quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Lição 4 - Criação, Um Tema Bíblico, por Daniel H. Peters

Para 19 a 26 de janeiro de 2013

"E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra ... dizendo com grande voz: "Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora de Seu juízo. E adorai Aquele que fez o céu e a terra, e o mar, e as fontes das águas" (Apoc. 14:6, 7).
Esta é a convocação alta e clara do primeiro anjo para se adorar o Criador do mundo, e adorá-Lo no dia em que Ele descansou de toda a Sua obra.
A criação é um tema bíblico1 por causa de Cristo. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. ... E o Verbo Se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade" (João 1:1-3, 14).
Cristo, o Criador, é o "poder de Deus" (1ª Coríntios. 1:24); "a mensagem da cruz ... é o poder de Deus" (v. 18), e o “evangelho de Cristo, ... é o poder de Deus para a salvação" (Rom. 1:16). Assim, vemos que a Palavra é o poder de Deus, e o Verbo criou todas as coisas a partir do nada, e que elas apareceram onde não existiam antes que Ele falasse.
"O Evangelho é o poder de Deus para a salvação, para todo aquele que crê; o poder de Deus é visto nas coisas que Ele fez, porque a criação é a capacidade do poder de Deus; o objetivo do Evangelho é restaurar “o que se havia perdido” (*Lucas 19:10); —para criar de novo—, portanto, seu poder é o mesmo que criou o mundo no princípio."2
A Adão foi dito, a respeito da árvore do conhecimento do bem e do mal: "no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gên. 2:17). Quando ele comeu dela não morreu, mas Outro morreu — por quê? "O poder de Deus" é "o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo" (Apoc. 13:8).
Paulo é claro sobre isso: "Pois assim como por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens, para justificação de vida" (Rom. 5: 18) (*outra versão diz: “para justificação que dá vida”). O ato de justiça de Cristo criou uma continuidade da vida para o pecador que não existia antes. Foi aqui que Cristo tornou-Se o Segundo Cabeça da humanidade (*o Segundo Adão, o nosso Segundo Pai).
O Criador foi feito para ser uma nova criação — algo nunca antes conhecido ou visto. "Pois Ele [*Deus, vs. 20] fez, Àquele que não conheceu pecado, para ser pecado por nós, para que nós pudessemos ser feitos a justiça de Deus em Cristo" (2ª Coríntios. 5:21, KJV). Nisto reside a ciência da redenção — a cruz de Cristo. A cruz, esse poder de criação, é o que restaura o homem de volta à imagem de Deus.
"A criação e redenção são uma e a mesma coisa, como lemos em Colossenses 1:11-16: Em Seu Filho "temos a redenção pelo Seu sangue, a saber, a remissão dos pecados (*vs. 14) ... porque nEle foram criadas todas as coisas" (*vs.16). A cruz de Cristo é criação."3 “Se Ele não fosse Criador, Ele não poderia ser Redentor ... Isto significa simplesmente que o poder redentor e o poder criativo são a mesma coisa. Resgatar é criar."4
"‘No princípio, Deus criou o céu e a terra’ (Gên. 1:1). Nesta breve frase temos toda a verdade do Evangelho resumida"5 “A própria criação se originou no propósito de Deus para que Ele pudesse glorificar-Se na redenção de Seu povo"6
O primeiro capítulo do Gênesis nos dá a história, o meio, e o ato de criação; mas não foi escrito no momento da criação — e este é um ponto importante. Moisés escreveu o livro de Gênesis quase 2.000 anos após a criação. Ele o escreveu pouco antes de Deus tirar Seu povo do Egito. Então, uma vez que a história da criação não foi escrita no ato da criação, mas muito tempo depois, não lhe parece claro que houve um propósito no relato dela, além dele estar sendo apenas um registro da criação?
"Vê você o objetivo na entrega do Gênesis somente então? O (*intento de Deus) foi, assim, que eles deviam familiarizar-se com a criação, com o poder criativo, de modo que Deus, por Seu poder criativo, pudesse recriá-los e trazê-los para o novo mundo que Ele estava para criar e dar a Abraão, de acordo com o que Ele lhe havia prometido.
"O objetivo de Deus em só dar (*o livro) de Gênesis na véspera do êxodo, foi para que Seu povo pudesse estar preparado para fazer a obra que Ele tinha que fazer através deles, por todo o mundo: a obra pela qual Ele iria prepará-los para a obra que Ele estava para fazer por meio deles. Porque a obra de Deus é sempre criativa.
"O que Deus faz é sempre por criação. O maior objetivo de todos para o qual Deus estava tirando Seu povo (*do Egito), era o mundo recém-criado. Mas era impossível que eles pudessem vir para ele sem eles mesmos serem novamente criados. Portanto, a fim de que eles pudessem ter instrução em criação, Ele escreveu um relato da criação como uma lição objetiva, uma escola de instrução para cada alma, para que todos pudessem se familiarizar com os processos divinos, com os recursos de Deus, com o poder criador de Deus, de modo que a obra de Deus por eles pudesse ser realizada através da obra primeiro feita na pessoa de Cristo."7
Não é de admirar, então, que tanto Waggoner quanto Jones, na apresentação da mensagem de 1888, a “mui preciosa mensagem” (TM, 91), temperassem seus escritos com frequentes e múltiplas referências à criação e o poder de Deus como o Criador. Eles entenderam que o primeiro capítulo do Gênesis é verdade presente para nós.
Essa palavra, pelo qual Deus criou o céu e a terra, no início, é a palavra do evangelho, que é agora revelado a nós através da mensagem de 1888. As primeiras palavras de Gênesis são a pregação do evangelho. "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Efésios 2:8-10).
Os passos sucessivos de seis dias literais na criação do mundo não foram tomados por desenvolvimento a partir da criação original. Como foram essas medidas tomadas? Por criações sucessivas de seis dias literais. Isso nos diz: Nós nos tornamos um cristão somente por criação; continuamos a ser um cristão só pelo poder criativo; e nós crescemos na graça cristã apenas por sucessivas criações de Deus. Quando cremos que isso só pode ser feito pela criação, o eu desaparece completamente, e nós simplesmente temos que nos render.
Agora podemos começar a ver o propósito (*de Deus) de dar a Israel o registro da criação, ao eles saírem do Egito. Deus queria que todo Israel soubesse que o poder criativo de Deus era a vida deles. Mas isto foi adiado pela rejeição da mensagem de 1888, a qual veio a nós hoje. Nós somos o povo a quem Deus escreveu o primeiro capítulo do Gênesis.
Ser crucificado com Cristo nos deixa (a nosso ego) mortos. No entanto, vivemos, mas não nós, é Cristo que vive em nós, porque Ele nos ama, Gál. 2:20. Nós não temos justiça, portanto, a justificação pela fé é um ato de criação, e a Sua justiça "é revelada, [se descobre, Alm. Fiel) de fé em fé" — ou desde a criação até a criação (Rom. 1:17, KJV). Cristo colocou a Sua própria perfeita justiça em nós, e dentro de nós, por declarar-nos sermos justos como Ele fez a Abraão quando este creu, Gên. 15:6. Justiça é perfeita obediência à lei de Deus — é o meio pelo qual o santuário é purificado.
O poder da mensagem de 1888 é o poder da cruz, que é o poder de Cristo, que é o poder de Deus, que é o poder do evangelho, que é o poder de Deus como Criador, para criar em nós o homem perfeito — de fé em fé — de glória em glória — da criação à criação.
"Nós vimos a Sua obra na criação como uma evidência de Seu poder na redenção. Nossos corações estão cheios de gratidão por Seu grande amor."8
É a criação um tema bíblico? Na verdade, mais do que jamais imaginamos!

