Para
5 a 12 de setembro de 2015
Paulo tinha sido um fanático! Uma
armadura de aço envolvia-lhe o coração. Ele provou as profundezas de um ódio
infernal ao Messias. Antes de sua conversão, ele havia gasto totalmente as suas
energias na luta contra Deus. Na verdade, ele odiava a Jesus Cristo e Seus
seguidores, “respirando ameaças de
assassinato contra os discípulos do Senhor, ... de modo que, se encontrasse
alguns que eram do Caminho, quer homens quer mulheres, os conduziria presos a
Jerusalém” ( Atos 9: 1, 2).
Combinado com este zelo persecutório
havia uma compreensão intelectual profunda da teologia do judaísmo apóstata.
Nessa época, ele era um fanático selvagem nos limites extremos do legalismo.
Ninguém pode estar mais longe do Senhor do que um fanático legalista que pensa
que é santo e justo por causa de seu legalismo. Paulo não está apenas
balbuciando frases polidas de contrição quando diz que é o “principal” dos pecadores (1ª Tim. 1:15), “um abortivo, ... o menor dos apóstolos, porque eu ... perseguia a
igreja de Deus” (1ª Cor. 15:8, 9). Ele provou as profundezas de um ódio
infernal ao Salvador. Vivendo antes do tempo da Igreja remanescente, ninguém
tinha antecipadamente conhecido mais intimamente a ira da peleja do “dragão com a mulher [e] ... o resto de sua descendência, os que
guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo” (Apo.
12:17).
No coração da Saulo de Tarso não
convertido queimavam os fogos do grande conflito de Satanás contra Cristo; ele
estava inteiramente dedicado ao lado de Satanás. Se não tivesse sido convertido
quando o foi muito provavelmente teria sido autor dos livros mais diabólicos de
ensinos anti-Cristo. Quais poderiam ter sido os ensinamentos de Saulo de Tarso
desenvolvidos nos dogmas da Grande Apostasia da Idade das Trevas que ele
descreveu em 2ª Tessalonicenses 2:1-10?
Foi divinamente
apropriado que este cortesão íntimo de Satanás devesse ser convertido na
estrada de Damasco, quando viu “no caminho uma luz do céu, que excedia
o esplendor do sol, cuja claridade me envolveu a mim e aos que iam comigo. E,
caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me falava, e em língua hebraica
dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?” (Atos 26:13-15).
Assim como Jesus confrontou os judeus
apóstatas na casa de Seu Pai (o Templo) algumas semanas antes, a abordagem de
Paulo para com eles depois de sua conversão é totalmente de confronto. Em um
lampejo, todo o conhecimento de seu passado acadêmico judeu veio em foco: Jesus
de Nazaré é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! Essa “luz . . . mais brilhante que a do sol”
foi uma visão da cruz de Cristo. Cada célula do cérebro foi inundada com uma
intensidade de luz brilhante; décadas da verdade bíblica distorcida, pervertida,
de repente foram esclarecidas. Um panorama brilhou como um vídeo brilhante
diante dos olhos de sua alma — “Cristo e este crucificado”.
A
respiração lhe faltou; ele estava paralisado até que a voz celestial disse: “Levanta-te
e põe-te sobre teus pés, porque te apareci por isto, para te pôr por ministro e
testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelas pelas quais te
aparecerei ainda” (Atos 26:16).
Essa visão na estrada para Damasco
explica sua obsessão ao longo da vida com a palavra da cruz. Os onze apóstolos
foram, doravante, ricamente abençoados no ministério, mas um novo campeão que
nunca tinha visto a Jesus como eles O tinham visto, mas que provavelmente O
percebeu mais claramente através dessa visão, estava agora a anunciá-Lo às
multidões. E graças a Deus, Cristo foi-nos anunciado.
O Senhor Jesus procurou a alma de Saulo
de Tarso, enquanto ele O estava “perseguindo”; durante todo o tempo que o
Senhor fez o seu caminho “duro” como golpear contra os aguilhões (Atos 26:
12-15). Que gloriosa boa notícia isto é para toda a alma presa à Terra. Ele
está a sua busca como o Bom Pastor busca Sua ovelha perdida para salvá-la de
acabar com a sua vida e saúde muito cedo. Podemos ver essa ideia do Bom Pastor
no chamado de Cristo a Saulo, muito mais claramente como resultado da mensagem
de 1888.1
A ilustração se encaixa, exceto que
Jesus não falava de um carneiro como Saulo, lutando contra o Pastor quando veio
para resgatá-lo. Difícil de imaginar! Mas isso é o que todos nós temos feito,
uma e outra vez. Isso é o que significa ser um pecador — resistir à graça de
Deus.
