sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Lição 1 — História e Histórias, por Paul E. Penno

Para Para a semana de 26 de setembro - 2 de outubro de 2010


As lições deste trimestre levam a sério as histórias da Bíblia como história. Os autores estão de parabéns por esse esforço digno. Por quê? O moderno "Adventista" mostra pouco ou nenhum interesse em nossa história. Os historiadores, bibliotecários e os depositários das obras de Ellen G. White nos informam que a menor seção de estantes de livros visitada é a da história da igreja.

Por que existe essa falta de preocupação com o estudo do passado por parte de membros da igreja e líderes, jovens e idosos? Não há nenhuma maneira que nós possamos ir contra a avaliação de Jesus sobre a igreja atual, ela não sente nenhuma necessidade. "Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta" (Apocalipse 3:17). Por que mudar se as coisas parecem estar indo bem?

Ignorância proposital, ou até mesmo involuntário equívoco da história sagrada é terrivelmente perigoso. George Santayana disse sabiamente: "Uma nação que não conhece a história está fadada a repeti-la." Ellen White coloca isto de modo ainda mais forte: "O Senhor declarou que a história do passado repetir-se-á ao entrarmos na obra finalizadora" (Mensagens Escolhidas, livro 2, pág. 390). "Nada temos a temer, quanto ao futuro exceto se nos esquecermos a maneira como o Senhor nos guiou, e seus ensinamentos na nossa história passada" (Life Sketches of Ellen G. White, pág. 196 (1902). Que lições pode o Israel moderno aprender com os reavivamentos e fracassos do antigo Israel?

Por uma série de milagres Deus libertou Israel da escravidão egípcia, a fim de trazê-los para a terra que Ele havia prometido a seus pais. A verdade presente para eles era subir e possuir a herança, Números 13:30. Sua resposta à mensagem de Deus foi: "Não podemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós” (Números 13: 31). Em vez de acreditar na promessa do Novo Concerto de Deus, eles se concentraram sobre a lei da auto preservação, motivados pelo medo, que é a base do antigo concerto deles. Seu pecado do egocentrismo era tão grande que a mensagem do Senhor para eles agora foi: "Não subais" (*Números 14: 42). A geração inteira deve vagar por quarenta anos e morrer no deserto (*vs. 33).

Da mesma forma, Jesus veio para a Igreja Adventista do Sétimo Dia na Sessão da Conferência Geral de 1888, como um Amante para apresentar a verdade da cruz, que derrete o coração, por meio de Seus mensageiros delegados, Alonso T. Jones e Ellet J. Waggoner. Deus iria terminar a obra e enviaria Jesus para a colheita madura. 1888 marca o início do aguardado derramamento da chuva serôdia e do alto clamor.

A história e a inspiração, (*referindo-se) à Chuva Serôdia e ao Alto Clamor, são claras ao dizer que "Sofreu resistência a luz que deve iluminar toda a Terra com a sua glória (*referência a Apoc. 18:1) e, pela ação de nossos próprios irmãos, tem sido, em grande medida, conservada afastada do mundo" (Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 235;.

Esta é a principal razão para o atraso na finalização da nossa comissão evangélica. O Senhor não adiou Sua volta, nós a temos adiado. Não há problema mais grave para esta igreja mundial enfrentar do que o nosso relacionamento com o Espírito Santo, a terceira pessoa da Divindade. A mensageira inspirada do Senhor disse sobre a experiência de 1888: "Eu sei que naquele tempo o Espírito de Deus foi insultado" (Carta S24 (*S = Smith) escrita em 19/9/1892, por EGW, da Austrália, a Uriah Smith, um dos principais opositores em Mineápolis. Aparece na compilação Manuscript Releases, vol. 15, pág. 83. Agora, recentemente, na coletânea de materiais de 1888, The Ellen G. White 1888 Materials, Vol. 3, pág. 1043).

