quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Água Viva da Rocha.

A seguir lhes apresento parte do capítulo 26 do livro The Everlasting Covenant, (O Concerto Eterno) de Ellet J. Waggoner, um dos dois mensageiros de 1888, cap. 26, págs. 187 a 192. e que primeiro apareceu em forma de artigos, na revista --The Present Truth.

“Em vista do milagre da água procedente da Rocha, o próprio Senhor—podemos entender melhor a força de Suas palavras quando, mais tarde, assim expressou a grandeza do pecado deles em dEle se desviarem: Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o SENHOR. Porque o meu povo fez duas maldades: a Mim Me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram para si cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas’ (Jer. 2:12, 13).

“O salmista disse do Senhor: ‘Ele é a minha Rocha, e nEle não há injustiça’ (Salmo 92:15). Sua vida é justiça. Portanto, aqueles que vivem pela fé nEle vivem vidas justas. A água que procedeu da Rocha, no deserto, era para a vida do povo. Era a própria vida de Cristo. Se, portanto, ao beber dela eles tivessem reconhecido a fonte da qual procedeu, teriam estado bebendo em justiça, e teriam sido abençoados com justiça; pois está escrito, ‘Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos’ (Mat. 5:6). Se temos sede por justiça, e somos fartos, é somente por bebermos a justiça da qual tivemos sede.

“Jesus Cristo é a fonte de água viva. Assim, quando a mulher samaritana expressou surpresa por Ele lhe ter pedido para beber, ao estar junto ao poço de Jacó para tirar água, Ele lhe disse: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e Ele te daria água viva’. Ao ela reagir ainda surpresa por Suas palavras, Ele aduziu: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; Mas aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna (João 4:10-14).

“Essa água viva pode ser bebida agora por ‘quem quiser’. Pois ‘o Espírito e a noiva dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida’ (Apoc. 22:17).

“Essa água da vida da qual todos são convidados a beber livremente é ‘a pura água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro’ (Apoc. 22:1). Ela procede de Cristo, pois quando João viu o trono, do qual a água da vida procede, ele viu ‘no meio do trono’ ‘um Cordeiro em pé, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus, enviados por toda a terra’ (Apoc. 5:6).

“Se olharmos para o Calvário veremos isso tornado ainda mais claro. Ao Jesus pender da cruz, ‘um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água’ (João 19:34). Agora ‘três são os que dão testemunho: o Espírito, e a água, e o sangue; e estes três concordam’ (1 João 5:8). Sabemos que ‘o sangue é vida’ (Lev. 17: 11, 14), e que ‘o espírito vive por causa da justiça’ (Rom. 8:10); portanto, desde que o Espírito e a água e o sangue concordam em um, a água deve também ser a água da vida. Sobre a cruz Cristo derramou a Sua vida pela humanidade. Seu corpo era o templo de Deus, e Deus estava entronizado no Seu coração; assim a água da vida que fluiu de Seu lado ferido era a mesma água da vida que flui do trono de Deus, da qual podemos todos beber e viver. O Seu coração é a fonte aberta ‘para remover o pecado e a impureza’ (Zac. 13:1).

“É o Espírito de Deus que nos traz esta água; ou, antes, é por receber o Espírito Santo que recebemos a água da vida; e isso o fazemos pela fé em Cristo, que é representado pelo Espírito Santo. No último dia da festa dos tabernáculos, ‘Jesus pôs-Se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva. Ora, isto ele disse a respeito do Espírito que haviam de receber os que nele cressem’ (João 7:37-39).

“O Espírito Santo recebido no coração nos traz a verdadeira vida de Cristo, mesmo aquela ‘vida eterna, que estava com o Pai, e a nós foi manifestada’ (I João 1:2). Quem quer que receba de bom grado o Espírito Santo recebe a água da vida, que vem junto com o sangue de Cristo que purifica de todo o pecado. Essa teria sido a porção dos israelitas no deserto, se apenas tivessem bebido em fé. Na rocha que Moisés feriu, eles tinham, tal como os gálatas nos dias de Paulo, a Jesus Cristo ‘evidenciado ... como crucificado’ entre eles. Gál. 3:1. Estavam aos pés da cruz de Cristo como realmente fizeram os judeus que saíram de Jerusalém rumo ao Calvário. Muitos deles não conheciam o dia de sua visitação, e assim pereceram no deserto, assim como mais tarde os judeus não conheceram o Cristo crucificado, e assim pereceram em seus pecados na destruição de Jerusalém. ‘Mas, a todos quantos O receberam, aos que crêem no Seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus’ (João 1:12).

“Os israelitas nos dias de Moisés não tinham desculpas para não conhecer o Senhor, pois Ele Se fez conhecer a eles por muitos poderosos milagres. Não havia desculpas para não O reconhecerem como ‘o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo’ (João 1:29), pois tinham evidência diária de que Ele era a sua vida; a rocha ferida continuamente lhes falava da Rocha de sua salvação despejando a Sua vida por eles a partir de Seu lado ferido.