- Daniel H. Peters

Notas:
1) O tema da Criação é uma realidade que impregna todas as Escrituras.
2) E. J. Waggoner, um dos dois mensageiros de 1888, na lição de nº 7 da série Lições do livro de Hebreus, "Vemos Jesus".
3) Idem, lição 16, "Descansando em Deus."
4) E. J. Waggoner outra vez, O Evangelho na Criação, capítulo 16.         
5) Ibidem                                                                                                  
6) Ellen G. White, “The Gospel Herald” (O Arauto do Evangelho), de 11 de junho de 1902, vol. 4, nº 23, pág. 178.
7) Alonzo T. Jones, o outro mensageiro de 1888, "Why Genesis?" (Por que Gênesis?), 4 de abril de 1901.
8) Ellen G. White, Review and Herald, de 4 de fevereiro de 1902. 



O irmão Daniel Peters vive na parte leste da cidade de Los Angeles, Estado da Califórnia, EUA, e trabalha como Conselheiro Oficial antidrogas e álcool para mães e mulheres grávidas. O seu coração foi sensivelmente tocado pela “mui preciosa mensagem” (Test. p/ Ministros, págs. 91 e 92) e sua vida tem sido apaixonadamente dedicada a esta mensagem que Deus outorgou à Sua igreja em 1888. Ele e sua família são membros da igreja adventista do sétimo dia de Whittier, uma cidade a 19 kms ao sul de Los Angeles, localizada no nº 8841 na Calmada Avenue, Whittier, Ca. 90605, EUA. Ele é tataraneto de Ellet J. Waggoner. O irmão Daniel é um ardoroso estudante da Bíblia e do Espírito de Profecia e de toda literatura relativa à mensagem de 1888. Ele foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, realizado em 21 e 22 de maio de 2010) na Igreja Adventista do Sétimo Dia da cidade de Reno, estado de Nevada, localizada na 7125 Weest 4th Street.

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