocada: “Qual é a
nossa atitude para com a palavra profética dirigida a nós, especialmente quando
ouvimos coisas das quais não gostamos? . . . as próprias pessoas que deviam
revelar o verdadeiro Deus ao mundo estavam lutando contra Ele, ao insultar e
atacar Seu porta-voz?”
A purificação do santuário nunca poderá ser concluída até
que o incidente de 1888 de nossa história seja totalmente entendido e o
problema espiritual fundamental resolvido. Esse determinado segmento da nossa
história é especialmente significativo. Isto está implícito numa declaração que
Ellen White escreveu ao presidente da Associação Geral, O. A. Olsen, quatro
anos após a conferência de Mineápolis:
“O pecado cometido no
que teve lugar em Mineápolis permanece nos livros de registro do céu,
registrado contra os nomes daqueles que resistiram à luz, e permanecerá em
registro até que confissão completa seja feita e os transgressores estejam em
plena humildade diante de Deus”. 3
Seus escritos posteriores indicam que “confissão completa”
nunca foi feita e a experiência de “total humildade diante de Deus” iludiu a
maioria deles.4
Aqueles irmãos já morreram, mas isso não
significa que esses “livros de registro do céu” estejam automaticamente limpos.
Eles registram o pecado corporativo, bem como o pecado pessoal. A verdade
fundamental que fez dos adventistas do sétimo dia um povo único é que a morte
não limpa o registro dos livros celestiais. A purificação deve ocorrer no
“juízo investigativo”, um corporativo e final dia de expiação.
A presente questão não é a salvação das almas daqueles
queridos líderes de um século atrás que resistiram à mensagem. Eles descansam
no Senhor, em paz, enquanto permanecem presos em suas tumbas. A questão agora é
o encerramento da obra de Deus na Terra, o desenvolvimento de uma empatia muito
atrasada com o Senhor a fim de que possamos verdadeiramente dar-Lhe glória, “porque é chegada a hora do Seu juízo”.
Devemos recuperar nesta geração a bênção inestimável que nossos irmãos de um
século atrás “mantiveram longe do mundo” e “de nosso povo, em grande medida”.5 Nós somos “um só corpo” em Cristo, uma comunidade
espiritual corporativamente envolvida com esses irmãos do passado. O pecado
deles é o nosso pecado, à parte de arrependimento específico, inteligente.
O “corpo” está morno, doente com doença espiritual que pode
ser remontada até 1888. A nova geração deve agora interpretar corretamente o
que aconteceu numa geração passada por causa de suas implicações profundas para
o nosso estado espiritual hoje. A mensagem de Cristo à Sua Igreja dos últimos
dias implicitamente exige uma reavaliação da nossa história que está subjacente
a nosso “rico sou e de nada tenho falta”
(Apocalipse 3:14-21).
A falha em assim agir acarreta sobre nós a culpa de gerações
anteriores. Estamos sendo testados tão verdadeiramente quanto eles foram. Como
o Calvário, 1888 é mais do que um mero evento histórico. A providência de Deus
não vai permitir que fique coberto de poeira no sótão adventista, esquecido por
uma nova geração. Representa o desenrolar de princípios que se reaplicam a cada
geração até a vitória final da verdade.
Em certo sentido real, nós hoje estamos cada um junto ao
Calvário; também somos “delegados” na Assembleia da Associação Geral de 1888.
Seremos chamados a fazer o que uma geração passada não conseguiu fazer. Uma profecia
inspirada nos diz como 1888 deve ser reencenado:
“Devemos ser as últimas pessoas na Terra a empenhar-nos no
menor grau num espírito de perseguição contra aqueles que estão dando a
mensagem de Deus para o mundo. Esta é a característica mais terrível de falta
de semelhança com Cristo que se manifestou entre nós desde a reunião de
Mineápolis. Em algum momento será visto em seu verdadeiro peso com todo a carga
da miséria resultante a partir disso”.6
O. A. Olsen, presidente da Associação Geral, também
reconheceu que esta questão de 1888 deve permanecer um teste perene entre nós
até que finalmente o superemos totalmente:
“Alguns podem
sentir-se tentados quanto à ideia de que Mineápolis é referido [nestas
reuniões, 1893]. Sei que alguns têm-se sentido ofendidos e provados quanto a
qualquer alusão a essa reunião e à situação ali. Mas tenha-se em mente que a
razão pela qual ninguém deve se sentir assim é um espírito de insubmissão de
sua parte. Tão rapidamente quanto totalmente nos rendamos e humilhemos o
coração diante de Deus, a dificuldade toda desaparecerá. A própria ideia de que
alguém esteja ofendido revela ao mesmo tempo a semente da rebelião no coração.
...
“Se falharmos numa ocasião, o Senhor nos levará à mesma
posição novamente; e se falharmos uma segunda vez, Ele nos levará ao mesmo
ponto novamente; e se não conseguirmos uma terceira vez, o Senhor nos levará ao
mesmo lugar uma vez mais. ... Em vez de ser polêmicos quanto à ideia de que o
Senhor está nos conduzindo ao mesmo ponto novamente, vamos Lhe agradecer e
louvar incessantemente, pois isso é misericórdia e compaixão de Deus. Qualquer
outra coisa além disso é a nossa ruína e perdição”.7
Bem-vindo a esta nova linha de estudos em Jeremias segundo a
perspectiva de 1888.
—Paul E.
Penno
Notas:
1) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág. 1052;
2) Carta de
E. J. Waggoner a Ellen G. White (22 de outubro de 1900);
3) Materiais
de Ellen G.
White sobre 1888, pág. 1031;
4) Ibidem;
5) Ellen G.
White, Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 234, 235;
6) Boletim da Conferência Geral de 1893,
pág. 184;
7) Idem, páb. 188.
Paulo
Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na
Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no
endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi
ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na
Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos
escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva
Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele
escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja
Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos
sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também
pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E.
Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo
corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada
no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente,
explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na
Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
Atenção, asteriscos
(*…) indicam acréscimos do tradutor.