quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Lição 5 - Criação e Moralidade, por Arlene Hill

Para 26 de janeiro a 2 de fevereiro de 2013




Toda verdadeira moralidade tema sua origem a partir do Ágape de Deus. O dicionário define moral ou moralidade como "relacionado com, lidar com, ou capaz de, na conduta, fazer a distinção entre o certo e o errado " (New World Dictionary). Às vezes, nós nos referimos à "lei moral", significando nossas obrigações para com os outros. Compreendido desta forma, é fácil ver como os Dez Mandamentos encarnam a compreensão de Deus das obrigações dos seres humanos entre si.
Quando Deus veio para investigar o assassinato de Abel, perguntou a Caim onde estava Abel. Caim disse que não sabia, e perguntou: "Sou eu o guardador do meu irmão?" (Gên. 4:9). Deus não respondeu diretamente, mas Ele deixou claro que Caim pecou por violar o direito de seu irmão viver. A fim de desfrutar a companhia uns dos outros, todos têm certos direitos básicos. Até os animais têm instintos que ecoam alguns desses direitos.
Num programa da National Geographic foi ao ar, um documentário fotojornalistico de uma manada de elefantes. O rebanho encontrou um bebê elefante que não pertencia ao grupo. Ele estava de pé ao lado de sua mãe morta chorando, impotente na noite da Savana, porque ele era muito jovem para cuidar de si mesmo. O bando estava curioso e se juntaram em torno dele e do corpo de sua mãe, mas depois de um tempo o rebanho seguiu em frente, deixando o filhote fazendo a única coisa que sabia fazer, chorar na escuridão. Os elefantes têm excelente audição e os seus gritos eram aparentemente demais para as matriarcas do rebanho (*suportarem), e, não muito tempo depois, toda a manada retornou para o bebê e lhe permitiu juntar-se a eles permanentemente.
É tentador atribuir moralidade às ações dos elefantes, mas sabemos que os animais não foram criados com a capacidade de distinguir entre o certo e o errado, a não ser para responder a instintos. Uma mãe urso não defende seus filhotes porque ela sabe que é a coisa certa a fazer, (*mas) ela está exercendo um forte instinto. Os seres humanos têm instintos, mas também nos foi dada a capacidade de raciocínio entre as ações certas e erradas.
Há uma grande diferença entre o homem e os animais. "Disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança" (Gên. 1:26). Deus fez o homem "para ser um companheiro para Ele e os anjos. Mas o homem é tão dependente de Deus para a vida como o são os animais sobre os quais lhe foi dado o domínio" (E. J. Waggoner, The Present Truth, 2 de agosto de 1894, pág. 485).
Qual foi o propósito de Deus na criação dos animais e do homem? Deus fez o homem para dominar, e nesse aspecto ele era para ser um associado com Deus. "Todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos pés" (Heb. 2:8). Ao homem foi dada a liberdade de escolher por si mesmo. "É a liberdade da vontade que dá ao homem a possibilidade de ser um companheiro de Deus" (ibidem).
Considerando-se que toda moralidade se origina de Deus, que é Ágape, podemos facilmente ver por que aos seres "feitos à Sua imagem" foi dada a capacidade de (*decidir) racionalmente o certo do errado. Deus queria que os seres humanos interagissem pacificamente uns com os outros, mas o pecado desorientou isto. O pecado focou o interior dos seres humanos. Adão era tão apaixonado por Eva que ele estava disposto a juntar-se a ela em pecado, porque ele sabia que ela teria que morrer, e ele não queria viver sem ela. No entanto, ao Deus confrontar o pecado deles, sua única desculpa foi culpá-la. O pecado mudou a natureza de Adão e era somente esta natureza que ele tinha para passar a seus filhos. Nossa inclinação natural é cuidar de nós mesmos em primeiro lugar.
