Para
16 a 23 de julho de 2016
Quer falar sobre linguagem
vívida, intensamente interessante? A Bíblia supera nisso todos os livros.
Ezequiel narra como Deus lhe
mostrou Israel como num vale repleto de “ossos
secos, branqueados pelo sol”, —um vasto panorama da morte espiritual. Então
Ele dirigiu ao profeta uma pergunta simples: “Podem estes ossos viver?’ Eu disse, ‘Mestre Deus, só Você sabe isso’” (Eze.
37: 1-3, The Message). Era uma representação do estado espiritual da verdadeira
Igreja de Deus então.
O foco principal da visão não é
a “primeira ressurreição” física e a “nova terra”, apesar de que pode ser uma
aplicação disso. Mas ninguém que está espiritualmente morto agora terá a chance
de chegar à “primeira ressurreição”. É agora que devemos experimentar uma
conversão viva.
De acordo com o que Cristo diz
em Apo. 3:14-21 sobre a Sua verdadeira Igreja nestes últimos dias, “o vale de ossos secos,” é perturbador.
Não é história antiga. Ezequiel poderia ter orado por aqueles “ossos secos” 24 horas por dia durante
um século (reuniões de oração sem fim!), e nada teria acontecido. (Algumas
igrejas jejuam e oram e ainda nada acontece para mudar sua morte espiritual).
Em Eze. 37:4-12, o Senhor disse
ao profeta o que fazer: “Profetiza sobre
estes ossos” — e ele o fez. Deus não estava a ponto de ressuscitá-los
unilateralmente; Ele exigiu a ajuda do profeta. Mesmo o “fôlego” final que lhes entrou foi fruto de Ezequiel “profetizar” (vs. 10). Eles devem ter “o evangelho eterno”. Os “ossos secos” devem ser alimentados com
a Palavra.
Está a sua igreja “morta”? As
crianças morrem de fome? A juventude? Sim — ore; mas não se esqueça da lição de
Ezequiel — nada vai funcionar a não ser o anúncio do “evangelho eterno”, “a
mensagem do terceiro anjo, em verdade”, a palavra da cruz (Apo. 14:6-15).
Isso fará com que os ossos “vivam”.
Em Ezequiel 47, uma nova
profecia é dada que antecipa um templo já restabelecido em Jerusalém. Na visão,
Ezequiel viu o templo de Deus em Jerusalém. A presença de Deus tinha retornado
novamente ao Seu templo. Mas o templo parecia ter um vazamento: “[O homem] me
trouxe de volta para a porta do templo; e havia água, fluindo por debaixo do
limiar do templo, para o oriente, para a frente do templo voltado para o leste”
(Eze. 47: 1, NJKV).
Em contraste com os rios
destrutivos que correm do deserto para o Mar Morto, vemos que o rio fluindo do
templo é retratado como o centro e fonte de saúde e prosperidade para a comunidade.
No entanto, para que o templo
de Deus seja a fonte de saúde e prosperidade para uma comunidade, o rio que
flui para fora tem que vir de uma fonte que dá vida saudável. Anos depois das
profecias de Ezequiel, o profeta Zacarias declarou que “uma fonte [será ] aberta
para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para purificação do
pecado e da imundícia” (Zac. 13: 1). Ellen White diz: “As águas dessa fonte
possuem propriedades medicinais que hão de curar tanto as enfermidades físicas
quanto as espirituais. Dessa fonte emana o poderoso rio visto na visão de
Ezequiel”.1 a
Essa promessa de Zacarias terá
o seu cumprimento final antes do fim, quando o povo de Deus vem para ver sua
realidade que ainda em grande parte não se realizou. Em seguida, o complemento
de Pentecostes se dará, tão certo como o dia se segue à noite — “a chuva
serôdia”.
O Dia da Expiação está
envolvido. Os resultados práticos da grande purificação do santuário celeste se
realizarão quando a conclusão da profecia de Zacarias for cumprida: “Naquele dia haverá uma fonte aberta para a
casa de Davi (*a liderança da igreja)
e para os habitantes de Jerusalém (*os membros da igreja) para remover o pecado e a impureza”
(Zac. 13: 1).
Abençoada purificação! Ela só
pode ser realizada no Dia da Expiação. Será o resultado prático da “expiação
final”, uma reconciliação final de coração com Cristo. Somente a partir do
Santíssimo do santuário pode o nosso grande Sumo Sacerdote realizar esta obra
da justificação pela fé nos corações de Seu povo.
Essa “purificação” deve ser uma
derradeira pela razão de que o arrependimento é, obviamente, final. Finalmente,
os “habitantes de Jerusalém” (a
igreja) foram habilitados a discernir as implicações de seu pecado. Vêem a cruz
na sua realidade.