Saulo de Tarso aprendeu, no entanto, e
ele nos diz: “Não anulo [KJV] a graça de Deus” (Gál. 2:21). Ele está,
afinal, “crucificado com Cristo” (vs.
20). O Bom Pastor busca a Sua ovelha perdida e todos os profetas e apóstolos
repreendendo-nos pelo nosso pecado, mesmo dando a sua vida para ser
“crucificada com Cristo”, a fim de ser fiel, são idênticos ao ministério
daquela graça muito mais abundante de Deus (Rom. 5:20, 21).
O Senhor nos diz, que “não sabemos” o que estamos fazendo (Apoc.
3:17). É hora de tornar-nos conscientes.
Pela Sua cruz erguida e ministério
sacerdotal em curso, Cristo está atraindo “todos
os homens” para Si mesmo ao arrependimento. O Seu amor misericordioso é tão
forte e persistente que o “pecador poder resistir a esse amor, pode recusar-se
a ser atraído para Cristo. Se, porém, não resistir, será atraído para Ele; o
conhecimento do plano de salvação levá-lo-á ao pé da cruz em arrependimento
pelos seus pecados, que causaram os sofrimentos do amado Filho de Deus”.2
Por que isso é verdade? Porque
Ele deu a Si mesmo por “todo homem”,
sim, Ele Se deu a cada homem.
Quando Ele morreu na cruz, fez mais do
que salvar as pessoas boas. Ele morreu pelos “ímpios”. “Porque Cristo,
estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios” (Rom. 5: 6). Pode ser difícil dizer isso, mas inclui os
piores pecadores na Terra!
A ideia de que Cristo está dirigindo
uma “loja” especial de salvação e permanece dentro como um lojista, até o
pecador tomar a iniciativa de vir procurá-lo, não é o que a Bíblia diz! Porque —
Cristo é o Bom Pastor, que não espera que a ovelha perdida tente encontrar o
caminho de casa novamente; Ele sempre vai em busca da mesma: “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua
vida pelas ovelhas” (João 10:11). A ovelha perdida pode estar perdida longe
nas colinas numa selvagem noite de tempestade; não importa. O Bom Pastor deixa
suas “noventa e nove” e com o risco
de sua própria vida sai na tempestade mais selvagem imaginável através das
montanhas “até encontrá-la.” Ele vai “após a que se perdeu, até encontrá-la”
(Lucas 15: 4). “O Filho do homem veio
buscar e salvar o que estava perdido” (19:10).
Não imagine que possa salvar-se a si
mesmo, ou que tenha crescido no lado certo e assim está naturalmente quase
salvo em seu próprio país. Se o Senhor nos deixasse a virar-nos por nós mesmos,
estaríamos irremediavelmente perdidos.
Quando o Senhor Jesus Cristo deu a Sua
vida na cruz, Ele não morreu em vão. Ele realmente salvou o mundo. Os
samaritanos desprezados tinham razão quando declararam dEle que era “o Salvador do mundo” (João 4:42). Mas
como pode ser isso, quando a grande maioria dos seres humanos na Terra não O
reconhece assim?
Muitos não sabem disso porque nunca
foram informados, de forma clara; e muitos se recusam a acreditar quando lhes é
dito. Mas isso não diminui o fato de que por meio de Seu sacrifício, Cristo os
comprou, garantindo assim a sua salvação se não resistirem a Ele e O
rejeitarem. O mundo inteiro pertence a Ele em virtude do sacrifício de Seu
sangue na cruz.
Paul E.
Penno
Notas finais:
1) E. J. Waggoner, “Deus prendeu a Saulo em sua
carreira louca de perseguição porque Ele o havia escolhido para ser apóstolo.
Assim, vemos que os golpes que Saulo estava dando eram os esforços do Espírito para
transformá-lo para o trabalho ao qual ele havia sido chamado” (Signs of the Times, 8 de dezembro de
1898, pág. 771).
[2] Ellen G.
White, Caminho a Cristo, pág. 27.
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