Como podem seres egoístas descobrir a sua obrigação moral para com os outros? Só Cristo pode ser o nosso Guia. Deus amou o mundo de tal maneira que Ele estava disposto a alterar a configuração da Divindade para sempre quando Jesus tomou sobre Si a natureza humana. Essa é a melhor dimensão do valor que Deus põe em Sua criação. Nossas obrigações para com nossos semelhantes originam-se disso. Assim, grande parte da humanidade tem escolhido contra o dom da vida que Cristo conquistou para nós na cruz, mas Ele morreu por nós assim mesmo. Não podemos dizer, então, que a nossa obrigação moral para com os outros é dependente de quão digno o outro é; a nossa obrigação recai exclusivamente sobre o fato de que somos irmãos, e todos pertencemos à família de Deus.
"E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé" (Gál. 6: 9 e 10). "Apesar de muitos a quem Ele [Jesus] trouxe alívio, nunca mostraram o menor sinal de apreço, isto não fez diferença para Ele. Ele veio para fazer o bem e não para ser apreciado .... Fazer o bem aos outros deve ser considerado um privilégio a ser apreciado e não um dever penoso a ser dispensado" (Ellet J. Waggoner, em The Glad Tidings, Boas Novas, págs. 134-136).
A mensagem de 1888 ensina que quando Cristo Se encarnou, Ele tomou sobre Si a humanidade de todo o mundo quando Ele veio como o segundo Adão, como Paulo descreve em Romanos, capítulo 5. Por isso, estamos moralmente obrigados a considerar tudo como vindo de Cristo, embora muitos se desviaram de Deus e se rebelaram contra o Seu dom da vida. Nós nos beneficiamos da paz na Terra que Cristo restaurou, ao levar-nos à Sua cruz e pagar a nossa pena pelo pecado. Nenhum pecador pode reivindicar superioridade sobre seu semelhante, em vista do fato de que o nosso imperativo moral deriva da cruz. Mesmo a nossa fé nos é dada por Cristo. "A fé que Ele nos dá é a Sua própria fé, experimentada e aprovada, e não vai nos desapontar em qualquer conflito. Nós não somos exortados a tentar fazer, assim como Ele fez, ou tentar exercer tanta fé quanto Ele tinha, mas simplesmente tomar Sua fé, e deixá-la trabalhar por amor, e purificar o coração. Ela vai fazer isso! " (Idem, pág. 41, ênfases no original).
"Só em, e por meio dEle, é que a vida de Deus flui para toda a criação. Ele é, então, o recurso, o instrumento, o mediador, o caminho, pelo qual a luz da vida permeia o universo. Ele não Se tornou primeiro mediador quando da queda do homem, mas era tal desde a eternidade. Ninguém, não simplesmente qualquer homem, nenhum ser criado, vem ao Pai senão por Cristo (Ver João 14:6). Nenhum anjo pode estar na presença divina, exceto em Cristo. Nenhum novo  poder foi desenvolvido, nenhuma nova máquina, por assim dizer, foi obrigada a ser posta em movimento, pela entrada do pecado no mundo. Somente o poder que criou todas as coisas continuou na infinita misericórdia de Deus para trabalhar pela restauração do que foi perdido" (ibidem, pág. 76, ênfase no original).
"As declarações, muitas vezes repetidas, de que o Senhor é o Criador, foram inspiradas para ser uma fonte de força. Observe como a criação e a redenção estão conectados no primeiro capítulo de Colossenses .... ‘Porque nEle, foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra (vs.16) ... Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nEle habitasse (vs. 19), ...  e que, havendo por Ele feito a paz pelo sangue da Sua cruz, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas’ (vs.20). "Não é por acaso que a declaração maravilhosa a respeito de Cristo como Criador está conectada com a afirmação de que nEle temos a redenção. Não. ... É para o nosso conforto que nos é dito que a cabeça da igreja é o Criador de todas as coisas. É-nos dito que Ele sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder, Hebreus 1:3, a fim de que possamos descansar na certeza de que ‘a mão que sustenta toda a natureza deve guardar perfeitamente Seus filhos’" (Ellet J. Waggoner, Christ and His Righteousness, Cristo e Sua Justiça, págs. 39-41).

Arlene Hill

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642.
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