Por que Ellen White, em algum momento, até sua morte, não preparou sua própria versão inspirada de um reexame de 1888 e não conclamou (*a igreja) para um arrependimento corporativo? Pela mesma razão que Moisés, durante os quarenta anos de Israel vagando (*no deserto) até à sua morte, nunca apelou para uma nova tentativa de conquistar Canaã por meio de uma nova marcha contra Ai. Israel devia vagar quarenta anos completos. Por que persistir tediosa e continuamente em Cades? Este pecado do povo era muito profundo e nunca poderia ser realmente erradicado durante sua vida. Só uma geração nova (com exceção de Calebe e Josué) poderia ser como "criancinhas" em matéria de fé.

De 1888 até aproximadamente 1901, Ellen White, de fato, repetidamente chamou ao arrependimento denominacional, começando com a liderança em Battle Creek. Ela disse expressamente que o que ela esperava ver cumprida na conferência de 1901 era um reavivamento espiritual e uma reforma que iria reverter a descrença de 1888, veja The General Conference Bulletin, (Boletim da Conferência Geral) de 12 de April de 1901.


Por volta do final do ano de 1901 uma convicção começou, aparentemente, a ser formada em sua alma, que levou até à confissão sincera no dia 15 de janeiro de 1903, na carta a Jesse Arthur: "O resultado da última Conferência Geral foi a maior, a mais terrível tristeza da minha vida.
Nenhuma mudança foi feita" (Manuscript Releases, vol. 13, pág. 122).

A falha do antigo Israel para entrar na terra prometida começou com a promessa velho-concertista, "Tudo o que o SENHOR tem falado, faremos" (Êxodo 19:8). Depois que aquela geração morreu no deserto, a nova geração atravessou o Jordão inflamados pela fé na promessa do concerto de Deus (Josué 3:17). Por um breve momento, estes jovens aprenderam a lição do fracasso de seus antepassados e se arrependeram, sabendo que eles também podiam cometer o mesmo erro.

Com certeza, nenhuma dessas experiências de arrependimento eram permanentes ou completas, mas o caráter de Deus era constantemente exercido em liderar Seu povo organizado ao arrependimento. "Onde é o redil no qual lobos não vão entrar? Digo-vos ... o Senhor tem um corpo organizado, por cujo intermédio Ele irá operar. Pode haver mais de uma vintena de Judas entre eles ... mas o grande Mestre procura dar lições instrutivas para corrigir esses males existentes. Ele está fazendo hoje a mesma coisa com a Sua Igreja. Está indicando os seus erros (sic). Ele está apresentando a mensagem laodiceana. ... O Senhor tinha uma igreja a partir daquela época, em todas as mudanças ocorridas no tempo, até o período presente (1893). A Bíblia nos põe diante de uma igreja modelo. Seus membros devem estar em união uns com os outros e com Deus" (Mensagens Escolhidas, livro 3, págs. 17 e 18., coletado do Manuscrito 21, de 1893)

O reavivamento do Novo Concerto não durou muito tempo com o antigo Israel, porque o modelo já tinha sido criado e transmitido de geração em geração, de mente para mente, por uma fé motivada pela preocupação egocêntrica. É a posição padrão inata de negligência. Isso resultou no ponto mais baixo da descida de Israel ao tornar-se a calda ao invés da cabeça (*como Deus planejara, Deut. 28:13) no que diz respeito às nações da Terra. "Cada um fazia o que parecia bem aos seus próprios olhos" (Juízes 17:6).

A lição diz que "O povo de Israel foi influenciado negativamente pela cultura circundante" (Quarta-feira, 29 de setembro, 2ª linha). Com certeza, quando eles não creram no concerto eterno do amor de Deus, prometido através de seu Fiador, Cristo, o vácuo foi preenchido por todo tipo de auto-satisfação de filosofias pagãs que os escravizaram.

O clamor por um rei, como todas as outras nações tinham, foi uma rejeição do governo de Deus (1º Sam. 8:6). Deus lhes permite fazer suas próprias escolhas, mas Saul é um mero reflexo de seu próprio estado espiritual. No decurso do tempo o reinado de Saul foi desmoralizante e sem visão.

Davi foi o ungido do Senhor, porque ele é "homem conforme o meu coração" (Atos 13:22). David identificou-se com o amor abnegado de Deus. Após sua unção David não pressionou por qualquer pretensão ao trono, tentando derrubar Saul, mas permitiu Deus cumprir a Sua promessa, com anos de perseguição e fé paciente.