“Os remidos do Senhor deverão vir a Sião com cânticos, mas não lhes será forçado cantar. Eles cantarão por estarem felizes; porque nada, a não ser cânticos, expressará o seu gozo. Esse gozo é o gozo do Senhor. Ele os alimenta com pão do céu, e os fazem beber da água do rio de Seus prazeres. Isto é, Ele lhes concede a Si mesmo. Mas quando o Senhor nos concede a Si mesmo, nada mais há para dar. ‘Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós, como não nos dará também com Ele todas as coisas?’ (Rom. 8:32). Deus nos dá a Si mesmo dando-nos Sua vida em Cristo; e isso foi expresso aos israelitas na concessão da água da vida, que procedia de Cristo. Portanto, sabemos que tudo quanto o Evangelho de Cristo tem para os homens ali estava disponível aos filhos de Israel no deserto.

“Já temos aprendido que a promessa a Abraão foi o Evangelho. O juramento que confirmou aquela promessa é o juramento que nos dá forte consolação quando fugimos em busca de refúgio em Cristo, no santo lugar de Deus. Era para dar garantia aos israelitas quanto à livre graça de Deus, de modo que pudessem beber da vida de Cristo, se apenas cressem, a qual procedia da água da rocha. Era para assegurar-lhes que a bênção de Abraão, que é o perdão dos pecados mediante a justiça de Deus em Cristo, era para eles. Isso é mostrado pelas palavras, ‘Fendeu a rocha, e dela brotaram águas, que correram pelos lugares áridos como um rio. Porque se lembrou da Sua santa palavra, e de Abraão, Seu servo’ (Sal. 105:41, 42).

“Jesus Cristo é o ‘cordeiro que foi mortos desde a fundação do mundo’ (Apo. 13:8), ‘o qual, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundação do mundo’ (1 Pe. 1:20). A cruz de Cristo não é coisa de um dia, mas permanece onde quer que haja pecadores para serem salvos, desde a queda. Está sempre presente, de modo que continuamente os crentes podem dizer com Paulo, ‘Estou crucificado com Cristo; e vivo,...’ (Gál. 2:20). Não temos que olhar atrás para vermos a cruz, assim como os homens dos tempos mais remotos não tinham que olhar adiante para contemplá-la. Ela permanece com seus braços estendidos abrangendo os séculos, desde o Éden perdido até o Éden restaurado, e sempre e em todo lugar os homens têm somente que erguer os olhos e ver a Cristo, ‘levantado da terra’ (João 12:32), traindo-os a Ele por Seu amor eterno que flui na direção deles como um córrego vivo.

“A Presença Real

“Na sua murmuração por água o povo dissera, ‘Está o Senhor no meio nós ou não?’ (Ex. 17:7). O Senhor respondeu esta pergunta numa maneira por demais prática. Ele postou-Se sobre a rocha em Horebe e lhes concedeu água para que pudessem beber e viver. Ele estava realmente ali em pessoa. Era a Sua Presença Real. Ali estava não obstante eles não O pudessem ver. E por lhes dar evidência de que não estava longe de cada um deles, de modo que se O tivessem sentido pela fé O teriam encontrado e recebido, e a Sua presença real teria estado neles tão verdadeiramente quanto estava na água que beberam.

“No maná, o pão do céu, que os israelitas estavam a comer todos os dias, e na água da Rocha, Cristo Jesus, temos o exato correspondente da Santa Ceia. O pão e a água não eram Cristo, assim como o pão e o vinho não podem ser transformados de forma alguma no corpo e sangue de Cristo. Não seria de nenhuma utilidade, ainda que pudessem ser transformados, pois ‘a carne para nada aproveita’ (João 6:63). Mas revelaram a Sua real presença a todos quantos tinham olhos da fé para discernir o corpo do Senhor. Revelaram que Cristo habita no coração pela fé exatamente como os emblemas são recebidos pelo corpo; e exatamente como os emblemas são assimilados e se tornam carne, do mesmo modo Cristo, a Palavra, se torna carne em todos quantos O recebem pela fé. Cristo é formado dentro pelo poder do Espírito.

“Deus não é um mito. O Espírito Santo não é um mito. Sua presença é tão real quanto Ele próprio. Quando Cristo declara, ‘Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e Ele comigo’ (Apo. 3:20), Ele quer dizer que isso é verdadeiro, um fato real; e quando diz, ‘Se alguém Me amar, guardará a Minha palavra; e Meu Pai o amará, e viremos a ele, e faremos nele morada’ (João 14:23), Ele não tenciona enganar-nos com um fantasma. Ele vem na carne hoje tão realmente quanto ocorria na Judéia. Seu aparecimento então era simplesmente para mostrar a todos os homens a possibilidade e a perfeição da mesma. E assim como Ele vem na carne agora, a todos quantos O recebem, o mesmo fazia nos tempos antigos, quando Israel estava no deserto; sim, até nos dias de Abraão e Abel. Podemos desgastar-nos em especulação sobre como isso é possível, e morrer de inanição espiritual por esse meio, ou podemos ‘provar e ver que o Senhor é bom’ (Salmo 34:8) e encontrar em Sua presença satisfação e ‘alegria completa’” (João 17:13)

Ellet J. Waggoner, em The Present Truth, de 29 de outubro de 1896.

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