terça-feira, 31 de maio de 2016

Lição 10 — Jesus em Jerusalém, por Paulo Penno



Para 28 de maio a 4 de Junho de 2016

Agora vamos nos unir a Jesus em Sua última viagem fatídica a Jerusalém para ser desassociado pela verdadeira Igreja de sua época (lembre-se, até o véu do Templo ser rasgado, era ainda o Templo do verdadeiro povo de Deus). É um sentimento terrível ser desassociado pela verdadeira Igreja. O que mais feriu a Jesus não foi a dor física da crucificação, mas a terrível sensação de ser “abandonado” por Seu Pai e por Seu povo.
Quando chegarmos à história da cruz, veremos como Ele Se desempenhou ao longo do caminho pela fé, desde o “abandono” à alegria da expiação (*em inglês: at-one-ment, comunhão em uma mente, isto é, com a mente de Deus). Se você já se sentiu “abandonado”, pode refazer os seus passos para a luminosidade do sorriso do Pai, onde também a percebe pela fé.
Pense como nessa jornada final o coração de Cristo está pesado com sérios pensamentos! Nossas mentes buscam. Recordemos que alguns vão sobreviver ao grande tempo de tribulação “sem um mediador”1 após o santuário celeste ser fechado. Se assim for, eles estão no mundo hoje em silêncio carregando a cruz com Jesus, (*atenção, porque são) pessoas humildes que você e eu podemos facilmente passar por alto. O Evangelho de Mateus é um prelúdio da vida que temos em 2016 AD. Não deseje os cargos superiores; mas seja fiel agora.

A ENTRADA REAL DO MESSIAS (MAT. 21:1-11)
Sua estratégia de relações públicas foi profissional; Ele não queria morrer na obscuridade. Queria que a cruz fosse levantada tão alto para que todos vissem o que estava acontecendo. Só então Ele poderia “atrair todos a Si” (João 12:32). Não (*foi por) engrandecimento próprio, mas a salvação de almas era o peso de Sua alma.
Falamos veentemente dos grandes dias do “alto clamor”, a ser seguido pela nossa “chuva serôdia”. Os planos de relações públicas de Deus serão perfeitos quando a missão de Cristo encontrar o seu cumprimento final antes que se encerre o tempo de graça. Mas, assim como os discípulos ficaram muito decepcionados em como o “Domingo de Ramos” levou à crucificação, poderá ser surpreendido com o verdadeiro “clamor” que “ilumina a Terra com glória” (*Apoc. 18;1), que pode ser uma experiência de auto-rebaixamento para todos os que verdadeiramente são do povo de Deus.
Ellen White aponta ao derramamento inicial da “chuva serôdia”, como a vinda da mensagem da justiça de Cristo de 1888; nossos queridos irmãos tinham esperado que se dariam grandes despertamentos emocionais na forma de tempestades espirituais. Foram pegos de surpresa — pois acabou sendo estudos bíblicos humildes e serenos sobre Romanos e Gálatas por dois jovens “mensageiros” pouco considerados e com “credenciais celestes”(*a) não reconhecidas. Mas os dois deixaram as janelas de “nova luz” abertas, que para homens idosos se tornaram amargamente indesejáveis.(*b)
Em profundo discernimento, Ellen White percebeu o que estava acontecendo. A semana do Calvário estava sendo reprisada. Mais de uma centena de vezes nos próximos anos ela comparou a recepção da “mui preciosa mensagem” (*sic, Test. Para Ministros, pág. 91) como sendo uma repetição de como os judeus receberam o seu Messias. A última semana da vida de Jesus que estamos estudando esta semana torna-se, portanto, uma “verdade presente” vital.

A MALDIÇÃO DA FIGUEIRA (MAT. 21: 18-21)
Precisamos entender os bons incentivos das boas novas no relato da figueira que foi “amaldiçoada” (Mat. 21:19; Mar. 11:12-14, 20-26). A maior decepção de Cristo foi que a nação não respondeu. Ele censurou “as cidades onde se operou a maior parte dos seus prodígios o não se haverem arrependido” (Mat. 11:20). Ele comparou a nação à infrutífera “figueira plantada na Sua vinha ... Há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho” (Luc. 13:6-9).
A figueira estéril que Jesus amaldiçoou tornou-se um símbolo que representa não apenas a massa de judeus impenitentes a nível individual, como a nação como um todo que rejeitou a Cristo: “A maldição da figueira foi uma parábola viva. Aquela árvore estéril, ostentando sua pretensiosa folhagem ao próprio rosto de Cristo, era um símbolo da nação judaica. O Salvador desejava tornar claras aos Seus discípulos a causa e a certeza da condenação de Israel”.2
Apenas um dia depois de Jesus tê-la amaldiçoado, “secou”. Triste; mas perceba o aspecto positivo do que Jesus disse. Se Ele amaldiçoa uma árvore e ela morre em 24 horas, se você mediante fervorosa oração abençoar um problema ou frustração em sua vida por Ele, também vai “definhar”. Em outras palavras, suas orações por bênçãos serão respondidas tão dramaticamente quanto foi a oração de Jesus por uma maldição sobre aquela árvore. Mas, em seu grande regozijo, seja humilde ao contemplar quão pouco “fruto” sua árvore tem dado, e sejamos muito cuidadosos com o encontrar “somente folhas” que provocam “améns” da congregação, mas não têm substância duradoura.
Mas uma oração que, aparentemente, tem sido sem resposta não deve ser esquecida “Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão” (Heb. 10:35). Se não for por qualquer outra razão além dessa: o Pai lembra de sua oração, melhor do que você. Ela será respondida para o que é melhor quando menos espera.