De todos os reis de Israel, David foi o único que entendeu a Novo Concerto. Você não pode realmente crer no perdão dos pecados a menos que sua alma seja humilhada até o pó, por perceber a enormidade do pecado em si. David pediu, implorou, por limpeza de alma, não apenas o "perdão" legal (Salmo 51:10). Ele se conscientizou de que o "crime de sangue" de sua alma, incluía a culpa do sangue do Filho de Deus (vs. 14 e 4; compare com Atos 2:36). David consagrou o resto de sua vida ao trabalho missionário, de salvar almas, uma nova carreira (Salmo 51:12, 13). Sabia ele que Deus o havia "aceitado"? Sim, ele percebeu que uma medida paliativa não poderia ajudá-lo, ele havia sido salvo das próprias profundezas do inferno.

Os relatos bíblicos em 2º Reis e 2º Crônicas vividamente retratam a natureza dos avivamentos do antigo concerto, assim como são até hoje. Eles podem produzir resultados espetaculares, mas apenas por um breve tempo. Toda motivação egocêntrica é, em princípio, velho concertismo. A motivação do Novo Concerto é baseada na liberdade, uma resposta do coração para o amor (Ágape) de Cristo que "constrange" para um serviço voluntário a Ele, não imposto pelo medo de punição ou mesmo pela esperança de recompensa.

O povo de Deus, no Monte Sinai, rejeitou o glorioso Novo Concerto que Deus queria que eles apreciassem. Êxodo 19:4-6, e se prenderam à escravidão do velho concerto (v. 8). Este fato marcou a sua história para sempre.


Será que o velho concerto produzirá "um reavivamento e reforma" duradouros? A história diz, Não. O rei Ezequias em Jerusalém levou a nação a um poderoso "reavivamento e reforma" do velho concerto, fazendo tudo certo de acordo com a lei (2º Reis 18-20). Maravilhoso! Mas tudo caiu no reinado seguinte de seu filho, Manassés (cap. 21). Em seguida Josias, o neto de Ezequias, subiu ao trono (capítulo 22 até 23:30). Mais uma vez, um outro renascimento do velho concerto e reforma. Maravilhoso. Mas tudo desmoronou com a morte do rei Josias, e desde então foi ladeira abaixo até a ruína nacional (2º Cro. 36).

Como podemos nós, como seguidores de Jesus, passar por essa barreira, sempre presente, do amor de si mesmo? Como podemos nós como indivíduos, aprendermos a morrer para nós mesmos? Mais grave ainda, como podemos, como uma entidade corporativa, como uma igreja, ser "crucificados com Cristo"? É isto possível agora?

Antes de Jesus possa vir, o Seu povo deve aprender as lições de toda a história do passado e crescer. Jesus compara a sua preparação com a plantação de um agricultor, crescendo e amadurecendo, até que esteja pronta para a colheita (Marcos 4:26-29). O crescimento torna possível que Ele venha pela segunda vez para "ceifar" a "colheita" (Apoc. 14: 14 e 15). Mas a "ceara" não pode tornar-se madura senão quando a "chuva serôdia," do derramamento do Espírito Santo, venha (Joel 2:23, 24). Nada pode ser mais importante para a igreja do que buscar a bênção da chuva serôdia (Zacarias 10:1).

E onde está a boa nova? A chuva serôdia é uma mensagem de "uma muito mais abundante graça", uma visão mais clara do que o Salvador do mundo tem feito por nós, uma revelação de Seu amor (Ágape) que "constrange" toda a alma honesta de coração para viver para Ele e não para si mesmo (2ª Coríntios. 5: 14 e 15), para que esta verdade possa "iluminar a Terra com glória" (Apoc. 18:1-4).

Paul E. Penno

O irmão Paulo Penno é um pastor evangelista da igreja adventista da cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de A.T. Jones e E. J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Ig. Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele será o orador num seminário no sábado 16 de outubro de 2010, com o título As Boas Novas São Melhores do que Você Pensa, a se realizar na Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 9148 Nero Road, Brownsville, Califórnia, 95919, USA, fone (530) 675-2362.

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