Este “luto” ou arrependimento
será o oposto de uma preocupação egocêntrica de passar nos testes do juízo
investigativo, porque o povo de Deus encontra a capacidade única de transcender
a sua própria experiência egocêntrica exclusiva anterior. A Escritura diz: “e pranteá-Lo-ão sobre Ele, como quem
pranteia pelo filho unigênito” (Zac. 12:10). Assim, a preocupação será
centrada completamente em Cristo, e não com a sua própria segurança pessoal.
Esta experiência concorda com a estranha profecia em “O Grande Conflito”, pág. 619, de que os remidos, após o fim do
tempo de graça, não sofrem de preocupação por sua própria salvação, mas temem que,
se “provem indignos, ... então o santo nome de Deus seria difamado”.b
Qual será o núcleo dessa
experiência que Zacarias prevê? O sacrifício de Cristo oferecido no Calvário,
onde a Expiação foi “completa”. Qual será o resultado da experiência de
contemplar, assim, a Expiação? A limpeza “do pecado e da impureza” do povo de
Deus, envolvendo uma nova apreciação do sacrifício de Cristo e uma relação nova
e completamente única para com Ele — “como
quem pranteia por seu filho único”.
É por isso que Ellen White
tantas vezes declarou que “a mensagem do terceiro anjo, em verdade” é
essencialmente “Jesus Cristo, e Este crucificado” (*1ª Cor. 2:2).
A nossa história denominacional
está apenas a um passo do Calvário. Uma vez vejamos o nosso verdadeiro
envolvimento na crucificação de Cristo, estamos preparados para reconhecer o
nosso envolvimento no pecado de rejeitar a chuva serôdia e mensagem do alto
clamor de 1888. Não podemos mais presunçosamente deixá-la para trás, dizendo:
“Isto não me diz qualquer respeito, pois eu nem era nascido, então”, mais do
que podemos varrer para baixo do tapete o nosso envolvimento com a cruz. Tão
certo quanto a sombra do Calvário paira sobre os judeus como uma nação, assim
certamente faz pairar a sombra de 1888 sobre nós como uma Igreja. “Exatamente
como os judeus”.c
Com olhos ungidos, podemos ver
as inúmeras evidências em torno de nós de que estamos repetindo a história
hoje, o mesmo orgulho espiritual e profissional, a mesma resistência da verdade
e auto-humilhação. Tão certo como os líderes e as pessoas mais e mais examinam aqueles
quatro volumes dos “Materiais de 1888 de
Ellen G. White”, essa convicção assumirá mais firme posição na consciência
adventista.d
--Paul E. Penno
Nota
do autor:
1)
Testemunhos
Para a Igreja, vol. 6, pág. 227
Notas
do tradutor:
a)
O texto continua na pág.
228: “E
junto do ribeiro, à sua margem, de uma e de outra banda, subirá toda sorte de
árvore que dá fruto para se comer; não cairá a sua folha, nem perecerá o seu
fruto. Nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do
santuário; e o seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio”. (Ezequiel 47: 8, 9, 12).
b) O Grande Conflito, pág. 619, 1º
parágrafo: “Embora o povo de Deus esteja rodeado de inimigos que se esforçam
por destruí-lo, a angústia que sofrem não é, todavia, o medo da perseguição por
causa da verdade; receiam não se terem arrependido de todo pecado, e que,
devido a alguma falta, não se cumpra a promessa do Salvador: ‘Eu te guardarei da hora da tentação que há
de vir sobre todo o mundo’ (Apoc. 3:10). Se pudessem ter a segurança de seu
perdão, não recuariam da tortura ou da morte; mas, se se mostrassem indignos, e
perdessem a vida por causa dos seus defeitos de caráter, o santo nome de Deus
seria então vituperado”.
c) Por mais de 100
vezes Ellen G. White disse que a igreja de Deus nestes últimos vai judaizar os
judeus. Isto é, vai repetir a atitude do povo de Israel de então. ("Just
like the Jews.")
d) O
Irmão Severino Kull traduziu e está em fase final de impressão destes 4 volumes.
Entre em contato com ele: Silverino
Kull, silverinokull@gmail.com, coordenador
do IAGE Campestre (“Instituto de Agricultura e Evangelismo”) iage.vidanocampo@gmail.com, fones (021)
9 7351-6167, claro; (021) 9 9580-5688, vivo.
Notas: o vídeo, em inglês,
desta lição está na internet em: https://www.youtube.com/watch?v=4jQgG_Huifo
O
texto acima, do autor, também em inglês, você o encontra em http://1888mpm.org
Paulo
Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na
Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no
endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi
ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na
Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos
escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva
Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele
escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja
Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos
sobre vários conceitos da mensagem de 1888. Ele foi jubilado em julho de 2016. O
pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós
usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador
do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de
2015, realizado na igreja adventista Valley
Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
Atenção, asteriscos (*…) indicam
acréscimos do tradutor.
____________________________________________________