PELA AUTORIDADE DE QUEM? (MAT. 21: 23-27)                   
Os líderes judeus perguntaram-Lhe com que autoridade Ele fazia aquelas coisas. Eles estavam tentando levá-Lo a dizer que era pela autoridade de Deus. Mas negavam que Deus O havia enviado. Jesus procurou vincular Sua autoridade com as das credenciais de João Batista. Ele perguntou aos líderes se o batismo de arrependimento de João era autorizado pelo Céu ou pelo homem.
Se eles respondessem, pela autoridade do homem, a população iria se voltar contra eles, porque todos criam que João era um profeta enviado pelo Céu. Se respondessem que João foi enviado pela autoridade do Céu, em seguida teriam que admitir que a autoridade de Cristo era do céu, porque João foi precursor do Cordeiro. Assim, os líderes simplesmente negaram conhecer a autoridade de João.
Devemos ter muito cuidado em saber como reconhecer a “Elias”/João Batista, quando o Senhor enviá-lo novamente. Cada um de nós, sem exceção, deve andar em temor e tremor para não cometermos o mesmo erro que os judeus cometeram nos dias de João Batista. Seu “Elias” veio e se foi e eles não tiveram ideia do que tinha acontecido! Consequentemente, perderam o seu Messias e O crucificaram.

JESUS CONFRONTA OS LÍDERES DA IGREJA (MAT. 21: 12-14)
Veja como Jesus “confrontou” os líderes de Seu tempo. Jesus foi ao Templo para ensinar e curar.
Somos levados a perguntar: “Há sempre momentos em que, também, devemos desafiar o sistema”? Esta pergunta não é um absurdo trivial. Apenas certifique-se de que você está certo antes de desafiar os líderes ordenados por Deus, mas lembre-se que o tempo pode vir quando a fidelidade a Jesus vai exigir um desafio à liderança. Mantenha o compasso com Ele! Seja, também, crucificado com Ele.

            Paul E. Penno

Notas de rodapé    (as letras indicam notas do tradutor):
1) Ellen G. White, O Grande Conflito, pág. 425:  Os que estiverem vivendo sobre a Terra quando a intercessão de Cristo cessar no santuário celestial, deverão, sem mediador, estar em pé na presença do Deus santo (*entretanto não estaremos sem um Salvador). Suas vestes devem estar imaculadas, o caráter liberto de pecado, pelo sangue da aspersão. Mediante a graça de Deus e seu próprio esforço diligente, devem eles ser vencedores na batalha contra o mal. Enquanto o juízo investigativo prosseguir no Céu, enquanto os pecados dos crentes arrependidos estão sendo removidos do santuário, deve haver uma obra especial de purificação, ou de afastamento de pecado, entre o povo de Deus na Terra. Esta obra é mais claramente apresentada nas mensagens do capítulo 14 de Apocalipse.(*Acesse na internet o livreto do Pr. Milian Lauritz Andreasen” (1876-1962) que foi um teólogo, pastor e autor Adventista do Sétimo Dia.  Um dos teólogos mais importantes e influentes da igreja durante os anos 1930 e 1940. Promoveu o ensino popularmente conhecido como Teologia da Última Geração. Andreasen atuou como presidente da Grande Conferência de Nova Iorque (1909 - 1910), presidente do Seminário Teológico de Hutchinson (1910 - 1918), diretor da Atlantic Union College (1918 - 1922), reitor Washington Missionary College (hoje Universidade Adventista de Washington) (1922 - 1924), presidente da Conferência de Minnesota (1924 - 1931), presidente da Union College, Nebraska (1931 - 1938), e secretário de campo da Conferência Geral (1941 - 1950). Ele ensinou no Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia (agora localizado na Universidade Andrews) 1937-1949, e foi reconhecido como um estudioso líder denominacional na expiação e temas relacionados.
Andreasen tornou-se conhecido por seus protestos contra os líderes da Igreja Adventista durante os últimos anos de sua vida. Teve uma disputa com a igreja sobre a teologia da expiação e da humanidade de Cristo, que foi expressa em 1957 no livro Questões sobre Doutrina. “George Knight o classificou como ‘o livro mais divisivo’ na história do adventismo e um símbolo da tensão teológica adventista” (contra capa da edição da CPB, 2009). Andreasen argumentou que o livro estabeleceu uma mudança sinistra na Teologia Adventista do Sétimo dia. Andreasen pediu que o livro não fosse publicado, e argumentou extensivamente com os líderes da igreja para corrigir as idéias equivocadas. A igreja revogou suas credenciais ministeriais em 1961, mas reintegrou-o postumamente 10 dias após sua morte em 1962.  
“Temos feito publicações periódicas baratas do livreto “A Última Geração”  para trabalho missionário. Se você desejar centenas deles, ou mesmo mais, nos escreva).                          

a) "A mensagem atual . . . é uma mensagem procedente de Deus; ela traz as credenciais divinas, pois os seus frutos são para santidade." (EGW, RH, 3 de setembro de 1889).
"Esta mensagem, como tem sido apresentada [por Jones e Waggoner] deveria ir a toda igreja que alega crer na verdade, e conduzir o nosso povo a uma posição mais elevada. . . . Desejamos ver quem tem apresentado ao mundo as credenciais celestes." (ibidem, 18 de março de 1890).
Para hoje há também uma mensagem clara da verdade que tem credenciais celestes? "Em meio a gritos confusos, ... haverá um testemunho especial, uma mensagem especial de verdade apropriada para este tempo, cuja mensagem deve ser recebida, crida, e posta em prática. É a verdade, e não idéias fantasiosas, que é eficaz. A verdade eterna do Verbo permanecerá inalteráda, livre de todos os erros sedutores e interpretações espiritualistas, livre de todas imagens sedutoras caprichosamente desenhadas. Falsidades serão enfatizadas sobre a atenção do povo de Deus, mas a verdade estará vestida em suas belas vestes, puras, ... não contaminadas pelas falácias pelas quais Satanás procura, se possível,  enganar os próprios eleitos" (Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista, vol. 7, pág. 984; originalmente publicado na Review and Herald de 13 de outubro de 1904).
Estamos confiantes de que quando a confusão for resolvida, "um acordo" pentecostal voltará a prevalecer entre o povo de Deus, "não em uma plataforma de erro" (EGW, Testemunhos Especiais, Série B, n º 2. pág. 47. Artigo intitulado "Testemunhos para a Igreja, contendo cartas aos médicos"), mas na "mais preciosa" visão de 1888 que Ellen White endossou com tanto entusiasmo. (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 91, 92).

b) Escrevendo sobre a oposição que se levantou entre a liderança contra Waggoner e Jones, a serva do Senhor escreveu: “Ministros, não desonreis ao vosso Deus nem ofendais ao Seu Santo Espírito, fazendo comentários sobre os caminhos e as maneiras dos homens que Ele quis escolher. Deus conhece o caráter. Vê o temperamento dos homens que Ele escolheu. Ele sabe que ninguém a não ser homens sinceros, firmes, determinados, de sentimentos fortes, verão nesta obra sua vital importância, e darão tal firmeza e decisão a seus testemunhos que estes abrirão brecha nas barreiras de Satanás.
“É para o seu bem que Deus dá aos homens conselhos e reprovações. Envia Sua mensagem, dizendo-lhes o que é necessário para a época — 1897. Aceitastes a mensagem? Atendestes ao apelo? Ele vos deu a oportunidade de vir armados e equipados em auxílio do Senhor. E havendo feito tudo, disse-vos Ele que ficásseis firmes. Mas vós vos preparastes? Dissestes: ‘Eis-me aqui, envia-me a mim’? Isa. 6:8. Sentastes-vos quietos e nada fizestes. Deixastes que a Palavra do Senhor caísse desatendida por terra; e agora o Senhor tomou homens que eram meninos quando vós estáveis na parte mais avançada da frente da batalha, e lhes dá a mensagem e a obra que não tomastes sobre vós. Sereis para eles pedras de tropeço? Criticareis? Direis: ‘Estão saindo do seu lugar’? No entanto não preenchestes o lugar que eles agora são chamados a ocupar” (Testemunho para Ministros, págs. 412 e 413).

2) Ellen G. White em “O Desejado de Todas as Nações”, pág. 582 (3ª pág. do capítulo 64, intitulado “Um Povo Condenado”).

Notas:                                                                      
O video do Pr. Paulo Penno desta lição em inglês está na internet em: https://www.youtube.com/watch?v=HsgGRDspzgo  Também esta introspecção da lição da Escola Sabatina desta semana está na internet em: http://www.1888mpm.org

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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